The Mermaid Tale escrita por Luhni


Capítulo 21
Velhos reencontros, novos ressentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem?
Eu sei, estou atrasada com a fic, mas tenho um bom motivo e ele se chama: Qualificação de dissertação!
Está chegando o dia da minha qualificação e estou tendo que me dedicar a minha pesquisa praticamente 100% do meu tempo. Por causa disso eu demorei aqui, mas pelo menos o capítulo está grandinho, ficou tão grande que cortei em dois, então... olha a boa notícia, em breve teremos o próximo, ainda nesse mês, mas depois do dia 20 (que é quando vou poder relaxar por alguns dias, antes de endoidar novamente com o mestrado kkk)
Bom, sei que estou devendo responder vocês, mas prometo que assim que tiver um tempinho estarei respondendo aos reviews. Mesmo assim muito obrigada a todos que estão favoritando e comentando na fic! Vocês são os melhores leitores do mundo!
E agora sem mais delongas...
Boa Leitura!



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                Nunca havia ouvido falar de um humano sem coração. Nunca soube de ninguém que havia resistido à canção de uma sereia. Estava tão assustada que nem percebeu quando foi puxada para fora do tanque de água, até que sentiu o corpo de Itachi junto do seu e em seguida ele lhe jogou no convés do navio com força. Ela caiu perto de algumas caixas, batendo o seu corpo no processo. Gemeu pela dor e foi com assombro que viu sua mão jorrar sangue por ter se ferido durante a queda.

— Olha só o que temos aqui! – Itachi voltou a se aproximar da sereia que tentou esconder o ferimento, mas isso não o impediu de segurar a mão da sereia. Ele via fascinado o sangue escorrer – Parece que sereias sangram, não é mesmo? – e mais impressionado ficou ao ver o ferimento estancar, a pele voltando a se fechar como mágica. – Interessante – comentou.

— Amaldiçoado... – murmurou baixinho e Itachi desviou o olhar da mão da sereia para o rosto dela. Sorriu de lado e retirou uma faca de dentro do seu colete.

— Talvez... – em seguida fez outro corte na palma da mão de Ino que gemeu em dor. Itachi novamente puxou de dentro do colete um pequeno recipiente e coletou um pouco do sangue da sereia. Aquilo poderia servir para algo, pensou – Talvez você tenha mais valor do que simplesmente algumas moedas de ouro, sereia. – disse para Ino que ficou assustada com o que o humano poderia estar planejando.

— Deixe-a em paz, Itachi! – uma voz bradou e em seguida Ino viu o humano chamado Itachi ser jogado para longe de si. Arregalou os olhos ao ver que Gaara estava na sua frente. Ele estava protegendo-a?

—*-

                Sakura olhava o horizonte a todo momento. Não conseguia relaxar e isso era visível pelos seus pés inquietos que insistiam em se movimentar a todo momento. Nunca imaginou que ter pés a faria se comportar daquele modo, mas ali estava: andando de um lado para o outro sem parar.

— Grumete! – ouviu a voz de Sasuke e olhou para o Imediato – Sente-se agora se não quiser passar o resto da viagem amarrada! – ordenou e ela engoliu a seco sabendo que ele seria capaz de fazer isso.

                Suspirou e foi para o lado dele. Estavam em uma embarcação menor, que Naruto e os outros haviam conseguido, ou melhor, haviam roubado. Porém, de acordo com eles, aquele era um mero detalhe e, mesmo que não concordasse, resolveu não se importar muito devido as circunstâncias. Sua perna começou a balançar para cima e para baixo, não conseguia parar de pensar em Ino e no que poderia acontecer com ela com aqueles humanos invasores dentro do Kurama. E ainda tinha Gaara que não tinha como se defender de tantos homens e...

— Pare – assustou-se ao ouvir novamente a voz de Sasuke e sentiu a mão dele na sua perna para evitar que a movimentasse – Ele está bem – disse para si e ela se forçou a suspirar, tentando absorver as palavras dele, mesmo que ainda estivesse apreensiva – Gaara sabe se cuidar, não é fácil derrubá-lo, acredite. – Sasuke continou a falar para passar um pouco de confiança à garota.

                Ele não imaginava que Gaara pudesse ser tão importante para ela, mas desde que entraram naquele navio, ela não havia se acalmado nenhum instante, sempre perguntando se demorariam para alcançar o Kurama. Uma parte dele ficou um pouco incomodada com aquilo, com tamanha preocupação, mas ele preferia pensar que o motivo dele estar sentindo-se tão... irritado, fosse o fato de que ela não conseguia parar um minuto, fazendo todos ficarem ainda mais nervosos.

“Eu sei! E nós vamos ajudá-los em breve, não é?” ela mexeu os lábios e Sasuke se viu observando com muita atenção as palavras ditas. Aquiesceu um pouco confuso com aquele comportamento estranho, por que estava encarando-a tão de perto? Afastou-se e percebeu que ainda mantinha a mão sobre a perna dela e rapidamente a retirou também.

— É melhor eu ir conversar com Shikamaru para sabermos sobre o curso que devemos seguir – disse ao se levantar e Sakura levantou-se junto, pronta para dizer que iria com ele, quando Sasuke a interrompeu – Você fica aqui, descanse um pouco, não estava machucada? – indagou com o cenho franzido ao se lembrar que a garota andava com dificuldades quando a encontrou em Frosch.

