Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 4
A Invocadora se revela!


Notas iniciais do capítulo

Tem drama pela frente. Desisti de interpretar os campeões a risca. And: The treta is coming!



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Depois de um bom banho, finalmente um prato de comida quente. Sara tinha sido sortuda. Ela foi a primeira a usar a sala de banho depois de a água ser trocada, o que incrivelmente só acontecia uma vez por dia. Agora ela tinha um vestido em tons de azul claro, sapatos de couro acolchoado, uma capa de viajem, um casaco de lã, algumas roupas intimas e uma mochila de pano grosso para poder guardar todas as suas coisas. Ela estava certa sobre uma moeda de ouro ser muita coisa. A filhinha pequena do dono da loja de roupas ficou boquiaberta quando Graves pagou tudo que escolheu para Sara com uma única moeda de ouro. O mais incrível era que ainda teve troco. Pelo jeito 50 moedas de bronze davam uma de prata e 50 moedas de prata davam 1 moeda de ouro. Ter uma moeda de ouro por ali era o equivalente  a andar com um bolo bem gordo de notas de 100 no bolso na Terra .

Sara tentava ao máximo não pensar em como haviam conseguido aquele dinheiro. Só de passar pela cabeça que aquela única moeda era a economia da vida do soldado caído de quem ela revirou os bolsos fazia o estomago dela revirar. Graves havia sido gentil e falado que ele havia conseguido aquela moeda na cidade anterior, mas Sara sabia que era mentira. Doía o coração saber que ela havia tirado vidas. Na verdade quem havia feito isso era Twisted Fate, que não estava nem ai para isso. Mesmo assim, havia sido Sara a decidir lutar quando o mago havia decidido fugir. Ela havia controlado cada movimento e cada ataque. Não tinha como não se doer por isso.

— Coma logo. – Twisted Fate ordenou.

Era realmente melhor Sara comer rápido. Logo anoiteceria e a dona da estalagem era muito rígida com horários. Não importava quanto você fosse pagar, ela não aceitava ninguém depois que anoitecia. Convenientemente, o ferreiro alugava por um preço justo o estabulo dele para que os viajantes tivessem onde dormir. Sara não queria dormir no estabulo de novo. Ela sentia falta de uma cama, de um travesseiro e de cobertas. Seria difícil dormir sem uma bolinha de pelos preta e ronronante enroscada no pescoço, mas não havia o que fazer. Talvez se entupir de comida a ajudasse a dormir, se não, aquela enorme caneca de cerveja de trigo ajudaria.

Sara havia pedido carne de carneiro assada e um pedaço de pão, já que ela não reconhecia mais nada no cardápio e havia sido o que Graves havia pedido também. Ela teria ficado feliz com um pouco de água para acompanhar, mas a taverna não servia nada além de bebidas fermentadas. A garota nunca foi fã de cerveja, mas ela tinha que concordar que aquela era boa. A comida também era saborosa, sem sal, mas saborosa.

Enquanto comia, era comum ela ver Graves olhando feio para algum homem, o que a fez querer prestar atenção no que estava acontecendo ao seu redor. Foi fácil perceber que alguns homens, muitos deles viajantes, incluindo um bardo, olhavam para ela com interesse. Graves estava afastando os “gaviões” exatamente como um pai ciumento faria. Ele estava engajado em agir como pai dela, e por algum motivo isso a deixava feliz. Twisted Fate por outro lado gostava de fingir que a jovem não existia, o que era recíproco. Depois de ele ter roubado a bolinha mágica, Sara não aguentava nem olhar na cara dele. Ela estava magoada e principalmente brava. Aquilo era o item mais precioso que ele tinha e ele roubou para ganhar míseras 50 moedas de ouro.

Só de se lembrar do ocorrido mais cedo, a garota perdeu a apetite. Ela ia ter que dividir o quarto com os outros dois campeões, então dormir ia ser desconfortável. Ela não confiava em nenhum deles o suficiente para isso, ainda mais depois de ter sua esfera roubada durante o sono. Ela terminou a caneca de cerveja, e se levantou da mesa. Talvez fosse mais fácil cair no sono sem eles no quarto.

— Onde você vai? – Graves perguntou.

— Pro quarto. – Sara respondeu casualmente.

