Bulletproof Daughter escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 21
No rumo de Namjoon


Notas iniciais do capítulo

[Jéssica] Depois de passar pelo nosso arco maravilhoso, vamos voltar do ponto onde paramos.

[Jennyfer] Sem criatividade pra notas ;)



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— Você não o encontrou depois disso? — Perguntou Baekhyun, curioso.

— Bom, ele também veio pra Seoul, então, eventualmente, aconteceu, há uns poucos anos. Eu estava na viatura e o vi andando pela rua. Foi assim que descobri sobre sua vinda, mas não fazia sentido ir atrás dele. Ele sabia que eu estava aqui, se quisesse me encontrar, teria vindo atrás de mim, então, apesar de ter ficado bastante pensativa pelos dias seguintes, deixei pra lá. Aos poucos, fiquei sabendo de notícias sobre ele estar sendo trainee, essas coisas. Nada demais. Por mais que tenha sido bonito, nós crescemos, somos pessoas diferentes, entende? Aquilo tudo ficou no passado.

— Que pena — comentou Jimin, fechando a handycam, que tinha sequestrado das coisas de Jin.

— Eu o vi uma última vez nos ritos fúnebres do Jimin.

— Oi?? — Perguntou ele, sobressaltado. — Não tava sabendo que eu era cupido.

— Foi a única vez em que estivemos realmente próximos desde a infância. Mas era um momento triste onde não cabia falar sobre o passado. Ele ficou perto dos meninos o tempo todo. Os mais novos estavam muito abalados, e ele os dava suporte. Tentei evitar aquilo, mas às vezes olhava para ele. Estava tão crescido, tão diferente. Eu me lembrava muito de seu sorriso marcante, mas aquele momento não lhe permitia sorrir.

— Ele te viu? — Perguntou Sehun.

— Por muito tempo, eu achei que não. Ele passava por mim como se não me conhecesse. Mas de repente ele passou perto da minha mesa e deixou um saquinho de açúcar. Foi assim que eu soube.

— Não acredito que vocês não conversaram! — Reclamou Jimin.

— Não acredito que vocês não conversaram! — Repetiu Yonseo.

— Aquilo era impossível. Não havia clima, não era um lugar propício. Não era um bom momento. Se eu soubesse que era a última oportunidade, talvez tivesse agido diferente, mas eu não sabia. Bom… — Disse Minji, se recompondo e afastando as lágrimas que acabavam de chegar. — Não acredito que perdemos esse tempo todo com uma história tão antiga e sem relevância para a investigação. Do que estávamos falando mesmo?

— Você contou essa história — lembrou o Sr. Park — pra defender o Yoongi. Você disse que não acreditava que ele pudesse fazer algo contra Jungkook.

— Eu não sei o que pensar sobre isso — disse Minji. — A Yonseo está certa sobre o que o álcool pode fazer com as pessoas, e faz tanto tempo que não convivo com ele… Do jeito que eu o vi não dá pra saber o quanto ele mudou desde então.

— É bem complicado pensar nisso agora — admitiu Sehun. — É como Yonseo disse. Qualquer um pode ter feito isso com Jungkook, qualquer um pode ter feito a confissão e por aí vai. O que dá pra imaginar é que Yoongi se suicidou por causa do Jungkook.

— Então, se vamos parar de analisar o caso do Jungkook, não adianta muito nos prendermos no Yoongi — disse Yonseo, sutilmente conduzindo a discussão para o ponto que ela queria: longe de Jungkook. — Podemos passar para o próximo?

— Sim — disse Minji, virando a folha enquanto comia mais balinhas. — Kim Taehyung.

— Ele também era chamado de V, não era? — Perguntou Baekhyun, o que surpreendeu Yonseo. Ela achava que seria melhor para Baekhyun se ele se camuflasse. — Ele foi chamado para reconhecer o Jungkook. Isso deve ter acabado com o psicológico dele, não.

— Certamente — disse Yonseo, com tom monótono — já que ele matou meu appa na manhã seguinte.

— Tudo estava dando errado pra ele — lembrou Minji. — Os amigos morrendo um atrás do outro…

— Problemas dentro de casa — continuou Yonseo. — Injustiças. Foi um curto momento em que ele perdeu a razão pra me proteger. E quando voltou a si, já estava feito. Eu o mandei embora, e aquela foi a última vez que eu o vi. Dois dias depois, estava nos ritos do meu pai quando recebi uma ligação do Namjoon — habilmente, Yonseo desviava a atenção para seu ponto principal, confiando no que Hoseok dissera. O caso de Namjoon pode ser a chave pra muitas coisas. — Ainda estava com raiva de Taehyung e o recebi com quatro pedras na mão, mas ele só tinha ligado pra dizer que Taehyung estava morto.

— Namjoon Hyung está começando a gostar de você, só não quer admitir — confessou Jimin. Yonseo não evitou um sorrisinho leve.

