Surprise, Dad! escrita por Gessika Granger


Capítulo 7
Rose




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Escutei a porta se abrir e fiquei um pouco apreensiva, pois provavelmente era o papai e o conhecendo como conheço terá um piti ao ver o Malfoy.

— Boa noite! — Ele disse lá da porta. — Fiquei sabendo que uma princesa chegou hoje aqui.

— Vovô! — Gritou Sophie enquanto corria para a porta.

— Estava com tanta saudade de você princesa. E como você cresceu! Quase não te reconheci. — Papai disse aparecendo na sala com a Sophie no colo, está estava abraçada a ele e sorria. — Onde está sua mãe?

— Ela está na sala. — Respondeu Sophie.

— Oi Rose, nem aparece... — Ele se interrompeu assim que viu o Malfoy. — O que esse filhote de doninha albina está fazendo na minha casa? — Rony gritou, deixando Sophie e Órion assustados.

— Papai, não acredito que ainda tem essa rixa contra os Malfoy! — Disse desapontada.

— Fique quieta Rose, você não tem nada a ver com isso. — Ele disse colocando Sophie no chão. Ela logo correu e ficou na frente do Malfoy como se fosse protege-lo. — Este homem, ou qualquer um daquela família não pode permanecer na minha casa.

Malfoy o olhou irritado, e disse se controlando:

— Como assim? Desde quando nenhum Malfoy pode vir aqui?

— Desde sempre.

— Tudo bem, Sophie vai buscar suas coisas que você vai ficar comigo. — Scorpius disse parecendo estar se controlando. Olhei para ele assustada e disse:

— Se acalmem, por favor, estão assustando as crianças! — Eu disse, mas não me deram ouvidos. Ele não poderia revelar isso assim. Ele definitivamente não conhecia meu pai.

— Pode me dizer o que minha neta tem a ver com isso? — Meu pai perguntou sem entender nada.

— A Sophie também é uma Malfoy, então se nenhum Malfoy pode ficar nesta casa isso a inclui.

— Ainda não entendi o que isso tem a ver com a Sophie. — Meu pai disse confuso, mas zangado.

— Sophie é minha filha. — Ele disse de certa forma orgulhoso.

— Como? — Meu pai disse vacilando.

— Isso mesmo que o senhor ouviu, Sophie é minha filha. — Scorpius repetiu e só percebi que meu pai estava desmaiando quando já estava praticamente no chão.

Scorpius correu para tentar segurá-lo, conseguiu pouco antes do meu pai cair no chão. John foi ajudá-lo a levar Rony para o sofá.

— Ele não precisava ficar sabendo desse jeito, Malfoy. — Disse um pouco zangada.

— Desculpe, mas ele estava me dando nos nervos.

— John, você poderia levar as crianças lá para a cozinha? Não quero que presenciem isso. — Eu disse a John que rapidamente assentiu.

— Que tal a gente fazer uma vitamina? — Perguntou John as crianças.

— Sim. — Disse Órion animado.

— Agora não, tio John. Acho que o vovô não está muito bem. — Respondeu Sophie preocupada.

— Não, está tudo bem com seu avô, ele só está descansando um pouquinho. Por que você não vem com a gente para fazer a vitamina?

— Não quero. — Disse Sophie cruzando os braços.

— Sophie, vai ajudar o John, afinal ele vai precisar de ajuda para encontrar as coisas e como você já ajudou a vovó mais cedo conseguirá ajudá-lo. — Disse carinhosamente a Sophie, e finalmente ela cedeu e foi para a cozinha com John.

Depois de um tempo papai abriu os olhos confusos e disse rindo:

— Acredita que sonhei que o Doninha Junior estava aqui e disse que a minha princesinha era filha dele.

— Papai, — eu disse tentando encontrar uma forma de dizer a ele, porém ele havia olhado em volta e visto o Scorpius.

— Por favor, Rose, me diga que isso não é verdade. — Ele pediu suplicante.

— Papai, ele disse a verdade. Scorpius é sim o pai da Sophie. — Eu disse tudo de uma vez.

— Como você pode esconder isso de mim Rose. Sempre tentei acreditar que o pai era o John, mas você não queria contar.

— Bom, se fosse por John, Sophie teria sido registrada por ele, mas eu não aceitei. Afinal Sophie merecia saber algum dia a verdade e como ela não era filha dele, não achei justo.

— Por que justo um Malfoy? Me diga o por que deste traste não assumir a menina?

— Papai, se acalme. Ele não assumiu a Sophie porque não sabia sobre ela, nunca contei a ele sobre a gravidez.

— Fiquei sabendo apenas há algumas horas sobre a existência da Sophie, mas se eu soubesse tenha a certeza que não abandonaria a Rose, muito menos nossa filha. — Scorpius Malfoy disse veemente.