Os quartos ficavam no andar de cima e todos tinham 4 camas estreitas. Sara poderia dizer facilmente que havia dormido menos de 5 horas por causa do cansaço. O que era bem plausível dado o tempo que demorou a escolha do vestido, o ajuste de barra, o ajuste do sapato e por fim a pequena briga que ela teve com Twisted Fate quando foi tirar satisfação sobre o seu orbe. Ela roubou o chapéu dele como vingança, o que terminou em Graves dar um enorme sermão na garota. Se ela não fosse uma estrela TF teria a matado no momento que ela colocou a mão na cabeça dele. Graves fez questão de repetir isso, varias, varias, mas varias, mas muitas varias vezes. Aquilo ainda não havia acabado. Sara ia dar um jeito de vender aquele chapéu por 1 moeda e bronze, só para ver o mago provar do próprio veneno. Só que ela iria ter que esperar para tentar de novo.

Com muita dificuldade, Sara chegou no andar de cima. Foi só ela se afastar de Graves que os homens caíram em cima dela. Ela sempre se achou normal no quesito beleza, mas pelo visto ver uma donzela solteira era o suficiente para aqueles homens. Depois de se livrar de todos eles e de subir os degraus tortos e irregulares daquele lugar, ela finalmente chegou no quarto. Para falar a verdade, tudo naquele lugar era irregular e torto. Graças aos Deuses ela não tinha T.O.C., porque seria um inferno. Até as paredes eram tortas. Quem quer que construiu aquele lugar não sabia pra que servia uma régua.

Cansada e decepcionada, a jovem se jogou sobre a cama mais distante da porta. Pelo barulho, o colchão era feito de palha fofa. Não haviam lençóis, só a pele de um animal sobre o colchão, mas Sara não se importava. Havia um travesseiro de linho cheio de tufos lã e um cobertor. Era o suficiente para ela. Aquela era uma estalagem em algum lugar de Runeterra. Isso era mais do que o suficiente para qualquer um. Tudo que ela tinha que fazer era pegar no sono. Como aquele gatinho fazia falta.

Foi só a garota fechar os olhos, para que alguém batesse na porta. Ela saiu da cama e foi atender, mas antes que pudesse tocar na maçaneta, Twisted Fate entrou no quarto, fechando a porta logo atrás de si. Sara suspirou decepcionada. Ela não queria ficar sozinha com ele. A presença dele era mais suportável com Graves por perto e com toda certeza ele estava tramando alguma coisa. Ela ficou parada no lugar, olhando para a porta, esperando que ele entendesse a mensagem e saísse da frente, mas isso não aconteceu.

— Sai da frente. – Sara ordenou depois de um tempo.

TF cruzou os braços. A garota fechou os olhos e respirou fundo para se acalmar. Ela tentou desviar dele para abrir a porta, mas ele se colocou na frente dela de novo. Com um movimento rápido, Sara tentou ir para o outro lado, mas mais uma vez TF entrou na frente dela. Ela tentou repetir o movimento e ate fingir ir para um lado e depois ir para o outro, mas ele era rápido e sempre bloqueava o caminho com a sua irritante presença. Depois de desistir, Sara deu um leve chilique de raiva para não pular a tapas na cara do Mestre das Cartas. Isso só fez o maldito sorriso irônico que ele sempre mantinha na cara aumentar. A vontade de descer a mão na cara dele era enorme.

— Eu não vou fugir! – Ela esbravejou. – Eu só vou voltar para a taverna para ficar com o Graves! Sai da minha frente!!!

—  Malcolm me fez vir aqui falar com você.

— Pronto, já falou. Agora. Sai!

O mago revirou os olhos. Sara torceu o nariz e cruzou os braços. Ela olhava para ele desejando que aquele olhar explodisse a cabeça dele. Twisted Fate sempre foi o campeão com quem ela gostava de jogar, mas depois que ele roubou dela a bolinha, ela ia foca-lo sempre que visse um nos campos da justiça. Ela ia até aprender a jogar de Rengar, só para poder pular do matinho e faze-lo desaparecer sem ele nem mesmo perceber!

Incrivelmente, TF tirou a bolinha da manga com um movimento rápido e a ofereceu para ela. Sara tentou pega-la no mesmo momento, mas ele fechou a mão antes que ela pudesse tocar no objeto.

— Isso nunca aconteceu. – Ele falou.

Sara confirmou com a cabeça fervorosamente. Ela ia ter a sua bolinha de volta! Vendo que a garota concordava, ele estendeu a mão de novo e dessa vez deixou que ela pegasse o orbe. Sara deu um beijo no orbe e o levou para perto do rosto, pulando de alegria. O jeito fácil de voltar para casa havia existia! Se aquilo havia conseguido leva-la para Runeterra, ela conseguiria leva-la para casa. Ela tinha um portal para seu mundo místico favorito, só precisava aprender a usar. Alegria era pouco para descrever o que ela sentia. Mas espera...

