Love Dream escrita por slainenic


Capítulo 4
Capítulo 3




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    Assim que cheguei em meu dormitório, joguei minha mochila com meus materiais de aula sobre a cama e peguei minha bolsa. Iria sair, daria uma volta. Se eu ficasse ali, por mais que tentasse, independente do que eu fizesse, iria acabar pensando em Larry e aquilo estava acabando comigo.

    Peguei meu carro no estacionamento e fui para o primeiro shopping que encontrei. Comprar, principalmente CDs, sempre conseguia me acalmar. E, de qualquer forma, ouvir música tinha o poder de me teletransportar para qualquer outro lugar e, pela graça divina, me fazia parar de pensar em Larry e, obviamente, esse era o meu objetivo de todos os dias há uma semana, desde que acordava.

    Comecei a ver alguns álbuns, sem saber exatamente o que estava procurando. Talvez meu subconsciente já soubesse o que eu encontraria ali. Suspirei, sem encontrar nada que me atraísse, até que um finalmente me chamou a atenção: U2. Virei para olhar as músicas e percebi que algumas eu até conhecia, então decidi por levar.

    Voltei para o campus algum tempo depois, com meu CD, que me faria parar de pensar em Larry, em mãos. Coloquei-o para tocar e comecei a olhar o encarte. A capa era apenas uma paisagem. Uma foto onde céu e mar se encontravam na linha do horizonte. As fotos de dentro eram todas escuras ou, quando eles apareciam, estavam de costas. Ao final do encarte, li algo que me fez perder o chão.

"Bono: Vocals and Guitar
The Edge: Guitar, Vocals and Piano
Adam Clayton: Bass Guitar
Larry Mullen Jr: Drums and Percussion"

    Será que eu havia encontrado? Será que esse Larry, justo esse Larry, era o homem dos meus sonhos, falando de uma forma literal e nem um pouco romântica? Mordi o lábio inferior, tentando reprimir um sorriso e corri pegar meu notebook, onde a música tocava animadamente. Por sorte, já que eu duvido que conseguisse esperar um pouco mais, o Google já era minha página inicial. Cliquei em "imagens", digitei o nome e cliquei em pesquisar. Estava tão nervosa que mal conseguia esperar a página carregar sem ter um ataque cardíaco.

    Assim que a página carregou, eu não consegui mais respirar. Era ele. O homem com quem eu sonhava há dias, que me atormentava a cabeça o dia todo e não me deixava pensar em mais nada desde então, era o baterista de uma banda que, aparentemente, todo mundo conhecia. Menos eu. "Que sorte a minha! Sabe quando você vai conseguir chegar perto dele, Lindsay?", meu subconsciente gritava em meus ouvidos. "Nunca!", eu mesma respondi, suspirando.

    Eu não sabia o que fazer. Não podia ser possível. Simplesmente não conseguia entender como que eu não conhecia a banda e como era sequer possível que eu sonhasse com o baterista deles, como era possível aquele sonho ser tão real por tanto tempo.

    Suspirei, levantando-me para tomar um banho frio. Isso com certeza me faria bem. Despi-me enquanto caminhava até o banheiro, ligando o chuveiro assim que entrei no box, deixando que a água gelada caísse sobre meu corpo, relaxando-me. Encostei a testa contra a parede, fechando os olhos. Aquilo não podia ser real. Não com alguém tão inalcançável.

    Fiquei algum tempo daquela forma, sentindo a água correr por meu corpo, com a cabeça num turbilhão de pensamentos que nada acrescentariam, pelo contrário, apenas me deixavam mais confusa e preocupada ainda. Após sair do banho e me secar, vesti uma camiseta qualquer e fui direto para o quarto, me jogando na cama para dormir.

    Respirei fundo, torcendo para que Larry, agora não desconhecido, não aparecesse em meus sonhos mais uma vez. Já bastava a confusão que estava minha cabeça depois de saber quem ele era. Sonhar com ele de novo não me faria bem, sob nenhum aspecto.

    E, mais uma vez, sonhei com Larry. Mas, dessa vez, foi um sonho diferente. Tudo estava preto e eu estava apenas como uma espectadora daquele sonho. Não era como se eu estivesse ali, parecia mais que eu era uma câmera, ou algo assim. Uma luz se acendeu e apenas o rosto do baterista apareceu para mim. Mais nada. Como se fosse aquelas crianças que acendem uma lanterna para contar uma história de terror. Larry olhava diretamente para mim, ou o que quer que eu fosse naquele sonho, até que, depois de algum tempo em silêncio, ele falou.

Lindsay, não desiste de mim. Eu estou aqui te esperando.

    Foi a única coisa que ele disse e foi o que bastou para que eu acordasse e não pegasse no sono novamente pelo resto tarde. Fiquei rolando na cama, ouvindo o álbum que não parava de tocar e eu não tinha forças para desligar. Eu estava cansada, mais psicologicamente do que outra coisa.


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