Permanecemos em um silêncio tenso por longos minutos em que meu pai e o Malfoy se encaravam, fiquei com medo de começarem uma briga e estaria pronta para interferir.

— Rose, por que você nunca falou para ele? Ele tinha suas responsabilidades também.

— Papai é complicado, não quero falar sobre isso. — Disse apenas.

— Mas minha neta sendo uma Malfoy. — Papai disse desgostoso.

— Ronald! — Ralhou a mamãe. — Já que agora você sabe a verdade é melhor parar com essa rixa que tem com os Malfoy, afinal você não poderá ignorar ou ficar brigando com a Sophie, por um motivo tão idiota.

— Além do mais papai, ele é uma pessoa importante na vida da Sophie, é o pai dela, faz parte da vida da minha filha.

— É muita coisa pra absorver hoje. — Ele disse apenas.

Depois de alguns instantes de silêncio, Malfoy disse:

— Acho que é melhor eu ir pra casa. Hoje o dia foi mais do que longo e tenho certeza que não sou o único que está cansado aqui.

— Tudo bem, quando quiser ver a Sophie só me avisa antes, tá? — Disse para ele.

— Sim, e como eu disse no sábado irei buscá-la. — Ele disse com um pequeno sorriso — Órion, vamos embora! — Chamou o menino.

— Não quelo ir embola. — Resmungou Órion vindo da cozinha.

— Mas já está tarde e está na hora de dormir.

— Não estou cansado. — Ele disse finalizando com um grande bocejo.

— Sei. — Murmurou Malfoy. — Acho melhor você se despedir de todos, filho.

Órion se aproximou da minha mãe e abraçou suas pernas, mas mamãe se abaixou e deu um longo abraço no menino.

Sophie se aproximou lentamente e parou em frente ao Malfoy, esticou a mãozinha e disse:

— Tchau, Scorpius. Prazer em conhecê-lo.

Malfoy olhou desconfiado da atitude de minha pequena, mas eu sabia que isso era apenas sua maneira de se proteger, estava usando isso para não se machucar futuramente, assim como eu fazia.

— Por que isso, Sophie? — Ele perguntou um pouco magoado enquanto se abaixava para ficar mais ou menos de sua altura.

— Você pediu para que não te chamasse de papai, esqueceu? — Ela disse convicta.

Malfoy pareceu compreender imediatamente o que acontecia, pois se aproximou mais e disse:

— Me desculpe por isso princesa, mas eu estava confuso. Também gostei muito de te conhecer, filha. — Ele disse dando um abraço nela. — Ei, você quer ir fazer um piquenique no sábado comigo? — Malfoy perguntou após alguns instantes.

Sophie me olhou, como se pedisse permissão, assenti com a cabeça e ela sussurrou um sim com um enorme, mas tímido sorriso.

Assim que saiu do abraço Sophie foi para perto de mim, ficando na minha frente. Malfoy se despediu de todos, pegou Órion no colo e foi acompanhado por minha mãe até a porta.

Meu pai me olhava ainda de forma um pouco amargurada, mas mesmo assim abriu os braços para que eu o abraçasse.

— Me desculpe, papai, por nunca ter te contado, mas sabia que seria essa sua reação e fiquei com medo.

— Rose, como eu te disse quando me contou que estava gravida, não importa o quanto você errar filha, sempre vou estar aqui e vou te amar. Mas precisava ser justo um Malfoy?

Não o respondi, apenas dei um sorriso fraco e sai de seus braços.

— E você não importa que seja uma... uma Malfoy, mas eu também vou te amar pra sempre. — Ele disse pra Sophie que correu e o abraçou, sem entender muito o que estava acontecendo.

Sophie levou meu pai para a cozinha para que comesse o bolo que ela havia ajudado a fazer.

Me aproximei de John e me sentei ao seu lado.

— Está tudo bem? — Perguntei.

Ele assentiu com o semblante sério.

— A Sophie te contou tudo? — Perguntei.

— Acho que sim, desde o momento que o Hugo ficou igual um bobo até ela encontrar com aquele idiota. — Ele sussurrou.

— Agora até parece engraçado, né? Mas vou matar o Hugo quando vê-lo.

— Pode deixar que eu te ajudo. — John disse rindo, sendo acompanhado por mim.

— Eu senti tanto sua falta, durante esses anos. — Eu murmurei apoiando minha cabeça em seu ombro.

— Eu também, Rose. Mais do que você imagina. — Ele respondeu pensativo enquanto passava o braço em torno de minha cintura.

— O que foi?

— Nada.

— Anda diz logo.

— Será que você...

— Será eu o que? Desembucha.

— Será que você ainda sente algo por ele? — Ele perguntou temeroso.