                Sakura arregalou os olhos ao notar o erro que cometera. Como já havia se passado um tempo, seu corpo já havia conseguido se recuperar, mas Sasuke, que não sabia da sua habilidade, devia estar estranhando tanta movimentação para alguém que devia estar com o corpo cheio de machucados. Imediatamente concordou com o Imediato e puxou o chapéu com força, querendo cobrir o rosto, não acreditava que havia cometido um deslize como esse. Sasuke nada disse, somente imaginou que a garota ainda devia estar sentindo muita adrenalina a ponto de nem ao menos notar que estava machucada, por isso era melhor ela ficar descansando um pouco.

                O Contramestre andou até o timão, onde estavam Naruto e Shikamaru. Eles haviam conseguido aquele navio que, apesar de ser menor que o Kurama, era mais leve e mais rápido pelo que puderam ouvir no cais e isso, e o fato de estar praticamente pronto para zarpar, fez com que eles decidissem por uma abordagem não tão sutil e rendessem todos os tripulantes. Estavam a algumas horas de desvantagem, mas ainda era possível ver o Kurama se afastando no horizonte e eles não perderiam o navio de vista. Sabiam que, caso isso acontecesse, nunca mais teriam o navio de volta e as chances de encontrar Gaara com vida se reduziriam a zero.

— Então, alguma novidade? – Sasuke indagou ao observar o Capitão que parecia irritado.

— Nada! – esbravejou Naruto – O vento está contra nós, não podemos ir mais rápido desse jeito.

— Não precisamos ser mais rápidos – Shikamaru disse ao pegar um mapa e mostrá-lo ao Uzumaki e ao Uchiha – Apenas precisamos saber para onde estão indo e interceptá-los mais a frente – e apontou para um ponto do papel, atraindo a atenção de ambos.

— Shikamaru, você é um gênio! – Naruto comemorou ao ver o que o Timoneiro planejava enquanto este resmungava pelo entusiasmo desnecessário.

— E onde você acha que podemos interceptá-los? – Sasuke indagou após a comemoração do loiro.

— Considerando a velocidade do navio e a sua trajetória, assim como a mudança do vento... – refletiu por um momento antes de apontar para um ponto no mapa – Acho que aqui seria bem provável.

— Ótimo! Então já temos a nossa rota! – disse o Uzumaki confiante e o Nara resolveu alertar:

— Capitão, mas esses dados não são precisos, existem variáveis, além disso, parece que uma tempestade está prestes a se formar – e Sasuke e Naruto trocaram um rápido olhar.

— Não se preocupe, Shikamaru – o Capitão retomou a palavra, com um sorriso – Nós confiamos em você! – disse e Sasuke concordou, fazendo o Timoneiro bufar.

— Que problemático! – resmungou antes de virar o timão na direção sugerida.

—*-

                O navio estava silencioso. Já haviam se afastado tempo o bastante e não havia sinais de nenhuma movimentação ao redor. Não estavam sendo seguidos já fazia um tempo e ele não sabia dizer se isso era algo bom ou ruim. Afinal, a calmaria sempre antecede a tempestade, como dizem.

— Capitão! – ouviu o seu Imediato chamar – Parece que falta pouco tempo até chegarmos ao ponto de encontro, mas uma tempestade parece estar a caminho também – comentou, esperando ordens.

                O Capitão refletiu por um momento e observou o deck do convés, estavam com uma carga valiosa e um prisioneiro. Um prisioneiro que lhe trouxe muitos problemas e que ainda poderia trazer mais problemas com toda a certeza, pensou ao tocar na parte do rosto que havia sido atingida pelo soco. Ainda sentia o sangue ferver por isso ter acontecido, mas resolvera as coisas. Ele não era temido nos sete mares à toa, afinal. Mesmo que Gaara fosse um exímio lutador e tivesse conseguido se libertar, ele estava ferido pela surra de antes, então não havia como ele perder, mesmo que a luta tivesse exigido muito de si.

                Mas a questão agora era outra. Não podia arriscar perder aquele navio e nem a sereia. Sabia que estava arriscando e que seu irmão viria ao seu encalço já que a garota havia fugido de si, mas... não tinha outra alternativa.

— Vamos seguir em frente – ordenou e Kisame ficou um pouco preocupado com aquela decisão, enfrentar uma tempestade nunca era algo bom. Ao ver a hesitação do Imediato, Itachi questionou – Com medo de uma tempestade, Kisame? Pois deveria ter medo do que acontecerá caso não cheguemos ao nosso destino em breve.

— Hai! – foi a resposta que teve e em seguida Itachi estava sozinho novamente.

                Ele olhou para o horizonte mais uma vez. Seu irmão viria atrás do navio, da sereia e de seu subordinado, tinha certeza disso. Então por que estava preocupado com o fato de não o ver ao redor? O que Sasuke estava planejando? Virou-se e foi em direção à cabine para descansar um pouco, tinha que estar preparado para o reencontro. Seria a primeira vez em anos que o veria novamente e ele estava ansioso por isso, quão forte seu pequeno irmão estava? Será que ainda estaria ensandecido por matá-lo? Sorriu com o pensamento, claro que estaria, e seria interessante confrontá-lo. Mal podia esperar.