— Então o que você vendeu para a mercadora? – Ela perguntou.

Nenhuma resposta. Twisted Fate não estava mais no quarto. Bom, não importava. O que importava era que ela tinha seu tesouro de volta. Ela era uma invocadora de novo! 

Graves apareceu chutando a porta do quarto, com um olhar preocupado. Rapidamente, ele encontrou com os olhos onde estava a mochila da garota e calculou o caminho que fariam. Como um apito de largada, uma explosão destruiu o chão próximo de onde ele e Sara estavam. Sara soltou um grito agudo de susto, mas não teve tempo de fazer mais nada. Graves jogou a mochila para ela, a pegou pelo braço e a puxou para fora. Ela achou que eles iam para a escada, mas em vez disso foram em direção contraria pelo corredor. Haviam soldados vindo. Sara teve tempo só de colocar a mochila nas costas para fosse puxada mais uma vez pelo braço. Graves havia arrombado a porta de outro quarto e já corria para dentro. Sara foi literalmente empurrada pela janela mais próxima, mas felizmente havia outra construção ao lado da taverna. Graves a pegou de novo pelo braço assim que pulou a janela a saiu a puxando pelo telhado.

Sara viu a única rua da pequena cidade cheia de soldados com o mesmo uniforme dos que eles viram no dia anterior. Felizmente Graves a segurava firme e a forçava a continuar, porque ela congelou no mesmo lugar ao ver quem comandava aqueles homens. Darius. Alguma coisa dizia a Sara que ela sabia magicamente que aqueles soldados estavam ali porque dois foragidos venceram um batalhão noxiano inteiro. Eles estavam ali para encontrar e matar os foragidos, assim como qualquer coisa que se colocasse entre eles e seu objetivo.

— O TF ainda está lá! – Ela exclamou preocupada.

— Ele está ganhando tempo. Nós o encontraremos no porto.

De todo coração, Sara quis acreditar, mas não conseguia. Darius era um colosso. Seria necessário um dano incrivelmente grande para para-lo antes que ele abatesse o mago. Nem mesmo se ela usasse o orbe seria o suficiente. O único jeito de sair vivo era Twisted Fate "ultando" para longe enquanto podia. O problema era que se ele fizesse isso, a atenção dos soldados se voltaria para os dois correndo no telhado. Não havia mais o que ser feito e, graças a todos os Deuses, Graves a puxava. Sara sempre foi horrível em esportes, ainda mais se envolvesse corrida. Mesmo quase tropeçando nos telhados irregulares das casinhas que ficavam ao redor da estrada, ela era mais rápida do que se corresse com segurança.

Sara sentiu um puxão forte na perna subitamente. O telhado envolta de onde ela havia pisado cedeu, abrindo assim um buraco. Por sorte Graves a segurou, mas caiu deitado ao lado do buraco. Sara segurava com força a mão dele para não cair, mas ainda se sentai puxada para baixo. A mercadora idosa segurava com firmeza a corda que segurava a perna de Sara, enquanto sussurrava alguns encantos que faziam as tatuagens dos braços dela brilharem. As juntas da garota começavam a doer. Quanta força aquela velha tinha?

Ao longe, Sara podia ouvir o som de passos nos telhados se confundirem com as preces da velha. Os soldados estavam vindo. Eles iam mata-los. Havia sido ela. Havia sido a mercadora a informar que eles estavam ali. Sara fechou os olhos e juntou em seu coração as lembranças de todos aqueles que ela amava. Ela tinha uma escolha a fazer. Não tinha como Graves a salvar e se ele continuasse ali também seria morto. Com carinho, Sara se despediu de sua mãe, de suas primas, de suas tias e tios, de seus amigos de jogo e até de seu gatinho Jhin. Ela tinha que fazer uma escolha. Ou ela morria lutando e levava mais alguém com ela, ou ela se entregava a morte sozinha. Ela havia escolhido salvar Graves.

Abrindo de novo os olhos e se despedindo dele com o olhar, Sara abriu a mão. Por um momento, o atirador olhou para ela confuso, mas logo depois colocou um olhar determinado no rosto. Ele não ia solta-la.

— Me solte. – Sara pediu.

