Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá, amorecass!!! Mais um capítulo!! Eu sei que demorei um pouco mais dessa vez, sorry gente. Mas, nem sempre minha criatividade tá disposta a me ajudar kkkk
Boa leitura!
Espero que gostem :3



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Alaric observou Edward encostado contra a parede, sendo examinado pelo curandeiro do clã.

Já estava acordado, mas as pálpebras pesadas denunciavam o estado ainda entorpecido em decorrência do machucado.

O velho franzino se ergueu e em um aceno rápido,  confirmou que Edward ficaria bem.

Alaric se aproximou e se ajoelhou na frente do amigo de Roslyn, o analisando lentamente.

Esperou que Edward erguesse os olhos até ele, observasse a sua cara deformada para que tivesse pesadelos que o aterrorizassem e o fizesse temê-lo.

—Conte-me tudo o que viu. -Comandou sem dar espaço para hesitações.

—Por que eu contaria a você?-O homem demorou um tempo para formular a frase,  buscando por ar.

—Por que eu sei que ama Roslyn.

Edward ergueu o olhar assustado, as bochechas adquirindo um tom avermelhado. Alaric confirmou as suas suspeitas com a reação do homem. Não precisava ser muito observador para notar algo que estava estampado na face de Edward.

—Por isso irá contar tudo o que viu, por que não quer vê-la machucada.

Edward desviou o olhar, tentando se ajeitar melhor, se acomodando contra o chão frio e a parede de pedras.

—Eu não me lembro direito...-Edward se remexeu, juntando as sobrancelhas -…eu trouxe Roslyn até esse corredor, estávamos discutindo…-o homem falou com dificuldade, usando palavras superficiais para amansar a realidade do que realmente havia acontecido -…até que um vento forte apagou as tochas, tudo ficou escuro e então eu não me lembro de mais nada.

Alaric ponderou por alguns instantes se devia forçar mais, porém, para o seu próprio bem e paz de espírito, preferiu não pressionar mais aquele bastardo que havia arrastado Roslyn como se fosse uma maldita carga e não uma mulher por um corredor deserto.

—Conversamos mais depois. -Alaric falou inflexível.

Estava prestes a se erguer, porém mudou de ideia e agarrou a camiseta de Edward entre os dedos, aproximando a orelha dele até sua boca, e em um tom baixo, tornou as suas palavras secretas. Pertencentes somente a eles dois.

—Quero que preste muita atenção nas minhas próximas palavras. -Alaric recitou, o maxilar cerrado e os olhos inflamados por fúria. -Roslyn é minha. Somente minha. -Escutou a respiração de Edward falhar. -Aqueles lábios são meus, aquelas madeixas ruivas são minhas e todas aquelas sardas, até mesmo as pequenas escondidas em lugares que jamais verá, também são minhas. Então, na próxima vez em que decidir arrastá-la para longe de mim, eu quero que entenda que eu serei capaz de remover pedra por pedra de cada reino, até encontrá-lo. E, então…

Alaric se afastou o suficiente para mirar o olhar em Edward.

O olhar que aterrorizava o pior dos homens.

—Eu irei ter certeza de que não viverá por mais do que uma respiração.

♥♥♥

—Como ela está?-Alaric sussurrou para Marion, observando Roslyn sentada diante do fogo, os cabelos ainda úmidos o impedindo de ver a face feminina.

—Está bem fisicamente. Mas…-Marion olhou aflita para Roslyn, voltando o olhar para Alaric novamente. -…não falou muito e parece que não está ciente do que acontece ao seu redor. Estou preocupada.

—Vá descansar, cuidarei dela.

Marion olhou surpresa para a carranca preocupada do homem, mas tentou disfarçar com um breve aceno.

—Sim, senhor.  

Saiu silenciosamente.

—Estou começando a achar que arranjei uma esposa particularmente propensa a estar envolvida em ataques noturnos. -Alaric comentou enquanto se aproximava, tentando aliviar a tensão que se acumulava nos ombros tensos de Roslyn. -Deveria ter me avisado que eu precisaria enfrentar assassinos para ser seu marido, Rosie.

Deu a volta no banco em que ela estava e sentiu o ar em seu peito diminuir quando notou a expressão perdida no rosto dela.

Alaric se acomodou ao seu lado, mas não a tocou. Naquele momento, Roslyn parecia que iria perder o controle ao menor dos estímulos. E ele estaria lá para ela, quando ela o perdesse.

—Precisa de algo?

Observou o movimento da garganta feminina, já arroxeada pelo arranhão, ao tragar a saliva.

—Conte-me, agora.

