A casa em completo silêncio os recebeu e acolheu. Ela já conhecia aquele lugar, o frequentava desde menina, mas, naquele momento tudo parecia diferente, mais bonito, mais feliz, mais aconchegante entre os braços de seu marido.

Os degraus os levariam em direção ao quarto do marquês. Dominic subia lenta e cadenciadamente o espaço que o separava do corredor longo e iluminado pelos castiçais. Mabel segurava seu pescoço com delicadeza e agia com tranquilidade sugando seus lábios num beijo repleto de carinho.

Ela era tão leve quanto ele acreditava que ainda fosse. Mesmo assim, Dominic podia sentir o contorno arredondado das formas femininas contra seu corpo incendiando ainda mais seu desejo contido por tantos dias.

Antes que tivesse atingido a porta do aposento, ele liberou os lábios da esposa, mais afoita do que tradicionalmente era, a garota o surpreendeu beijando a base do queixo do marido deslizando a ponta dos dedos pela nuca de cabelos muito curtos. Num único e rápido movimento Dominic ingressou no quarto, mas não a liberou no chão, caminhou até a cama e só depois a liberou, sobre a colcha de seda e as almofadas.

O corpo de Dominic não era pesado, algo que Mabel sempre admirara, sua estrutura esbelta era determinada pelo porte atlético com músculos firmes, membros longos e peitoral amplo que ela podia sentir mesmo por cima da casaca. Quando ele se aconchegou ao lado dela, a nova marquesa aproveitou para olhar de frente o rosto do agora marido. Aquele momento estava sendo como tantos outros que eles dividiram nos últimos dias, trocando beijos e afagos. Havia tanta naturalidade ali que todos os medos de Mabel praticamente se perderam dentro do azul límpido dos olhos do marido.

Dominic deslizou a mão pela lateral do corpo feminino, subindo gradativamente até a cintura. Seus lábios se apoderaram do pescoço livre de lenços arrepiando todos os pelos do corpo da esposa. Mabel ergueu o rosto passando as mãos pelo abdômen esbelto dele sentindo a mão masculina a pressionar seu ventre em direção a ele.

O ar faltou, Mabel arfou com a onda de prazer que a invadiu apenas com aquele simples movimento do marido. Ela queria que ele também se sentisse assim, erguendo as mãos traçou o caminho até o lenço que mantinha intacta a elegância de Dominic, lentamente o puxou do lugar, sem permitir que os lábios dele a abandonassem.

Os beijos desceram, foram para o colo feminino, as mãos de dedos finos chegaram aos botões do vestido novamente, com a habilidade necessária para retirar cada um deles de suas casas sem precisar se afastar um milimetro que fosse da pele macia com gosto de morangos.

O tecido do vestido se soltou, liberando ainda mais espaço para os beijos quentes do marquês. Por um segundo Dominic se afastou, observou o rosto dela, queria vislumbrar cada momento de prazer, gozar das emoções que provocava em Mabel. Ela lhe sorriu tranquilamente, enquanto afastava o colete e a camisa impecavelmente branca do corpo do marido.

Dominic puxou as peças de roupa para trás, liberando o tronco liso e marcado, ela deslizou os olhos pelo corpo dele admirando a beleza do corpo masculino.

— Venha! - ele disse segurando-a pelas mãos puxando-a para perto, fazendo com que se sentasse no colchão macio.

No momento em que ela se ergueu, o vestido deslizou pelos braços, deixando apenas o espartilho a vista. Os seios fartos se eriçaram quando Dominic a observou com desejo estampado em cada traço. Os beijos voltaram a se repetir, mais intensos e exigentes, as peças de roupa foram sendo jogadas em volta sem cuidado, Mabel sequer lembrava que havia uma peça especial, escolhida a dedo, separada para aquele momento. Tudo em que conseguia pensar era em completar-se junto ao marido. Satisfazer aquele desejo que ela nem sabia que existia.

Dominic acomodou o corpo feminino sob o seu, por alguns segundos imaginou se Mabel sabia que nem tudo seria bom naquela primeira vez.

