Bulletproof Daughter escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 17
Reviravolta


Notas iniciais do capítulo

[Jessica] E aí gente? Como vocês tão? Tudo bem? E esse MV hein? Tão bem depois dessa? Eu não tô. Nunca fui tão impactada com um comeback como dessa vez, mas vou falar disso no final. Aproveitem a explicação do Baekhyun amorzinho.

[Jennyfer] Então, Baekhyun, já pode começar a explicar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/722594/chapter/17

Naquele momento, o mundo pareceu parar. Apenas as lágrimas de Jimin e a pouca movimentação do restaurante evidenciavam que o tempo ainda estava correndo. Yonseo encarava Baekhyun completamente chocada enquanto ele, de algum jeito, conseguia manter seus olhos sobre ela. Não eram os olhos de um assassino. Eram os olhos tristes e marejados de um garoto que sentia que tudo tinha dado errado. Finalmente ele desviou o olhar e colocou as palmas das mãos sobre as pálpebras, enxugando as lágrimas antes que elas descessem. Yonseo e Hoseok ainda estavam perplexos. A menina continuava sem expressar nenhuma reação, porque ela sabia que não era só aquilo.

— Eu quero ouvir a história.

Ainda sem tirar as mãos dos olhos, Baekhyun acenou positivamente.

— Eu vou contar — disse, tirando as mãos lentamente e terminando de enxugar as lágrimas. — Pra começar, não existe nenhum D.O. O motivo de eu saber tanto sobre as gangues e sobre o ninho é porque eu sou líder de uma. Somos três, e nos intitulamos CBX. São nossas iniciais. Não agimos do mesmo modo que o 7, nossos principais inimigos. Pra conseguir dinheiro, o 7 faz assaltos, roubos e mexe com tráfico de drogas, tudo diretamente. Nós trabalhamos com prestação de serviços. mas nos reservamos no direito de recusar qualquer proposta. Fazemos desde transportes ilegais até sequestros, mas seja o que for, se envolver pessoas, nós pensamos muito bem. Pra aceitarmos uma encomenda de assassinato, a pessoa tem que ter feito muita merda. Já demos jeito em alguns estupradores e torturadores por aí, mas nunca em gente inocente.

— Então por que o Jungkook?

— O Jungkook não foi uma escolha. Foi uma necessidade. Pra começar, você precisa entender que ninguém entra nessa vida porque quer. Eu queria vir pra Seoul pra tentar alguma audição. Queria ser k-idol. Mas meus pais nunca acharam que isso fosse dar certo. Finalmente, eu decidi seguir o conselho e tentar uma faculdade de advocacia. Então, eles me bancaram pra vir pra cá. Os primeiros anos foram tranquilos, mas foi dando errado. Comecei a parar de ir nas aulas pra treinar pras audições, e cheguei a fazer algumas, mas não fui chamado. Gastei o dinheiro da faculdade com figurinos e entrei até numa escola de dança. Nada disso funcionou. Aí, eu precisei de mais dinheiro, e minha imaturidade e amizades ruins me levaram para um péssimo caminho. Felizmente, nunca cheguei a usar drogas, mas estava bastante ferrado quando encontrei os meninos, e decidimos montar a gangue. Eles têm histórias parecidas com a minha. Sonhos que não foram concretizados, família que não apoia, tudo levando para um caminho sem saída. Mas não temos a intenção de fazer mal a quem faz o bem. Só queremos sobreviver, um com a ajuda do outro. Aì, quando a falsa faculdade terminou, eu menti pros meus pais. Fiz um diploma falso, disse que tinha conseguido um emprego e até mandava dinheiro pra eles. Até hoje eles acreditam.

— Quem encomendou o Jungkook?

— Um médico muito respeitado.

— Dr. Kim Chung Ho.

