Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! Desculpe qualquer erro.



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—Há algo de errado.

    Sebastian bufou impacientemente. Ele assistiu o amigo dar mais uma volta pela pequena entrada da cabana.

    –Faz poucos minutos. Deixe que conversem um pouco mais.

    –Não sei se posso confiar nela. -Alaric se voltou para porta pronto para dar um basta.

    –Notei quando a beijou. -Declarou prontamente, procurando irritar Alaric.

    –Foi uma medida de prevenção. -Resmungou virando as costas.

    –Contra o que?

    –Esse Edward parecia disposta roubá-la a qualquer momento, não vou correr o risco de perder minha única arma.

    –E por isso a beijou?-Questionou cético.

    –A beijei para demonstrar que ela é minha e de ninguém mais.

    –Isso foi quase uma declaração de amor. Estou impressionado, Alaric.

    –O que quero dizer é que sem ela este clã está perdido. Nunca vi tantos ignorantes reunidos em um mesmo espaço. Não percebem que estão fadados à morte se não aceitarem a minha liderança. Infelizmente, para isso preciso dela ao meu lado.

    –Tem razão. -Comentou o amigo, achando graça de toda aquela situação.

    –Vá pro inferno, Sebastian.

    Sem esperar por mais um segundo, Alaric abriu a porta com força olhando cauteloso para as duas figuras a sua frente. Edward tinha as mãos recolhidas atrás das suas costas e Roslyn estava ao seu lado como se esperasse que fosse ele a perder a paciência e entrar sem ser convidado. Aquilo por algum motivo o enfureceu.

    –A visita acabou. Onde estão os manuscritos?-Falou brusco.

    Roslyn sentiu a face enrubescer com a voz autoritária do marido. Não conseguiu evitar lembrar do beijo que deu sem motivo pouco antes de falar de forma particular com Edward, e que a deixou desconfortável e com um sentimento desconcertante de leveza.

—Edward concedeu dá-los a você, mas existe uma condição.

—Não existe condição alguma. Mostre nos onde estão, agora.

—Marido -a voz alta e ríspida da mulher chamou atenção de todos ali reunidos, inclusive de Alaric que foi pego desprevenido. -só porque insiste em brandar ordens como se estivesse em uma batalha não quer dizer que os outros se sentiram compelidos a aceitar sem questionar. Se tentasse de outra forma eu tenho certeza que…

Antes mesmo que Roslyn tivesse tempo de concluir o seu sermão, uma mão forte a puxou bruscamente pelo braço não dando alternativos a não ser seguir cegamente Alaric. Ela conseguiu ouvir os protestos de Edward, e depois algo se partindo. Tentou resistir, mas o aperto se fez doloroso. Pensou em gritar, mas ninguém iria ouvi-la.

—Faça com que lhe fale onde estão os manuscritos. Não importa o quanto resista. -A ordem muda que se escondia naquela afirmação fez todo o corpo de Roslyn gelar.

—O que fará com ele?-Puxou o braço com força, mas só recebeu mais força sobre o aperto.

—Não lhe interessa.

—Por favor, não desconte nele a raiva que tem de mim. -Suplicou, tentando puxar o braço para que ele parece de arrastá-la por todo o caminho desconhecido que ela não enxergava.

—Não se preocupe com isso, esposa. Você também receberá o seu castigo.

O som afogado de puro terror escapou dos lábios de Roslyn, enquanto foi arrastada com mais força em direção a floresta. Alaric puxou sem piedade seu braço não se detendo com as resistência da pequena. Roslyn podia sentir que se afastava da cabana rapidamente, pelos gritos do amigo que insistia em gritar o seu nome. Os ofegos  afetados de Roslyn era o único que se escutava enquanto caminhavam com certa violência.

Finalmente, Alaric parou. Sem cerimônias, jogou com força Roslyn para o chão, acostumado a tratar todos como inimigos em uma batalha. Alaric não sentiu piedade quando a menina tropeçou tolamente sobre seus pés, caindo de quatro no chão sobre raízes velhas. 

—Temos um trato e você se mostrou indigna quando em um ato de rebeldia levantou a voz para mim. -Trovejou, furioso.

—Eu não fiz nada!-Berrou, com a garganta quase fechando de pavor.

