Não Consigo Evitar Me Apaixonar escrita por Ice Queen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um minha gente
Desculpem a demora, tava viajando :P
E entao, o que tão achando? Comentem aí
Boa Leitura



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Quando você disse seu último adeus
Morri um pouco por dentro.
...
Mas se você me amava
Porque você me deixou?

All I Want - Kodaline

Elsa e eu ficávamos cada vez mais próximos. E quanto mais próximos, maior era a mudança que acontecia em mim. Eu voltei a viver de um jeito que eu já havia esquecido, a ver a vida como ela é. A ser feliz como nunca mais havia sido. E tudo graças a Elsa. Com seus sorrisos, risadas, danças e modo de aproveitar a vida, ela foi me mudando de forma lenta, desde o momento que a conheci. A cada dia ela me ensinava alguma coisa, a como aproveitar cada momento, porque viver com ela e como ela é aproveitar cada minuto. Meu coração nunca havia sido preenchido desse modo. O que tornou tudo pior quando ele foi quebrado.

Entrei no meu apartamento esperando que Elsa viesse até mim e me tirasse para uma dança, o que era bem comum de acontecer. Mas tudo o que vi ao entrar foi sua bolsa sobre o sofá e então ela, de costas para mim, fitando a janela e abraçada ao próprio corpo. Eu nem precisava pedir para saber que havia algo errado, e minha mente viajou para todos os últimos dias em que ela havia agido de forma estranha, chegando a ficar quase o dia todo fora.  Então quando chamei seu nome e vi seu corpo tencionar e ela prender a respiração, eu soube que era algo grave.

— O que foi? – pergunto, enquanto ela vira para mim. Elsa não dá um passo sequer em minha direção, sua expressão indecifrável enquanto ela me encara em silencio.

— Nós precisamos conversar. – ela desvia os olhos, antes de continuar com a voz tremula. – Sobre nós.

— Ok. – caminho até ela, mas conforme chego mais perto passo a decifrar sua expressão. Angustia dor e mais alguma coisa que a perturbava. Seus olhos estavam úmidos. Estendo as mãos para tocá-la, mas Elsa se afasta.

— Eu não acho que isso vai acabar bem. – confuso, a encaro enquanto ela anda de um lado para o outro na sala de estar. Ela para, encara as próprias mãos, fecha os olhos e respira fundo, então me destrói. – Eu quero terminar com você.

Sinto como se tivesse levado um soco. Meus braços congelam, ainda levantados em sua direção, e não consigo dizer nada. Pisco, tentando assimilar tudo e convenço-me de que não é verdade. Seja lá o que a perturbe, tenho certeza de que ela não quer isso.

— Você quer? – digo e rapidamente ando até parar em sua frente. Seguro suas mãos e Elsa fita nossas mãos juntas, respirando profundamente. – Eu não acho que você queira isso.

— Eu preciso. – ela sussurra, erguendo o rosto, de modo que posso ver as lagrimas escorrerem por seu rosto. – Acho que não o amo o suficiente.

— Eu acho. – afirmo, mas ela nega, soltando as mãos das minhas para passá-las no rosto. – Se não me ama, porque está chorando desse jeito.

— Não torne tudo mais difícil.

— Elsa...

— Por favor, Jack.  – ela me interrompe, suas mãos tremulas segurando meus ombros, enquanto mais lagrima molham seu rosto, tornando sua voz embargada. – Você é tão incrível e confie em mim, eu queria poder continuar com você. Eu queria ter toda uma vida com você. Mas eu não posso...  eu não posso fazer isso com você. Você merece mais do que eu... do que eu posso oferecer.

Um soluço alto a interrompe no fim da frase e, antes que ela proteste, puxo-a com rapidez e a abraço o mais forte possível. Elsa me abraça com força, chorando em meu ombro e deslizando as mãos pelos meus cabelos. Eu não posso deixar que ela vá. Não sabendo que o que ela quer é completamente o contrario. Que isso vai destruir nós dois.

