Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 22
22


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!! Pessoas perdonnn pela demora de postar, mas eu tenho sério problemas as vezes na hora de escrever kkk. Por que as vezes eu sei o Que escrever, mas não sei Como escrever. Por isso, muitas vezes eu demoro porque nem sempre o capítulo sai do jeito que eu quero. Aí eu demoro um tempão reescrevendo...
Enfim, mas aqui está o capítulo e eu espero que vocês gostem, apesar de eu achar que ainda falta algo nele
Boa leitura
Ahhh quase esqueci, eu só queria agradecer a todas as pessoinhas que favoritaram a fic, que recomendaram, que comentem todos os capítulo e as pessoas que acompanham!!! De verdade, vocês são imprescindíveis para que eu continue a escrever!!



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A chuva impiedosa açoitava as pedras da fortaleza como se fosse o prenúncio de um verdadeiro dilúvio.

Roslyn sentiu não somente o frio da noite penetrar pela camada de lençóis e afagar a sua pele, mas sentiu também um frio lhe dominar as estranhas e a fazer tremer de medo pelo que aconteceria dali a algumas horas.

Não queria que ninguém suspeitasse do seu temor, uma vez que não queria que a vissem como uma covarde, porém não conseguia não se sentir assustada.

Se sentiu cada vez mais enclausurada, presa pelas cobertas que mais pareciam amarras sobre ela. Se ergueu rapidamente, afastando os lençóis, deixando os pés serem engolidos pelo frio da noite quando ficou sentada na beirada da cama. A sua respiração por algum motivo vinha em baforada apressadas e superficiais. De repente, o preto que a impedia de enxergar qualquer coisa a sua frente parecia engoli-la e puxá-la.

As mãos se apertaram em volta do tecido macip; suadas. Seu estômago se retorceu e uma opressão no peito a impediu de continuar respirando.

E para piorar tudo o que já sentia, uma mão sobre seu ombro a fez estremecer de terror. Se esquivou do toque, no entanto duas mãos a contiveram.

—Calma, sou eu. -A voz rouca e macia a fez relaxar minimamente, mas a opressão em seu peito estava a esmagando de uma forma anormal.

—Ar. -Ela sussurrou com um fio de voz, arranhando a garganta com os dedos. -Não consigo…

—Shii, tudo bem. -A voz de Alaric soou calma ao seu lado. Ele segurou a sua mão e a comprimiu contra o coração dele, que batia em um ritmo regular e calmo. -Sinta as batidas. Precisa se acalmar para deixar o ar entrar.

Ela assentiu com a cabeça, antes de inspirar fortemente quando o peito de Alaric expandiu e relaxou.

Alguns instantes passaram quando Roslyn sentiu a opressão do seu peito diminuir, até sumir completamente.

E quando sentiu o ar entrar livremente pela abertura entre seus lábios foi que notou a proximidade excessiva de Alaric.

A respiração dele se misturava com a sua de um forma enervante. Os joelhos se tocavam e a mão que ainda tinha comprimida contra seu peito a fazia pensar em coisas que aquecia as suas bochechas de uma forma constrangedora.

—Sinto muito, não quis acordá-lo. -Ela sussurrou, retirando a mão do peito de dele. -Não sei o que aconteceu.

—Roslyn. -Ela piscou desconcertada pela forma como Alaric pronunciou o seu nome. Tão terno e carinhoso que quase quis deitar a cabeça em seu peito e escutar as batidas do seu coração. -Sei que está assustada…

—Não estou!-Negou veementemente.

Caso fosse Marion que estivesse ali, ela não negaria, e muito provavelmente se deixaria ser consolada pelos braços rechonchudos da criada. Contudo, Marion não estava ali, mas sim Alaric. E, por algum motivo, não queria que seu marido a visse assustada. Queria que ele pensasse nela como uma pessoa forte que não teme nada.

—Não adianta negar, céu. -Roslyn inalou fortemente ao ouvir o nome carinhoso. Ela devia proibir Alaric de falar daquele jeito. Não era justo com o seu coração já maltratado por seu falecido pai e que agora já tinha um enorme pedaço já ocupado por ele. -Não precisa ir adiante se não quiser.

Ela umedeceu os lábios secos antes de falar.

—Quero fazer isso, de verdade. Mas, estou com medo. -Ela sussurrou a última parte, como se revelasse um segredo. -Me acha fraca por isso?

