More than the stars escrita por Heart Eyes


Capítulo 3
The Jeep


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!
Nesse capítulo vocês vão ter reencontro Bellarke, um flashback de quando eles eram adolescentes, e um clima um pouquinho pesado.
Espero que gostem!



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— Bellamy.

A respiração está presa em sua garganta, assim como algumas lágrimas que Clarke se recusa a deixar cair. De repente, ela se esqueceu de todas as palavras que um dia havia aprendido, e a única que martelava em sua mente, era o seu nome. Bellamy. Ela o observa. Ele usa uma calça jeans escura e um moletom com capuz verde. Seu rosto está corado por causa do frio e seus cabelos estão uma bagunça agradável, e Clarke chega a conclusão que ele deve ter passado a mão por eles, como ele fazia quando estava nervoso. Ela sente a pressão em seu peito e o pulsar em sua cabeça, então Clarke inala profundamente, tentando evitar um ataque de pânico. Um episódio. Ela pode praticamente ouvir sua mãe corrigindo-a. 

Clarke só teve 4 episódios durante a vida. O primeiro aconteceu quando ela tinha 17 anos. Ela tinha recebido um telefonema de Jaha, pai do Wells, dizendo que ele estava no hospital. Um acidente de carro. Foram as últimas palavras que ela ouviu antes de desligar-se do mundo. Absoluta e inesperadamente. E Clarke só conseguiu abrir os olhos ao sentir as mãos quentes de Bellamy em seu rosto, fazendo-a tremer violentamente com o toque. Ela não podia escutar o que ele estava dizendo, então apenas olhou pra ele até que pudesse respirar novamente. Depois disso, Clarke percebia quando estava prestes a quebrar.

Clarke sabe que ela devia dizer alguma coisa, e está ciente do fato de que Lexa está olhando pra ela com expectativa. Ela nunca contou a ela sobre Bellamy. Ela já viu sua mãe, Raven e Octavia pelas chamadas de vídeo. Elas se conheciam, até conversavam às vezes. Ela sabia que ele é irmão da Octavia e que ficaram órfãos cedo, por isso foram morar com os pais de Clarke. Lexa sabia que eles cresceram juntos, e não entendia porque Clarke nunca falava sobre ele. Mas Lexa nunca o tinha visto. Nenhuma vez. E não fazia a menor ideia da história que viveram. Eu devia ter contado pra ela.

— Clarke? - Lexa a chama de volta pra realidade, enquanto coloca uma mão em seu braço.

Clarke treme levemente com o contato. E ela é arrastada para fora de seus pensamentos.

— Essa é a Lexa. E...hã, esse, esse é o Bellamy. Ele...ele é...o irmão da Octavia - Clarke se atrapalha com as palavras, mas ela está tão nervosa que se surpreende por ter conseguido falar alguma coisa.

— Alexandria. Woods. Mas todo mundo me chama de Lexa - ela estende a mão, e Bellamy não hesita em pegá-la.

— É um prazer te conhecer, Lexa.

Todos caem em um silêncio desconfortável por alguns segundos. Até que é preenchido pela voz de Bellamy.

— Podemos ir?

Clarke apenas assente, em silêncio e começa a seguir Bellamy.

— Tudo bem? - Lexa sussurra para Clarke.

— Sim - Ela sussurra de volta.

 Eles chegam ao carro rapidamente, e antes que Clarke possa evitar, ela diz:

— Você trocou de carro.

— Isso é uma pergunta? - Bellamy diz, enquanto coloca as malas no porta-malas.

— Não, é só que essa não é a Pipa.

— Pipa? - Lexa pergunta. E por um momento, Clarke tinha esquecido que ela estava ali.

— Era o nome do meu carro - Bellamy responde.

— Pipa não era o nome do seu hamster? - Lexa fala novamente.

— Sim, é uma longa história - Clarke desvia do assunto, não querendo entrar em detalhes - Você vendeu?

— Sim. Eu troquei por um modelo mais novo há quase 3 anos. Mas esse não é meu carro - Bellamy esclarece, enquanto entra no veículo - É da Octavia.

Clarke entra na frente, e é surpreendida pela sensação que cresce dentro dela ao lembrar-se de quantas vezes ela fez isso. Não importa. Não mais.

— Ao falar nisso, não era ela que viria nos buscar? - Lexa pergunta.

— Sim. Mas sua chefe, a Indra, teve um problema na delegacia e ela teve que ajudar - Bellamy explica - Então ela pediu pra que eu viesse. Achei que ela tivesse avisado.

— Ela não avisou - Lexa responde, gentilmente - E você não precisava se incomodar.

— Não foi um incomodo. É meu dia de folga.

— Isso é ainda pior. A gente podia ter pego um táxi.

— Está tudo bem. Sério.

 Bellamy liga o carro e sai do estacionamento, enquanto os três ficam em silêncio. Até ele falar novamente.

— Você realmente achou que eu trocaria a Pipa por um 500? - Bellamy pergunta, olhando pra Clarke, ao parar no sinal vermelho. E o jeito como ele diz seu nome, tão vivo e claro, envia um arrepio à coluna de Clarke.

