Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

A sumida voltou rsrs!!! Pessoinhas mil desculpas por ter deixado essa fic abandonada por TANTO tempo, mas eu estava sendo afogada em aulas atrás de aulas. E, quando eu parava não tinha ânimo para escrever novos capítulo de Amor proibido. Mas, eu já vinha escrevendo esse capítulo há séculos a trancos e barrancos rsrs, e termineiiii!! Enfim, desculpas novamente, eu sei o quanto é chato ficar sem capítulos! Desculpa qualquer erro de ortografia ;)



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Desde pequena Roslyn sempre se imaginou incapaz. Incapaz de realizar tanto pequenos como grandes feitos. Quando trovadores chegavam aos redores das muralhas, ela se esgueirava pelas pedras úmidas do castelo, pelas saias das mulheres, ávida por histórias que a acalentasse nas noites frias e a desse esperança de ser mais do que a amaldiçoada do clã.

    Quando cresceu sua mãe a amou como um anjo, delicado e sedento por carinho. E, quando ela partiu, deixou em seu coração uma semente de amor para ser dada a alguém igualmente necessitado de um amor puro e inocente.

    Roslyn aprendeu muito com o seu pai com os anos. Aprendeu que um homem sem coração é capaz de sugar a felicidade a sua volta, é capaz de sentir a crueldade como um sinônimo do amor. Perceber que aquela alma não teria salvação não era tão difícil quanto se perder em um labirinto e não achar a saída.

    Ela prometeu a si mesma que teria o melhor para si, mesmo que precisasse ir contra tudo e todos. Porém, quando pensou de maneira tão fervorosa sobre seu futuro, não pensou que um homem se impusesse em seu caminho e a arrancasse de seus sonhos idealizados e infantis.

    Roslyn afastou a mecha de cabelo que secava contra a sua bochecha, erguendo a face para aproveitar o pouco do sol que banhava a sua pele fria, deixando os pensamentos caóticos para trás. Os seus dedos rasparam as pedras do rio que se ramificava por além do clã, sentindo a textura lisa.

    –Minha senhora, creio que deveríamos voltar. -Disse Marion.

    A ruiva fechou os olhos e pressionou ainda mais os joelhos contra o peito, sentindo o silêncio penetrar em seu interior.

    –Esperarei aqui.

    –Irei selar o cavalo.

    A brisa cálida afagou sua face enquanto os sons dos passos de Marion diminuía aos poucos. Roslyn inalou profundamente o ar puro antes de se deixar ficar tensa pelas emoções que a invadiam no momento em que pisava no castelo e sentia a presença de Alaric como uma sombra às suas costas.

    Pensar nele era o bastante para deixá-la atordoada e com o coração palpitante.

    –Minha senhora.

    Roslyn ergueu o tronco rapidamente quando notou a voz rouca e arranhada de uma mulher às suas costas. A suas respiração engatou na garganta ao notar que Marion ainda não havia retornado.

    –Não precisa se assustar. Eu sou uma velha amiga da sua mãe.

    Roslyn piscou surpresa e se ergueu do chão, virando-se em direção a voz da mulher.

    –Não sabia que minha mãe tinha uma velha amiga. -Retrucou com os braços caídos ao lado do corpo, a expressão perdida e as sobrancelhas juntas.

Um sentimento de extremo desconforto se instalou em seu peito quando passos ressoaram pelas árvores.

—Meu nome é Suzannah. Não esperava que me conhecesse, sua mãe partiu muito cedo.

—É uma honra conhecê-la. -Roslyn emitiu, esfregando brandamente os dedos contra o tecido úmido do vestido.

—Ela sempre a amou muito Roslyn. Sempre a protegeu da fúria de seu pai. Tem uma dívida até os fins dos tempos com ela, sabe disso?

—Eu-u…

—Eu falei para ela que não deveria ter dado à luz a você, que ela daria luz a filha do diabo. Mas, ela não me ouviu! E a criança nasceu marcada pela maldição que condenou todo o clã.

—Do que está falando?!-Roslyn deu passos para trás, assustada com a intensidade na voz da mulher, com sua ferocidade.