                Entrou nos aposentos e viu o tanque de água em um canto. Após o desfecho da luta, com Gaara ensanguentado e desacordado no chão, algo chamou mais ainda a sua atenção, a preocupação da sereia com o humano. Ela havia o protegido, gritado e pedido para ele parar, com medo que o Sabaaku morresse. Ele nunca imaginou que um ser místico como aquele poderia ter piedade, mas resolveu acatar ao pedido, afinal ainda tinha planos para o pirata.

Depois disso ele ordenou que prendessem Gaara e tirassem Ino dali. Levaram a sereia até os seus aposentos e a amarraram com diversas cordas. Suas mãos estavam presas, sua cauda, seu pescoço, ela não conseguia nem nadar mais, somente poderia ficar sentada no mesmo lugar enquanto esperava que algum milagre acontecesse. Andou até a sereia e a observou, realmente era um lindo ser, triste por estar naquelas situação, mas a tristeza também era algo belo de se ver.

— Não vai cantar para mim, sereia? – debochou para a loira. Ele havia ordenado que não a amordaçassem, afinal seria inútil de qualquer forma e ele já sabia disso, assim como ela.

                A resposta de Ino foi o silêncio e Itachi riu.

— Não adianta ficar com raiva ou me ignorar, o seu destino já está traçado – e afastou-se, tirando o casaco e o chapéu antes de se jogar em um pequeno sofá mais ao fundo da sala.

— Assim como o seu – disse Ino, atraindo a atenção de Itachi para si.

— Meu destino foi traçado há muitos anos, sei muito bem disso – falou desinteressado enquanto usava uma faca para comer uma maçã e aquilo chamou a atenção da loira. – Mas o final ainda não chegou, ainda tenho algo a fazer – e ficou perdido em pensamentos por um tempo.

                Ino apenas observava o homema sua frente. Ele estava sério e seus olhos de tormenta demonstravam um ódio profundo, ela só não sabia dizer por quê ou por quem. Como as coisas puderam piorar tanto? Era para ela estar com sua irmã no mar e não presa em um navio humano. Suspirou, formando algumas bolhas no processo. Preferia até mesmo estar no navio humano, desde que fossem com aqueles que andavam com Sakura, pelo menos eles pareciam menos cruéis. Ainda recodarva da cena do ruivo, Gaara, protegendo-a. Ela realmente não esperava isso dele e por um momento o admirou. Mesmo estando ferido, ele lutou contra o Capitão inimigo e deu tudo de si, mas não foi o suficiente com ele estando ferido.

                Itachi havia o acertado brutalmente e quando Gaara caíra, Itachi não cessou com os golpes e cada vez mais que o sangue espirrava e se espalhava pelo chão, Ino ficava mais e mais angustiada. Ela não gostava do ruivo mas não desejava a sua morte. Pensou como Sakura ficaria triste com a despedida do Sabaaku e foi por isso, ou pelo menos quis se convencer de que não estava sentindo empatia pelo humano, que intercedeu por ele ao jogar-se na frente do corpo desacordado de Gaara, abraçando-o e pedindo por sua vida. Suspirou novamente, tentando pensar em uma forma de sair daquele lugar e lembrou-se da irmã. Pediu ao Rei dos Mares para que a protegesse, pois sabia que Sakura não desistiria até encontrá-la.

                E como se fosse uma resposta a suas preces o barulho de um canhão foi ouvido e todo o navio estremeceu. A água dentro do recipiente de vidro balançou e Ino ficou apreensiva com o que aquilo poderia significar. Olhou para Itachi que rapidamente colocava o casaco e o chapéu antes de correr porta a fora, deixando a pequena sereia sozinha. Outra bala de canhão foi ouvida e Ino encolheu-se de medo, ao mesmo tempo que um lado seu pensava que seria mais fácil escapar se aquele navio humano afundasse.

—*-

                Quando Sakura deu por si, eles já bombardeavam o Kurama e ela ficou perplexa, sem entender o motivo de Naruto atirar no próprio navio, e ao indagar se eles haviam perdido a razão, a resposta veio direta e dura.

— Isso não vai ser o suficiente para derrubar o Kurama. – Sakura ainda ficou desconfiada, mas Sasuke parecia disposto a sanar as suas dúvidas.

— Conseguimos alcançá-los, graças à ideia do Shikamaru, agora estamos chamando a atenção deles para desviar do que realmente planejamos. Lembra-se do plano? – indagou a ela que aquiesceu.

                O plano era complicado, mas ela recordava-se das palavras de Shikamaru. Eles haviam navegado por horas até um fiorde Ela nem sabia o nome daquilo, mas Neji explicou que se tratava uma grande entrada de mar entre altas montanhas rochosas. Ali, seria o provável caminho que os intrusos seguiriam de acordo com as coordenadas dadas pelo Timoneiro, pois era a partir daquele fiorde que os piratas poderiam escolher o seu caminho entre os mares. Por isso eles estavam escondidos em uma encosta, graças aos conhecimentos náuticos de Shikamaru que conhecia uma rota alternativa para chegar mais rápido àquele lugar.