Bom, desde que estudávamos sabia que John gostava de mim, não só como amiga. Ele sempre sentira muito ciúmes do Malfoy, pois sabia antes mesmo do que eu meus reais sentimentos por Scorpius Malfoy. Eu sabia também que atualmente não tínhamos nada sério, mas estávamos quase entrando em um relacionamento e tinha certeza que agora ele estava inseguro.

— Para falar a verdade? Não sei, mas acho que não. O relacionamento que tive com ele foi a muito tempo. — Eu disse após um longo suspiro.

— Mas agora que ele sabe, vocês vão acabar se aproximando por causa da Sophie.

— John, o fato do Scorpius ser o pai da Sophie não muda nada, teremos sim uma aproximação, mas será apenas por causa da nossa filha.

Ele não disse nada apenas suspirou. Então resolvi mudar de assunto.

— Ainda vamos sair amanhã?

—Se você ainda quiser. — Ele disse sério, mas com um pequeno sorriso querendo brotar em seus lábios.

— Por mim tudo bem, a Sophie pode ficar com a mamãe para sairmos.

— Se você quiser leva-la, não tem problema, você sabe como gosto dela.

— Mas eu prefiro que ela fique, além do mais minha mãe estava sentindo muito a falta dela. E é bom que passem um tempo juntas.

John apenas sorriu.

****

Repassei mentalmente, ainda sem entender, tudo o que aconteceu durante o dia de hoje. E realmente não foram poucas coisas.

Estávamos em meu antigo quarto e Sophie estava deitada comigo, mas percebi que minha pequena estava inquieta na cama, não havia dormido ainda.

— O que foi, meu amor?

— Nada mamãe. — Ela respondeu ainda inquieta

— Anda, me diga logo. Te conheço muito bem e sei que tem algo te incomodando. — Ela suspirou.

— Será que ele gostou de me conhecer? Será que o papai gostou de mim?

— Sabe o que eu acho?

— Não.

— Tenho certeza de que sim, mas se ele não gostou de você, ele é a pessoa mais idiota do mundo, pois você é a garota mais inteligente, linda, meiga e esperta que conheço. — Eu disse enquanto cutucava sua barriga fazendo com que ela risse.

— Além do mais você é inteligente de mais para ter um pai que seja idiota, não acha?

Ela deu um pequeno sorriso.

— Pode ficar tranquila por que se ele por acaso te magoar eu dou um jeito nele. Além do mais a culpa disso tudo não é sua, meu amor. Fui eu que não contei nada. Se ele estava agindo um pouco estranho é pela surpresa de ter conhecido uma menina tão linda igual a você. — Sophie sorriu. — Eu te amo, filha. — Eu disse bagunçando seus cabelos loiros.

— Eu também te amo, mamãe. — Ela disse me abraçando.

Não demorou muito para que nós duas pegássemos no sono.

Escutei a porta do meu quarto abrindo e abri os olhos para ver quem era.

— Posso entrar, Rose? — Hugo perguntou.

— Hugo, você sabe que estou querendo te matar né? — Eu disse nervosa para meu irmão — Porém, acho melhor conversarmos lá fora, não quero acordar minha filha. — Eu disse enquanto me levantava.

Assim que sai do quarto fechei a porta e me encostei nela.

— Onde você estava com a cabeça, Hugo Weasley! Você tem ideia do perigo que Sophie correu? — Perguntei brava, mas o mais baixo possível para não acordar ninguém.

— Rose, ela saiu só um pouquinho e foi atrás do pai dela. Sei que você não queria que ele soubesse, mas....

— Não se trata disso Hugo, o fato de ela ter contado ao Scorpius a verdade não foi o que mais me preocupou. Minha filha tem apenas seis anos, não conhece essa cidade que é imensa e por mais que ela seja muito esperta ela é apenas uma criança e vê apenas o lado bom das pessoas. Ela poderia ter se perdido, sido sequestrada, sabe se Deus o que poderia ter acontecido a ela nesse pequeno caminho. Você tem ideia de como fiquei preocupada? Ela é tudo pra mim e eu a deixo por um tempo com você, porque achei que meu irmão saberia tomar conta de minha filha.

— Mas Rose...

— Ainda não terminei! Pode ficar sabendo Hugo que por mais que seja meu irmãozinho a confiança que tinha em deixar minha filha contigo acabou. Se quiser sair com sua sobrinha agora será apenas depois que você reconquistar minha confiança. — Eu disse e me virei para abrir a porta do quarto.

— Me desculpa, Rose. Sei que devia ter prestado mais atenção na Sophie, mas eu acabei me distraindo. Prometo que nunca mais vai acontecer isso de novo.

— Não vai mesmo, pois até ter total certeza de que você é confiável, para cuidar dela, não vai ir nem até o parque da esquina com ela. Boa noite. — Eu disse enquanto entrava em meu quarto.

Detestava brigar com meu irmão, mas desta vez ele passou de todos os limites, pois minha filha é a pessoa mais importante da minha vida.


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