Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Oi, amorecas!!! Desculpem pela demora, mas eu não estava conseguindo escrever Amor Proibido. E um verdadeiro cocÔ isso, mas as vezes acontece :(
Esse capítulo ficou ENORME e no final dele eu coloquei um presentinho de Nata para vocês kkk. É bem pequeninho rsrs.
Boa leitura ;)
P.S: eu só queria demonstrar o meu desprezo pelo meu computador quando ele apagou, DO NADA, o capítulo que eu estava prestes a postar. Então, se tiver algum erro a culpa é do computador rsrs. Brincadeirinha.
Qualquer erro de escrita, gramática e outras coisinhas, é só me avisar que eu vou tentar concertar ;D



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Alaric analisou novamente o corredor deserto. Ainda era muito cedo para haver movimento no clã. O sol ainda não havia aparecido no céu, que ainda estava obscurecido pelas nuvens pesadas do inverno, e nem mesmo os criados haviam começado as tarefas da manhã.

Há poucas horas atrás deixará Roslyn adormecida no quarto e rumou para aquele corredor com esperança de encontrar qualquer pista.

Recriou a cena na cabeça, lembrando se exatamente de cada detalhe. Das formas do atacante, da aparência antiga da espada. Tudo era importante para decifrar o enigma de quem se escondia atrás do capuz. Até mesmo a questão de como ele fugiu e não deixou rastros. Simplesmente sumirá como se nunca tivesse estado naquela fortaleza.

—Alaric eu preciso falar com você.

A voz de Sebastian ecoou de maneira estranha pelo corredor silencioso. Alaric permaneceu encostado contra a parede, os dedos pousados sobre os lábios, observando cada pedra e cada falha que revestia as paredes. Cada som que penetrava pelas reentrâncias da fortaleza.

—Alaric?—Sebastian insistiu dando um passo em sua direção.

Porém, Alaric ergueu a mão ordenando silêncio a Sebastian.

Se endireitou e deu algumas passadas em direção a parede oposta, onde o atacante havia encurralado Roslyn. Seguiu, em passadas lentas, a parede oposta e, de repente, achou o que estava procurando há horas.  

—Veja isto.

Sebastian se aproximou rapidamente e se agachou ao lado de Alaric. Os dois observaram com interesse a marca de sangue no chão, era pequena e facilmente escapava da vista de qualquer um que não olhasse minuciosamente.

Ela estava um pouco distante do local onde Alaric havia encontrado Roslyn, o que indicava que o atacante havia fugido seguindo naquela direção. Havia mais alguns vestígios de sangue, mas eles desapareciam como se ele tivesse sido engolido pelas paredes.

—Isso é peculiar. —Sebastian comentou.

Alaric concordou com a cabeça e buscou uma forma de explicar o porquê das manchas de sangue simplesmente sumirem. Não era possível que o homem que a atacou tivesse notado que estava sangrando com a falta de luz no corredor.

Não havia explicação.

—O que queria falar?

Eles ainda não haviam tido chance para falarem sobre o ataque da noite passada. Sebastian mantinha uma distância segura como se Alaric a qualquer momento fosse puxar uma espada contra seu pescoço.

—Sobre ontem.

Sebastian esperou alguma reação de Alaric, porém ele permaneceu em silêncio.

—Depois que tudo se acalmou, eu passei muito tempo relembrando o que havia acontecido antes de Roslyn desaparecer. Não conseguia entender como Edward conseguiu levá-la para longe, uma vez que estive ao lado dela a cada instante …

—Mas, não esteve o bastante. —Alaric retrucou seco já se erguendo.

—…sim. Mas, depois eu parei para refletir e, então, eu me lembrei da moça.

—Moça?

—Sim. Ela havia surgido um pouco antes de Roslyn sumir, era uma moça jovem. Parecia agradável...—Sebastian olhou desconfortável para Alaric. —… e eu, bem, a achei atraente e…

—Está me dizendo que deixou que pegassem a minha mulher por que se interessou por um rabo de saia?! É isso?!-Alaric se exaltou dando uma passo ameaçador em direção a Sebastian.

—Não! Eu nunca faria isso. Mesmo não conhecendo muito Roslyn, eu a estimo muito. -Sebastian esperou o amigo se acalmar para voltar a falar. -Como eu estava dizendo, eu a achei atraente, mas sempre mantive o meu olhar sobre Roslyn. E, então, a moça me ofereceu um copo de sidra e eu aceitei. E, no outro instante, eu não me lembro de quase nada. A minha cabeça ficou pesada, eu não conseguia focar em quase nada e, de repente, você apareceu com aquele olhar alucinado perguntando por Roslyn…sinto muito, Alaric. Abaixei a guarda.

