Draco nunca imaginou que sua namorada fosse descer tão baixo para tentar sustentar a relação já desgastada deles. Pensou que ela iria gritar ou tentar bater nele, menos isso que estava presenciando, parecia que tinha se enganado em seu conceito positivo sobre Parkinson. Tinha que admitir sua culpa em partes sobre isso, pois nunca a tratou descentemente.

– Vamos, Pansy se vista! – Recolheu as roupas da morena que estavam no chão e jogou para ela – Quero conversar com você, não estou interessado em transar com você – Explicou rudemente.

– Não fale assim desse jeito, você nunca me rejeitou dessa maneira – Reclamou a sonserina se vestindo.

– As coisas mudam Pansy, eu não deveria ter lhe iludido todo esse tempo. Eu apenas lhe usei para me divertir – Respondeu o loiro gesticulando enquanto caminhava de um lado e do outro no quarto.

– Você está mentindo! – Protestou furiosa.

– Estou falando sério. Se eu gostasse realmente de você, não lhe trairia com outras garotas – Malfoy confessou cruzando os braços.

– Você pensa que eu não sabia das outras? Eu sempre fechei os olhos para suas traições – Declarou a morena limpando as lágrimas da face.

– Por isso mesmo, Pansy! Você nunca me exigiu nada, você sempre foi um joguete em minhas mãos. Agora é tarde demais para nós. Já estou apaixonado por outra pessoa, que realmente respeito, eu não quero perder a garota que tanto gosto – Revelou o loiro.

– Agora entendo tudo, você quer me trocar pela filha do professor Snape, não é? – Acusou exasperada.

– Andou me espionando? – Inquiriu Malfoy com o olhar faiscante.

–Digamos que apenas uma vez, logo depois daquele escândalo que você fez no bar por causa dela estar com o Potter! Você nunca perdeu o controle antes, isso me deixou muito desconfiada – Bufou nervosa.

– Não vou mentir, estou lhe deixando por causa dela mesmo. O namoro está acabado! – Falou friamente o monitor-chefe.

– Você vai se arrepende disso Draco Malfoy! Eu juro que vou fazer de sua vida um inferno, você nunca vai ficar com ela – Ameaçou a morena em prantos antes de sair do quarto do loiro.

Pansy sentia-se arrasada e principalmente decepcionada com seu ex-namorado, pois nunca pensou que seria largada dessa maneira tão fria. Sempre o deixou fazer o que queria, nunca reclamou de suas traições para não perdê-lo. Enfim tudo o que fizera foi em vão, já que Draco nunca se importou com seus sentimentos. E agora porque se apaixonou pela tonta da Gina, iria mudar, queria com certeza impressionar o padrinho para que ele permitisse o namoro.

Parkinson estava tão furiosa, que ao adentrar no salão comunal esbarrou em algumas garotas do quinto-ano e quase as derrubou no chão. Caminhou decidida até o corredor que levava ao dormitório do sétimo ano, o alvo de sua fúria era sua rival.

Enquanto isso no alojamento feminino da sonserina, Gina terminava de conversar com sua amiga Helen, para tentar acalmar os seus nervos, pois estava muito preocupada com Draco, temia que Pansy o ferisse.

– Obrigada, amiga! Vou tentar não pensar no pior – Suspirou a ruiva, antes de pegar um livro e se deitar para ler na cama.

– Agora se concentre na leitura e esqueça isso um pouco, amanhã o Draco lhe contará o que aconteceu na conversa entre eles – Tentou assegurar a loira.

– Tomara mesmo - Sussurrou aborrecida e voltou a ler o livro de transfiguração.

– Estou exausta vou tomar banho e depois vou dormir – Resmungou Helen rumando até o banheiro.

No pouco tempo de leitura, Virginia já começava a achar o conteúdo abordado pelo autor, muito interessante, quando de repente, a porta do dormitório é escancarada bruscamente por alguém, a fazendo perder a concentração. Irritada com isso, a herdeira dos Snape larga o livro, pronta para dar uma bronca na pessoa que atrapalhou sua leitura. Ao olhar para cima visualiza o semblante raivoso de sua adversária.

– Você acha que pode ficar com ele, não é? – Gritou a morena com a voz trêmula.

– Sobre quem você está falando? – A ruiva tentou se fazer de desentendida, pois não queria confusão.

– Não se faça de tonta! Estou me referindo ao Draco, ele acabou comigo para ficar com você! Está feliz? – Pansy gesticulou.

– Então é isso! Você quer saber mesmo? Estou muito feliz – Admitiu a filha do professor de poções se levantando da cama e encarando sua rival.

– Virginia, guarde muito bem minhas palavras, você nunca será feliz com ele, porque não vou deixar – Murmurou entre dentes a ex-namorada de Malfoy.

– Nossa! Eu estou morrendo de medo – Provocou cínica a irmã dos Weasley.

– Vamos ver até quando você vai sustentar essa sua pose arrogante – Urrou a morena empurrando a adversária inesperadamente.

– Nunca mais toque em mim sua cretina! Senão você vai se arrepender – Gina se apoiou na cama para não cair e imediatamente se ergueu e cruzou os braços, encarando ameaçadoramente sua inimiga.

– O que você vai fazer? Já sei! Você vai sair correndo chorando chamar o seu pai para lhe defender – Gargalhou desdenhosa.