—Eu deveria saber que ela era muito fraca para lidar com seu pai. E, agora, eu mesma terei que dar um fim aquilo que ela mesma criou.

—Suzannah, eu não a conheço, no entanto tenha absoluta certeza de que está equivocada…

—Calada! A culpa do que está acontecendo neste clã é sua! Você é a culpada por todas as mortes, pela fome e a miséria. Sabe quem eu perdi?

—Não. -Roslyn respondeu com a voz tremente, sentindo a garganta seca e as pernas trêmulas com o medo crescente em seu peito, como garras afiadas ao redor do seu coração.

—Meu filho!

—Eu sinto muito.

—Sim, você com certeza senti. Desde o momento em que nasceu tinha certeza de que traria pragas para nosso clã com esses olhos de demônio. Eu irei vingar a memória do meu filho.

—Marion!!

O grito agudo retumbou por entre as árvores no momento em que dedos frios e calosos agarraram os braços de Roslyn e a jogaram na correnteza violenta do rio. A água fria a envolveu como um abraço mortal, impedindo o ar de entrar em seus pulmões.

Roslyn se debateu ferreamente, sentindo o pânico envolver os braços a sua volta e puxá-la para baixo. O medo a dominar como uma presença que a impedia de respirar quando emergia. O vestido pesava ao seu redor, os ruídos da água batendo contra as pedras pontiagudas eram como um aviso de que a única maneira que poderia sair daquela água seria morta.

O impacto de uma rocha contra o seu corpo foi como um alento de paz ao seu espírito. Enquanto se debatia e lutava pela sua vida, Roslyn não conseguiu deixar de pensar as inúmeras vezes em que se debateu contra a vida para sobreviver. Quantas vezes precisou lutar para forçar o ar para dentro dos pulmões quando acordava de um pesadelo e o único que enxergava era escuridão, quantas vezes precisou fugir do seu pai para não ter o corpo arroxeado marcado pelas fivela de aço do seu cinturão, quantas vezes precisou ignorar os comentários da praga que ela trouxe para o clã.

Finalmente, ela teria paz.

No entanto, quando deixou a inconsciência a levar para longe o único que conseguiu sentir foi pensar na sensação dos lábios de Alaric pressionados contra os seus.

                                              *****

Alaric soube que havia algo de errado quando reparou no cavalo disparado que passava pelas muralhas. Os homens se apressaram a dar passagem para o cavalo selvagem, as crianças gritaram assustadas e as mulheres assistiram horrorizadas  o cavalo parar bruscamente e empinar sobre as patas levando o cavalheiro ao chão.

—Mas o que infernos é isso? -Alaric resmungou quando esporeou o cavalo para próximo da cena que se desenrolava.  

Alaric sentiu a sua presença ser reconhecida quando se fez silêncio e abriram caminho. O que viu fez o seu coração disparar como um cervo assustado ao notar a face manchada de sangue de Marion.

—Meu senhor! A senhora…-A mulher engoliu em seco e foi amparada por uma mulher para erguer o tronco. -...está correndo perigo! Uma mulher a empurrou nas correntezas…

Alaric não esperou que a criada terminasse de falar antes de empinar o cavalo e disparar em direção ao rio. O seu coração naquele momento disparava de medo. Aquele sentimento era novo para ele, o homem que nunca se dobrava diante de uma mulher. No entanto, Roslyn de alguma maneira conseguiu despertar nele algo que nunca jamais uma pessoa conseguiu despertar.

Porém, além de tudo ele estava com raiva pela pessoa que se atreveu a colocar em risco a vida da sua mulher.

    As águas cristalinas do rio pareciam calmas e sossegadas, mas Alaric sabia por experiência própria que rio era algo traiçoeiro para qualquer um.

    Rapidamente, saltou da montaria e correu pela margem buscando, procurando qualquer indício de roupas. A sua garganta apertava de uma forma aterradora, enquanto a cada passo não encontrava nada mais do que peixes e pedras no fundo.

    Depois de vários minutos, Alaric parou com a respiração cansada, a testa suada e o coração apertado. E em um impulso, pulou.

