A Bela e a Fera escrita por Lilissantana1


Capítulo 28
Capítulo 28 - O casamento de Mabel


Notas iniciais do capítulo

Ela ainda não sabe como se sente, mas acredito que irá descobrir logo.
BJO minhas lindas. Perdão pela demora sem fim.



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O grande dia chegara, Mabel em seu belo vestido branco, enfeitado com renda francesa e fitas de acordo, se sentia linda. Porém, ao mesmo tempo apreensiva, seu coração não lhe dera sossego nos últimos dias. E apesar da conversa com a mãe, aquela dúvida cruel a perseguia onde quer que fosse, especialmente se Dominic estivesse perto.

Seu noivo era o homem mais gentil do mundo quando o assunto era ela. E por diversas vezes Mabel se pegara admirando a inteligencia, a perspicácia, a educação dele. Mas, admiração, respeito e amizade serviriam para manter um casamento? Serviam, como Josephine muito bem salientara, para outras moças. Entretanto, Mabel era passional, ela precisava amar, ela precisava se sentir apaixonada para vivenciar realmente uma relação.

E assim, nesse dilema, ela enfrentou a cerimônia, com o padre a fazer o discurso sobre amor, a realizar as costumeiras perguntas, a declará-los marido e mulher sob as vistas de dezenas de pessoas ilustres, inclusive seu ex noivo secreto, a ex sogra e a ex amiga.

Para o marquês de Deepiing aquele era o dia de realizar um sonho impensado. Encontrar o amor, aquele mesmo amor que seus pais um dia desfrutaram, sempre lhe pareceu como buscar uma agulha em um palheiro. E de repente, o raio havia caído duas vezes no mesmo lugar. Na mesma família. Ele tivera, assim como o antigo marquês, a felicidade de encontrar a mulher ideal. O amor profundo e apaixonado que o faria feliz enquanto fosse vivo.

Estava disposto a oferecer tudo para Mabel. Sua vida, seu tempo, seus bens, todo o seu carinho e especialmente todo o seu profundo amor. Ela se mostrava tímida e muitas vezes retraída diante dele, tal comportamento nunca o assustou, desde que ela dissera sim, Dominic acreditava que era amado. Tão amado quanto amava.

A cerimônia foi encerrada. As parabenizações tiveram início. Logo eles estavam dançando pela primeira vez como marido e mulher. Dividindo a mesma mesa, conversando com os convidados, recebendo o carinhodas pessoas próximas como os pais as irmãs e um possível futuro cunhado. Lilly estava tão feliz que mal conseguia controlar o contentamento em ter Mabel como um membro permanente de sua família. Sophie, cada diz mais encantada com o senhor Harnett, já via a hora em que ela também estaria ali, comemorando seu casamento do mesmo modo que o irmão fazia.

Quando a tarde caía, e a hora de estarem juntos, sozinhos se aproximava, Mabel se viu pensando no assunto mais do que esperava que acontecesse. Apesar das conversas com a mãe, das tentativas de conversa com Frances, das inúmeras recomendações que as amigas lhe passaram, ela não se sentia preparada para estar a sós com o marido. O medo de nunca saber se o amava, se aliava ao medo do desconhecido e tornava aquele momento quase mais penoso do que deveria ser.

Diante do silêncio imposto pela esposa durante o trajeto até a casa deles, alertou Dominic de que precisava manter a calma e também segurar seus impulsos. Por mais que tivessem trocado beijos e até alguns afagos, ele não fazia ideia do que Mabel sabia. O que a mãe lhe dissera, o que as amigas especularam.

— Você está bem? - ele perguntou tocando de leve a mão dela sobre a luva.

— Está tudo bem... - Mabel começou acreditando que seria melhor gardar para si seus temores.

Ele estendeu o braço, daquela forma gentil que sempre utilizava com a ela e acariciou seu rosto. O toque quente e gentil a aqueceu e por breves instantes Mabel, agora não mais Nagle, mas Deeping, ela acreditou que seus temores não passavam de insegurança quanto ao futuro. Talvez, Eliott tivesse atrapalhado sua vida muito mais do que ela imaginara. Pois, por mais que desejasse esquecer tudo o que passou a espera de uma decisão dele, não conseguia. Todas as dores que ele provocou em seu coração, ela jamais infringiria a Dominic.