E eles aguardariam o Kurama que não devia demorar a aparecer e em seguida atacariam. Os canhões mostrariam sua força e eles se lançariam para o convés do Kurama. Essa parte ela não entendeu muito bem como fariam isso, mas não pensou em perguntar quando viu que todos da tripulação pareciam tão concentrados, não queria atrapalhar. Depois disso, ela iria ajudar Gaara e procurar por Ino, como foi mandado, enquanto que os rapazes cuidariam dos outros piratas. Porém, agora ela se via apreensiva, principalmente ao ouvir mais uma bala de canhão ser disparada e em seguida arpões surgiram das escotilhas de baixo, assustando-a. Para quê era aquilo? Antes que pudesse questionar a alguém, o disparo foi dado e ela sentiu o navio em que estava dar um solavanco para a frente.

Ela somente não caiu pois Akamaru, que estava atrás de si, a amparou com seu enorme corpo. Ouviu o latido do cachorro e agradeceu a ele por estar ali. Ele ainda era o seu favorito dentre os companheiros humanos.

— Pare de brincadeiras, Grumete! – Kiba bradou ao ajudá-la a se levantar – Temos que nos preparar para invadir o Kurama – e apontou para o outro navio que agora estava preso devido aos arpões. Sakura arregalou os olhos com a nova informação.

“Como assim invadir?” e novamente olhou para o Kurama que, mesmo que estivesse preso, ainda estava relativamente longe para simplesmente pularem para o outro lado.

                E foi com um sorriso brincalhão que Kiba lhe mostrou um arpão um pouco menor, preso em uma corda. O Inuzuka começou a rodar o pequeno arpão em uma mão, enquanto segurava a corda com a outra. Ele assobiou para chamar a atenção dela e em seguida indicou o mastro do Kurama com a cabeça. Quando ele achou que os seus cálculos estavam perfeitos atirou o pequeno arpão que se prendeu a um dos mastros com perfeição. Sakura arregalou os olhos e logo viu que Shino e Neji faziam a mesma coisa utilizando outros lugares como apoio para o arpão, enquanto Chouji e Hiruzen colocavam uma tábua de madeira entre os dois navios, formando uma espécie de ponte.

                Sakura nunca havia visto como um ataque pirata acontecia, mas desconfiou que eles tinham bastante experiência nisso, visto a forma relaxada e fácil com que se moviam. Não demorou muito e Kiba já pulava do navio em que estavam, segurando a corda e chegando até o outro lado e iniciando a escalada para dentro do Kurama. Engoliu a seco com a cena que via e começou a suar frio quando viu Shino e Neji lançarem-se também. Pensou que a melhor alternativa era usar a ponte feita, mas surpreendeu-se ao ver que Chouji e Sarutobi iniciavam uma luta com dois piratas enquanto se equilibravam naquele pequeno pedaço de madeira. Sorriu nervosa sem ter como passar para o outro lado e instintivamente sentiu alguém envolver um dos braços na sua cintura, como se a abraçasse de lado.

— O navio – Sasuke disse apontando para a frente – Fica para lá.

                Sakura sorriu de forma um pouco nervosa e tentou indicar o que acontecia, que ela não sabia e nem conseguiria passar, mas Sasuke sorriu de canto, já sabia do que se tratava e suspirou.

— Irritante – comentou e Sakura pretendia começar uma discussão com ele quando foi puxada para mais perto, ficando praticamente colada a ele – Segure-se em mim! – o tom de voz dele indicava que era uma ordem, mas ela continuava sem entender o que ele pretendia e quando ele olhou para si, percebeu que começava a se irritar com a sua demora – Ande logo! Precisamos ajudar Gaara e tomar o Kurama!

                À menção do nome do humano e lembrando-se que não podia abandonar a irmã, fez como o Contramestre pedira e envolveu seus braços ao redor do pescoço dele. Sasuke, então, envolveu a cintura dela com uma das mãos e com a outra começou a fazer a mesma manobra que Kiba fez com um pequeno arpão. Sakura não pode evitar sentir-se estranha. Ela já havia abraçado o Imediato antes, mas fora um impulso, algo que surgiu na hora e como forma de conforto, agora era totalmente diferente. Ela estava muito consciente que sentia o calor do corpo dele, o ritmo da respiração dele, o cheiro dele de forma muito mais profunda do que naquele primeiro momento e aquilo de alguma forma a deixou um pouco apreensiva. Sentiu seu rosto esquentar e ela não soube dizer exatamente o significado daquilo, mas sabia que tinha a ver com o Uchiha.

— É agora. É melhor segurar com força! – Sasuke mandou, tirando-a dos seus devaneios e no instante seguinte lançara-se com Sakura agarrada a si que se assustou com o movimento repentino. A sorte dela era que, como não tinha voz, ninguém podia ouvi-la gritar!

                E como ela gritou, provavelmente teria deixado o Uchiha surdo se pudesse escutar seus gritos. E apertou ainda mais os braços ao redor do Imediato, fechando os olhos, não querendo ver onde iriam parar, mas ouviu quando o corpo de Sasuke bateu na lateral do navio, amortecendo o impacto.

— Sakura, agora você tem que subir sozinha – ele disse no ouvido dela e Sakura abriu os olhos, vendo que estavam pendurados perto da amurada do navio. Ela aquiesceu e segurou a corda, iniciando uma escalada torta e meio sem coordenação, mas Sasuke a instruiu até que ela chegasse ao convés.

