A Bela e a Fera escrita por Lilissantana1


Capítulo 27
Capítulo 27 - Os medos de Mabel


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei. e não há desculpas para tanto atraso. Espero q possam me perdoar e ainda vejam o Dominic e a Mabel como um casal digno de ser acompanhado. BJO



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— O que está acontecendo? - Sophie perguntava olhando para os lados enquanto Lilly sorria e batia palmas animadamente - O que está acontecendo? - ela se aproximou da irmã perguntando perto do ouvido da caçula.

A garota afoita encarou a mais velha como se a pergunta fosse uma estupidez, mas pouco depois, com toda a tranquilidade do mundo falou:

— Vou desculpá-la porque ultimamente você só faz ver e ouvir o senhor Harnett. - diante da resposta Sophie resmungou um pedido de discrição antes que Lilly continuasse a falar: - Se não fosse por isso, - o dedinho indicou o homem parado perto da irmã mais velha - você teria notado que Dominic e Mabel estavam se entendendo.

— O que você quer dizer com se entendendo? Eles nunca foram bons amigos... - com calma a bela loira observou a dupla do outro lado da sala, o modo como eles sorriam de forma quase cúmplice – Mas... poucas foram as vezes em que os vi juntos ou...

— Ah Sophie! Pare com isso... diga se não está feliz por Dominic ter escolhido alguém de quem gostamos? Alguém que não será como uma megera dentro de nossa casa...

Era a mais pura verdade. Qualquer sentimento de surpresa poderia ser superado pela certeza de que o marquês não escolhera alguém que num futuro próximo terminaria por se transformar no pivô de um afastamento familiar.

Algumas pessoas se aproximavam do casal para cumprimentá-lo. E a profusão de parabenizações tornaram o ambiente pesado para Mabel. Não fosse o braço de Dominic a apoiá-la, ela teria pedido para sentar-se em algum canto silencioso. Longe de todos aqueles falatórios e olhares.

O momento mais constrangedor da noite foi quando Elliot a mãe, o irmão e a pretensa pretendente se aproximaram para cumprimentar o feliz casal. Dominic ergueu o rosto, empinando aquele nariz fino em direção a Chowes. Num claro sinal de que anunciar o noivado com Mabel não lhe provocava qualquer tipo de constrangimento. Pelo contrário, estava tão feliz que era capaz até de ignorar o olhar esnobe da tia e o zangado do primo.

— Meu querido! - a voz da mulher soou como um grasnado aos ouvidos de Mabel. - Permita-me parabenizá-lo pelo noivado. - seus olhos caíram sobre a garota que ela terminantemente recusara – Senhorita Nagle. Está radiante com a boa nova. Não é de se surpreender... quem não se sentiria assim ao anunciar o compromisso com um Marquês?

Ela não perderia a oportunidade de alfinetar. Como se quisesse confirmar a ideia inicial de que Mabel só pretendia realizar um casamento vantajoso e nada mais. Dominic também não deixaria por menos.

— Pelo contrário tia! Eu é quem estou radiante diante da preciosidade que a senhorita Nagle se mostrou ser. - e erguendo a mão da noiva a beijou calorosamente. - Sou realmente um homem de sorte não acha?

Mabel sentiu o orgulho de ter feito a escolha certa a preenchê-la. Não havia meios de comparar aquele homem que se escondia atrás da mãe e de seus desmandos com alguém que realmente agia, falava e tomava decisões como um homem. No sentido total da palavra.

Nervosamente, a mulher agitou o leque diante do rosto, mostrando um falso sorriso. E segundos depois o grupo se afastava tão ou mais incomodado que antes do cumprimento.

Então foi a vez das irmãs do marquês. Lilly vinha com um sorriso contagiante que era difícil de esconder. Quando se aproximou o suficiente do casal, segurou as mãos da amiga falando:

— Agora realmente seremos irmãs... estou tão feliz Mabel!

Se o protocolo permitisse, Lilly teria abraçado e rodopiado com a futura cunhada pelo salão. A garota conseguia ver sua vida, e ela seria amena e feliz tendo alguém que confiava como esposa do irmão.

Sophie se manteve afastada por alguns segundos, olhando do irmão para a amiga, da amiga para o irmão. Como aquilo acontecera debaixo do seu nariz e ela não sabia? Não notara absolutamente nada! Nem mesmo durante os momentos que passaram juntos. Estava mesmo fadada a cegueira! Constatou vendo o abraço que a caçula e a amiga trocaram rapidamente.

— Mabel... - falou baixo e recebeu um olhar tímido da amiga.

— Sinto muito não ter lhe contado nada... - Mabel falou estendendo a mão para a amiga – Foi tudo tão rápido, tão incrivelmente inusitado e desconcertante... gostaria de ter dividido tudo com você...

Sophie suspirou lentamente. Percebendo que estivera tão envolta em seus próprio problemas que sequer perceberia se um asteroide desabasse no meio do jardim. E tratou de acalmar o coração da amiga.

— Estou surpresa, é verdade... mas isso não altera o fato de que estou muito feliz por Dominic, por mim, por Lilly – ela observou a caçula e seu sorriso que parecia não sair mais dos lábios bonitos – por mamãe e por você... sei que você fará meu irmão feliz.

— Tentarei. Ele merece...

Apesar da boa vontade de Dominic com Sir Harnette, Sophie ainda tinha um pé atrás com ele. Moveu o rosto na direção do irmão.

— Rezarei por você... para que ele a faça feliz.

