Segredos do Destino escrita por Bia Oliveira


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oh quem voltou pra terminar :)
Já passou da hora né meninas;)



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Anastasia arregalou os olhos, mas acreditando no que ouvira.

— O que disse?

— Disse que você é a resposta de Deus à minha prece de Natal — ele repetiu. "Talvez ele precise mesmo de um psiquiatra", Anastasia pensou.

— Você acreditou mesmo nessa história de viagem no tempo? — ela quis saber.

— Claro. É a única explicação que faz sentido.

— Para mim isso é um absurdo! — ela gritou.

— Lembre-se, eu disse que ia para a igreja quando levei o tiro, não? — Ele a fitava nos olhos.

— Sim, mas...

— Espere — ele interrompeu. — Ainda não lhe contei tudo. Pois bem, pensei que ia morrer... Eu sabia que estava morrendo, que não teria outra chance de uma vida decente, de um lugar meu, uma esposa. — Seus olhos brilharam com convicção. — Pouco antes de desmaiar, implorei a Deus, porque eu não queria morrer. — Ele continuava encarando-a com intensidade. — Quando acordei, você foi a primeira pessoa que eu vi. A princípio achei que era um anjo. Agora acredito que você foi a resposta divina à minha prece de moribundo.

Anastasia sentiu um frio no estomago quando percebeu a precariedade da situação. Ela estava num quarto com um homem que acreditava tê-la recebido em resposta a suas preces. E o simples toque dos lábios dele contra os seus a fazia tremer de desejo... isso não a ajudou nem um pouco. E se ele decidisse tomá-la... ali naquele momento? O pensamento teve um efeito enervante. O frio no estômago transformou-se em expectativa incontrolável. O desejo aflorou, exigindo os prazeres mais proibidos. A própria intensidade de sua reação involuntária trouxe-lhe de volta o bom senso. "Controle-se", doutora", aconselhou-se. "Mantenha a distância conveniente. Você não pode se dar ao luxo de envolver-se emocionalmente numa situação bizarra demais. Ele está perdido. Não se perca com ele. Saia já do quarto, doutora!" Agindo de acordo com seu excelente conselho, ela assumiu uma postura mais profissional.

— Por que tem tanta certeza de que sou a resposta a sua prece, Chris?

— Já lhe disse. É a única explicação que faz sentido. Anastasia respirou fundo, controlando-se.

— Mas, para mim, não faz sentido. Eu não entendo. Quero que explique para mim.

— Quero beijar você.

— Não seria sensato.... — ela murmurou, falando mais para si que para ele. Christian fitava-lhe a boca com grande paixão.

— Ana, preciso beijá-la. Ele baixava a cabeça devagar, e Anastasia sentiu o coração disparar.

— Chris, escute — ela murmurou numa voz baixa e rouca. — Vamos conversar sobre...

— Não fale... — Ele comentou, silenciando-a com sua boca. Anastasia resistiu à tentação do beijo ardente por alguns segundos. Então toda sua determinação desapareceu. Cedendo ao próprio desejo, entregou-se ao encanto irresistível da boca e do belo corpo daquele homem.

Enlaçou-o, então, pela cintura, tremendo com a sensação que lhe roubava toda a força. Ele a segurou pelos quadris com as grandes mãos, aconchegando-a a seu corpo, fazendo Anastasia suspirar ao sentir o desejo que despertara nele. Ela gemeu quando Christian invadiu-lhe a boca com a língua, numa posse mais completa. Anastasia sentia-se em chamas, e ele também.

O calor da pele dele atravessava o tecido macio da camisa. Anastasia não podia respirar nem pensar... e não se importava. Queria que o beijo prosseguisse para sempre. Christian começou a mover-se; ela acompanhou os movimentos. Então Anastasia notou que ele também tremia, e murmurou um protesto suave quando Christian interrompeu o beijo. Ele estava pálido, e ela lhe tocou o rosto com a palma da mão.

— Chris, está se sentindo mal?

— O ombro dói demais. — Ele respirou fundo várias vezes, balançando a cabeça em seguida. — Não sei, me sinto um pouco estranho. Abraçando-o pela cintura, Anastasia o guiou até a cama.