Ela respondeu dura, a postura se tornando ereta como se estivesse se preparando para enfrentar uma verdadeira batalha.

Ele sugou uma respiração cansada.

Alaric só queria dormir e afundar o nariz naquela confusão de mechas úmidas. Segurar o Roslyn firmemente contra si até ouvir a respiração cadente dela preencher os seus sentidos e o levar para as profundezas do sono, onde nem um de seus monstros interiores o alcançavam.

Porém, não poderia fazer nada daquilo sem antes contar tudo para ela. Estava óbvio pela inclinação teimosa do queixo erguido.

—Quando eu a vi desaparecer por um dos corredores, achei que poderia ter sido apenas ilusão. Até onde havíamos combinado, Sebastian iria ficar a todo momento ao seu lado, no entanto isso obviamente não aconteceu…-Alaric sentiu a voz endurecer, o ódio pelo amigo crescer em seu interior,  mas tentou reprimir, enquanto focava o olhar nas chamas acesas. -…percebi que havia algo de errado, então me encaminhei até Sebastian, mas ele, tanto quanto eu, não fazia ideia da onde você estava. Roslyn, você simplesmente sumiu.

Ele esperou que a própria Roslyn falasse algo sobre o desaparecimento, falasse como aquele bastardo conseguiu arrastá-la sem que ninguém percebesse. E, o que estava o corroendo de ódio e fúria por dentro, o que haviam feito pelo tempo que estiveram a sós.

Contudo, se obrigou a manter a calma. Depois, ele teria as suas explicações, quando Roslyn tivesse seu tempo para entender tudo o que havia acontecido e ele recuperasse o equilíbrio de suas emoções.

Estava tão no limite que, de repente, se viu imaginando Roslyn e Sebastian aos beijos. Aquilo o enfureceu tanto que não viu nada a sua frente por alguns instantes. Forçou o ar para dentro e se obrigou a manter uma certa serenidade que estava custando a conseguir.

—Continue. -O sussurro de incentivo o puxou de volta para o presente, porém prosseguiu com uma voz distante.

—Eu segui, então pelo corredor que eu pensei tê-la visto desaparecer. Andei por algum tempo até achar que tinha ido pelo caminho errado, porém notei que a partir de um momento as tochas haviam se apagado e foi então que escutei…

—Escutou o que?-A voz ansiosa de Roslyn foi acompanhada pela inclinação de sua cabeça na direção dele.

—O seu grito. Você gritou Edward. -Alaric não soube como reagir no momento. No início ficou furioso, não gostava nem mesmo que Roslyn pronunciasse o nome daquele homem, porém depois notou o toque de desespero na voz e, então, foi que percebeu que havia algo errado.  -Eu corri naquela direção, até que vi uma luz oscilante na curva do corredor, havia um lampião que irradiava luz no chão. O corpo de Edward estava caído e havia um homem.

Ele ouviu a respiração de Roslyn se acelerar, mas não a olhou.

—Havia um homem, todo encapuzado dos pés à cabeça, em cima de você. A espada em seu pescoço…-Alaric se perdeu nas lembranças por alguns instantes. A raiva o consumindo por dentro, inflamando a sua sede por vingança. -…eu só queria arremessá-lo contra a parede e tirá-la dali. Mas, ele poderia, com apenas um deslize, matá-la com aquela espada. Eu não poderia correr o risco.

Ele quase praguejou quando ouviu a maldita vulnerabilidade em sua voz.

Inferno.

Não podia deixar Roslyn mexer com ele daquela forma. Mal havia conseguido pensar racionalmente quando viu aquela lâmina reluzir contra o pescoço esguio tanto era o seu medo.

Era quase sufocante. Só queria urrar de ódio e matar o bastardo que a tinha contra a parede. Queria somente pegar Roslyn em seus braços e sentir o coração dela batendo, para se certificar de que estava bem.

Não poderia deixar aquilo acontecer novamente. Sua alma defeituosa havia desenvolvido uma fraqueza anormal por aquela mulher. E, ele sabia o que uma fraqueza custava em um campo de batalha.

A morte.

—Como ele era?

—Não era muito alto, parecia robusto por sobre as roupas, porém não consegui ver nada. Ele usava um tipo de máscara no rosto e com a pouca iluminação não havia como identificá-lo.

Roslyn anuiu com a cabeça, esperando-o continuar.

—Quando notou a minha presença, ele pareceu se agitar. Ordenei que se afastasse, no entanto, em troca, ele quebrou o lampião e não consegui mais enxergar nada. Tentei atingi-lo pelo som apressado dos passos, mas ele conseguiu escapar. Sebastian chegou logo depois e, bem, o resto já está ciente.