Greves a ignorou e com todas as suas forças começou a tentar puxar a jovem para cima.

— Me solte! - Sara ordenou.

O pulso dela doía tanto que ela sentia que a qualquer momento ele ia rasgar. Todas as juntas dela doíam. Será que ele não via que aquilo só estava piorando? A dor começava a ficar quase insuportável.

— Me solte, seu cabeça dura! – Sara esbravejou.

— Você vai morrer se eu soltar! – Ele rebateu entre os dentes.

Ele ainda tentava a puxar. Aquilo era inútil. Os olhos de Sara se encheram de lágrimas. Lhe faltava folego para gritar de tanta que era a dor.

— Nos dois vamos morrer se você não soltar!

Nada. Graves a ignorou de novo. Sara começou a chorar. A dor a consumia. Ela chagava a desejar que o pulso dela rasgasse logo para que aquilo terminasse. Por que ele tinha que fazer tudo mais difícil? Já era ruim o suficiente ter que morrer.

— Por quê? – Sara perguntou, mas foi ignorada de novo. – Por quê?!

Graves estava vermelho, por causa da força que fazia ao puxar Sara para cima. Será que ele não perceberia que a força dele não seria o suficiente para vencer a força de um magia?

— Por que você não me solta e se salva?!!- Sara perguntou, entre o choro de dor.  – Por que você simplesmente não vai embora?

— Eu não vou deixar a minha filha morrer! – Ele esbravejou.

— Eu não sou sua filha de verdade. – Sara o relembrou ainda chorando.

O mesmo pesar de mais cedo naquele dia tomou conta dos olhos dele. Ela havia o magoada. Uma enorme ferida havia sido aberta no coração dele, e Sara sabia que havia sido por causa dela.

— Eu sei. – Graves falou, cheio de tristeza.

Sara ficou em silencio, por um momento. Então ter um pai era daquele jeito? Graves não estava fingindo o dia todo como ela achou. Ele havia feito tudo, desde escolher o vestido para ela até ajuda-la a dobrar todas as roupas dela de uma forma a caber na mochila, tudo, de coração. A dor havia sumido. Se antes as lagrimas no rosto de Sara eram de dor, agora eram de emoção. Ela tinha um pai. Um de verdade. Um que realmente a amava. Ela queria ter pelo menos mais um segundo para poder dar um abraço apertado nele. Ela não queria mais morrer, mas se ele continuasse ali, ele também morreria.

De forma estranha, os passos sobre o telhado param de fazer som. Os soldados não estavam mais atrás deles, mas havia o som de pesados passos de uma única pessoa. Isso só significava uma coisa. Darius.

— Me solte. – Ela implorou.

Ainda havia tempo. Ele ainda poderia ir embora e depois encontrar Twisted Fate no porto. Com toda certeza Darius estava ali porque o mago já havia fugido. Ela ter caído na armadilha daquela velha não era esperado. Sem falar que tudo aconteceu rápido demais para que eles pudessem ter pensado em todos os detalhes. Mesmo com sua arma, Graves não conseguiria lutar contra Darius, não naquela situação. Não havia outro jeito.

— Me solte!- Sara implorou de novo.

Graves voltou a ignora-la, mas dessa vez puxava mais forte. Ele não ia desistir.

— Me!  Solte! – Sara implorou mais uma vez.

Sara também não desistiria dele. Não importaria o que acontecesse.

— Me solte... – Ela chorou. – Pai, por favor.

Graves olhou para ela, mas dessa vez haviam lagrimas nos olhos dele também.

— Me solte. – Sara implorou.

— Sara... – Ele implorou de volta.

— Eu não quero que você morra. – Ela falou do fundo do coração.

— Não posso deixar você para trás.

— Prefere morrer comigo então? – Ela esbravejou.

Não era justo. Bem quando ela sabia que tinha um pai de verdade, a vida tiraria isso dela. Ela queria contar para ele como era boa nos estudos, contar sobre a faculdade e fazer todas as coisas de pai e filha cujo pai biológico dela nunca julgou importante o suficiente para ter tempo de fazer. Tudo que ela podia fazer era salva-lo e rezar para que isso fosse o suficiente para que ele nunca a esquecesse.

— Se isso significar ter uma filha como você, sim.

Sara não se atreveu a olhar para ele diante da resposta. Ela sempre se sentiu a pior filha do mundo, mas naquele momento era diferente. Graves realmente acreditava que ela valia tudo aquilo.