— O assassinato que ele cometeu foi acrescentado à lista de coisas que estavam dando errado. — Continuou Sehun. — Taehyung tinha todos os motivos para estar abalado psicologicamente, o que o levou ao suicídio.

— Namjoon estava com ele na hora — lembrou o Sr. Park. — Ele se sentia culpado pelo que aconteceu.

— Mas ficou ao lado dele o tempo todo — disse Sehun. — Desde a morte de Hoseok. Taehyung foi muito forte, suportou a dor por dois dias. Acredito que a presença de Namjoon tenha sido fundamental.

— Taehyung nos via — revelou Jimin. — Ele só foi para o nosso mundo quando começou a duvidar da existência de Namjoon.

— Eu concordo — disse Yonseo. — Acho que Namjoon foi pro meu orabi o que eu deveria ter sido. E eu fui tão rude com ele…

— Não é momento pra ficar se culpando, Yonseo! — Disse Minji, com tom amável. — Acho melhor não ficarmos muito nesse caso. Não deve ser bom pra você.

— Eu aguento. Mas concordo com você, porque o caso mais misterioso está adiante.

— Kim Namjoon — disse Minji, virando a folha. — Por que ele é misterioso?

— Bom — disse o Sr. Park. — Quando Sehun e Yonseo foram almoçar em minha casa, conversamos bastante sobre o caso dele, e concluímos que ele não estava louco como atestavam os relatórios médicos.

— O quê? — Perguntou ela. — Esperem… Querem dizer que deixaram um garoto são morrer na cadeira elétrica? Mas que tipo de absurdo é esse?

Sehun, Yonseo e Sr. Park contaram com calma a história que sabiam sobre Kim Namjoon. Jimin concordava com tudo. Yonseo percebeu o desconforto de Baekhyun quando ouviu pela primeira vez o nome de Kim Chung Ho.

— Nem precisava dizer, Minji — falou o Sr. Park, ao final. — Mas tudo isso são suposições, que não podemos provar, então não deve sair daqui.

— Então — Baekhyun tomou a palavra, consertando a postura. — O próximo passo, urgente, eu diria, é ir atrás de provas. Tudo isso soa muito estranho. Namjoon acusou o cara de assassino, depois foi declarado pelo próprio como louco, e de repente morre sob seus cuidados? Pra mim tá na cara que foi o Chung Ho.

— Mas que provas vamos ter? — Perguntou Yonseo.

— Ué, o manicômio por acaso não tem câmeras de segurança?

— Sim, por toda parte — confirmou Sr. Park. — Eu percebi quando fui lá.

— Manicômios mais importantes como o que Namjoon estava tendem a ser bastante seguros, mesmo — confirmou Sehun.

— Vocês devem conseguir um mandado, certo? — Perguntou Baekhyun, levemente eufórico.

— Posso solicitar agora mesmo — disse o Sr. Park. — Amanhã à tarde já está em minhas mãos.

— Ótimo — disso Yonseo. — Não podemos perder mais tempo.

— Vou ver isso logo — disse o Sr. Park, indo para a porta. — Continuem conversando.

— Okei, temos que esperar esse mandado — disse Minji, enquanto o chefe saia. — Enquanto isso, vamos para o último caso, Seokjin e Yumii. Aqui temos o maior intervalo de tempo. Depois da morte de Namjoon, Jin ficou ainda algum tempo em coma. Quando acordou, alguns dias em bom estado, até que apareceu no carro submerso junto com a Yumii. Isso não foi repentino demais?

— Sim! — Gritou Jimin, animado com o raciocínio dela.

— Claro — disse Sehun, abrindo o relatório que tinha. — Pelo que diz aqui, todos os indícios de depressão sumiram depois do coma.

— Sim, porque ele não se lembrava de nada — disse Jimin.

— Talvez o coma o tenha feito perder a memória — palpitou Yonseo. — E então, quando ele se lembrou de tudo, fez uma nova tentativa, dessa vez com sucesso.

— E levando a namorada — disse Baekhyun.

— Aish — reclamou Jimin, batendo a mão na testa. — Isso é que não.

— Eles eram mesmo namorados? — Perguntou Yonseo.

— Ela estava grávida — lembrou Sehun. — E eles foram encontrados abraçados.

Jimin continuava balançando a cabeça, o que incomodou Yonseo profundamente. Ela sabia que Yumii estava grávida do Jungkook, não do Jin, mas não poderia falar aquilo.

— Sehun, vamos voltar ao começo — disse Yonseo. — Você disse que Jin estava com depressão antes de sua primeira tentativa de suicídio. Mas o que causou essa depressão, se todos os meninos estavam vivos?

— Acha que foi a garota? — Perguntou Minji.

— Mas é óbvio — disse Jimin.

— É provável — disse Yonseo.

