Bulletproof Daughter escrita por Jéssica Sanz, Jennyfer Sanz


Capítulo 16
Verdade terrível


Notas iniciais do capítulo

[Jennyfer] Agora o bicho vai pegar!

[Jéssica] Migos... Se vocês sobreviveram aos teasers, preparem pra esse final...



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Hoseok desceu e pousou, virado para os perseguidores que se aproximavam rapidamente. Tirou do bolso uma pílula qualquer a rolou entre o polegar e o indicador para manipulá-la. Ingeriu-a e fez a mão imitar uma arma. Com a outra, manipulou a falsa arma, mirou em um dos garotos e atirou, causando um barulho que apenas ele, Jimin e Yonseo ouviram. O menino atingido caiu no chão repentinamente e começou a gritar. O outro parou e voltou para ajudá-lo.

— Que isso, Bambam?

— Aish! Uma dor insuportável. Não sei como. Anda, Jackson, continua!

Resistente a deixar o companheiro para trás, o tal Jackson continuou a perseguição, olhando para a frente no momento em que eles viravam à esquerda.

 

— Agora vire à direita — sugeriu Jimin. — Não tem nenhuma entrada mais à frente.

Poucos metros adiante, Yonseo puxou Baekhyun para a direita, mas ficou completamente surpresa. Não era uma ruela, era uma simples entrada de poucos metros, sem saída.

— Aqui não! — Sussurrou Baekhyun.

— Eu posso te esconder — informou Jimin.

— Não tem outra opção, vamos nos esconder — disse Yonseo, abaixando-se e puxando Baekhyun junto com ela. Eles se encolheram no cantinho da entrada, e Jimin pousou, posicionando-se entre eles e a abertura. As asas abertas os cobriam da visão exterior, mas isso deixou Yonseo nervosa, porque sabia que ninguém além dela podia vê-lo.

Jackson passou por Hoseok enquanto preparava outra pílula, mas não teve tempo de atirar antes dele virar à esquerda. O rapaz ficou surpreso ao não vê-los de imediato, mas continuou andando pela ruela. Logo, notou a entrada e parou de frente pra ela. Olhou para a entrada por alguns segundos. Baekhyun tinha sua boca coberta pela mão de Yonseo para que não gritasse. Como Jackson não viu nada ali, continuou, deixando Baekhyun perplexo. Logo em seguida, Hoseok apareceu na abertura, ainda com a mão posicionada como se fosse arma, e viu o Jimin havia feito.

— Bom trabalho — disse ele. Jimin sorriu, e Hoseok continuou. Assim que Jackson saiu da ruela, Hoseok atirou, e ele tombou, desmaiado. Em seguida, Hoseok voltou para a entrada, onde os três permaneciam exatamente no mesmo lugar, os vivos ainda perplexos com o que tinha acabado de acontecer.

— A barra tá limpa — informou Hoseok, e Jimin desfez a proteção. Yonseo foi lentamente soltando Baekhyun, para o caso de ele ainda estar apavorado o suficiente para gritar. Respirando ofegantemente, ele sussurrou pausadamente.

— O que... foi isso? Como ele não viu a gente.

— Não sei — mentiu Yonseo. — Acho que foi um milagre. Vamos sair daqui.

Yonseo tentou ir para a ruela, mas Baekhyun a impediu.

— Calma. Olha só — disse ele, apontando para uma saliência na parede, parecida com uma barra. — Acho que dá pra gente subir.

— Pra quê?

— Deve ser mais seguro se formos por cima. Você acha que consegue?

— Consigo — garantiu Yonseo.

Baekhyun subiu primeiro, como muita agilidade. Apoiou o pé na barra e deu um impulso, segurando a parte de cima. Colocou toda a sua força e ergueu-se para a laje. Em seguida, virou-se para ajudar Yonseo. Ela tentou imitá-lo e, embora com mais dificuldade que ele, conseguiu. Ele a puxou, e eles começaram a andar por cima das lojas, até darem em uma escada de acesso que ficava em uma rua de verdade. Então, desceram, e só pensaram em correr para longe dali, sendo acompanhados pelos anjos. Depois de algum tempo, diminuíram a velocidade aos poucos, sempre olhando para trás.