E então ela ri, divertida e espontaneamente, e se surpreende com a rapidez que ele consegue acalmá-la, sem ao menos se esforçar pra isso. Você é patética. Não faz nem 10 minutos que o viu e já está sorrindo pra ele como se ainda se conhecessem. O pensamento a machuca. Mas ela sabe que é verdade. As pessoas mudam. Talvez ela nem o conheça mais. Clarke decide afastar o pensamento.

— Eu dirijo um Mini Cooper agora. Não julgue.

— Sério, Clarke? Um Mini Cooper? - Bellamy brinca - Eu esperava mais de você.

Clarke lhe oferece um sorriso amplo, aberto e Bellamy apenas dirige. Os dois sabendo no que cada um está pensando.

 

::::::::::


10 anos atrás

— Eu decidi o nome que quero dar pra ele - Bellamy diz, enquanto traça padrões invisíveis logo abaixo do shorts de Clarke, em sua pele bronzeada.

— Não vai ser Tony Stark ou algo assim, vai? - Clarke tira a cabeça de seu ombro e vira para encará-lo.

— Pra falar a verdade, é uma garota.

— Uma garota? Desde quando seu carro não é um menino?

— Desde agora, Clarke - Bellamy revira os olhos e faz uma pausa - O nome dela é Pipa.

— Pipa?

— Sim.

— Como a minha Pipa?

— Sim, Clarke. Pipa em homenagem a sua Pipa.

Ela corre os dedos pelas ondas bagunçadas no topo da sua cabeça, e se inclina para beijá-lo. Ele sorri contra o beijo, puxando-a mais perto pela cintura. Clarke suga seu lábio inferior, e tira sua boca da dele para beijar seu pescoço.

Ele a levanta, depois de um tempo, ajudando-a a colocar as duas pernas em seus lados, lutando um pouco devido ao pequeno espaço do banco traseiro do Jeep. Clarke bate a cabeça no teto, e os dois explodem em risos. A brisa típica da noite de verão atinge seus corpos e por um momento, ela apenas o olha. Pupilas dilatadas, lábios inchados, cabelos bagunçados.

E então Bellamy volta a beijá-la, e ela pode sentir o efeito em todas as partes de seu corpo. Ele quebra o beijo para tirar a blusa de verão que ela está usando, e Clarke pode ver sua respiração pesar, quando ele pousa os olhos em seus seios lutando para fora do biquíni. 

Ela tem que sair de seu colo pra que eles consigam se livrar das roupas restantes com mais facilidade. Clarke pode sentir seus olhos em seu corpo e ela olha pra ele, e sabe que ele manteve a camiseta apenas para provocá-la. E quando ela volta pra ele, não está usando nada mais que seu biquíni e pode sentir o efeito que sua nudez e toques provocativos deixaram em seu corpo. E então, rola os quadris para baixo, tentando aliviar o pulsar que cresce entre suas pernas e, por consequência, puxa um pequeno gemido da garganta de Bellamy. E ela faz novamente, construindo um ritmo que é tanto um alívio como uma tortura.

— Você vai tirar isso? - Clarke corre os dedos pelas costas de Bellamy e agarra sua camiseta com sua mão livre.

— Você vai tirar isso? - Bellamy guia a mão dela que está segurando sua camiseta para a sua calcinha e Clarke ficaria envergonhada em quão molhada sua própria mão ficou, mesmo através do tecido, se não estivesse tão ligada.

— Bellamy - Ela engasga quando ele afasta a mão dela e a substitui com sua própria.

— Sim?

— Por favor.

Ele poderia ter a provocado um pouco mais. Ou feito ela implorar. Ela provavelmente teria. Mas não, ele apenas coloca sua calcinha pro lado e dá a ela o que ela quer. E Clarke sabe que ele precisa disso quase tanto quanto ela precisa.

 Ela quase pensa em parar, mas não. Eles estão prestes a transar no banco traseiro do carro que Bellamy ganhou há uns dias de Abby e Jake. Mas quem pode culpá-los? Eles são dois adolescentes hormonais que descobriram o sexo há pouco mais de 1 mês.

Clarke o beija, e geme em sua boca ao sentir a mão livre de Bellamy mover-se de sua cintura até um de seus seios ainda cobertos pelo tecido fino e cor de rosa. No entanto, ele não tira a peça. 

Sua respiração está irregular e por algum tempo, tocar cada centímetro de pele que ela consegue alcançar do homem embaixo dela, e rolar os quadris contra a mão dele é o suficiente. Até que não é mais.

— Bellamy.

— Clarke.

— Eu preciso...

— Eu sei.

E sim. Ele sabia exatamente do que ela precisava.

 

::::::::::

 

— Clarke! - O grito agudo de Octavia enche seus ouvidos e ela nem tirou seu casaco ainda quando sente os braços de sua melhor amiga voarem ao redor dela. Em um segundo, ela retribui.

— Meu Deus! Eu não acredito que está aqui - Octavia diz, ao se afastar - Lexa! É tão bom finalmente conhecer você de verdade.

— É bom te conhecer também, Octavia - Lexa responde, enquanto retribui o abraço que o Octavia lhe dá.

