50 Tons de Mentiras escrita por Carolina Muniz


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Heeeey ♥
Geeeente, oi, turu bom? Muuuito tempo depois, estou aqui. Muito feliz por isso, espero que vocês tbm ;)
Então, eu reescrevi, por isso, caso vocês estejam lendo e aí de repente "ué, não era assim", é por isso. É que foram meses, a cabeça é outra e tal, coisas novas surgem, mas a história é a mesma, o mesmo enredo, alguns detalhes que estão diferentes, e eu sugiro que leiam de novo quem já tenha lido, e fé no pai que dessa vez eu termino essa fanfic haha
Enfim, é isso, até mais, adoro vcs
Xoxo



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♥ Capítulo 13 ♥

"Eu sei que você está pensando que eu não tenho coração, eu sei que você está pensando que eu sou frio, mas eu estou apenas protegendo minha inocência, estou apenas protegendo minha alma. Porque toda vez que eu me abro, dói, então, eu nunca vou ficar muito perto de você, porque quanto mais você me machuca, menos eu choro e a cada vez que você me deixa, mais rápido estas lágrimas secam, e a cada vez que você vai embora, menos eu te amo."

— Sam Smith – Too good at goodbyes

➰➰➰

Ana queria não se lembrar da noite passada quando acordou com a claridade do dia em seu rosto. Ela não abriu os olhos, mas não precisava fazê-lo para ter a confirmação de 99% à 100% de que a noite passada aconteceu.

Primeiro, que ela nunca deixava as cortinas do quarto aberta, para aquele tipo de coisa não acontecer: acordar com a claridade do dia; segundo que ela podia sentir o cheio de ovos e bacon, o que ela não sentia nunca se não estivesse na rua, perto de algum café, ou tivesse pedido serviço de quarto e aberto a porta para que entrassem.

Então, a garota apenas continuou de olhos fechados.

Podia fingir que estava morta, nunca mais levantar, nunca mais ter que encarar a vida, ou então apenas se levantar e fingir que não lembrava de nada.

Fingir...

A sua vida inteira era fingida.

Tudo e todos eram.

Sua vida, seus relacionamentos, seu jeito, até seu cabelo era fingido!

Ana se estressou de repente, bufou com raiva e levantou-se.

Só então percebeu que não estava com a mesma roupa de antes.

Com o rosto corando, ela se lembra de se deitar no sofá por estar com muito sono e alegar que o couro do short a estava incomodando, e simplesmente desabotoa-lo...

Nossa, ela realmente começou a tirar o short?

Ela já pode ser levada, pode sim.

A raiva momentânea passou completamente, dando lugar a vergonha.

Ela era cara de pau para muitas coisas, mas para aquilo, aquela situação específica, percebeu que queria morrer.

Com uma olhada ao redor, a garota encontrou sua roupa perfeitamente dobrada em cima de uma poltrona no canto do quarto junto da bolsa, assim como seus sapatos ao lado. Trocou de roupa rapidamente, encontrou o banheiro após a segunda porta que abriu, e lavou o rosto, escovou os dentes - foi abusada o suficiente para abrir uma escoava que estava dentro do armário - e saiu do quarto.

Christian estava sentado no balcão da cozinha que dividia junto da sala, de costas para Ana, conversando com uma mulher mais velha, que provavelmente trabalhava para ele.

O cabelo arrumado, vestido com um terno cinza e parecendo mais alto ainda.

Ana parou no lugar quando a mulher que conversava com Christian a viu e lhe sorriu grande.

— Bom dia, Srta. Lincoln - saudou a mulher, fazendo Christian se virar para a garota.

— Bom dia - cumprimentou Ana, descendo os dois degraus que a faziam entrar na sala.

— Bom dia - disse Christian quando ela se aproximou.

— Bom dia - repetiu a garota.

Ela torcia muito para não estar vermelha.

— O que gostaria para o café, Srta. Lincoln? - perguntou a mulher.

— Hã, nada, eu vou para casa - informou.

— Eu te levo depois que comer – Christian murmurou.

Ela abriu a boca para protestar, mas sua cabeça estava doendo levemente num lugar específico, o que a fazia não querer fazer movimentos bruscos e muito menos continuar uma discussão.

Então ela apenas mordeu o lábio e se sentou ao lado de Christian num dos bancos.

— Eu só quero torrada integral - informou. - E suco de laranja, se tiver.

— Apenas isso, Srta. Lincoln? - perguntou afetiva a mulher enquanto abriga a geladeira e pegava uma jarra com líquido amarelo.

— E que você me chame de Ana, eu agradeceria muito - sorriu a garota.

— Ana, então - disse a mulher devolvendo-lhe o sorriso.

— Como foi sua noite? - Christian perguntou, e Ana não sabe se foi de sua cabeça ou se fora real o quê sarcástico que escutou.

— Foi boa, eu dormi como um bebê - disse ela, pegando o copo que... Bem, ela ainda não sabia o nome da mulher, colocou a sua frente.

— E a ressaca?

— Estou melhor do que deveria estar - respondeu ela. - Qual é o seu nome? - perguntou a mulher que colocava um prato com torradas a sua frente.