A imagem de um machado surgiu sobre a cabeça de Graves, que ainda tentava inutilmente a puxar para cima. Como se fosse fogo, Sara começou a sentir algo inflamar dentro dela. Ela não ia deixar o pai que tanto desejou ter morrer. Não importava o que ela tivesse que fazer. Malcolm Graves não ia morrer, nem ali nem em lugar nenhum.

Graves viu quando do fundo das olhos da jovem, começou a emanar um poder que ele nunca viu antes. Mesmo depois de ter visto e vivido tanto, ele nunca havia sentido algo tão poderoso. Os olhos da frágil e doce garota que há até alguns segundos se derramava em lagrimas por conta da dor, agora literalmente brilhavam cheios de poder. O por do sol deu lugar a nuvens negras que bloquearam completamente o que restava da luz já purpura.

Um pulso forte vindo da jovem, obrigou Graves a solta-la, assim como fez com que a corda que a prendia se cortasse. Um segundo pulso fez o telhado explodir. Sara caiu de pé, como se fosse uma pluma, mas todos ao redor dela foram ao chão como se fossem arremessados para baixo. Graves sentia dor, indicando que havia quebrado pelo menos uma costela, mas ele já havia ficado pior. Darius por sua vez, pareceu não sentir nada, mesmo tendo caindo debaixo de escombros.

Ele se levantou, jogando o que restava do telhado de madeira maciça para o lado. Havia uma maga bem a frente dele, mas ele já havia lutado com magos. Eles não parecem tão poderosos depois de uma machadada. Contudo, o poder que ele sentia exalar dela não era como nada que ele havia sentido antes. Raios brancos circulavam pelo corpo dela como eletricidade estática, os olhos dela brilhavam com uma luz que por pouco não cegava, enquanto que o poder que o corpo dela exalava obrigava o ar que a circulava a se mover. Era quase como se ela estivesse frente a uma ventania.

Darius, alcançou seu machado e o descravou do chão. Com um grito de batalha, ele partiu para cima da garota. Inesperadamente, a jovem desviava dos golpes dele aparecendo em outro lugar com um flash amarelo. Era como se ela soubesse o que ele ia fazer. Irritado por aquela criatura não estar entrando na batalha, Darius resolveu acabar com aquilo. Ele tinha ordens claras.

Por um momento, Sara perdeu o colosso de vista. Graves sentiu o coração sair pela boca quando viu Darius surgir atrás dela, já no ar. Ele havia saltado para golpeá-la com o machado. Aquilo ia no mínimo corta-la ao meio. O som do metal batendo contra a garota fez Graves fechar os olhos.

— Que bonitinho.  – Sara falou, com vozinha de bebe. -Ele "ultou" em mim.

Graves reabriu os olhos e sorriu. Sara estava de pé no mesmo lugar de antes, só que olhando para Darius. O machado estava parado há alguns centímetros da cabeça dela, enquanto quem o empunhava estava extremamente confuso. Darius não entendia como aquilo era possível. Nunca antes aquele golpe havia falhado.

— Quer continuar brigando, ou já deu? – Sara perguntou casualmente.

Com um urro dessa vez de ira, Darius puxou de volta o machado e preparou outro golpe. Antes que ele pudesse mover o machado para acerta-la de novo, um pulso de força fez com que ele fosse arremessado para fora da casa, arrebentando a porta no processo.

— Você é um bom guerreiro Darius. – Sara falou.

Ela andou até o meio da rua e parou há menos de 1 metro de Darius. O guerreiro ainda não havia sido abatido, mas estava de orgulho ferido. Ele tinha que admitir que aquela maga era boa, mas um noxiano não sofre de covardia.

— O que você é? – Darius perguntou, ainda irado.

Ele havia lutado com muitos magos e nenhum deles havia sobrevivido. Não era possível que ela fosse só mais uma. Nem mesmo os lendários conseguiriam ter feito aquilo. O poder envolta dela também não era parecido com nada que Darius já tivesse visto, ou ouvido falar.

— Eu sou uma invocadora! – Sara afirmou confiante. – Ouviu? – Ela completou, se virando para velha que observava tudo escondida no que restava da casa.

A velha mercadora se escondeu no mesmo momento que sentiu o olhar da jovem sobre si. Ela nunca havia visto um invocador, mas havia ouvido historias sobre como eles quase destruíram Runeterra brigando entre si. Por outro lado, era uma honra conhecer um e Darius sabia muito bem disso.

— Você tem o perdão de Noxus. – Darius a informou.