— Já estamos longe o suficiente — constatou Baekhyun, e antes que ela pudesse dizer alguma outra coisa, ele a abraçou forte, o que ela achou estranho. — Aigoo… Eu sinto muito, Yonseo… Não deveria ter te colocado em perigo… Podíamos ter morrido.

— Ei, fica calmo! — Disse ela, com tom tranquilo, correspondendo ao abraço. — Estamos bem e conseguimos ótimas evidências. É o que importa. — Ela o soltou. — Certo?

— Certo — disse ele, sorrindo. — Olha, eu tô tremendo — ele riu. — Fiquei com muito medo que fizessem alguma coisa com você.

— Comigo? —  Perguntou Yonseo, continuando a caminhada. — Devia estar preocupado com você!

— Ah, eu sou o de menos. Não tem ninguém que possa sentir minha falta.

— Que isso, Baekhyun! Não tem ninguém, nem família, nem nada?

— Zero, mas eu tô bem. Estou acostumado.

Yonseo pensou em como ela tinha ficado sozinha com a morte do pai e do irmão. Foi uma sorte ter encontrado a tia.

Eles viraram em uma rua mais movimentada que tinha umas lojinhas abertas. Ficaram caminhando tranquilamente pela calçada como se nada tivesse acontecido. Queriam ficar bem e esquecer o perigo que tinham passado. Atrás deles, os espíritos caminhavam com igual tranquilidade, lembrando-se de como era aquele mundo em seus bons momentos. De repente, o celular de Yonseo tocou.

— É o Sr. Park, da delegacia — informou ela, atendendo em seguida. Jimin se aproximou rapidamente e encostou a orelha no telefone. —  Alô?

— A Minji me mostrou a foto, onde você achou isso? — Perguntou ele nervoso.

—  Appa… —  Sussurrou Jimin. Era bom ouvir aquela voz.

— Eu e Baekhyun demos um rolê no ninho das gangues.

— Vocês são malucos? Por que não chamaram alguém daqui? O ninho das gangues é muito perigoso, vocês estão bem?

— Estamos, estamos bem. —Yonseo lançou um disfarçado olhar de agradecimento aos seus anjos. Jimin ficou feliz, pois graças a ele seu pai agora estava menos preocupado.

— Que bom. Agora, voltando ao assunto… A Minji tá surtando aqui, ela tem certeza de que isso é uma confissão assinada pelo 7.

— Foi o que pensamos.

— Tá, olha só. Ela já imprimiu a foto e mandou trazer o JB, ele será interrogado em alguns minutos. Mas se vocês quiserem, eu dou uma enrolada até vocês chegarem.

— Ele tá chamando a gente pra assistir o interrogatório do JB.

Baekhyun fez uma careta.

— Nada disso. Me dá esse telefone — Baekhyun pegou o dito cujo sem esperar autorização da dona. — Então, moço, a gente quase morreu agora, precisamos de uma folga, pode ser?

— Baekhyun! — Protestou Yonseo.

— Que história é essa? — Perguntou Sr. Park. — O que vocês aprontaram?

— Não faz muita diferença, porque a gente se livrou por um milagre. Mas enfim, foi ideia minha e eu preciso me desculpar com a Yonseo, então a gente vai comer alguma coisa agora. Faz o seguinte, grava o interrogatório pra gente ouvir depois, pode ser? E manda notícias no KakaoTalk.

— Tá, pode ser. Vou mandar assim que puder. Fiquem bem, crianças, e não me aprontem outra dessa!

—  Sim, senhor! Annyeonghaseyo.

—  Annyeonghaseyo.

—  Annyeong, appa… —  disse Jimin. Ao final, Hoseok estava sorrindo para ele.



Baekhyun e Yonseo continuaram andando por aquela rua, até pararem em frente a um restaurante muito chique.