— Eu sinto que não é isso que você quer. – sussurro, após me afastar e pousar a testa na dela. Ela se afasta ainda em meus braços e eu abro os olhos, encarando seu rosto e olhos vermelhos. Sua mão acaricia minha bochecha e seguro seu pulso, apertando o rosto contra a palma macia. – Eu sei que você me ama tanto quanto eu te amo.

— Jack... – Elsa sussurra, tão baixo, tão perto, que penso que ela mudou de idéia. Mas então seus olhos turvam-se com lagrimas e ela me empurra. – Acabou.

Ela pega a bolsa e sai correndo, provavelmente para que eu não a siga. Mas tenho certeza absoluta de que eu não poderia. Eu estava ocupado demais sentindo meu coração se partir.

. . .

Eu podia ouvir vagamente a voz do repórter ao meu lado – o mesmo que havia ido comigo ao hospital -, tagarelando sobre algo que eu nem me dava ao trabalho de ouvir. A verdade é que eu ainda estava completamente devastado e confuso e com raiva. Eu ainda não havia entendido o que aconteceu com a Elsa, porque eu tenho certeza que ela não ia terminar comigo daquele jeito. Desde aquele dia, eu venho buscando qualquer coisa que possa fazer o mínimo de sentido. Por que ela havia sumido com tanta freqüência alguns dias antes? Por que às vezes a via me olhar de um jeito de partir o coração? E por que, principalmente, ela me deixou sendo que me amava a um ponto de nem conseguir conter as lagrimas?

— Ei! – freei bruscamente ao ouvir o repórter gritar, milímetros antes de um carro passar no cruzamento em frente buzinando. O sinal tinha fechado e eu nem havia visto. – Qual o seu problema?

Respirei fundo e apoiei a testa no volante, fechando os olhos. Isso já estava mexendo demais comigo. Eu queria falar com ela de novo, eu precisava. Queria ver se ela teria a coragem de falar aquilo de novo. Mas procurar no seu prédio foi em vão, assim como no hospital, onde nem a Anna eu encontrei. Eu não sabia mais o que fazer. Suspirei, levantando a cabeça e fitando os carros passarem. Desviei os olhos para a calçada e ali estava. Um tom ruivo conhecido em uma cabeça cabisbaixa. Anna.

­Sem pensar, desci do carro e corri até ela, ouvindo o repórter gritar por mim. Alcancei-a rapidamente, visto que ela andava tão devagar que mal se movimentava. Seu corpo parecia pesado, mas quando chamei seu nome o vi congelar.

— Jack. – ao se virar, seu sorriso tremulo me denunciou seu desconforto.

— Oi... – enrolei, enquanto ela segurava a alça da bolsa com força, checando a hora no relógio do pulso livre. Suspirei, indo direto ao ponto. – Tem noticias da Elsa?

— Sim, ela teve uma melhora esses dias. – fixo os olhos nela, vendo seus olhos arregalarem quando se da conta do que disse e lentamente subirem até encontrarem os meus. Anna empalidece na hora.

— Ela o que?

— Nada. Foi bom ver você, Jack. – ela se vira, andando rápido, mas eu me adianto e seguro seu braço.

— Anna. – ela para, os ombros caindo quando ela se vira para me olhar. Então eu noto as marcas roxas abaixo dos seus olhos, olheiras, e o modo como ela parece triste e cansada. Alguma coisa está acontecendo e meu coração se comprime com tanta força que quase me falta ar. – Anna. O que aconteceu?

Anna me encara com a boca aberta, tentando falar alguma coisa, negar eu presumo. Seus olhos encaram os meus e a vejo fraquejar. Seu corpo treme, ela umedece os lábios e pisca varias vezes para, percebo, impedir as lagrimas. Sua mão pousa no meu pulso e ela aperta firme e tudo isso torna minha ansiedade pior. Porque agora eu tenho certeza absoluta que algo muito ruim aconteceu. Com a Elsa.

— Elsa está no hospital.


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