—Roslyn, você está arriscando a própria vida para achar a pessoa que a atacou, que a perseguiu e matou um soldado. Se isso não é bravura, então eu não faço ideia do que seja.

O som da chuva havia aumentado preenchendo o silêncio entre eles. Ela assentiu com a cabeça e tentou falar algo, porém as palavras de Alaric haviam aquecido o seu peito a retirando a capacidade de articular frases coerentes.

Ela não se atreveu a se mexer quando dedos capturaram o seu queixo gentilmente. A sua respiração saiu entrecortada quando a barba rala de Alaric raspou contra sua bochecha.

Ele sussurrou o seu nome contra sua pele, deslizando os lábios sedutoramente sobre a pele aquecida. Ela murmurou algo incoerente, pois naquele momento não se lembrava nem mesmo do próprio nome.

No entanto, quando ele trilhou um caminho de fogo pelo seu pescoço, abrindo um dos botões da camisola. Roslyn ficou tensa, com as mãos espalmadas sobre os ombros de Alaric, não porque tivesse repulsa ou náuseas do marido quando ele a beijava. Estava longe disso.

Mas, ficou tensa porque tinha medo de machucar a si mesma ainda mais. Sabia que o que sentia pelo marido era muito mais do que uma simples afeição. Era algo latente que pulsava em seu interior, expandido-se a cada toque e a cada beijo de Alaric.

Um sentimento forte que lhe roubava a respiração e a entorpecia.

No começo, lutou com todas as forças contra aquele sentimento. Mas, não adiantava mais, sabia que todo o seu coração já estava comprometido, pois estava perdidamente apaixonada por aquele que deveria ser o seu maior inimigo.

Como se sentisse a sua tensão, Alaric se afastou lentamente.

Se ela pudesse enxergar, veria olhos pesados nublados por algo selvagem e voraz, veria a expressão de um homem perdido e furioso por não poder ter algo que seu corpo ansiava.

Mas, acima de tudo, veria a mágoa expressa nas feições de um homem que foi rejeitado inúmeras vezes pela própria vida.  

Ela sentiu o momento em que Alaric se ergueu da cama.

—Aonde vai?-Indagou com a voz incerta.

—Dormir. Já que a minha bela esposa não está disposta a aguentar o meu toque está noite. -A voz masculina soou dura, com ironia o suficiente para fazer as bochechas de Roslyn inflamarem de raiva.

Porém, se conteve, pois percebeu que Alaric sempre se utilizava de frases grosseiras para machucá-la quando o atingia de alguma forma.

Por isso, quando ouviu o som de lençóis sendo afastados e o som da cama quando Alaric voltou a deitar, Roslyn continuou sentada, perdida em uma confusão de pensamentos.

No fim, o cansaço e a exaustão a venceu e ela acabou por se deitar encolhida na beirada da cama, tentando se fazer tão pequena quanto uma criança.

 

Já haviam se passado longas horas quando Roslyn despertou.

Ela sentiu a proximidade de Alaric como um toque na pele. Suspendeu a respiração, mas se forçou a relaxar.

Não fazia idéia da distância que os separava, mas sabia que era pequena o suficiente para sentir a respiração de Alaric contra o seu rosto e os nós dos dedos masculinos encostados contra sua barriga.

—Eu não quis…

—Eu sei. -A afirmação calma a fez se calar por alguns segundos. -Não quis soar rude.

—Não soou. -Dedos a acariciaram na face, deslizando até os seus lábios. -Não gosto de brigar com você.

Sussurrou e, por um momento, achou que as suas palavras haviam se perdido juntamente com o som da chuva forte que ainda caía imperiosa do lado de fora.

Pensou que assim era melhor. Alaric não precisava saber que apreciava os momentos de paz entre eles. Os momentos que se perdiam um no outro.

No entanto, sentiu a mão de Alaric se espalmar em sua barriga, deslizando até os seus quadris, empurrando-a gentilmente contra os lençóis.

O seu coração saltou em seu peito e achou que não suportaria a forma violenta com que martelava contra suas costelas.

Os lábios de Alaric roçaram os seus levemente, como se estivessem apenas provando, degustando o sabor.

Ele raspava os lábios de forma efêmera, como se tentasse ter o melhor encaixe de seus lábios juntos como se fossem peças a serem coladas.