— Exatamente. Muitas vezes, os caras mais tops são os piores. Os que foram capazes de tudo pra chegar onde chegaram, e não pretendem parar. Ele fez contato comigo pedindo pra apagar o Jungkook, e eu pedi as informações. Ele não disse nada sobre ele ser um criminoso. Nós averiguamos, e percebemos que Jungkook não tinha absolutamente nada de mal, então recusamos. Então, ele ameaçou nos matar, e nós não nos importamos. Ele nos faria um grande favor. Mas aí, ele começou a mandar fotos da minha casa e dos meus pais. — A essa hora, Baekhyun parecia muito abalado pela lembrança. — Ele os ameaçou. Sabe, talvez eu não devesse me importar com eles. Não deram ouvidos aos meus sonhos, apenas aos sonhos deles. Mas mesmo assim… São meus pais. Eu os amo. Não poderia colocar a vida deles em jogo. Também temi pelas famílias dos meninos, e por eles mesmos. Eu não quero, não quero que ninguém importante se machuque por minha causa. Então a gente não teve escolha.

— Você sabe quem surrou o Jungkook?

— Os meninos. Os meninos o seguiram aquele dia todo, e depois me contaram. Primeiro, o espionaram na casa onde ele morava. Aparentemente, só ele e outro garoto hyung. Os meninos contaram que eles estavam brigando.

— O que explica as feridas mais antigas.

— De repente, o hyung saiu da casa, parecia bastante alterado. Mais tarde, o Jungkook também saiu. Ele andou pela cidade, fez uma ligação, na qual disse que iria para a casa de alguém. Ele realmente foi, era um apartamento num bairro afastado. O Jungkook ficou vendo pela janela dentro da casa, tinha um homem bem mais velho batendo numa garota.

— Era eu — disse Yonseo, abalada. — Aigo, era eu! Jungkook me viu antes de morrer!

— Como assim? Yonseo…

— Não quero falar sobre isso.

— Tudo bem — disse Baekhyun, sem insistir. — Ele mandou umas mensagens, parecia muito triste e tals… Aí, ele saiu de lá e milagrosamente foi certinho em direção ao ninho. Estava andando pela rua principal, quando os meninos decidiram agir. Aproveitaram que ele estava de cabeça baixa para fingir que Jungkook esbarrou neles. Fingir um motivo. Aí, o arrastaram pra dentro do ninho e… enfim, fizeram aquilo. O deixaram ainda mais desnorteado do que estava antes, e eu só precisei… Finalizar.

Yonseo fechou os olhos, apavorada. Hoseok não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

— No começo — continuou Baekhyun. — Nós pensamos em fazer uma coisa rápida, como um tiro na cabeça, pra que ele não sofresse. Mas o cara… O cara queria que ele sofresse. Não iria considerar o serviço se fosse tão simples. E também, forjar um acidente despistaria as investigações. Quando você começou a investigar, tivemos que dar um jeito de incriminar o 7.

— Por que o 7?

— Porque eles são nossos inimigos. E porque a gente sabe que a Minji conhece a assinatura.

— Foi você que fez o desenho?

— Não, não sou bom nisso. Foi um dos meninos. Minha missão era te levar até lá, pra que a confissão chegasse na Minji. — Baekhyun deixou a cabeça cair na mesa, fazendo um estrondo que chamou a atenção. Ele começou a chorar. — Se eu soubesse que era amigo do Taehyung eu teria dado um jeito de me livrar.

— Que jeito, Baekhyun? Como ia fazer isso?

— Eu não sei, não sei, Yonseo, mas eu ia dar um jeito. — Ele virou a cabeça para a direita, ainda apoiada na mesa, de modo que podia vê-la parcialmente. — Você sabe como funcionam as gangues? Protegemos uns aos outros. Eu protejo os meus. A gangue não significa apenas os três. Lutamos por quem queremos proteger. Tudo está ligado. Nossas famílias estão ligadas à gangue, porque são as pessoas por quem somos capazes de lutar. Nossos amigos também, são como nossos irmãos. Taehyung era um dos meus. E Jungkook era um dos dele. Eu sinto isso como uma traição, e pra quem é de gangue, essa é a pior sensação. Pior do que a morte. Sinto que matei meu irmão.