— Esse lugar é legal. Eu costumava passar aqui com meu irmão, e ficávamos sonhando com um dia em que pudéssemos comer aqui.

— Então é aqui mesmo que a gente vai.

— Quê? Você tá maluco? Esse lugar é muito caro, a gente nem tá com roupa pra um lugar tão chique.

— Exatamente! Adoro fazer isso.

— Isso o quê?

— As pessoas que trabalham em lugares assim são muito preconceituosas. Se virem a gente assim vão achar que somos dois estudantes sem dinheiro, ou nem isso. Gosto de ver a cara de tacho deles e quebrar as expectativas!

— E a expectativa é quebrável?

— Mas é claro que é.

— Mesmo que você tenha dinheiro, Baekhyun, é caro demais e não tem necessidade disso.

— Claro que tem! Você quase morreu por minha causa, Yonseo, deixa eu te pagar um almoço, droga! — Disse ele, rindo, e já entrando no lugar. Yonseo ficou ainda meio receosa, mas deu de ombros e o seguiu.

Na recepção, uma moça estava no balcão com um mapa do restaurante que informava quais eram as mesas vazias.

— Mesa pra dois, por favor — disse Baekhyun, contente.

A moça o olhou de cima a baixo e depois procurou uma no seu mapa.

— Lizzy, leve o casal à mesa doze, por favor.

Lizzy olhou pra eles, depois se aproximou da menina e eles cochicharam um pouco. Por fim, ela sorriu e os levou pelo restaurante até a mesa doze. Eles sentaram na mesa indicada e os anjos se acomodaram na mesa ao lado, que estava vazia. Logo, começaram a  conversar sobre o restaurante, lembrando-se de que haviam trabalhado juntos em um. Lizzy deu a eles o cardápio e pediu que a chamassem quando se decidissem.

— Aigo, Baekhyun, é tão caro… — Murmurou Yonseo, olhando o cardápio.

— Mas também é muito bom.

Como Yonseo não fazia ideia do que escolher, Baekhyun fez esse favor a ela. Enquanto esperavam a comida, Yonseo continuou olhando o cardápio e falando sobre seu passado.

— Taehyung estava treinando na Big Hit para debutar em um grupo de k-pop. Ele dizia que quando conseguisse, ficaria rico e poderia me trazer aqui o tempo todo…

Yonseo não parecia ter terminado a história, mas Baekhyun, que realmente parecia interessado, interrompeu-a repentinamente.

— Espera. Taehyung era seu irmão?

— Era.

— Kim Taehyung da Big Hit? Ele era seu irmão?

Percebendo que Baekhyun estava estranho, ela fechou o cardápio lentamente.

— Sim. Por quê? Você o conhecia?

— Eu trabalhei com ele.

— Na Big Hit? — Perguntou Yonseo, confusa.

— Ah, quem me dera. No mercadinho.

— Que mercadinho?

— Você não sabia que ele estava trabalhando à tarde?

— Deve ter sido quando ele saiu de casa.

Yonseo notou que Baekhyun estava demasiadamente estranho. Com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos unidas na frente da boca como uma prece, ele parecia estar pensando profundamente, talvez lembrando de alguma coisa. Yonseo também reparou a movimentação de Jimin, que a deixou bastante desconfortável.

— Aigo — murmurou ele, se mexendo de forma nervosa. A comida chegou, e com ela o refrigerante. Baekhyun pegou o copo e bebeu vários e vários goles.

— O que tá acontecendo, Baekhyun? — Perguntou ela, já nervosa, enquanto ele ainda bebia o refrigerante. Ele acabou e colocou o copo em cima da mesa.

— Eu não tô bem. — Disse ele, limpando a boca em seguida. Ficou encarando Yonseo por muito tempo, com olhar tão afiado que ela quase sentiu como se ele pudesse ver através dela. Ela não ousou dizer nada, e apenas o encarou também. Hoseok observava tudo interessado, enquanto segurava a mão trêmula de Jimin, que já acumulava lágrimas verdes em seus olhos. — Yonseo, eu preciso te contar uma coisa. Mas preciso que coma primeiro. E preciso que prometa pelo seu irmão que não vai contar isso pra ninguém.