— Você... - ele começou sentindo os dedos dela a deslizarem por seu tronco – sabe que a primeira vez pode ser... - ela o observou e sorriu – incômoda.

— Sim...

— Vou tentar ser gentil. - ele disse baixinho enquanto se inclinava sobre ela.

— Você já está sendo gentil. - ela disse enfiando os dedos pelos cabelos dele, trazendo a cabeça masculina para perto, e logo se apoderando dos lábios do marido.

De onde ela tirava aquela impetuosidade? De um desejo novo e desconhecido que a fazia se sentir exatamente assim, impetuosa e exigente. Exigente de felicidade. De uma felicidade que ela só imaginou que encontraria nos braços de outra pessoa.

Dominic se moveu, deslizando os lábios para baixo, em busca de um mamilo. Ela sorriu para si mesma, feliz por tudo ter dado errado. Por Elliot nunca ter sido o homem que ela esperara. Por todas as lágrimas que derramara sozinha sentindo-se preterida e abandonada. Se não fosse por isso, jamais daria a real importância para alguém que a amava de verdade. A alguém que ela seria capaz de amar de verdade.

— Dominic... - ela disse em um momento de lucidez.

Ele ergueu os olhos e a observou, a espera do que seria dito.

— Eu amo você...

Aquelas palavras poderiam ter demorado a sair. Mas eram a mais absoluta e feliz verdade.

— Eu sei. - ele afirmou aninhando o corpo dela no seu enquanto separava as pernas dela com o joelho.

Mabel afagou o pescoço dele com as mãos sem desviar o olhar dos olhos azuis, que naquele momento estavam tão escuros e profundos quanto ela jamais vira. Uma leve pressão a despertou para o que aconteceria, ele se moveu com calma, e ela se ajustou a ele com facilidade.

— Eu também amo você...

— Eu sei... - ela repetiu a resposta sentindo seu peito vibrar de felicidade.

Dominic a beijou enquanto trazia cada vez mais o corpo feminino para junto do seu. Acomodando, ajustando e encaixando até que ela gemesse, primeiro de dor, depois de prazer.

As mãos de sua esposa eram exigentes e o seguravam perto, mantendo seus cabelos enroscados nos dedos delicados, ela jogou a cabeça para trás e ele pode visualizar apenas parcialmente o prazer que proporcinava a ela, tanto quanto ela proporcionava a ele.

Quando finalmente os corpos se fartaram, ele a manteve junto a si, as mãos dela desciam e subiam por suas costas, as pernas dela contornavam sua cintura, e ele liberava doces e suaves beijos no ombro estreito da esposa.

Ele girou o corpo e a trouxe consigo, lentamente Mabel sentiu quando ele saiu, a pele, os músculos, a cabeça ainda estava agitada e perdida diante das emoções vividas em poucos minutos. Mas, de todas elas, a melhor e maior certeza que produzia a paz que tanto precisava para viver. O amor. Aquele que um dia temeu jamais sentir pelo futuro marido, estava ali, adormecido, talvez escondido pelo medo de sofrer outra vez.

Agora, que tudo estava limpo e claro, que Dominic provara ser mais uma vez aquele que era capaz de aliviar suas dores, de ampará-la em momentos de necessidade, de amá-la como ela sempre esperou ser amada, o medo se foi, e finalmente o véu caiu, deixando livre sua percepção do quanto era capaz de amar alguém simplesmente por ela ser quem era. Uma pessoa única.

Acomodando a cabeça sobre o ombro dele, Mabel suspirou. Dominic puxou a ponta da colcha e os cobriu parcialmente, beijou o topo da cabeça dela e sorriu para si mesmo. Lá fora a Lua cheia inundava o céu de um tom prateado lindo, ele conseguia visualizar cada traço do rosto da esposa. Exatamente como acontecera durante seus sonhos, mas, os sonhos não chegavam perto da realidade que se completara dentro daquele quarto. Nem ele imaginava que um dia seria capaz de se sentir assim por alguém. Antes de adormecer, o marquês ainda pensou que nunca ficara tão feliz em estar errado.