                Suspirou ao pisar no deck do navio. Feliz por ter atravessado aquilo ilesa, porém logo ficou alerta ao ver os inimigos lutando com os seus companheiros. Neji duelava com um rapaz loiro e dois morenos e Kiba dava cobertura a Naruto que enfrentava um homem que parecia um tubarão, junto de outros dois que pareciam ser a mesma pessoa de tão parecidos que eram. Na ponte, Hiruzen ainda esgrimia junto de Chouji, apesar de que o velho parecia estar bêbado e temeu que ele pudesse cair daquela prancha de madeira a qualquer momento. Pensou em ir ajudá-los, quando uma voz se fez presente, interceptando-a.

— Olha só quem voltou! – Sakura virou-se para ver o pirata responsável pelo ataque ao Kurama – Estou muito feliz que resolveu se juntar a nós, senhorita! – Itachi sorriu para a menina que sacou a espada. – Vejo que trouxe amigos, mulher esperta! – elogiou, ignorando a postura ofensiva da menina. – Quer brincar comigo, garota? – e lentamente retirou a espada da bainha – Acho que prefiro outro tipo de brincadeira com você – sorriu malicioso.

                Sakura pouco entendeu o que aquele humano dizia, mas tinha certeza que não ia gostar da brincadeira dele. Então resolveu que não devia ficar ali parada, esperando para ver o que acontecia, afinal, desde que aprendera a lutar, percebeu que a melhor defesa era o ataque e foi exatamente o que ela fez. Itachi observou os movimentos da mulher, ela com certeza era uma amadora e não sabia com quem estava lidando, mas aprovou a coragem dela e resolveu ver até onde ela iria. Um pouco de diversão não faria mal, afinal!

—*-

                Sasuke sentia o ombro doer devido ter absorvido todo o impacto ao se lançar para o Kurama. Ele não havia calculado que seria mais difícil realizar aquele movimento podendo usar somente uma mão e com um peso extra. Suspirou, pelo menos Sakura já havia conseguido entrar no Kurama. Iniciou a escalada com um pouco de dificuldade por causa do ombro, mas paralisou ao ouvir a voz de alguém.

— Olha só quem voltou!

— Vejo que trouxe amigos, mulher esperta!

                Não... não podia ser! Não podia ser ele! Sentiu o sangue ferver de raiva e forçou o corpo para subir mais rápido. Se fosse realmente ele... depois de tantos anos... Se realmente fosse Itachi ali, se ele houvesse sido capaz de invadir o seu navio... Grunhiu com raiva, esquecendo-se da dor momentânea no ombro.

— Quer brincar comigo, garota?

— Acho que prefiro tipo de brincadeira com você

                Arregalou os olhos com a fala do irmão. Sakura! Ele estava falando com a Grumete! Um arrepio lhe gelou a espinha, pois ele sabia do que aquele desgraçado era capaz. Tornou a escalar até conseguir se apoiar na amurada. E novamente se surpreendeu com a cena que transcorria a sua frente. Sakura avançava contra Itachi que parecia se divertir com a ação da jovem, apenas defendendo-se dos ataques dela, era visível para qualquer um a facilidade que ele tinha em defender-se dos ataques, até que Itachi notou a sua presença e todo resquício de divertimento sumiu do seu rosto. E aquela foi a brecha perfeita para Sakura que acertou o inimigo no ombro direito. Sasuke mal podia acreditar que ela havia conseguido, lembrava-se do exímio esgrimista que o irmão era, mas era o sangue do outro Uchiha que começava a jorrar ali na sua frente.

                Ficou um pouco em choque com aquilo, um pouco irritado pela mulher ter tirado a sensação única que seria ter a chance de tirar sangue dele primeiro, ao mesmo tempo em que admirou-a pelo feito. Durante anos ele e Naruto singraram os mares, querendo poder para irem atrás dos seus algozes. Treinaram dia após dia para melhorarem, serem os melhores, esperando pelo dia da vingança deles. Sempre em busca de rastros e pistas que não os levaram a nada, havia apenas rumores a respeito da fama e da crueldade de Itachi por onde passava e como ele sempre conseguia afundar alguma esquadra da Marinha real. Mas agora, agora, ele estava ali e sangrava na sua frente. E como aquilo pareceu certo na sua mente, apesar de ser pela pessoa errada.

— Miserável! – bradou para a garota que ainda estava surpresa por ter conseguido acertá-lo. Ele havia se distraído por um segundo, mas foi o suficiente para que o golpe dela o acertasse. Só que agora ela havia o irritado de verdade. Se antes tudo não passava de uma brincadeira, agora desejava o sangue da mulher. E foi com esse pensamento que se voltou à mulher e bramiu a espada contra ela.

— Sakura! – ouviu Sasuke a chamar, ele tentava atravessar o convés, mas fora detido por outro pirata – Saia daí! – mandou, iniciando uma outra luta.

Sakura só teve tempo de voltar sua atenção para Itachi e defender-se, mas vacilou com a força utilizada no golpe e recuou instintivamente. Itachi, entretanto, não parou e antes que ela pudesse fazer algo mais, a espada havia sido tirada dela e um corte havia sido aberto no seu braço. Fechou os olhos com a dor, segurando o braço. Havia sido de raspão, mas o suficiente para tirar sangue de si. Pensou no que fazer e desviou de outro golpe que poderia ter sido fatal se ela não fosse rápida o suficiente.