“Me desculpe, me desculpe, me desculpe, meu irmão. Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado. Você está me chamando de pecador? O que mais eu tenho que dizer? Me desculpe, me desculpe, me desculpe, minha irmã. Mesmo que eu tente esconder ou ocultar, isso não pode ser apagado. Então chore. Por favor, seque meus olhos”.

O silêncio perdurou por algum tempo. Baekhyun estava de olhos fechados, chorando silenciosamente, e Yonseo repousava seus olhos serenos sobre ele.

—  Yonseo —  disse Jimin, baixinho. —  Desculpe, mas precisamos ir, o Hobi Hyung está…

A garota olhou de leve para os anjos. Jimin estava com o rosto um pouco manchado de verde, apoiando o ofegante Hoseok com o braço. A garota deu um cumprimento muito sutil com os olhos. Os anjos sorriram antes de desaparecer.

Yonseo voltou sua atenção para Baekhyun. Depois de alguns segundos, passou os dedos pelos fios de cabelo dele. O choro dele pareceu parar, quase como se dormisse. Seus dedos finos de moça passaram por baixo dos olhos de Baekhyun e por todo o caminho que aquelas lágrimas haviam percorrido. Inconvenientemente, a moça da recepçãp apareceu e disse.

— Desculpem, gente, mas vão ter que sair.

Yonseo ficou indignada com aquilo. Era uma insensibilidade se meter em um momento claramente delicado por preconceito. Ela forçou um sorriso.

— Tudo bem, moça. É que meu irmão está pedindo desculpas por um erro que cometeu. Mas é normal cometer erros por quem a gente ama. Eu estava prestes a dizer que perdoo ele, mas infelizmente você apareceu. — Ela se levantou. Baekhyun tinha aberto seus olhos e estava levantando o rosto com cuidado para não ficar tonto. — Eu sei que você não está interessada e que só quer ver a gente longe daqui, mas eu precisava dizer, porque interromper um momento particular como esse é coisa de gente mal-amada, e eu amo meu irmão. — Ela o pegou pela mão e o fez levantar, ainda perplexo com a audácia dela. — Sem falar que é uma indelicadeza nos expulsar dessa maneira simplesmente porque não aparentamos ter dinheiro suficiente para pagar a refeição. Ah, seria um dinheiro mal-gasto, mas já que você está se reservando no direito de nos expulsar, nos reservamos no direito de entender que nossa conta está paga. Passar bem. — Disse, e puxou Baekhyun para longe dali.



—  O que aconteceu? —  Perguntou Namjoon, preocupado com o estado de Hoseok.

—  Hobi Hyung está fraco —  Jimin respondeu ao líder. — Essa fraqueza não é por causa da submersão, é o efeito colateral de um período longo de projeção. Ainda mais se você está projetando mais alguém. Descanse um pouco, hyung — Pediu a Hoseok. —  De preferência durma um pouco, você não dorme há dias.

—  Eu não posso, Chim Chim, eu preciso…

—  Hobi-shi, descanse. Você está trabalhando duro, é importante descansar.

Namjoom e Jimin ajudaram Hoseok a ir para o seu quarto, torcendo para não encontrarem ninguém que fizesse perguntas. Porém, Jungkook apareceu no corredor.

— Aigo, o que houve, Hobi Hyung? — Perguntou, imediatamente.

—  Jungkookieeeeee! —  Hoseok se livrou de seus acompanhantes e abraçou o maknae desajeitadamente, porém o mais forte que conseguiu.

—  Hyung! O que está acontecendo?

—  Nada. Nada não, Kookie. Eu só queria te dar um abraço.

Jimin sorriu bastante. Saber sobre a triste história da morte de Jungkook fez Hoseok sentir vontade de cuidar do maknae. Namjoon e Jimin seguraram Hoseok novamente.

—  Hyung, sei que Jimin deve ter te contado que eu estou preocupado com a anestesia, mas por favor, não se cobre tanto!

—  Estamos levando ele para descansar —  informou Namjoon.

—  Ótimo. Fique bem, Hobi Hyung.

Jungkook trocou um sorriso com os hyungs, que seguiram caminho.

Depois de colocar Hoseok para descansar adequadamente, Jimin atualizou o líder a respeito da verdade terrível e de todo o resto.