— Seu cabelo é até mais bonito pessoalmente - Octavia revira os olhos. 

Então abraça Clarke novamente, logo após ela tirar o casaco.

— Está exatamente igual aqui - Clarke diz, depois de se afastar da morena e olhar ao redor da sala. Um sentimento nostálgico se instalando.

— É, eu sei. Achei que Kane iria querer mudar alguma coisa quando veio morar aqui, mas não. Tudo igual - Bellamy faz uma pausa - Vou pegar suas malas no carro.

— Na verdade, não precisa. Nós não vamos ficar aqui. Lexa alugou um flat perto daqui e como vamos ficar mais do que apenas alguns dias, pensamos que seria mais confortável ficar em outro lugar - Clarke explica.

— Oh. Ok. Vocês estão prontas pra discutir com a Abby sobre isso? - Octavia pergunta.

— Qual é, gente! Ela não deve ser tão ruim assim como dizem - Lexa diz.

— Ela não é - Bellamy começa - Ela é pior.

— Vocês são pessoas horríveis. Ela minha mãe - Clarke diz, enquanto revira os olhos - E sim, Octavia, planejei um discurso maior do que da minha formatura.

Todos olham para porta quando escutam Abby entrando na garagem, e minutos depois, ela se abre.

— Clarke! - Abby se aproxima e puxa a filha para um abraço.

— Oi, mãe!

— Como você está linda. Está tão crescida - a mulher mais velha se afasta para olhar a filha.

— Obrigada. Mas eu continuo com 1,62.

Abby decide ignorar o comentário da filha, dando um curto abraço em Lexa.

— Olá, Lexa!

— Sra. Griffin.

— Por favor, não precisa disso. Me chame de Abby - ela faz uma pausa e olha ao redor - Vocês já pegaram suas malas?

— Não - ela faz uma pausa - Eu preciso falar com você sobre isso.

 

E depois de várias explicações de Clarke, Abby finalmente diz.

— Certo. Eu entendo. O que você achar melhor. Contanto que você também passe uns dias aqui = Abby pausa, segurando a mão da filha - Só estou tão feliz que está aqui.

— Eu também, mãe - Clarke acena.

— Vamos lá! Sentem - Abby gesticula para o sofá - Vocês querem alguma coisa antes do almoço? Um café, um suco? Talvez um chá.

Clarke vira para olhar pra Lexa, já sentada no sofá.

— Não, eu estou bem.

— Eu também. Nós comemos no aeroporto e depois no avião. 

— Então por que não vai mostrar a casa pra Lexa, Clarke? - Abby sugere.

— Nós estamos bem cansadas do voo e...

— Na verdade, eu gostaria que você me mostrasse - Lexa interrompe Clarke, que olha pra ela.

— Oh. Um...Tudo bem então. Vamos lá.

Enquanto apresenta os três andares da casa, o sótão e o porão, elas conversam.

— Eu aluguei um flat pra trabalhar? Sério, Clarke? - Lexa diz, em tom de brincadeira - Foi a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi.

— É um boa desculpa - Clarke responde, fingindo estar ofendida.

— Clarke, eu te amo muito, mas você é horrível em mentir - Lexa se inclina e sussurra no ouvido de Clarke, sorrindo.

— Mas você viu como foi fácil convencê-la? E não é uma mentira total, você vai trabalhar lá mesmo.

— Está bem, eu vou trabalhar lá mesmo.

Lexa e Clarke descem as escadas e veem a porta sendo aberta e Raven entrando por ela.

— Lexa! - Raven exclama, enquanto caminha em direção as duas e abraça a morena.

— Será que você não quis dizer "Clarke!"? - Clarke brinca, com as sobrancelhas levantadas.

— Não, Clarke. Eu tenho certeza que eu quis dizer "Lexa!".

— Muito obrigada, Raven. Quanta consideração - a loira retruca, divertida - Você nem a conhece. E você é minha amiga há uns 12 anos.

— Claro que eu a conheço. Eu a vi de toalha no seu quarto umas 5 vezes enquanto conversávamos no Skype.

— Isso não é verdade! - Clarke exclama e Lexa a encara, sobrancelhas levantadas - Não foram 5 vezes.

— Eu provavelmente já a vi mais de lingerie em 2 anos do que eu vi você em 12 - Raven diz, enquanto a puxa pra um abraço.

— Agora é minha vez de protestar - Lexa brinca.

— Ah, já que estamos falando em lingerie, eu sei praticamente todos os pares que você tem, porque suas calcinhas vivem jogadas pelo seu quarto.

— Raven! Ela está mais vermelha que sua fantasia de mamãe noel do Halloween - Octavia diz.

— Qual é, O! Clarke está acostumada. A gente a envergonhava o tempo todo. Só porque não é mais com o Bellamy que - Raven para, abruptamente. 

A sala inteira é cheia com um silêncio ensurdecedor quando Raven olha pra trás e vê Bellamy parado no batente da porta. Depois de alguns segundos, mas que pareceram horas para Clarke, Abby aparece atrás dele e diz:

— O almoço está pronto.


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