    Uma pedra pesava em seu peito, impedindo-lhe a respiração, impedindo-lhe racionalidade como uma âncora do seu eu real. Alaric sentia o controle se esvair de suas mãos como a água que escorria por seus dedos, sempre o deixando de mãos vazias, deixando a esperança como um sentimento distante e desconhecido.

Se o perguntassem se a água estava fria, ou se as roupas molhadas o puxavam para baixo como cordas envolta em seu corpo, ele não saberia responder, porque o único que conseguia pensar, naquele instante, era no sorriso doce de Roslyn. Em seus cabelos da cor do pôr-do-sol. Nas covinhas em suas bochechas quando sorria de maneira tímida para algum gracejo dos servos.

    Pensar, apenas por um minuto, que os momentos em que acordava e se deparava com aquele rosto delicado pressionado contra seu peito, acabariam. Que não poderia mais sentir seus lábios doces e suas mãos delicadas abraçarem sua cintura com força, mesmo que involuntário enquanto dormia, destruia algo pulsante em seu corpo. Era como o apunhalar pelas costas e cravar uma espada em seu peito.

Alaric não sabia o que aquele sentimento louco de descontrole e insanidade significava, mas nunca mais se permitiria sentir aquilo de novo. Precisava se afastar de Roslyn.

Roslyn estava arrancando os pedaços de seu coração e tomando para si.

Ela era mais do que o seu ponto fraco. Estava virando o ar que ele aspirava a cada segundo para viver.

Com aquele pensamento, ele emergiu novamente e puxou o mísero ar, aliviando a opressão em seu peito. Alaric ouviu o quebrar da água contra as rochas, e , finalmente, deu-se por vencido. Ele forçou o pensamento de que a morte de Roslyn era o melhor.

Porém, algo forte rugiu em seu íntimo, em uma negação firme contra o seu lado desumano e desprovido de vida. Em uma luta de vontades, ele permaneceu estático, pensando. Lutando para assumir o seu sujo lado racional e frio. Recuperar o controle que perdeu a partir do momento em que provou do beijo suave e apaixonado de Roslyn.

    –Senhor!!-O grito agudo e agitado de um rapaz chamou atenção de Alaric. -A encontramos.

    Sem mesmo que percebesse, Alaric já caminhava a passos largos em direção a margem do rio, com o olhar fixo naquela trouxa de tecidos molhados e membros inertes. O cabelo molhado de Roslyn balançava ao vento, a cabeça caída nos braços do rapaz, o rosto tão pálida que ele ficou receoso de se aproximar ainda mais e confirmar que ela havia partido.

    Era o melhor para ele. Se forçou a pensar.

    No entanto, quando parou na frente do rapaz e puxou Roslyn para os seus braços, percebeu o quão insano e doentio estavam sendo ao se deparar com aquela face angelical e inocente. Ele não a merecia, nunca seria digno dela. Mas, era egoísta o bastante para jamais abdicar daquele anjo em sua vida.

    Ele não a amava. Apenas a tornou um objeto de afeição. Alguém com quem confiar sem temer por suas costas.

    Era isso. Roslyn era apenas uma mulher que ele poderia confiar. Nada mais.

    Não se permitiria pensar mais do que isso.

    –Senhor.

    O sussurro alarmado do rapaz, o fez piscar e perceber que Roslyn continuava desacordada.

    –Mande alguém chamar o curandeiro da aldeia. Diga que é melhor ele estar lá quando eu voltar. -Brandou ameaçadoramente, caminhando a passos largos em direção ao seu cavalo.

    Ele a acomodou rapidamente entre seus braços, sentindo a respiração de Roslyn débil contra seu pescoço. Alaric a abraçou ainda mais forte, sentindo uma pontada de pânico se retorcer em seu peito. Mas, ele a massacrou antes de galopar com todas as forças em direção ao castelo.

    Ele não a perderia. E, faria o culpado pagar caro por ter mexido com algo que era dele.

   


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Notas finais do capítulo

Não vou prometer postar logo outro, até porque eu nem tenho outro ponto já feito = ( Mas, eu vou me esforçar para fazer outro o mais rápido possível!! Comentem se gostaram!!!



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