— Ele já me faz feliz. Seu irmão tem sido como um sonho realizado. - Mabel confessou sinceramente. - Fique tranquila.

Quem sabe sua amiga tivesse conseguido chegar ao inatingível coração de Dominic. E se assim fosse. Ela realmente previa um futuro agradável para toda a família. Que céus dissessem amém. Pensou Sophie.

— Nesse caso... meu coração se alegra em poder chamá-la de minha irmã...

O coração de Mabel se regozijou diante da demonstração de aprovação da amiga. Ela não tinha irmãos e sempre se considerara próxima das garotas Deeping, quase como irmãs. Agora, essas duas pessoas. Pessoas que amava sinceramente no mundo seriam parte de sua família.

Alguém poderia desejar mais?

Quem poderia desejar mais?

Ela observou Dominic a falar com um homem baixo e de semblante rosado. Sim, ele merecia mais do que gratidão. Ele merecia mais do que carinho. Mais do que respeito. Mais do que apenas um gostar... sir Deeping, merecia ser amado. Ela queria poder dizer isso a ele. O mais breve possível.

*******************

O retorno para casa foi tranquilo. A chegada ao lar foi um momento de extrema felicidade. De muitas perguntas. De muitas respostas. De longas conversas com a mãe. E essas conversas abriram brechas para que Mabel colocasse para fora as questões que a perturbavam. Especialmente porque ela precisou contar a sua genitora tudo o que acontecera durante o passeio na residência de campo dos Deeping.

Josephine Nagle ouviu o relato da filha em absoluto silêncio. E só depois usou de toda a sua experiência materna para aconselhar sua única filha. A questão ali não seria mais os acontecimentos, e mesmo que considerasse a atitude de esconder um noivado como errada, aquilo já era passado. Então, elas precisavam se ater ao assunto atual.

Mabel amava Dominic ou apenas lhe era grata por tudo o que fez por ela?

— Tenho medo... - a jovem falou apertando as mãos – Já não sei se a atitude correta foi ceder a insistência da marquesa. Naquele momento tudo me pareceu tão certo! Especialmente depois que sir Deeping salientou seu desejo de se casar comigo. - seus olhos preocupados encontraram os da mãe – Porém agora, depois que todas as emoções foram diminuindo, me sinto mal... como se estivesse pensando apenas em mim...

— Me diga Mabel... - a mulher segurou as mãos da filha, o movimento agitado da garota a incomodava e evitava que pensasse com clareza – O que sente por sir Deeping é apenas reconhecimento pelas atitudes dele com você? ou há algum sentimento diferente...

Imediatamente a garota lembrou dos beijos. Dos toques. De todas as emoções que o marquês lhe despertava todas as vezes em que tiveram momentos mais íntimos. Mas como falar sobre isso com sua mãe?

Não foi preciso.

— Pelo seu olhar percebo que a resposta já está aí... seja lá o que você sinta por Sir Deeping. É com certeza suficiente para um matrimônio. - ajeitando-se de frente para a garota ela continuou: - Muitas jovens se casam sem conhecerem os noivos. Após um ou dois encontros, porque foram prometidas a eles... você conhece o seu, teve a oportunidade de conviver com ele. De descobrir suas qualidades.

Mabel suspirou. Era bom ver um outro lado da moeda de forma tão clara e sensata.

— Tenho certeza de que se ainda não o ama... isso logo acontecerá.

A certeza de Josephine era tudo o que Mabel necessitava para se sentir mais tranquila. Pois de fato, a mãe estava correta em afirmar que a convivência tornara dois estranhos amigos e depois disso um casal. E ela, Mabel, descobrira que era capaz de confiar e de admirar Dominic como homem. E especialmente, de se sentir atraída por ele.

Um breve suspiro escapou de seus lábios diante da recordação de um beijo. Um entre os vários trocados. O palpitar do coração, o frio na barriga, a emoção a flor da pele. Se aquilo não era amor, ainda, certamente que muito em breve seria.

Com a serenidade reestabelecida, Mabel seguiu em frente com os planos deles. Logo na primeira semana o marquês apareceu na residência dos Nagle, juntamente com a mãe, como o prometido para tornar o pedido oficial. E após um jantar onde o assunto foi tratado e resolvido a contento os proclamas foram anunciados na paróquia local. Um noivado formal foi organizado pela marquesa mãe e reuniu os principis membros das duas famílias e alguns amigos mais chegados. Entre eles, os Chowes. Era preciso que assim fosse se eles pretendiam acabar com qualquer falatório.

Os dias, as semanas se sucederam em uma profusão de atividades, de compras, de organizações. E nesse período Mabel não teve tempo para concluir sua visão quanto ao que sentia por Dominic. A única ideia clara na cabeça da jovem dizia respeito a certeza de que ele era um homem bom. Que seu coração não lhe era indiferente. Que os beijos dele lhe preenchiam de emoções variadas. Que ela desejava estar ao lado dele. Que se sentia feliz em estar ao lado dele.

E esperava sinceramente que isso fosse suficiente para manter um casamento. Entretanto, apesar da conversa com a mãe, das tantas vezes em que ela, Mabel, dissera a si mesma que entre eles havia muito mais intimidade do que em outros casos. A cada situação em que Sir Deeping lhe falava em amor, ela se retraía por medo de nunca saber se o amava como ele merecia ser amado.


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Notas finais do capítulo

Quando ela vai finalmente se declarar a ele?
Próximo capítulo o casamento?
será q acontecerá
BJOOOOOOOOOOOO tomara q gostem.