Alaric tornou a sugar uma respiração e seu olhar foi atraído por um movimento.

Roslyn o olhava fixamente como se pudesse enxergá-lo. De alguma maneiras, aqueles olhos de um azul raro o paralisavam sempre que o miravam.

Sabia que não podia enxergá-lo, ainda assim era inquietante tê-la olhando para o seu rosto deformado.

Quase podia sentir uma dor física ao imaginar Roslyn olhando para as suas cicatrizes, a expressão de horror se desenhando em sua face.

Não suportaria vê-la enojada por sua aparência. Ou, muito pior, pelo seu toque.

Seria pior do que qualquer coisa que poderia imaginar.

E, então ele sentiu a necessidade urgente de tocá-la, ter certeza de que ela não o recusaria. De que não iria recuar ou vacilar quando ele a atraísse para si.

Ele precisava senti-la.

Roslyn era sua, mas precisava, desesperadamente, que ela também aceitasse ser sua.

Não sabia o que infernos havia com ele, mas Alaric precisava daquela menina de olhos enervantes tanto quanto precisava de ar para continuar respirando e vivendo.

Daria seu coração, se ainda tivesse um. Daria todas as suas riquezas para que ela não o rejeitasse. E, a consciência de tudo que era capaz de fazer para tê-la ao seu lado o assustou.

Ele estava perdendo todo o controle sobre si que cultivou por anos.

Apenas por causa de uma mulher.

Mas, era a mulher mais encantadora e meiga que facilmente roubaria o coração do mais cruel dos homens.

E a consciência de outros homens o fez pensar em Edward. E, então, ele sentiu uma calma por ter o ódio para lhe aquecer o íntimo e não o desespero ao pensar que Roslyn estava lhe roubando de si mesmo.  

—O que estava fazendo com Edward sozinha em um corredor?-Indagou calmamente, dando pouca importância, mas por dentro estava se contorcendo.

Ele observou as bochechas femininas corarem, e aquilo apenas o fez se eriçar ainda mais.

—Ele queria falar comigo.

—E, por que não fez isso no maldito salão?

—Por causa dos soldados. Nunca o deixam chegar perto de mim. -Ela replicou com a postura na defensiva.

—E não irá mais, nem que eu mesmo precise vigiá-la durante todo o dia.

—Não pode fazer isso. -Roslyn retrucou com a expressão mais obstinada.

Não soube se aquilo o aliviou por saber que ela estava voltando aos pouco para a realidade que acontecia ao seu redor. Ou o inflamava de raiva por saber que o motivo de sua consciência era Edward.

—Por que está tão desesperada para tê-lo por perto Roslyn?

—Por que ele é meu amigo.

—Não é isso que está parecendo. -A sua feições se desenharam em mármore puro quando se ergueu. Mas, por dentro, seu coração martelava desesperado, com o medo de perdê-la para aquele bastardo. -Ficará neste quarto e verá apenas Marion até que eu chegue.

A expressão magoada o fez vacilar, no íntimo sabia que estava soando injusto. Mas, se obrigou a se manter firme.

Girou sobre os calcanhares e estava a ponto de bater porta a fora no corredor, quando ouviu a voz furiosa de Roslyn.

—Você é o homem, mas insuportável e teimoso que eu já tive o desprazer de conhecer.

Alaric tentou, de todas as formas possíveis, não se abalar com aquelas palavras. Mas, a sua respiração se suspendeu por alguns instantes quando uma dor no peito o atingiu.

—Eu posso ser bem pior. -Sussurrou ameaçadoramente caminhando de volta para Roslyn.

Ela se ergueu com ódio crispado nas feições contorcidas, e Alaric achou ter visto um vulnerabilidade escondida entre as emoções turbulentas que a atingiam.

—Não pode me prender assim só porque me recuso a seguir suas ordens.

—Posso sim e farei. -Ele falou com determinação; a voz dura.

Mas, de repente, seu olhar foi atraído para a camisola quase transparente de Roslyn por causa das chamas. Ele podia ver perfeitamente as curvas femininas, as pernas torneadas que haviam se prendido em sua cintura mais cedo.

E, por pura força descomunal, conseguiu evitar olhar para o peito elegante que subia e descia em baforadas furiosas.

Ela estava tão linda que nem ao menos lembrava do que infernos estavam discutindo. Só queria calá-la com beijos arrebatadores e retomar da onde haviam parado antes de serem interrompidos por seus malditos soldados.

—Alaric!-A voz de comando e impaciente o fizeram erguer o olhar em direção a face avermelhada pela raiva. Tão linda. -Está me escutando?!