E no terceiro toque, Alaric se deixou cair sobre o corpo dela, saqueando e roubando o pedaços restantes do coração de Roslyn com um beijo apaixonado e delirante.

—Alaric…-Ela falou com a voz hesitante quando os lábios se separaram para tragarem uma quantidade ínfima de ar.

—Está tudo bem. Nada de consumação. Só beijos. -Ele falou com a voz rouca, beijando-lhe tão delicadamente que Roslyn acabou por esquecer o que queria falar.

Estavam tão perdidos no braços um do outro, que as batidas frenéticas na porta não foram capazes de impedir que Alaric continuasse a beijar a pele sardenta que descobria a cada vez que abria um botão.

—Alaric!

O grunhido quase animal vindo do marido fez Roslyn cravar os dentes nos lábios para impedir que um gemido de protesto escapasse por eles.

—Espere. -O grito rouco, mas se assemelhava a um rosnado. Ela sentiu o momento em que ele descansou a testa contra o seu pescoço, a respiração agitada, deitando a cabeça contra o seu peito. Roslyn com certa hesitação acariciou os fios rebeldes que se enrolavam em cachos curtos. Como se fosse possível, Alaric se aconchegou ainda mais nela, como se quisesse fundir os corpos juntos. -Preciso ir.

Falou por fim, erguendo-se sobre os cotovelos.

—Tudo bem. -Roslyn sussurrou ainda com a respiração afetada.

—Preciso que me deixe ir, céu. -Para fundamentar a frase, Alaric acariciou com as pontas dos dedos as pernas femininas que haviam involuntariamente se enroscado em seus quadris.

Um perfeito o se formou na boca de Roslyn, a medida que ela se afastava com a expressão mortificada.

—Isso não vai se repetir. -Falou com o rosto tão vermelho quanto os cabelos.  

Alaric a conteve, deixando um beijo rápido sobre os lábios ainda úmidos e vermelhos pelos seus beijos.

—Ah, carinho, pode acreditar que isso ainda irá se repetir inúmeras vezes.

Ele se vestiu rapidamente, não conseguindo afastar o olhar da mulher desarrumada e desnorteada que havia deixado na cama. Se debruçou sob a cama antes de ir embora, depositando um beijo involuntário sobre a testa enrugada pela confusão.

—Não me espere.

♥♥♥

O som de música e falatório enchia a fortaleza como a anos não se via.

Os aldeões bebiam e dançavam como se não houvesse um amanhã. Como se não estivessem em pleno inverno e tivessem apenas algumas mudas de roupa para se protegerem do frio excessivo e um pequeno estoque para alimentarem as famílias.

Naquela noite a raiva e o rancor parecia ter sido esquecido em troca da felicidade de provar sidra em canecas velhas e dançar a noite toda com mulheres encantadoras e homens arrumados.  

As comidas haviam sido poupadas para não faltarem durante os meses que se seguiriam. Contudo, ao que parecia, enquanto todos estivessem empunhando uma caneca cheia de sidra nas mãos, a escassez de comida não parecia ser um grande problema.

No entanto, Alaric sabia que aquilo tudo não passava de uma encenação para conseguirem achar o traidor ou traidora.

Ele correu o olhar pelo salão que havia sido preparado às pressas para acomodar a todos, olhando minuciosamente cada rosto, cada movimento e cada gesto que poderia ser considerado atípico.

De repente, sentiu um par de olhos o fitando de longe. Do lado oposto do salão, Edward o observava nas sombras, com o olhar duro e a expressão obscura. Ele trincou o maxilar e devolveu o olhar com a mesma intensidade.

Edward baixou o olhar e ele não precisou seguir para saber para onde olhava, e sem que percebesse, seu braço envolveu a cintura de Roslyn possessivamente, atraindo-a contra o corpo.

—Notou algo?-A voz ansiosa o fez desviar o olhar e fixá-lo nas feições de Roslyn.

—Não. -Ele acariciou a curva elegante das costas da esposa inconscientemente, enquanto voltava o olhar para o salão.

Outra música começava ao passo que novos casais se organizavam para dançarem.

—Faz tempo que não escuto.

Alaric ergueu uma das sobrancelhas curioso, voltando a atenção novamente para Roslyn, com a satisfação expressa em suas feições ao notar como o corpo feminino se moldava perfeitamente contra seu.

—O que?

—A música.