— Então você não chegou a conhecer Dr. Oh Sehun — concluiu Namjoon.

— Na verdade não, mas… —  Jimin parecia emocionado com a lembrança. Embora houvessem lágrimas em seus olhos, também havia um sorriso em seu rosto. —  Eu ouvi a voz do meu Appa.



— Pra onde a gente vai agora? — Perguntou Yonseo, enquanto caminhavam para o carro.

— Não sei você, mas eu tenho que trabalhar.

— E eu tenho que ir atrás de um trabalho.

— Espere, está sem trabalho?

— Sim. Hoje tenho uma entrevista de emprego.

— Olha… Você pode… Ficar com o emprego que era do seu irmão.

Yonseo parou de repente.

— O que você disse?

— A vaga do Taehyung. Depois que ele parou, eu assumi o turno da tarde. O menino que ficava de manhã foi para a noite, que é melhor pra ele. O dono do mercado está ficando pela manhã, mas ele tem interesse em contratar.

— Mesmo? Será que vai querer me empregar?

— Se disser que é irmã de Kim Taehyung, ele nunca vai querer te empregar. Ele parou de frequentar sem aviso prévio, talvez ele ache que você trará problemas. Se ele te der uma chance, não diga nada sobre isso. Espere. — Baekhyun ligou para o chefe e trocou algumas palavras. Por fim, desligou o telefone e disse. — Ele pediu pra você vir comigo, já que ele ainda está lá. Vai conversar com você, e talvez te dê o emprego.

— Isso seria bom — disse Yonseo, rindo.

— É, eu sei, não precisa agradecer — disse Baekhyun, rindo levemente, mas de repente sua alegria sumiu. — Não sou a melhor pessoa do mundo, Yonseo. Mas eu tento ser o melhor, conforme é possível para alguém como eu.

— Pare de fazer isso! — Pediu ela, irritada, empurrando-o com o ombro.

— O quê? — Perguntou ele, confuso.

— Pare de se culpar. Eu não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre isso, entendeu?

Baekhyun sorriu. Não conseguia levar aquela bronca a sério a ponto de não rir, mas tentaria atender àquele pedido.

— Entendi. Minha irmã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[Jéssica] Já que não tenho nada pra falar desse final amorzinho, preciso compartilhar com vocês, especialmente com vocês, o quanto eu tô pirando. PREPARA QUE LÁ VEM TEXTÃO. Cada vez mais, me convenço que eu sou algum tipo de vidente ou que tô sintonizada com a BigHit, e só vocês, que leram Bulletproof Wings até o final, vão entender minha euforia. Não sei se vocês sabem, mas aquela parte em que o V ganha as asas negras (assim como toda a fic) foi idealizada antes da postagem da fic, em 15 de novembro. O trailer da The Wings Tour, no qual o V REALMENTE ganhou asas negras, foi lançado três dias depois, em 18 de novembro! Antes dessa cena, existe outra, no qual os meninos são perseguidos por Abraxas e pelos juízes, que se parecem com as figuras que perseguem os garotos no teaser de Not Today, lançado nessa sexta. Independente da aparência descrita na fic ser ligeiramente diferente, essa galera está claramente do lado de Abraxas (já que possuem a mesma aparência que ele em Fire, conforme se supõe na teoria do BCK). A ficha não tinha caído, sobre como são cenas semelhantes, até que eu li a letra de Not Today, lançada hoje também. Além de lacrar, ela é a reviravolta que as ARMYS estão esperando depois de tanto sofrer com I NEED U e afins. Representa o verdadeiro momento de luta e volta por cima. Trechos como "ainda somos parte desse mundo" e "eu quero um novo mundo" se encaixam na história. O V cantando "hoje nós vamos sobreviver" como referência ao "você precisa sobreviver". #morri
"Eu acredito na união. Eu acredito no Bangtan".
Vamos ver o quanto da história será possível encaixar no resto do MV.

[Jennyfer] Depois disso tudo, eu vou é ficar quieta. :X



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bulletproof Daughter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.