— Não tem nada de estranho — ela murmurou, puxando as cobertas com a mão livre. — Acho melhor você se deitar.

— Ficarei bem num minuto. Só preciso recobrar o fôlego. A confusão emocional, seguida da ansiedade, tiveram efeito sobre os nervos e a paciência de Anastasia.

— Deite-se logo, Chris! — ela mandou, empurrando-o com delicadeza. Ele balançou, mas permaneceu em pé.

— Só se você se deitar comigo...

— Chris, me ouça, por favor. Você precisa descansar.

— Preciso de você, a meu lado. Ela teria suportado até a agressividade, mas contra aquele tom desolado não tinha defesa. Com um suspiro, ela cedeu.

— Está bem, mas está na hora de seu remédio. Tire a roupa e deite-se enquanto vou buscá-lo. Christian segurou-lhe a mão.

— Você promete voltar?

— Sim, claro. — Ela puxou a mão, descobrindo o quanto ele estava fraco quando escapou sem esforço. — Você precisa de ajuda para tirar a roupa?

— Não, preciso de você.

— Volto já — ela prometeu, saindo depressa do quarto.

Momentos depois Anastasia voltava, com um copo de água, antibiótico e antitérmico. Encontrou Christian usando apenas camiseta e cueca, sentado na beira da cama com o rosto tenso pelo esforço de tentar tirar as botas. Aproximando-se, entregou-lhe o copo.

— Tome... — ela instruiu, abrindo a mão e mostrando os comprimidos. — Eu tiro suas botas. Enquanto puxava as botas sem sucesso, Anastasia percorreu a extensão das pernas pálidas e recobertas de pelos escuros. Notou os temores de fadiga nos músculos rígidos das coxas, depois fitou fascinada a tira estreita de algodão azul envolvendo-lhe os quadris. Não tinha ideia de quanto tempo ficara olhando-o. O que havia de errado com ela? 

Recriminou-se com dureza, puxando a bota com força renovada. Já vira outros homens nus sem o menor problema. Era médica, uma profissional, e a última vez que se sentira desconfortável ou corada diante de um homem nu acontecera no segundo ano de faculdade. Agora, porém com aquele homem, rebelde e exigente, sentia-se estranha. "Ridículo!", pensou, e com um puxão forte retirou a primeira bota. Logo em seguida, outro puxão, e a segunda bota juntou-se à outra. Cansada, Anastasia sentou-se no chão perto do par de botas.

— Obrigado. — Ele suspirou com um ar cansado e esboçou um sorriso. — Estava começando a pensar que teria de dormir com essas malditas botas nos pés.

— Seria um inferno para os lençóis — Anastasia retrucou, retribuindo o sorriso.

— Venha para a cama, Ana. Preciso de você a meu lado. Ainda embaraçada pela reação inesperada diante daquele corpo quase nu, ela estava prestes a recusar quando Christian abriu os olhos e a fitou com ar desolado.

— Estou com frio, Ana. Anastasia tinha prática em diagnósticos e, a julgar pelos sintomas, tinha quase certeza de que ele seria incapaz de criar algum problema se ela se deitasse. Mas, desconfiada, de jeito nenhum tiraria a roupa para se deitar, estivesse ele ou não com febre. Hesitou por um momento, e olhou com pesar para a roupa. "Ficará magoado", pensou, mas, já muito cansada, ela resolveu levantar-se do chão e se deitou na cama, do jeito que estava. Tão logo ela se acomodou ao lado de Christian, ele a segurou. Anastasia retesou o corpo no mesmo instante. Balbuciando seu nome, ele a puxou para perto, prendendo-a num abraço. Paixão e emoção acabaram com toda a resistência de Anastasia.

— Durma, Christian Gray, delegado federal do século XIX — ela murmurou, afastando-lhe o cabelo do rosto com delicadeza. — Anastasia Steele, médica liberada do século XX, cuidará de você. Sorrindo, Anastasia abraçou o corpo trêmulo de Christian e apertou os lábios contra a testa úmida. Dentro de minutos, ambos dormiam profundamente.

 


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Notas finais do capítulo

e aí, gostaram?



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