No segundo seguinte, todo o poder que a moça exalava pareceu desaparecer. Ela era uma humana comum de novo. Bom, uma com uma enorme dor nas juntas.

— Meu pai e o amigo dele também? – Ela perguntou.

Darius confirmou com a cabeça, descontente mas confirmou. Finalmente foi explicado de como aqueles dois haviam conseguido vencer um batalhão inteiro. Eles tinham o favor de uma invocadora. Não era uma boa ideia mexer com eles. Aquela garota conseguiria destruir boa parte do Bastião Imortal antes de ser parada, isso se aquele fosse todo o poder que ela tinha. Definitivamente você não quer despertar o ódio de uma das coisas mais poderosas de Runeterra.

Sara sorriu. Ela havia salvado o dia e dessa vez ninguém havia morrido. Tudo isso graças a sua querida bolinha magica. O sorriso da garota desapareceu no mesmo instante. Ela não se lembrava de ter guardado a bolinha e não se lembrava de estar a segurando depois que Graves saiu a puxando do quarto da estalagem.  Ela havia deixado o orbe cair. Quer dizer que ela havia feito tudo aquilo sozinha?

A mercadora se aproximou dela, de cabeça abaixada. Quando ela chegou perto o suficiente, Sara percebeu nas mãos dela sua bolinha magica. Ela pegou o item das mãos da mulher e o analisou. Se aquele era o verdadeiro orbe, o que era aquilo que TF deu para ela? Parando para pensar, Sara se lembrava que havia uma rachadura na bolinha que TF a entregou. O maldito havia feito hora com a cara dela de novo.

Sara se concentrou no orbe, fazendo ele multiplicar de tamanho. Ela olhou no fundo do cristal límpido e procurou pelo mago. Twisted Fate estava por perto e não ia se mover tão cedo, mas havia algo mais importante para se fazer. Sara voltou mancando para dentro da casa destruída. Ela iria precisar de curativos, mas alguém estava bem pior. Lá dentro ela viu Graves sentado no mesmo lugar que caiu, com a mão sobre as costelas do lado direito. Ele sorriu ao ver a garota, que logo sorriu de volta. Ela se ajoelhou no chão ao lado dele e o abraçou, como tanto queria. Graves soltou um gemido de dor a assustando, mas não deixou que a garota o soltasse. Eles ficaram um tempo abraçados e quando se soltaram, Sara deu um demorado e carinhoso beijo no rosto dele. Com cuidado, Sara o ajudou a se levantar e o fez se escorar nela para que eles pudesse sair do que agora era uma ruina. Graves queria andar sozinho, mas Sara não deixou.

— Deixe eu cuidar de você papai. – Ela pediu.

Graves abriu mais o sorriso. Ele não achava que estava tão mal a precisar de cuidados daquele tipo, mas não ia reclamar. Por muito tempo ele desejou ter feito algo de bom e duradouro na vida. Quando ele viu a garota cair do céu, ele sentiu inveja do pai que ela poderia ter. Ela era esperta, bonita, tinha um gênio tão ruim quanto dele e com toda certeza um sorriso doce que conquistaria até o mais frio dos corações. O primeiro objetivo era sim vende-la para quem pagasse mais, mas naquele momento aquela ideia havia desaparecido. Ainda era difícil de acreditar no que havia acontecido nos últimos dois dias.

— Quem diria. – Ele falou de forma descontraída. – Ser pai de uma invocadora.

— Espere só até saber das minhas notas!- Ela falou animada. – Eu fui a única aluna da minha turma a tirar total em uma prova pratica de "prog" em C!

Sara continuou falando sobre boas notas em coisas que Graves não fazia a mínima ideia do que eram, mas ela deixou que ela falasse. Pelo visto eram coisas difíceis, então ele estava orgulhoso de ela ter sido a única aluna da turma dela a “tirar total em uma prova pratica de 'prog' em C”, seja lá o que isso for. Era estranho, mas ele tinha uma família e uma que ninguém conseguiria destruir. Sem falar que quem teria coragem de fazer algo contra ele quando a filha dele era uma invocadora? Nenhum cofre seria forte o suficiente para para-lo agora.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o maior capitulo que escrevi até agora. Forcei a barra com o Graves? Yep, mas não achem que não tem explicação. Quem saiba um dia eu explique... MUHAHAHAHA!
Espero que tenham gostado e até o próximo capitulo :)
Vestido da Sara: https://br.pinterest.com/pin/303711568607618114/



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