— Pode me chamar de Gail, querida - respondeu prontamente.

Ana lhe sorriu.

— Obrigada, Gail - agradeceu, logo começando a comer.

Não havia percebido, mas estava com fome.

Puxa, estava com muita fome.

Ao menos havia comido as batatas de ontem a noite, e depois apenas bebeu muitos shots de tequila.

Talvez a tequila tenha eliminado as calorias que batatas tinham.

Mas ainda assim era algo a não se repetir por um longo tempo.

Ana admirou, em silêncio, apenas saboreando o suco e as torradas, enquanto Gail terminava de limpar a torradeira e então saiu do recinto.

— Eu... Eu queria pedir desculpas - falou com dificuldade.

Mesmo antes de tudo, Ana sempre teve uma alta dificuldade em pedir desculpas, mas sempre pedia, gostava de mostrar para os outros que ela sabia que estava errada e que se arrependia. Não importava se ela recebia aquele mesmo tratamento em troca, ela não ligava.

E ela sabia que havia errado ontem a noite, se lembra de todas as palavras que havia saído de sua boca, das mais ofensivas às mais constrangedoras.

"Por que você escolheu ela e não a mim?"

Deus, ela iria precisar de um psicólogo para superar aquela maldita frase proferida.

— Pelo o que? - Christian questionou.

Sério?

— Você sabe pelo o que. Eu não tinha o direito de fazer aquilo - murmurou, sem conseguir encará-lo.

— Está tudo bem, você só arrumou uma droga de conversa séria com o meu irmão para cima de mim, mas isso não é nada.

Ela ouviu o teor irônico da frase, mas aquilo não a fez achar engraçado. Ela realmente havia feito aquilo.

Ana podia dormir com homens desconhecidos, podia dizer coisas impulsivas de vez em quando, mas ela não iludia ninguém, nunca dava esperanças ou aumentava as expectativas. Ela não fazia os outros de trouxa, sabe? Ela não magoava ninguém. Para ela era tudo preto no branco. Até mesmo com as mentiras que precisava contar ela era extremamente cuidadosa para não machucar ninguém.

Então é claro, ali estava ela, tentando entender como alguém podia machucar uma pessoa, e simplesmente não se importar, quando – com ela - dizia algo errado e se sentia sendo destruída. Ali, ela apenas queria pedir desculpas, mostrar que estava arrependida por quase ter colocado um segredo de anos a postos para o irmão de Christian, o que poderia causar uma catástrofe em toda a família Grey - ela falava da família Lincoln também, pois aquilo lá não era mais uma família.

Ana tinha aquela necessidade em dizer, em demonstrar que não queria destruir nada que uma outra pessoa considerava perfeito, que alguém estivesse bem em ter, enquanto Christian apenas assentia e não se importava, apenas continuava com todas as mentiras, as enganações. Ele aprendeu com sua mãe, ou ele era daquele jeito mesmo?

Ela nunca entendeu como Christian foi capaz de ficar com sua mãe. Logo quando Elena era fria, egoísta e autoritária, não se importava de verdade com nada a não ser seu prazer próprio. Talvez porque Ana só conheceu Christian até completar treze anos, e uma garota naquela idade não consegue ver nada além das coisas boas que o garoto que ela gosta tenha. Mas a verdade era que Christian conseguia ficar com sua mãe porque ele era exatamente como ela: ele era frio, arrogante, egoísta e nada importava a não ser o seu prazer próprio.

— Pode só me levar para casa? - a garota, deixando cair no prato a metade de uma torrada, sua garganta havia fechado de repente.

Sabia que se você faz algo por um longo tempo, seu corpo começa a depender daquilo para continuar te mantendo em pé, para te sustentar? E não importa a hora, o lugar, com quem você esteja, o seu corpo começa a precisar daquilo, então você tem que dar. Uma dependência, os famosos viciados, seja o vício que for. É como uma coisa científica, você nasceu com aquilo, mas começa a depender de forma assustadora, como comida, água, afeto...

— Ana? – Christian chamou.

A garota engoliu em seco e pressionou a mão contra a barriga, apoiando a testa no mármore do balcão, sentindo as ondas assaltarem seu corpo como uma destruição natural, um tsunami.

— Você está muito branca – Christian murmurou, ficando de pé ao seu lado e tocando sua mãe. – Está suando frio. O que você está sentindo?

Ana podia ouvir o teor de preocupação em sua voz, a clara confusão também, as oitavas mais altas no tom. Mas era tudo tão longe para ela, como um mundo diferente do qual ela foi jogada nos últimos segundos.

Ela puxou o ar como pôde, ainda com a cabeça baixa, fechando os olhos com força, tentando se concentrar na mão quente de Christian segurando a sua. Ela aprendeu aquilo há muito tempo, apenas precisava se concentrar em um ponto específico da realidade e esperar que ia passar.

Aquilo acontecia de vez em quando, às vezes Ana se sentia tão sufocada com a sua própria vida, que um único grão de arroz podia fazê-la transbordar. E no caso dela, transbordar era uma tragédia.

➰➰➰


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Notas finais do capítulo

êêta giovana
xoxo



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