Ela já havia apanhado demais quando pequena para saber quando seria surrada, e qual o som que vinha antes da surra. Segurando o orgulho, levantou-se. Afastou os cabelos das costas, e curvou-se para frente, apoiando os braços no tronco de árvore a sua frente. Se iria ser surrada, teria o orgulho para segurar as lágrimas e não sair rebaixada daquela situação. No entanto, Roslyn sabia que na primeira ardência que sentisse em suas costas ela nunca odiaria tanto uma pessoa como ele. Ela podia perdoar o pai, que nunca demonstrou amor por sua filha, mas não podia perdoar o homem que mostrou ser confiável e em um golpe transformaria tudo em frangalhos.

Alaric assistiu os movimentos rígidos de Roslyn quando se apoio na árvores e deixou as costas expostas. Algo se quebrou nele com aquele movimento que parecia tão comum para Roslyn.

—Roslyn -a sua voz letal fez a pobre menina se encolher ainda mais. -Roslyn.

Chamou mais uma vez, com mais autoridade. Ele chegou tão perto quanto poderia, deixando que o calor do seu corpo pudesse aquecer aquele pequeno ser a sua frente. De alguma maneira, Alaric gostava de pensar que poderia fazer algo tão pequeno quanto aquecer a sua pequena esposa impetuosa. Ele rangeu os dentes para dissipar aqueles pensamento tão pouco comum para ele.

—Vire-se, Roslyn.

Quando Alaric estava prestes a perder a paciência e colocar a mão sobre aquele ombro encolhido, Roslyn virou lentamente em sua direção, deixando a cabeça erguida para que ele visse a sua face desprovida de lágrimas. Um sorriso que Alaric desconhecia se desenhou em seus lábios, rapidamente sendo reprimido.

—Quem batia em você?

A confusão preencheu a expressão da menina, enquanto até mesmo Alaric lutava para entender porque sentia uma raiva consumi-lo quando pensava em alguém levantando a mão para Roslyn. Contudo, parecia que algo dentro dele lutava por se libertar quando estava perto daquela mulher, como se ela reavivasse uma parte sua adormecida. Isso não o agradava.

—Não importa mais, meu senhor. -Murmurou, fria.

—Sim, importa. Diga-me o nome. -Solicitou com a voz mais suave para persuadi-la.

Ainda confusa com a reviravoltas dos acontecimentos e pelo tom calmo do marido, Roslyn abriu uma concessão.

—Meu pai.

Alaric puxou a respiração com força para evitar bater em algo e assustar a pequena menina. Mas, ele ainda estava trabalhando com o fato de que precisava fazer algo para que ela não se assustasse ainda mais com ele próprio. Agora, que acabara de acabar com toda a confiança que havia adquirido.

Ele olhou para a expressão amedrontada da esposa que a cada segundo que passava se revelava sobre seus olhos e sentiu uma fúria se acender nele como em uma fornalha. Naquele momento ele faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, para apagar e acabar com todos os temores de Roslyn.

—Roslyn -Alaric não sabia porque a chamava tanto pelo nome, mas gostava da forma como seu nome lhe lembrava rosas e a forma como eram delicadas. Além da pronúncia agradável que se formava em seus lábios quando a chamava. -Nunca mais vou deixar que ninguém machuque você, até mesmo eu. E, isso é uma promessa.

Roslyn demorou um pouco para reconhecer que aquilo realmente estava acontecendo. Sem se conter, deu um passo a frente esbarrando no peito de Alaric e rapidamente retrocedendo. No entanto, uma mão em seu ombro a conteve e ela permaneceu estática com medo de se mover e causar um estrago no que o marido acabava de falar.

Ela pensou em simplesmente sair correndo, mas não surtiria efeito pois não saberia para onde correr. Então, apenas continuou parada sentindo com todos os sentidos a mão pesada sobre o seu ombro, e a sua respiração pesada.

—Porque queria…-ela lutou contra as palavras por alguns segundos antes de concluir. -...Me castigar?

Indagou, hesitante.

—Não levantam a voz para mim. Nunca.

—Mas, eu não levantei a voz, apenas discordei de suas atitudes. -Concluiu ferida.  

    –Também não estou acostumado a isso. -Ele olhou intensamente para a sua expressão, relaxando mais quando percebeu que o temor aos poucos deu lugar a confusão nas feições dela.