                Tentou correr como o Contramestre mandara, mas o adversário puxou-a pelo ombro ao alcançá-la, jogando-a no chão. Itacahi estava estava pronto para acabar com ela, seria um desperdício, mas não deixaria que uma mulher qualquer o atingisse daquela forma. Levantou a espada e viu quando a menina colocou os braços na frente do rosto, como se aquilo fosse a proteger. Ele viu o sangue que escorria do ferimento que fez nela e preparou-se para finalizar com aquilo. Porém, outra espada impediu o golpe final.

— Sua luta é comigo, Itachi – Sasuke falou entredentes ao se colocar na frente da Grumete que respirou aliviada por ainda estar viva.

— Como quiser, irmãozinho – debochou Itachi e aquilo atraiu a atenção de Sakura. 

                Itachi e Sasuke iniciaram uma batalha. As espadas degladiando entre si de forma rápida e precisa. Era visível a raiva do Imediato a cada golpe desferido, a força utilizada, sempre querendo sobrepujar o irmão. Em contrapartida havia o intruso do Kurama, Itachi, que não parecia sentir nada enquanto enfrentava o irmão, nem raiva, nem desprezo, ele estava apenas... apático, como se já esperasse por isso. Apesar de Sakura ter jurado ver algum sentimento estranho passar pelos olhos dele por um breve momento ao encarar Sasuke.

Era incrível a forma como eles se mexiam e como desviavam do ataque um do outro. Porém mais incrível era Sakura ter demorado tanto tempo para perceber que eles eram irmãos. Por Tritão! Eles eram muito parecidos e realmente Itachi lembrou o Contramestre na primeira vez que o viu, mas nunca imaginou que a semelhança se deve-se ao parestesco. Não imaginava que se veria frente a frente contra o causador de todo o martírio do Uchiha, era mais fácil pensar que eles serem parecidos se devia ao fato de que todos humanos assemelhavam-se uns aos outros.

                Foi despertada desses devaneios ao perceber que outro pirata vinha em sua direção. Levantou-se rapidamente e pegou a espada que caíra. Em seguida, encontrou-se duelando, mas sabia que não podia ficar ali. Tinha que seguir o plano e o plano envolvia resgatar Gaara que permanecia amarrado no mastro, contorcendo-se para ser libertado. Tentou se aproximar do ruivo, mas a espada do adversário a impediu, então teve uma ideia. Se ela não era muito boa com o manejo da arma, pelo menos ela sabia como atrair o inimigo a partir dos pés, como Sasuke lhe ensinara. Moveu-se lentamente, indo para trás e para o lado enquanto desviava dos ataques, conduzindo a luta para perto de onde estava Gaara.

                E ao chegar perto do Sabaaku piscou para ele, antes de abaixar-se mais uma vez devido ao ataque sofrido. Gaara queria xingar a Grumete por ser tão irresponsável, ele já estava vendo o momento em que ela perderia a cabeça por estar se distraindo olhando para ele. Ele estava amarrado naquela droga de mastro e com uma amordaça na boca. Seu corpo doía e sangrava em algumas partes, mesmo assim ele não conseguia evitar sentir a sensação de que queria participar da festa que seus companheiros davam. Ele queria matar alguns piratas de Itachi, quem sabe o próprio, apesar de que conseguia ver que Sasuke não permitiria. Moveu a cabeça ao notar a aproximação de uma espada e fuzilou Sakura com o olhar, ela estava muito perto e a luta dela quase causou a sua morte.

                Em contrapartida a garota apenas sorriu sem graça, como forma de desculpa, e voltou sua atenção ao inimigo, concentrando-se para que ele fizesse o que queria. Gaara ainda não entendia o que ela fazia, apenas desviando e trazendo a luta para tão perto dele e quando ela ficou atrás de si, preocupou-se com o que poderia acontecer a ela, principalmente por não poder enxergá-la mais. Ouviu um brado de raiva e imaginou que Sakura devia ter feito algo para irritar o pirata e temeu pelo pior. Tentou virar-se mas nada via, até que o barulho de algo foi ouvido e em seguida as amarras que o prendiam pareciam mais frouxas.

                Ouviu outro brado de raiva e mais um golpe foi dado e novamente as cordas se afrouxaram. Sorriu ao notar o plano de Sakura. E na última vez que a espada do inimigo acertara as cordas, viu-se completamente livre. Sorriu. Sakura era mais esperta do que imaginara. Usou a força do inimigo para libertá-lo, não era qualquer um que formava um plano desses, tinha que admitir. Levantou-se e logo partiu para cima do pirata que lutava com ela, nocauteando-o. A Grumete sorriu agradecida e foi a vez dele menear a cabeça em agradecimento.

“Onde está Ino?” ela indagou a ele que a encarou por um momento antes de indicar com a cabeça a parte de dentro do navio.

                Aquilo foi o suficiente para iniciar seus movimentos, mas hesitou ao olhar novamente para Gaara. Ele estava acabado.Sangue ainda escorria de seu rosto e ele parecia muito machucado em alguns lugares e por um momento ficou receosa de deixá-lo sozinho. Ele notou a preocupação dela e revirou os olhos.