Ela fechou os olhos e recostou a cabeça contra seu peito, deixando os acordes do alaúde envolvê-la.

Ele sentiu os quadris femininos se movimentarem levemente contra os seus, acompanhando o ritmo da música que soava.

E quando ele a trouxe para mais perto, sentindo o comprimento do corpo esbelto pressionado contra o seu, Alaric procurou ansioso por um canto que pudesse escondê-los do olhar dos outros.  

Ele queria se perder naquelas curvas e naquela boca macia até aquela maldita noite acabar. Queria segurar Roslyn contra si até ter certeza que estaria perfeitamente segura em seus braços.

Ao inferno com a porcaria daquele plano! Não deixaria ninguém tocar em Roslyn.

Alaric a segurou pela mão e deu passos seguros e decididos em direção a um dos corredores que levavam aos andares superiores.

—Alaric, espere…-Roslyn tropeçou sobre os pés quando foi puxada bruscamente.

Ele não parou; implacável.

Estava a poucos passos de alcançar o corredor, porém um sorriso sacana em conjunto com olhos brilhantes o impediu de continuar.  

—Alaric! Achei que era melhor vir cumprimentá-lo antes sentisse a minha falta. -Sebastian diz alegremente, o sorriso pícaro dançando sobre os lábios cheios. -Ou fizesse alguma bobagem como fugir.

Sebastian sussurrou já com o sorriso duro, os olhos estreitos.

—Saia da minha frente Sebastian. -Ele retrucou, com o olhar intimidador, a postura retesada como se esperasse a qualquer momento para atacar.

—Já chegamos até aqui, Alaric! Desisti seria burrice. Pense, homem. Roslyn não corre nenhum perigo. -Sebastian correu o olhar rapidamente pelo salão, sem se deixar intimidar por Alaric. -É nossa única chance.

—O que está acontecendo?-Roslyn falou com as sobrancelhas franzidas e a expressão preocupada.

—Não vou deixar que ela seja ofertada em uma maldita bandeja como um cervo para ser abocanhada pelos lobos. -Rosnou com os dentes trincados.

—Mas, se desaparecer com ela, todos iram reparar e será muito pior.

Alaric praguejou com força.

—Roslyn ficará bem. Estarei com ela o tempo inteiro. -O efeito que Sebastian pensou despertar em Alaric, acalmando os seus temores, não surtiu efeito.

—Ela ficará comigo e não estamos em discussão sobre isso.

—Sabe que se não deixá-la só em algum momento da noite o atacante não irá fazer nada com você a pastorando.

—Alaric…-A voz suave o fez se calar. -…está tudo bem. Pode me deixar com Sebastian, agora.

—Não. -A negativa rápida fez os dois voltarem a atenção para ele. -Você fica comigo.

—Mas, precisa me deixa ir. -A contestação foi acompanhada pelo toque de Roslyn em seu braço. -Eu vou ficar bem.

Ainda assim, ele continuou a segurando  fortemente pela mão.

—Eu não quero ela longe da minha vista. -Alaric falou lentamente tendo certeza que Sebastian havia compreendido.

E, então, lentamente ele a soltou, permitindo que o amigo a levasse pela mão para longe.

O restante da noite transcorreu com um clima tenso. Os aldeões bebiam cada vez mais, tornando a comemoração mais agitada, inquieta. Os músicos pareciam estar mais alegres ao enxergarem a empolgação do público que dançavam como verdadeiros nobres.

No entanto, rodando com o olhar de águia o salão lotado, Alaric observava atento, com as mãos atrás das costas, Roslyn conversar com alguns aldeões ao lado de Sebastian.  

Ela parecia estar bem, mesmo que certa tensão ainda estivesse gravada em seu rosto.

Estava dando uma volta quando sentiu algo em sua nuca, quase como um arrepio que em época de batalhas sempre o alertavam para algo e o deixava na defensiva. E quando girou sob os calcanhares e observou um vulto vermelho abandonar o salão, um líquido gélido correu por suas veias e seu instinto primitivo floresceu.

Atravessou o salão com passadas ágeis, o olhar determinado e a expressão contorcida em pura ódio.

Se sentia preparado para matar.

♥♥♥

 


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Notas finais do capítulo

Comentem pessoas!!! Amo os comentários de vocês :))))!!!
Até o próximo capítulo e desculpem os erros!!
Bjsss