— Há algo errado. Você está muito silenciosa para quem acaba de se casar. - ele insistiu.

E em segundos esteve sentado junto a ela no banco da carruagem.

— O senhor já se casou antes senhor marquês? Sabe como as noivas se portam no dia do casamento?

Ele riu com o tom leve usado por ela.

— Não me casei senhora marquesa. Mas, já vi muitos casamentos acontecerem...

Se voltando totalmente de frente para ele ela também tentou acariciar o rosto masculino sem que sua mão demonstrasse todo o nervosismo que a dominava.

— Então, o senhor crê que essas experiências lhe conferem a capacidade de compreender uma noiva.

Os olhos de Dominc vagaram pela carruagem, sem realmente ver alguma coisa.

— Dentro de um quadro limitado sim.

— Que quadro limitado milorde?

— Eu sei o que acontece num casamento enquanto os noivos estão diante de seus convidados. As noivas nesses momentos costumam parecer muito felizes e realizadas.

— E eu...?

Mabel não conseguiu concluir a frase.

— E a senhora, foi uma noiva perfeita. A mais perfeita de todas. - ele concluiu beijando a ponta do nariz delicado dela. Logo depois deslizando o beijo pela linha do queixo até a base da orelha.

Um gesto simples, que desencadeou a primeira onda de arrepios no corpo de Mabel. Quando ela falou sua voz estava estranhamente arfante.

— O senhor também foi... perfeito. - ela devolveu fechando os olhos para apreciar melhor aquele toque que lentamente se aprofundou quando Dominic se aproximou mais e a circulou com os longos braços.

Suas mãos tinham vida própria? Ela se perguntou quando percebeu que acariciava o peito do marido sem qualquer tipo de receio.

— Você gosta? - ele perguntou de repente sugando a ponta da orelha dela e logo a ouviu sussurrar:

— Sim...

Aquela era a resposta que esperava ouvir. Que sua esposa gostava de ser tocada por ele. Investiu um pouco mais, soltando os primeiros botões do vestido nupcial. Ele disse a si mesmo que esperaria, que daria a ela o tempo necessário se preparar, para colocar a camisola que a mãe e a sogra separaram para aquela noite. Mas, se Mabel continuasse a acariciá-lo daquela forma, seria quase impossível resistir até que ela trocasse de roupa.

A carruagem parou, no mesmo instante Dominic agradeceu mentalmente aos céus pelo rápido trajeto ou tomaria a esposa ali mesmo, já que Mabel não demonstrava qualquer indício de que o pararia.

O cocheiro desceu, abriu a porta e esperou que o casal saísse com respeitosa expressão desinteressada no rosto. Seus olhos não se aproximaram em momento algum do rosto de Mabel, ele apenas esperou que o marquês descesse e desse as ordens. Logo depois se retirou. O mesmo aconteceu com o mordomo que apenas visualizou o ingresso do casal na casa e sumiu das vistas dos patrões.

Percebendo a ausência de plateia, Dominic ergueu a esposa com facilidade em seus braços. Não era a primeira vez que ele fazia isso, e Mabel lembrou-se imediatamente do episódio ocorrido há tantos anos. Ele se repetia de maneira diferente. A emoção era diferente. Ela e o temido Deeping também estavam diferentes. Mas, algo era igual, ele tinha a mesma habilidade de fazer seu coração quase sair pela boca quando a colocava em seus braços daquela forma. Não mais de medo. Mabel disse a si mesma quando ele tomou seus lábios num beijo exigente e apaixonado. Havia uma nova emoção ali, e ela acreditava que em poucos minutos descobriria que emoção era essa.


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Notas finais do capítulo

Depois de um tempo, estou aqui com a continuação. Irei até o final agora. Obrigada a todas que ainda acompanham. Um GRANDE BJO A TODAS.



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