— Não seja boba, estou bem! Vá lá e salve a sereia, antes que seja tarde demais – disse e Sakura arregalou os olhos ao ver o sorriso do humano e em seguida aquiesceu, feliz por Gaara a entender.

                Gaara acompanhou os passos de Sakura até que ela sumiu da sua vista ao entrar dentro do segundo pavimento da navio e olhou ao redor estalando os braços.

— É agora que a diversão realmente começa! – comentou para si, antes de correr para ajudar Neji que parecia estar com dificuldades.

—*-

                Sakura não teve dificuldades para entrar na parte inferior do navio. Todos estavam lá em cima lutando, afinal. Shikamaru havia planejado tudo, o ataque surpresa os desestabilizaria e faria com que se esquecessem de fortificar o bem mais precioso do navio, que seria sua irmã. E naquele momento ela agradeceu pela mente brilhante do Timoneiro pois ele estava completamente certo, não havia ninguém por ali vigiando Ino. Entrou na cabine do Capitão e viu a grande prisão de vidro em que estava sua irmã. Mas a imagem que viu, partiu seu coração.

                Ino, sua tão amada e alegre irmã, estava totalmente amordaçada e presa por cordas, impedindo-a até mesmo de se mover livremente. Correu até a outra sereia, chamando a atenção dessa que parecia perdida em pensamentos tristes, porém os olhos azuis voltaram a brilhar com intensidade ao verem Sakura ali na sua frente.

“Eu vou te tirar daí!” mexeu os lábios e ao ver a aquiescência da loira começou a procurar meios de tirar ambas daquela situação.

                Ela teria que quebrar o vidro, isso era bem óbvio, porém, depois que fizesse isso, como tiraria uma sereia daquele navio? Olhou para a escotilha e refletiu que Ino poderia sair de lá da mesma forma que ela saiu, só havia um único porém... como carregaria a sereia até ali? Dificilmente teria forças para tal. Suspirou tentando organizar os pensamentos e bolar uma forma de montar algo em que fosse possível carregar o peso da irmã.

—*-

                Neji não era um homem muito religioso, não costumava frequentar a igreja e muito menos se confessar, mas ao ver o ruivo irromper na sua frente e socando a face de um dos inimigos, agradeceu aos céus pela intervenção divina. Respirou fundo e sentiu o convés rodar por um momento, somente não foi ao chão pois Gaara interveio a seu favor.

— Por Deus, homem! Não posso ficar longe de você nem um minuto que já fica quase morrendo! – brincou o Sabaaku, mesmo que a sua situação não fosse das melhores também.

— Olha só quem fala! Foi espancado, ou essa é a sua cara pela manhã? – Neji também fez gozação, segurando o corte feito na barriga. Ele havia sido descuidado e subestimado o seu inimigo e por causa disso estava naquela situação deplorável de depender de Gaara. Grunhiu ao pensar que o companheiro iria incluir aquele momento na sua lista de “Coisas para jogar na cara de Neji”.

— Vou te tirar daqui e quando sairmos dessa...

— Não comece! – brigou o Hyuuga ao apoiar o corpo sobre o do ruivo que riu.

— Onde está o Capitão? – Gaara indagou para Neji, queria somente que ele ficasse falando, já que o ferimento dele parecia ser grave.

— Deve estar se divertindo... com esses piratas – arfou pela dor e Gaara tentou ser mais delicado, porém naquelas circunstâncias era impossível. Eles precisavam sair da frente da batalha o mais rápido possível, eram alvos facéis, afinal.

                Arrastou Neji pelo convés, sempre de olho nos seus inimigos. Mas Itachi continuava com sua batalha particular contra Sasuke, Naruto ainda ajudava Kiba – apesar de que não iria demorar para ambos vencerem a luta – e Chouji e Hiruzen pareciam se divertir ao ver um dos piratas inimigos pendurados na prancha enquanto mais um adversário surgia para iniciar outra luta. Suspirou, torcendo para que tudo acabasse o mais rápido possível, seu corpo clamava por um descanso.

                Levou Neji até a cabine do Capitão. Seu plano era deixar o companheiro ali e voltar para ajudar o Cozinheiro e o velhote, mas ao ver a figura de Sakura batendo no vidro com um pedaço de madeira e nem arranhando o vidro, soube que ainda tinha trabalho a fazer. Bufou irritado, não o deixavam descansar nunca! Apoiou Neji na parede que parecia desnorteado e foi até a Grumete que nem havia notado a sua presença.

— O quê?... O que está fazendo...? – o Hyuuga indagou para a menina que se assustou e deixou o pedaço de madeira cair ao encarar Neji e Gaara ali na sua frente.

                Ela ficou tentando pensar em uma resposta, mas tratou logo de ignorar a pergunta ao ver que Neji sangrava na sua frente. Gaara nem ao menos se importou em explicar a situação, somente observou ela correr na direção do Hyuuga e ajudar a colocá-lo em algum lugar mais confortável. Ela tinha mais tato nessas situações do que ele, era um fato. Suspirou e olhou para o vidro, observando a sereia ainda presa e atenta a tudo. Sakura somente conseguiu rachar uma pequena parte do vidro, se continuasse dessa forma levaria muito tempo para conseguir alcançar o objetivo que ele já sabia qual era: libertar a sereia.