– Não! Vou fazer isso – A ruiva pulou na morena e a esbofeteou repetidas vezes. A garota até tentou se defender, mas a herdeira dos Snape era mais ágil e a derrubou no chão.

Helen já tinha saído do banho, enquanto se vestia ouviu a discussão de sua amiga com Pansy, ficou alguns minutos ouvindo, até que escutou um barulho de algo caindo no chão. Logo imaginou o pior, que Parkinson devia ter estuporado Gina, isso fez com que se esquecesse de usar o feitiço para secar o cabelo e saísse do banheiro toda descabelada. Parou em choque ao ver Virginia por cima de Pansy a esbofeteando, precisava separar aquelas duas. Por conta dessa briga, sua amiga iria ter grandes problemas, se não agisse rápido. Aproximou-se de sua coruja e escreveu um bilhete com poucas palavras e mandou entregar para Draco, que era o monitor chefe. Depois se virou e caminhou até as sonserinas.

– Gina, largue a Pansy. Desse jeito você vai levar uma detenção – Avisou a loira nervosa.

– Não me importo! – Vociferou a ruiva.

– Me largue - Gritou à morena.

– Ela já apanhou o suficiente, você não pode se comportar assim - Alegou Helen.

Nesse mesmo momento, no quarto do monitor-chefe da sonserina, Draco estava deitado na cama, pensando nas coisas que sua ex-namorada tinha lhe dito, nas ameaças que tinha proferido. Algo lhe dizia que iria ainda se incomodar muito com ela. De repente sua concentração foi interrompida por um barulho insistente, se levantou e avistou uma coruja bicando sua janela, aproximou-se e abriu dando passagem para a ave entregar a ele um bilhete.

–

Malfoy

Por favor, venha imediatamente até o dormitório do sétimo ano, Gina e Pansy estão brigando feio.

Assinado: Helen.

–

–

Draco ao ler aquela mensagem, arregalou os olhos surpreso com tamanha confusão que estava acontecendo e nas possíveis conseqüências que se seguiriam disso. Imediatamente saiu apressado em direção ao salão comunal da sonserina que levava ao dormitório feminino. Demorou apenas cinco minutos para chegar ao local que tanto almejava, o grito de Parkinson dava de se ouvir do salão, que curiosamente estava vazio. Rapidamente entrou no corredor que levava ao alojamento e se deparou com vários curiosos que se aglomeravam.

– Saiam todos. Agora! Voltem para o que vocês estavam fazendo – Exigiu Draco friamente, fazendo com que parte dos alunos voltassem aos seus afazeres. Conseguindo assim entrar no quarto do sétimo ano.

Barsky ao enxergar o loiro apontou para o chão, fazendo com que ele avistasse a terrível cena, Parkinson toda descabelada e com filetes de sangue no canto da boca, além de um hematoma arroxeado na bochecha começando a escurecer. Em três passadas ele alcançou as garotas e se abaixou tirando Gina de cima de Pansy.

– O que houve aqui? – Murmurou o loiro no ouvido da ruiva.

– A sua ex me provocou! – Bufou indignada a herdeira dos Snape.

– Gina, como eu vou livrar você disso? – Questionou preocupado.

– Você não vai Draquinho! Todo mundo viu o que essa sem educação fez para mim – Respondeu Pansy se levantando do chão e sentando na cama mais próxima.

– Digo que essa briga que ocorreu não precisa ser relatada ao diretor da nossa casa, vamos resolver o problema entre nós – Esclareceu o loiro.

– Creio que isso não vai ser possível, Sr. Malfoy! – Snape disse amargo quando entrou rapidamente no local e olhou de Pansy para a filha.

– Senhor quem lhe avisou? – Malfoy inquiriu assustado.

– Alguns alunos do quinto-ano – Mencionou, o professor de poções olhando o rosto de Pansy que estava bem ferido – Senhorita Parkinson vá até a ala hospitalar e depois passe no meu escritório para conversarmos – Ordenou sério.

– Já estou indo – Sussurrou contrariada a morena, antes de sair do recinto.

– Senhorita Snape, me acompanhe até a minha sala, porque precisamos conversar seriamente.

– Professor Snape, a culpa não é da Gina é da Pansy – Helen assegurou.

– Creio que a culpa seja toda minha, professor – Draco afirmou.

– Primeiro, eu irei conversar sozinho com a minha filha e depois chamarei vocês que me darão a outra versão sobre o ocorrido – Explicou descontente, antes de seguir em rumo a seu escritório.

– Gina, ele parece bem zangado, mesmo não transparecendo. Desculpe-me por ter lhe causado todo esse transtorno – Malfoy pediu se aproximando de sua amada.

– Tudo bem, eu darei um jeito – Tentou acalmar o loiro.

– Estarei torcendo por você – Abraçou a ruiva e depositou um beijo na testa.

– Obrigado! Vou indo, antes que ele volte e me arraste pelo braço – Disse se soltando do abraço de seu amado.

– Boa sorte amiga, eu creio que você vai precisar – Desejou a loira.

– Não se preocupem! Juro que voltarei viva! – Sorriu tentando não transparecer o nervosismo que a consumia por dentro.

E assim Gina saiu do dormitório feminino e seguiu até o escritório do diretor da sonserina. De uma coisa tinha certeza, seu pai não estava muito contente com tudo aquilo que ocorreu, algo lhe dizia que essa conversa seria de arrepiar.

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Continua