Alaric não respondeu de imediato. Permaneceu calado, a cabeça baixa analisando cada palavra de Sebastian.

—Você disse que ela lhe deu um copo de sidra.

—Sim.

—E, depois, se sentiu mal?

—Sim. -Sebastian franziu o cenho confuso, mas depois de um instante sua face se tornou rubra de raiva e seus olhos faiscaram. -Colocaram algo em minha bebida!

Alaric assentiu; perdido em pensamentos.

—Como ela era?

—Baixa, busto avantajado, cabelos e olhos castanhos. Tinha uma face delicada. -Sebastian falou rapidamente. -Ah e uma pequeno sinal no alto da maçã.

Alaric ergueu a cabeça abruptamente.

—Finalmente, algum culpado para descarregar minha fúria. -Sebastian o encarou; expectante. Esperando a ordem que tanto ansiava seguir. -Encontre-a e a traga para mim. Precisamos acertar certas contas.

♥♥♥

Alaric mirou o olhar na mulher franzina a sua frente.

Sebastian ao seu lado estava rijo de fúria, ele inalava fortemente cada respiração como se buscasse calma com aquele ato.

—Sentiu minha falta, querido?

Rachel o olhou friamente. A sua fala destilou veneno ao redor da pequena saleta.

—Cale-se!-Alaric rosnou. -Era esta a mulher?

Ele olhou para Sebastian esperando a confirmação. O amigo assentiu com um aceno rápido e brusco, dando passos firmes para frente, a boca retorcida por um sentimento intenso.

Alaric soube no momento em que Sebastian a descreveu quem era a mulher que o havia drogado.

—Sua rameira dos infernos! Se não fosse uma mulher, já estaria morta.

—Acalme-se, Sebastian. -Ele inclinou a cabeça na direção do amigo, para que a mulher não o escutasse. Logo, voltou aquele par de olhos diabólicos para Rachel, que refletiam o caos do próprio inferno pelo ódio que corria em suas veias. -Qual a sua relação com o ataque de Roslyn?

A mulher riu sem humor, jogando os cabelos abundantes para trás do ombro.

—Nenhuma, querido. Eu não perderia meu tempo colocando a minha vida em risco por uma menina tola e cega.

Alaric cortou a distância entre eles de uma forma espantosa.

—Se você ousar falar dessa maneira, novamente, da minha esposa. Eu irei bani-la deste clã sem nada mais do que a própria roupa do corpo. Entendeu?-Alaric sussurrou de forma lenta e clara cada palavra no ouvido de Rachel. Ele puxou com um pouco mais de força os cabelos feminino até ouvir um gemido estrangulado de terror. -Entendeu?!

Rachel confirmou fracamente com a cabeça, a respiração suspensa.

—Bom.

Alaric se afastou e mirou o olhar obscuro sobre Rachel.

—Agora, quero que me fale que relação teve com o ataque de Roslyn.

Ela abriu a boca, mas ele a cortou.

—Pense muito bem nas suas próximas palavras. Eu sei quando uma pessoa mente para mim.  E dependendo da veracidade de suas respostas sua pena pode ser menor.

A mulher engoliu em seco e olhou nervosamente para Sebastian. Porém, o homem sustentava um olhar ainda mais tenebroso do que o de Alaric.

—Não tive nenhuma relação com o ataque. -Rachel falou firme. O queixo erguido e uma expressão dura no rosto.

Alaric estreitou o olhar e cruzou os braços na frente do corpo para impedir que avançasse contra o pescoço fino, onde uma veia latejava de terror.

—Está mentindo. -A afirmação imperiosa não deu margem para contra argumentos, porém a mulher negou rapidamente com a cabeça.

—Juro por minha vida que não estou. -A fala firme poderia ter confundido a todos, mas não a um mercenário acostumado a lidar com a mentira como se uma verdade incontestável.

Sebastian bufou furioso, andando irritado pela saleta.

—Você me drogou! Tenha coragem suficiente ao menos para admitir isto.

—Não sei do que está falando. -Replicou com a expressão inalterada.

—Sebastian. -Alaric chamou. Os olhos ainda vidrados em cada movimento da mulher. -Traga-me aquilo que deixei em cima da mesa, por favor.