                Suspirou ao encará-la e vê-la preocupada com Neji. Agora ele que tinha que tomar uma decisão. Olhou para a sereia novamente e fez um movimento com a mão, que não foi compreendido, e ele deu de ombros, pegando o mesmo instrumento que estava de posse da Grumete e voltou-se para Ino.

— É melhor ir para trás – mandou, chamando a atenção de Sakura que arregalou os olhos ao ver Gaara bater fortemente contra o vidro, uma, duas, três vezes.

                Na quarta o vidro não aguentou e se espatifou em diversos pedaços pelo chão, enquanto a água fluía por todo o piso. Levantou-se nervosa, sem saber o que esperar do Sabaaku e correu até ele ao vê-lo segurar Ino em seus braços.

“O que vai fazer com ela, Gaara? Não a machuque!” pediu, puxando a manga do pirata que apenas revirou os olhos.

— Você queria isso, não é? – indagou e viu a menina lhe olhar confusa – Queria a minha ajuda para libertá-la.

                Sakura não conseguiu responder, havia ficado muito surpresa com a atitude do humano. Ele realmente estava a ajudando? O que havia acontecido para que ele mudasse o seu comportamento em algumas horas? Como ainda esperava uma resposta da garota, Sakura meneou a cabeça de forma afirmativa, enquanto Neji observava tudo como se fosse um pesadelo, mas incapaz de interferir devido à fraqueza que se abatia sobre si. Mas ele recordava-se de ver Gaara questionar algo a Grumete e ela apontar para a escotilha do aposento do Capitão.Também recordava-se de Sakura tirando a mordaça e as amarras da sereia, e de Gaara levando a sereia até o local indicado, abrindo a escotilha com a ajuda de Sakura e ficando muito perto do local com a sereia ainda em seus braços. Porém, antes que visse o que eles fariam sentiu suas vistas escurecerem e nada mais viu.

                Ino nem ao menos acreditava no que estava acontecendo. Finalmente estaria livre. E foi o humano quem a ajudou. Olhava da irmã para Gaara sem conseguir compreender tudo. Nunca achou que ele realmente fosse fazer isso.

— Por quê? – questionou a ele que ainda a segurava enquanto esperavam que Sakura abrisse a escotilha.

                Gaara encarou o rosto delicado e os grandes olhos azuis por um breve momento. Ela realmente o atraia com muito pouco. Sorriu debochado e voltou a observar Sakura, era mais seguro.

— Só estou pagando a minha dívida – informou à sereia que ficou confusa. Viu Sakura indicar o local, agora aberto, e Gaara começou a caminhar até lá.

                Sakura queria conversar e ter um momento a sós com a irmã, mas sabia que não seria possível. Ainda conseguia ouvir os brados e o tilintar das lâminas que indicavam que ainda estavam em perigo, além disso tinha Gaara e não poderia se comprometer ainda mais. Então apenas segurou na mão da irmã, chamando a sua atenção, já que esta parecia extremamente focada em Gaara, e disse:

“Eu voltarei para casa e você também.”. Sabia que Ino entenderia e ao ver o brilho nos olhos dela, teve a sua certeza. Ela não respondeu nada, pois logo Gaara disse que era necessário acabar com isso de uma vez.

                Ele suspendeu a loira em seus braços para que ficasse na direção correta e preparou-se para jogá-la em alto mar. No entanto, hesitou por um momento e aproximou-se no ouvido da sereia, sussurrando:

— Obrigado por salvar a minha vida – agradeceu e Ino surpreendeu-se mais uma vez com o humano, mas antes que pudesse responder algo, foi jogada para fora do navio, caindo em queda livre para o mar.

                Ao sentir a água tocando seu corpo sentiu o alívio preenchê-la e seus poderes voltando aos poucos. Finalmente! Emergiu sobre as ondas apenas para ver os dois navios presos no mesmo lugar e Sakura na escotilha a observando, mas ela sabia o que a irmã queria, que nadasse para longe, onde não teria perigo. Mas Ino, pelo menos agora, poderia ajudar sua irmã com seus poderes. Podia não ser muito, afinal não tinha tanto poder quanto o Rei dos Mares que conseguia criar tempestades do nada, mas ela podia ajudar a aumentar aquela que sentia se aproximar. Sorriu com o pensamento e submergiu novamente, os humanos que se preparassem, eles iriam pagar por tê-la prendido, principalmente o Capitão chamado de Itachi.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Conseguiram entender o título? Ele se trata sobre o reencontro de Sasuke e Itachi, bem como da Sakura com o irmão do Sasuke... da mesma forma faz referência ao ressentimento do Uchiha e da Ino que agora não está mais presa e quer se vingar dos humanos, resta saber se isso vai dar certo ou se vai dar mais problema XD
No próximo capítulo que, como eu disse, já está quase finalizado, vocês verão o desfecho dessa aventura e preparem-se pois depois disso em breve aparecerão outros personagens e muita coisa vai acontecer com o nosso casal ♥
P.S: Lembrem que a fic será atualizada novamente depois do dia 20 de novembro ;)
beijos e até a próxima!