    –Vai tentar me machucar de novo quanto discordar do senhor?-Questionou, permanecendo com o queixo levantado como uma verdadeira orgulhosa.

    Alaric hesitou no começo, mas foi o bastante para Roslyn se afastar e esbarrar com o corpo contra o tronco de árvore.

    –Espere -segurou o seu pulso para conter sua fuga miserável, trazendo-a de volta para si. Notando que gostava da sensação de tê-la por perto. Alaric estava começando a reparar em muitas coisas sobre si quando se tratava da sua esposa. -Eu só preciso de um tempo para me acostumar, não gosto de ter pessoas me desafiando.

—Eu desafio o senhor?-Roslyn falou surpresa.

—Sim.

A resposta simples foi o bastante para manter Roslyn calada por mais alguns segundos, enquanto processava aquela informação.  

—Ainda não respondeu a minha pergunta.

—Não, não conseguiria.

Roslyn sentiu seu peito mais leve quando ouviu que ele em vez de falar que “não a machucaria”, ele falou que “não conseguiria”. Aquilo foi como um bálsamo sobre seus medos.

—Não sei o seu nome. -Falou surpreendo aos dois.

—Alaric.

Ela acenou lentamente com a cabeça como se testasse o seu nome em seus pensamentos. Alaric sentiu a necessidade de ouvi-la pronunciar o seu nome, como tantas vezes pronunciava o dela.

—Quero ouvi-la falar o meu nome. -Ordenou categoricamente.

Roslyn fez uma careta, não gostando da ordem explícita.

—Eu não quero abusar da sorte, meu senhor. Mas, ficaria agradecida se tentasse falar comigo sem impor ordens. -Disse suavemente.

Alaric puxou mais uma respiração, tentando não ficar com raiva com o questionamento às suas ordens.

Novamente.

—Roslyn, poderia falar o meu nome?-Indagou, deixando que sua impaciência fosse clara.

—Claro, Alaric. -Ela sorriu minimamente, mas reprimiu logo em seguida como se fosse proibido. -Acho que deveríamos voltar. Não quero que seu amigo machuque Edward.

Alaric sentiu o mau humor surgir com força quando o nome Edward foi pronunciado. Ele se afastou de Roslyn, deixando que o momento de paz se fosse.

—Sebastian não ofende nem a uma mosca. Vamos.

    Quando chegaram novamente a cabana, Edward estava preso em uma cadeira com os punhos cerrados e uma mordaça. Alaric sentiu uma carranca se formar em seu rosto quando viu o amigo parado de braços cruzadas esperando pacientemente a sua volta.

    –Onde estão os manuscritos?

    –Eu estava esperando você voltar ao normal para ir atrás. -Falou calmamente, raspando as sujeiras embaixo das unhas.

    –Sebastian…-a voz ameaçadora não teve efeito sobre o amigo.

    –Alaric…-debochou o amigo. -Está vendo eu disse que era apenas ciúmes amigo, ele não a machucaria.

    Sebastian falou para Edward, dando uma batidinha cúmplice em seu ombro. O amigo retirou a mordaça e precisou dar um pulo para trás para não ser mordido.

    –Roslyn!

    A moça tentou se livrar do agarre de Alaric, mas nem por um decreto que ele a deixaria se aproximar de novo daquela criatura bestial que ele odiava sem nem saber bem porquê.

    –Estou bem. -Respondeu resoluta.

    –Seu demônio! Eu irei matá-lo!

    –Já chega. Roslyn se seu amigo não me falar onde estão os manuscritos, eu vou ignorar que ele é seu amigo e matá-lo.

    –Edward, por favor! Por mim. -Suplicou pela segunda vez no dia, mas ao menos era por uma boa causa.

    Alaric odiou quando o homem parou de se debater e a contragosto falou onde estavam. Aquilo só poderia dizer que ele tinha uma grande afeição a sua esposa para ceder. Ele ficaria atento nos próximo passos de Roslyn.

Não seria traído.


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Notas finais do capítulo

Parece que o coração meio mercenário do Alaric está sendo vencido pela doce Roslyn, não é mesmo?!!! Obrigado por continuarem acompanhando a minha historinha!! :3



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