— Im Jaebum. — Disse Minji, entrando na sala de interrogação com toda a sua postura de policial. Jogou o saquinho de balas na mesa com raiva. — Eu esperava isso de muitas pessoas, mas não de você, nem mesmo do 7. Isso não é nem um pouco do seu feitio.

— Do que você tá falando? — Perguntou ele, com tédio.

— Eu quero saber por que o 7 espancou Jeon Jungkook no ninho das gangues.

— Eu definitivamente não sei do que você tá falando.

— Talvez porque não tenha sido você. Mas adora levar a culpa pelos colegas, JB. Eu não aconselharia nesse caso.

— Eu não faço ideia de quem seja Jeon Jungkook, mas você pode ter certeza de que o 7 não está envolvido nisso. Não fazemos esse tipo de coisa.

— Realmente não, mas o coitado deve ter dado algum motivo muito bom. Porque além de acabarem com ele de todas as formas possíveis... — Ela colocou na mesa uma foto do corpo de Jungkook no necrotério. — Deixaram uma confissão escandalosa e assinada no local do crime. — Cuidadosamente, ela colocou ao lado da primeira foto a impressão da confissão. — Não vamos nem discutir sobre esse símbolo, nós dois sabemos muito bem o que ele significa, não é?

— Eu não sei nada sobre isso — disse JB, nervoso.

— Talvez porque seus amigos tenham feito sem te falar.

— Não, eu tenho certeza que não fizeram. Eles sabem muito bem respeitar o seu líder. Se alguém tivesse feito isso, teriam me falado, com certeza.

— Então você os está acobertando novamente.

— Não dessa vez, Minji. Olha bem pra mim. Você acha que eu tenho cara de palhaço? Você acha que eu tenho cara de dono de circo pra liderar um bando de palhaços? Hein?

— Claro que não, palhaços não batem em garotos inocentes.

— Garota, acorda. Mesmo que o 7 estivesse envolvido nisso, o que eu tenho certeza que não está, ninguém seria tão burro a ponto de fazer uma confissão tão clara como essa e ainda assinar sabendo que você conhece a nossa marca.

— O que raios você tá querendo dizer, JB?

— Estou querendo dizer que a pessoa que bateu na sua vítima fez isso pra nos incriminar.



Yonseo comeu tão rápido que mal sentiu o delicioso sabor daquela comida. Jimin estava andando pelo restaurante todo de tão inquieto, e Hoseok tentava acalmá-lo de alguma forma. Finalmente, pediram que Lizzy tirasse aquilo dali e os deixasse a sós. Os anjos notaram e se aproximaram novamente. Jimin parecia em pânico, lutando contra dar com a língua nos dentes.

— Fala logo, eu não aguento mais — disse ela, aflita.

— Calma. Primeiro, você precisa prometer pelo Taehyung que não vai contar.

— Se isso vai ajudar na investigação, qual é a grande vantagem de ouvir se não posso contar?

— A vantagem é que você vai ter um encaminhamento. E eu não vou simplesmente soltar a bomba. Vou te contar tudo, tudo mesmo, e você vai entender os meus motivos pra esconder essa informação.

— Tá. Eu prometo pelo Tae que não vou contar — disse ela, atenta ao fato de que não era a única a ouvir. — Agora fala. O que você tem pra me contar?

Baekhyun respirou fundo e encarou a mesa. Ele não ousou olhar nos olhos dela.

— Eu matei Jungkook.

— Tá, eu sei, mas foi um acidente…

— Não, não foi, Yonseo — ele olhou pra ela, finalmente. — Eu quis dizer que eu assassinei Jeon Jungkook.


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Notas finais do capítulo

[Jennyfer] (esquilo dramático) isso sim é uma reviravolta!

[Jéssica] Estou há muito tempo querendo saber a reação de vocês. Mas respirem primeiro kkkk



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