Alaric observou com interesse o movimento nervoso da garganta feminina.

Os olhos de Rachel se revelaram inquietos enquanto seguiam os movimentos de Sebastian.

Alaric já conhecia Rachel o suficiente para saber que a sua mente agia de forma ardilosa. Quando a viu entrar escoltada na pequena saleta confirmou que nem mesmo a pior das ameaças à faria confessar. Porém, era de seu conhecimento há anos que até mesmo o pior e mais resistentes dos inimigos possuía um ponto fraco. E ele sabia muito bem o que faria Rachel abrir a boca e confessar tudo.

Sebastian despejou as pequenas esmeraldas na palma de sua mão, enquanto Alaric observou a reação de Rachel.

Ela observou as pequenas pedras brilhantes com verdadeira devoção. Os olhos arregalados de puro deleite. As mãos retorcidas como se estivesse se controlando para não avança sobre ele e pegar as pedras.

—Você as quer?-Ele permaneceu parado. A  mão estendida.

—Eu-u...-ela gaguejou terrivelmente e apenas encarou a sua mão. -…sim.

—Então me conte o que aconteceu ontem. Cada detalhe.

Rachel havia se aproximado com o olhar vidrado em sua mão.

—Eu não sei. Estou falando a verdade. -Ela o olhou de soslaio, como se tivesse medo de desapontá-lo.

Mas, Alaric não se sentiu desapontado. Ele se sentiu irado e frustrado ao mesmo tempo. Com um gesto brusco, ele fechou a mão e se afastou.

No entanto, Rachel se jogou sobre ele, o agarrando pelos ombros.

—O que eu preciso fazer pra você me dá-las?!-Ela indagou com urgência. Desesperada. De repente, ela esfregou brandamente o corpo voluptuoso e curvilíneo contra ele. -Você me quer em troca das pedras? Pois eu serei sua por quantas noites desejar, mas em troca terá que me dá-las.

Alaric a afastou com repugnância. Se sentiu sujo com aquele pequeno contato e rapidamente seu pensamento foi para Roslyn.

—Não encoste em mim novamente. -Ele rosnou.

Ela se retraiu, porém seu olhar ainda continuava em sua mão firmemente fechada.

—Então o que quer que eu faça?

—Me conte o que aconteceu ontem. -Ele insistiu. Sentindo que estava perto do que queria quando a viu erguer o olhar.

Rachel lambeu os lábios secos e retorceu o tecido da saia entre os dedos. Parecia perturbada.

—Me dê as pedras primeiro. -Ela estendeu as mãos em conchas e esperou ansiosa. Praticamente se balançando sobre os pés. -Eu contarei tudo que sei, mas primeiro as pedras.

Alaric pensou por alguns instantes. Logo, estendeu a mão e permitiu que uma quantidade ínfima caísse sobre os dedos ansiosos de Rachel.

Ela protestou e avançou desesperada para conseguir o resto, mas se conteve ao notar o olhar implacável de Alaric.

—Conte-me e o resto será seu.

Ansiosa para conseguir o resto, Rachel desandou a falar.

—Um homem chegou para mim depois que a comemoração já havia começado e me deu umas ervas. Ele disse que eu precisava colocar no copo de sidra de Sebastian.

Alaric e Sebastian continuaram em silêncio esperando que ela continuasse. No entanto, Rachel permaneceu guardando silêncio.

—Quem era este homem?

—Eu não sei. Ele estava completamente encapuzado, falou rapidamente com a voz abafada por um pano.

Rachel olhou nervosamente em direção a mão  de Alaric.

Tão previsível, Alaric pensou com escárnio.

—Onde ele a interceptou?

—Em um dos corredores que levava até o salão.

—Não havia ninguém com você?

—Não.

Alaric se controlou para não praguejar de frustração. Apesar das escassas informações de Rachel, sabia que falava a verdade.

—Por que fez isso?-Indagou por último.

—Ele me prometeu jóias. -Rachel elevou o olhar com a expressão dura e ambiciosa.-E muito mais.

—Sinto pena de você, Rachel. Vendida por jóias. -Alaric falou com as sobrancelhas franzidas. -Está banida da fortaleza permanentemente.

A mulher retrocedeu um passo com a incredulidade no olhar.

—Irá ajudar as outras mulheres no campo. Guardas!

Rapidamente homens com expressões duras adentraram  a pequena saleta.

