Ariel'

—Elijah – chamei, entrando no complexo do Quartel.

Esperei impaciente, cada segundo parecia demorar mais que o normal, logo ele surgiu.

—O que você faz aqui, Ariel? – ele me repreendeu - não é seguro aqui.

—Hipócrita - não consegui me segurar.

—Como é?- ele me olhou em pura descrença.

—Pensei que você merecia o beneficio da duvida, mas o que você fez é tão cruel que...- me esforça ao máximo pra não começar a chorar, por hora, manteria minha raiva.

—Do que você está falando, pequena?- seu tom era carionhoso.

—Não me chame assim...nunca mais –estava prestes a desmoronar, ele percebeu, pois veio até mim, pronto pra me abraçar - não, não toque em mim.

—Eu não sei o que está acontecendo, mas...- ele estava confuso.

—Lembra da história que você me contou? –disse, ele me olhou, entendendo - pois é, Maggie me contou uma versão diferente, e tudo fez sentido.

—Eu posso explicar, Ariel eu... –ele disse, seu tom culpado.

—“Era uma vez, uma jovem. Ela era um dos seres mais belos do mundo. Um dia, ela foi atacada por um monstro. Mas um homem foi salva-la. E matou o monstro. O homem disse...”

—“Você é minha garotinha especial e eu nunca vou te abandonar”— ele completou tenso- essa foi minha promessa a você.

—Você é o monstro ou o homem que me salvou? -questionei, deixando todo a minha raiva transparecer - você teria me matado, mas não seria conveniente, não é mesmo? Me explica Elijah, eu quero ouvir da sua boca.

—Quando eu te encontrei, estava vivendo uma faze...sombria da minha existência, havia me tornado um dos monstros que assombravam a todos. E sim, teria te matado. Mas...

—Mas o que? – eu não sentia mais vontade de chorar, apenas raiva.

—A profecia não foi a única coisa que me impedir de te matar -eu odiava sinceridade na sua voz, era mais difícil de acreditar agora - o modo como você olhou pra mim...tão pura...vi esperança em você.

—Você sabia que em algum momento me mataria, sabia e ainda assim me deixou te amar- deixei as palavras jorrarem pra fora de mim - me fez acreditar que você me amava, como você pode ser tão cruel?

—E eu te amo- ele deu um passo na minha direção, mas me afastei – todos esses sentimentos que reprimi por você, tudo que fiz foi tentando evitar que a profecia acontecesse. Eu amo você.

—Não! -gritei,agora sim eu chorava - você não pode dizer isso, não mais.Não faça isso Elijah.

—Todos esses anos, não era minha intenção te amar – seus olhos estavam brilhantes pelas lagrimas não derramadas - não era minha intenção te desejar, não era minha intenção te proteger, mas aconteceu...

—Para de mentir pra mim... – implorei.

—Mesmo quando eu sentia seu poder aumentar, eu sabia que seria incapaz de te ferir- a cada palavra sua, as lagrimas aumentavam.

—Mas ainda havia uma possibilidade, ainda há, não é? – questionei, sentido um novo tipo de dor no peito- e então o que? Você continuaria me enganando...

—Eu não queria te magoar - ele sussurrou.

—É só o que eu você tem feito, Elijah – disse, me esforçando pra minha voz sair firme- você não é o herói da minha história, você é o monstro.

—Não, eu não...

—Pare de mentir Elijah - Maggie disse, a passos lentos, se pôs a frente de Elijah- ela já sabe a verdade.

—Você a envenenou contra mim – Elijah acusou - devia saber que sua ausência não foi mero acaso. Você estava planejando isso.

Assisti os dois discutirem, como se eu não estivesse ali.

—Visitei meu clã, sim, mas se não o tivesse feito, Ariel ainda estaria sendo enganada- Maggie lançou um olhar de pena a mim.

—Você sabe que eu nunca a machucaria- Elijah se defendeu.

Eu soluçava baixinho, tentando parar de chorar, me sentia tão indefesa.

—Eu sei? -Maggie disse irônica - assim como seus irmãos você continua sendo um monstro. Não vou permitir que machuque a minha garotinha.

—Todo esse tempo, você só estava esperando a hora certa de atacar –Elijah estava com raiva .

—Você não tem como saber – Maggie sorriu - eu ajudarei Ariel a dar fim a todo mal que sua família significa nessa terra, e no final...

Eu estava conseguindo me acalmar, quando a cena mais aterrorizando aconteceu bem na minha frente. Num piscar de olhos, Klaus estava atrás de Maggie, sua mão atravessando o peito dela.

—Maggie...! – gritei apavorada.

—Uma bruxa psicótica a menos não fará falta- Klaus sorriu, com o coração de Maggie nas mãos.

Senti meu corpo todo gelar, a lagrimas voltaram a cair.

—Você a matou, você... ela não pode...ela- encarei ele, ainda sem acreditar.

—Ariel...- Elijah me segurou, enquanto eu fitava o corpo sem vida no chão.

—Acredite em mim bruxinha, você está melhor sem ela- Klaus disse irônico.

Maggie, a mulher que me colocou pra dormir, que cuidava dos meus arranhões, que amava como uma filha, ela estava morta.

—Nos deixe sozinhos, Niklaus- Elijah ordenou, então me olhou pesaroso- eu sinto muito, Ariel.

O choque estava passando,e apesar da dor, foi a raiva que me tomou.

—Seu irmão acabou de matar a mulher que era o que eu tinha mais próximo de mãe –me afastei dele - e você diz sinto muito? Eu tenho nojo de um dia ter sido chamada de Mikaelson.

—Não faça isso, Ariel, não...

—Esqueça que um dia eu fiz parte da sua família Elijah – disse fria -você acha que a profecia está sob controle? Você não viu nada ainda.

Deixei ele pra trás, e a cada passo que dava, minha decisão se concretizava. Eles pagariam, por suas mentiras, por Maggie, por todo aquele amor que eu sentia.