Love Dream escrita por slainenic


Capítulo 5
Capítulo 4




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    Voltava para o dormitório depois de uma aula cansativa e, mais uma vez, precisava sair e distrair a cabeça. Fui comer alguma coisa e dar uma volta. Só precisava espairecer um pouco, tentar não pensar em Larry, tentar não pensar no último sonho que havia tido com ele. Quanto mais louca eu achava que aquela situação toda era, pior ela ficava. 

 

    Entrei no carro e liguei o rádio, recostando a cabeça no banco antes de dar partida em direção ao campus. Eu andava tão distraída, que chegava a ser preocupante. Principalmente se você considerar o fato de que sempre me mantinha focada em qualquer coisa que eu quisesse ou precisasse fazer.

 

    Começou a tocar uma música do álbum que eu havia comprado no dia anterior, o que me fez rir em descrença. Nunca havia escutado U2 direito e agora, de repente, eles pareciam brotar em todo lugar em que eu estivesse. 

 

Você acabou de escutar "Get on Your Boots", do U2— disse o locutor. - E, se você que está nos escutando agora quiser ganhar um par de ingressos para o show da turnê Inocencce & Experience, é só entrar no nosso site e se cadastrar. O sorteio será dia 09 de fevereiro e o show dia 10, aqui em Cambridge. Boa sorte para todos os ouvintes! 

 

    Olhei para o rádio estupefata, sem acreditar no que estava ouvindo. Ou eu tinha muita, muita sorte, ou tudo não passava de uma completa loucura que eu havia inventado. Suspirei, estacionando o carro no primeiro lugar possível e liguei para John. Ele era o amigo com quem eu conversava quando precisava de conselhos ou somente de alguém para me devolver um pouco de sanidade. 

 

Oi, Linds— disse ao atender.

 

— John, você tá no dormitório? Preciso de você urgente - eu disse, mordendo o lábio inferior. Estava tão confusa.

 

Tô sim. Vem aqui. 

 

    Desliguei e dirigi direto para o dormitório de Johnny, abraçando-o com força assim que abriu a porta. Eu estava preocupada comigo mesma, com medo de estar enlouquecendo, com medo de meu subconsciente estar me pregando uma peça.

 

— Lindsay! O que houve? - perguntou, me arrastando para dentro do dormitório.

 

— Eu tô com medo, Johnny. 

 

— Medo de quê? Me conta. 

 

    Respirei fundo, com medo de parecer ainda mais louca quando finalmente falasse em voz alta tudo o que vinha acontecendo comigo. Os sonhos, o CD e agora o show... Devia ser tudo coincidência. Só podia ser coincidência. 

 

— Lembra que eu sonhava direto com um mesmo homem e eu não sabia quem ele era? 

 

    Vi John concordar com a cabeça, e precisou me ajudar a sentar na cama, de tão nervosa e em estado de choque que eu estava.

 

— Ele é o baterista do U2, que por sinal está vindo fazer show aqui daqui algumas semanas.

 

            John arregalou os olhos, e soltou uma gargalhada em seguida, enquanto negava com a cabeça.

 

— Linds... Não viaja.

 

            Suspirei e me levantei em seguida. Sabia que John não acreditaria em mim, sabia que tudo parecia uma grande loucura da minha cabeça. Nem eu mesma estava acreditando em mim. Eu mesma estava me achando uma grande louca que precisava ser internada, com direito a camisa de força.

 

            Fui para meu dormitório após algum tempo. Conversar não resolveria meu problema, nem me faria esquecer a confusão em minha mente, pelo contrário, quanto mais eu escutava John me falando o quanto tudo aquilo parecia loucura, mais eu tinha certeza que não era. Não fazia sentido algum, mas algo dentro de mim me dizia que tudo estava exatamente como tinha que estar.

 

            Sentei-me em minha escrivaninha e olhei para a tela do computador em silêncio, completamente em dúvida do que fazer em seguida. Sabia que eu não descansaria, caso não tentasse me inscrever na promoção da rádio. As minhas chances de ganhar eram mínimas, sabia disso, mas não custava tentar.

 

— "Promoção 'U2 I&E tour em Cambridge'. Você, ouvinte da rádio, pode estar nesse magnífico show! É só preencher o formulário abaixo com seus dados pessoais e torcer!" – li na página da rádio, antes de começar a preencher meus dados. – Agora é só esperar – sussurrei para mim mesma enquanto enviava o formulário.

 

          Os dias voaram, e eu não sabia mais o que fazer para tentar controlar minha ansiedade. Já era dia 09, dia do resultado da promoção e, definitivamente, não tinha mais cabeça para pensar em qualquer outra coisa. Sequer conseguia prestar atenção nas aulas!

 

    Assim que cheguei em meu quarto, coloquei no site da rádio que faria o sorteio e esperei ansiosamente pelo resultado. Eu precisava saber quem havia ganhado. Eu precisava ganhar! Precisava ver Larry de perto. Claro que ele não me veria no meio de toda aquela gente, mas eu precisava vê-lo, saber que ele era real. 

 

E chegou a hora de sabermos quem é o ganhador da promoção "U2 I&E Tour em Cambridge"— ouvi o locutor dizer, o que me fez prender a respiração. - Phillip Stewart, parabéns! 

 

    Senti o chão abrir sob os meus pés. Não fazia sentido algum ficar tão triste por causa de uma simples promoção, mas parecia que eu tinha perdido a coisa mais importante da minha vida. Era difícil explicar. Suspirei, fechei o notebook e saí de lá o mais rápido que podia. Peguei meu carro e dirigi, sem rumo, pela cidade. Eu precisava urgentemente dar uma volta. Tinha a impressão de que acabaria sufocando dentro daquele quarto, como se o ar ali já não fosse mais suficiente.

 

    Eu dirigia sem prestar atenção aonde estava indo, apenas seguia o fluxo. Não queria ir a lugar algum, queria só espairecer e parar de chorar. Ainda bem que ninguém podia me ver, porque estava me sentindo a pessoa mais idiota do mundo por estar chorando por causa daquilo. Era só uma promoção idiota para um show de uma banda que eu nem sequer conhecia. 

 

    Tentava a todo instante me convencer de que aquela minha reação exagerada não era por causa do Larry. Não podia ser. Eu só tinha sonhado com ele algumas vezes, não fazia o menor sentido. Nada, desde que comecei a ter esses sonhos, fazia o menor sentido. Minha mente estava tão focada apenas e tão somente naquele homem, que só fui puxada de volta para a realidade quando vi as duas luzes sobre mim. Os faróis acesos vinham em minha direção e eu apertei as mãos no volante. Tentei jogar o carro para o lado, mas foi em vão. Senti o impacto entre os dois automóveis e, pela primeira vez em muito tempo, consegui não pensar em Larry.


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