—Levem-na para fora da fortaleza e se certifiquem de que não entre novamente.

Os homens acenaram bruscamente e a pegaram pelos braços.

Rachel se revoltou, gritando a pleno pulmões.

—Não pode fazer isso! Você me disse que me daria o restante das pedras quando eu confessasse!

—Claro que posso. Sou o senhor dessas terras. E o homem que irá bani-la deste clã se não cumprir as minhas ordens.

E sem mais delongas as portas da saleta foram fechadas e o silêncio profundo se estabeleceu.

—Não acredito que deu parte de suas riquezas para aquela mulher. -Sebastian comentou indignado depois de um tempo.

—Ainda tem muito o que aprender, caro amigo.

E com aquela frase, Alaric puxou outro saquinho de couro de uma das gavetas e derramou os conteúdo sobre a mão.

—Que bastardo. -Sebastian murmurou ao perceber que as pedras dadas para Rachel não passavam de pedras brilhosas extremamente semelhantes com as verdadeiras.

—Sempre esteja a um passo a frente de seus inimigos, Sebastian.

♥♥♥

Roslyn se encaminhou pelo longo corredor ao lado de Marion. Estavam indo para o grande salão fazer o refeição da noite junto aos outros, quando pararam ao ouvir vozes femininas no alto das escadas.

Na verdade, somente Roslyn parou, ao ouvir vozes agudas e maliciosas.

—Há algo de errado, minha senhora?-A voz preocupada de Marion encobriu as vozes das mulheres, mas Roslyn ouviu nitidamente quando elas falaram o seu nome.

Ela colocou os dedos sobre os lábios, esperando que Marion entendesse e fizesse silêncio.

—…parece que o senhor a chamou para discutir assuntos particulares em uma das saletas da fortaleza. -Uma das mulheres falou com ares de malícia.

Roslyn sentiu o peito se comprimir dentro do peito.

—Rachel conseguiu o que queria afinal. Enlaçou o senhor das terras com proeza. Aquela prostituta vendida ainda conseguiu malditas esmeraldas em troca. Rachel é uma rameira…-De repente, as vozes cessaram abruptamente.

Roslyn sabia muito bem o motivo do silêncio repentino.

Porém, não conseguiu dar uma resposta a altura já que seu coração latejava dolorosamente dentro do seu peito.

Alaric continuava a traindo. E a constatação de que ele tinha outra mulher era tão dolorosa que parecia não haver mais ar ao seu redor.

—Pensei que as mexeriqueiras tivessem serviços a fazer na cozinha. -A voz ríspida de Marion preencheu o silêncio.

—Nós viemos de lá agora. -Uma das criadas falou com a voz insegura.

—Então voltem imediatamente. -Muito tempo se passou até Marion voltar a falar. -Minha senhora está bem?

    Roslyn acenou fracamente com a cabeça, no entanto seus pensamentos estavam longes daquele corredor.

    Nunca pensou que pudesse sentir uma dor tão excruciante quanto aquela. Que lhe suprimia o ar e a afogava em um sentimento angustiante. Mas, era capaz de sentir, assim como era capaz de sentir a dor da traição lhe perfurar o coração como uma adaga particularmente afiada entrando cada vez mais fundo.

    Como havia sido tola! Todos aqueles beijos e carícias não passavam de mentiras. Por todo aquele tempo, Alaric apenas a iludiu. Ele a fez criar esperanças vazias que jamais iriam se concretizar. E Roslyn como uma verdadeira boba se permitiu imaginar um futuro onde não estaria rodeado pela solidão, mas sim rodeada por braços fortes que sempre estariam presentes para ampará-la e amá-la.

    Era isso que era. Uma maldita boba que acreditava tão facilmente nas palavras de um mercenário sem coração e aproveitador.

    Lágrimas forçaram atrás de seus olhos, mas ela se negou a chorar. Não deixaria que Alaric vencesse daquela vez.

    Ergueu o queixo e aprumou os ombros, exalando uma respiração profunda antes de responder Marion.

    –Não poderia estar melhor. Vamos, não quero deixá-los esperando.

♥♥♥

Alaric entrou na habitação pouco tempo depois do fim da refeição da noite. Geralmente, não subia logo, uma vez que preferia encontrar Roslyn já adormecida para não ser tentado com a visão suave e cálida da esposa antes de adormecer. Porém, ao notar a postura esquiva e retraída de Roslyn durante a refeição, Alaric notou no mesmo instante que havia algo de errado.