—Sim. -Ele só foi capaz de murmurar com um fio de voz quando ela cruzou os braços e…-Sente-se!

—O que?-Roslyn murmurou confusa. -Eu não vou cumprir as suas ordens ridículas e…

—Roslyn, apenas sente-se. -Ele falou com o maxilar trincado e o olhar voltado para as chamas. Ela se sentou hesitante, sentindo o roçar do banco pesado de carvalho contras as pernas, antes de se sentar completamente, as feições ainda na defensiva. -Obrigado.

Soltou um suspiro de alívio e percebeu os olhos arregalados dela ao ouvir sua palavra de agradecimento.

—Alaric...-ela chamou suavemente, as mãos pousadas sobre os joelhos. -…não pode me dar ordens a todo instante. Uma vez perguntei se podia confiar em você. E disse que sim. Agora, eu peço que confie em mim. Me deixe tomar as minhas próprias decisões, sem interferir.

Ele não respondeu, ainda com o olhar perdido nas chamas. Sabia que se a olhasse, iria fazer qualquer coisa que pedisse.

—Vem aqui. -O chamado suave foi como o cantar de uma sereia.

Ele se aproximou a contragosto e se deixou sentar cautelosamente ao seu lado.

Não se confiava, naquele momento, muito perto dela.

—Me dê a sua mão. -Ela estendeu a mão e esperou.

Ele a entregou e sentiu os dedos pequenos se entrelaçarem nos seus.

—Percebe como se encaixam?-Ela deslizou a palma pela dele e acariciou levemente as costas da sua mão com o polegar, aquele gesto foi a coisa mais sedutora que já viu. -A minha mão não se encaixa assim com a de Edward.

—Roslyn eu não estou com ciú…-Ele tentou retirar a mão, precisando sair daquele quarto.

Parecia estar se afogando. Se afogando de desespero para tê-la inteira. Queria tudo de Roslyn, seu coração, seus sorrisos, o seu toque.

Aquilo não podia continuar.

—Chega. -Ele se ergueu, mas Roslyn se ergueu logo depois, ainda com a mão presa na dele.

—Alaric. -Ela se aproximou um passo, os pés pequenos e descalços subindo em cima de suas botas. Ela estava tão perto. Perto demais para a sua sanidade. -Confia em mim.

A sua respiração se acelerou como se estivesse correndo.

Sentiu a mão de Roslyn escorregar pela sua, subindo pelo seu braço para se apoiar. Ela se inclinou para frente, raspando o peito contra o seu. Ele quase pensou que perderia o controle, mas de repente aqueles olhos incrivelmente azuis, e esperançosos focaram nele.

Ele se sentiu como o mais poderoso dos homens ao ver a confiança que se refletia na face feminina. E toda essa confiança se destinava a ele.

Somente a ele.

E não a Edward.

Ele sentia que poderia mover oceanos se ela pedisse.

—Não me faça me arrepender de confiar em você, Roslyn. -Ele a envolveu com os braços, no início cauteloso, mas depois se aventurou a acariciar a curva de suas costas, descendo lentamente até o final delas sentindo ela se arquear levemente para ele, como se não pudesse controlar o próprio corpo.

Ah, ele amava saber que tinha o poder de provocar aquelas reações nela.

—Não irá. -Ela sorriu como se fosse o próprio sol irradiando luz para todos os lados.

E, então, ela fez a coisa que jamais pensou que faria. Ao menos não com tamanha entrega.

Passou os braços delgados pela sua cintura e o apertou em um abraço forte. Enterrando a cabeça em seu peito, bem no lugar onde seu coração batia enlouquecido.

Naquele momento, mesmo sentindo os seios firmes de Roslyn pressionados contra seu tronco e todas as curvas sobre as suas mãos, Alaric permaneceu imóvel, como se uma respiração errada fosse afastá-la.

Ele apenas quis deixar aquela doçura e inocência o envolvê-lo. E deixar que aquela pequena mulher o salvasse do lugar obscuro onde a vida o havia colocado.

♥♥♥

Feito pela diva da The Original Angel!!

Reparem nas cicatrizes do Alaric, achei bem parecido :D!


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Notas finais do capítulo

Diga o que acharam do capítulo!! Adoro saber o que vocês acham :)!!
Acharam Alaric muito carrasco?! Muito possessivo?! Comentemmm!!
Lembrando que a Roslyn não é necessariamente a Bryce Dallas!! Imaginar os personagens é muito pessoal para cada um então se sintam a vontade de pensar nela como outra atriz, assim como para o Alaric :3
Bjsss e até o próximo capítulo!!