— Me lembro que, na reconstituição, você disse que a última palavra de Jungkook pode ter sido Yumii — disse Minji. — Por que ele falaria o nome da namorada do amigo dele?

— Porque era a namorada dele! — Gritou Jimin, indignado. Odiava que as pessoas não soubessem a verdade.

— Porque era a namorada dele — disse o Sr. Park, entrando na sala.

— Valeu, appa, te amo — disse Jimin, todo feliz.

— Quando Jimin me disse que ia sair de casa, eu e minha esposa ficamos tristes, mas compreendemos sua vontade. Ele disse que estava fazendo isso pelo Jin Hyung, porque ele estava com alguns problemas com a namorada.

— Então a Yumii era namorada do Jin — concluiu Minji.

— Na verdade, o problema era justamente o término — esclareceu o Sr. Park. — Meu filho me manteve informado do andamento das coisas. Teve uma época em que ele começou a trabalhar, por causa de uma viagem que Jungkook faria ao Japão.

— Mas o que isso tem a ver? — Perguntou Sehun.

— Nada, se ignorarmos a existência disso — Sr. Park colocou sobre a mesa uma Polaroid amassada, de Jungkook e Yumii se beijando.

— Wow — disse Jimin.

— Onde achou isso? — Perguntou Yonseo.

— Na casa deles, no meio do cenário da briga.

— Então, essa briga pode ter sido causada porque Yoongi descobriu sobre eles?

— Calma, a cronologia está meio bagunçada. Jin namorou Yumii por algum tempo, depois teve depressão e se mudou para a tal casa onde todos eles moravam juntos, certo?

— Sim — disse o Sr. Park.

— Quando ele estava melhorando, — continuou Minji — os meninos pagaram uma viagem do Jungkook para o Japão. Quanto tempo foi entre a viagem e a primeira tentativa de suicídio do Jin?

— Um dia — disse o Sr. Park.

— Menos de um dia — disse Jimin.

— Jin descobriu de alguma forma — palpitou Baekhyun.

— E então — disse Sehun — todo o progresso contra a depressão foi por água abaixo. Literalmente.

— Então porque Yumii estava no carro com ele no momento da morte? — Perguntou Minji.

— Isso é uma pergunta bastante complexa — admitiu Jimin.

— Não sei — disse o Sehun. — Mas certamente não foi um acidente. A mesma pessoa, no mesmo lugar?

— Será que Yumii também queria morrer ou foi, de certa forma, “levada” pelo Jin? — Perguntou Baekhyun.

— Ela estava grávida — lembrou Yonseo. — Como iria criar o filho sem o appa?

— Mas pera aí, quem seria o appa, afinal? — Perguntou Baekhyun.

— Olha, até agora eu supunha ser o Jin, mas… Se ela namorou o Jungkook…

— No Japão — lembrou Minji. — Só os dois. Que momento propício.

De repente, Baekhyun socou a mesa e soltou um palavrão. As balinhas de Minji voaram no potinho.

— Baekhyun — disse o Sr. Park. — Se estiver torturando a si mesmo porque matou um appa, pode esquecer isso. Você não teve culpa.

Baekhyun se levantou repentinamente e saiu da sala. Yonseo o chamou, mas foi em vão.

— Eu disse alguma coisa errada? — Perguntou o Sr. Park, com tom culpado.

— Disse, appa — respondeu Jimin, triste. — Eu cuido disso, Yonseo.

Jimin saiu da sala e foi atrás de Baekhyun, que estava sentado no corredor, tentando conter a raiva e as lágrimas. Jimin sentou-se ao lado dele.

— Eu não deveria fazer isso, mas…

Jimin soprou no ouvido de Baekhyun, que mudou lentamente sua expressão enquanto via a linda verdade do outro mundo. Jungkook e Yumii no quarto de brincar, fazendo planos para a chegada da menininha. Uma única lágrima de felicidade desceu devagar pelo seu rosto. A porta da sala se abriu, e ele esperou ver Yonseo, mas era Minji. Ela se sentou ao seu lado.

— Baekhyun… Eu não sei o que você fez de errado, ou o que acha que fez de errado, mas qualquer coisa que tenha acontecido, está no passado. Sua chance de fazer algo melhor e mudar o mundo está daqui pra frente. Você é um de nós agora, é um detetive. E todos nós cometemos erros durante essa história. É por isso que estamos aqui. Para fazer algo por aqueles que, de alguma forma, prejudicamos. Essa é a nossa redenção, mas se quisermos fazer isso, não podemos olhar para nossos erros anteriores. Não importa se fizemos um caminho torto, porque não podemos consertá-lo. Só podemos fazer um bom caminho deste ponto em diante. E vamos caminhar juntos. Certo?

Baekhyun enxugou a lágrima e sorriu.

— Certo.


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Notas finais do capítulo

[Jéssica] Mais alguém shippou ou fui só eu?

[Jennyfer] Agora as coisas começam a esquentar...



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