O fogo crepitava provocando suaves estalos no quarto. Roslyn já estava recolhida embaixo das cobertas. Os lábios entreabertos e um pequena ruga entre as sobrancelhas contraídas.

Ele se aproximou e sentou lentamente na beirada da cama, cercando Roslyn com um dos seus braços. Estava prestes a acariciar a bochecha sardenta, e acorda-la com um beijo suave nos lábios úmidos, quando paralisou.

Uma pequena lágrima solitária escorreu como cristal na pele estrelada. Alaric sentiu algo se agitar inquieto em seu interior e rapidamente apanhou a lágrima com o polegar antes de atingir o travesseiro.

De repente, com um bater agitado dos cílios longos e ruivos, Roslyn cravou aquelas pedras brilhantes que eram seus olhos nele. Alaric permaneceu com o polegar em sua face e fez uma pequena carícia no alto de sua maçã.

Porém, ela recuou bruscamente como se ele tivesse a esbofeteado.

Alaric se afastou.

Pensou que nada seria pior do que a visão de um campo de batalha arrasado, encoberto por corpos sem vida e manchados de sangue. Porém, a visão de Roslyn recuando diante do seu toque, com uma expressão dura desenhada nas feições delicadas, era tão pior quanto.

Ele precisou buscar por ar antes de prosseguir.

—Esteve muito quieta durante a refeição. -Falou com a voz mansa, com medo de afastá-la ainda mais.

—Estava indisposta. -Retrucou seca.

Alaric observou a tensão em seu rosto, em seus ombros e em seus lábios pressionados em uma linha fina.

Suas palmas suaram e ele pensou que provavelmente o fogo estava alto demais. No entanto, ao checar a lareira notou que o fogo na verdade havia diminuído. Não havia porquê ter gotículas de suor acumuladas em sua testa.

—Quer que eu chame Marion?-Perguntou quase desesperada para manter uma conversa com Roslyn e notar qualquer coisa que justificasse a sua postura esquiva.

—Não é necessário. -Ela se remexeu desconfortável e se afastou mais da beirada da cama como se não suportasse estar tão próxima dele. Se ela tivesse cuspido em sua face e pisoteado o seu peito não teria doído tanto quanto o seu rechaço. -Gostaria de dormir, agora. Estou cansada.

Alaric assentiu por hábito mesmo sabendo que ela não lhe via. Depois de passar alguns segundos parado, se ergueu e caminhou lentamente até o fogo, sabendo que não conseguiria dormir com o repentino mal estar que o assolava, tornando os seus joelhos fracos e perfurando o seu peito sem piedade.

Roslyn o rechaçando era uma cena que se repetia em sua cabeça, revirando a comida em seu interior. Sentiu um gosto amargo na boca de solidão e rejeição. Roslyn com seus cabelos de fogo e coração feroz o havia rejeitado como se ele fosse o esterco que se prende na sua bota.

Doía tanto que Alaric fez uma força descomunal para não rumar até a cama e implorar por seu toque, por sua voz suave.

E quando o silêncio reinou na fortaleza e a neve voltou a cair incessantemente contra as pedras fortes que sustentavam as paredes velhas do clã, Alaric deitou na enorme cama e sentiu algo agudo, como uma navalha, cortar a sua pele lentamente ao notar o corpo tenso e retesado de Roslyn que fugia de seu toque como se ele fosse um demônio atrás de uma alma inocente e pura.

♥♥♥

No próximo capítulo...

"...aquele pequeno contato, mesmo que pequeno e efêmero, trouxe sensações prazerosas de reconhecimento aos corpos desejosos. Aquela pequena linha onde os corpos se tocavam era uma linha tênue e perigosa. Naquele instante, eles pareciam estar sobre uma camada fina de gelo prestes a rachar. E cada passo, cada respiração e cada movimento mal dado faria rachar como cristal o gelo, dando fim aquele momento precioso..."


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Notas finais do capítulo

Gostaram ou non? O que acharam da Rachel? Bem má, né? Comentem e deixem uma autora super feliz!! E aos fantasminhas que estão acompanhando a fic, por favor comentem. Eu adoraria conhecer vocês. Não sejam tímidos ;)
Pessoinhas só queria compartilhar com vocês, o quão apaixonada eu estou pelo homem que o Alaric está se tornando * - *
Nosso pequeno está crescendo rsrs. Brincadeirinha!!
Bjss e um Feliz Natal!! Até o próximo capítulooo!!