Amor proibido escrita por Bora ser feliz


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoinhas!! Passando rapidinho pra dizer que esse capítulo deveria ter sido publicado ontem, mas como o computador é muito disputado tivemos contratempos kkk.
Espero que gostem :)



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O sons fora dos seus aposentos era o único que Roslyn ouvia há dias. Os passos dos soldados que se movimentavam no corredor durante as trocas.

Ela sentia a raiva e a impotência crescer até se tornarem uma grande fornalha em seu peito. Ela queria gritar até perder a voz, bater as punhos contra porta até ficarem dormentes.

Queria, sobretudo, ferir Alaric assim como ele a estava fazendo sofrer.

Ela nem ao menos percebeu quando se tornará uma pessoa tão vingativa.

Se ao menos pudesse falar com alguns dos criados ou com Marion, no entanto até mesmo esses pequenos contatos com os outros aldeões ele a privou.

Sentia-se ainda mais presa do que se sentiria se estivesse nas masmorras.

Ela só queria que aquilo acabasse de uma vez.

*****

—Saia da minha frente.

—Não.

Alaric esfregou brandamente as gemas dos dedos contra os olhos em um atitude claramente impaciente.

—Não me faça ter que movê-la. -Ele ameaçou com os dentes cerrados e uma expressão que teria feito o mais bravo homem fugir aos tropeços.

—Sou uma senhora que já viu muito na vida, menino. -Alaric não fez mais de que elevar uma sobrancelha falhada decorrente de anos de batalhas para a pequena criada rechonchuda. -E não será um homem da sua altura com cara de quem comeu e não gostou que irá me intimidar.

—Fale antes que eu a despache aos chutes.

—Precisa me deixar ver a senhora.

—Não. -A negativa rápida e curta apenas fez a velha senhora se empertigar ainda mais.

—Ela precisa de mim, assim como você precisa dela.

O riso desprovido de humor retumbou pelo peito de Alaric como se quisesse camuflar a batida errática de seu coração ao ouvir a palavra que pensou jamais ouvir ligada ao seu nome. Não gostava de precisar de ninguém.

E não precisava.

—O que você precisa ver é o curandeiro do clã, porque obviamente não está bem da cabeça.

Sem se importar mais com que aquela mulher faladeira e insuportável, Alaric a contornou seguindo em direção ao batalhão de homens que se reuniam a alguns metros.

—Ela não come há dias!

Ele parou e Marion soube que havia ganhado.

—Está fraca e segundos os seus homens não sai da cama nem mesmo para trocar as vestimentas. -Ela esperou que ele virasse, mas apenas pelo movimento pulsando no maxilar trincado Marion soube que ele não podia evitar que a preocupação o dominasse. -Precisa me deixar cuidar dela. Ela precisa de mim.

—Vá. E não me atormente mais com esses assuntos.

Ela agradeceu que Alaric não virou para ver o sorriso satisfeito em seu rosto quando partiu para ver Roslyn.

*****

Roslyn sentiu a cama afundar ao seu lado após a porta ser aberta. Ela odiou quando o seu coração acelerou apenas em pensar que poderia ser Alaric, puxando as cobertas e afagando brandamente os seus cabelos.

Porém, rejeitou o pensamento rapidamente quando os dedos calosos desenharam a curva da sua sobrancelha em uma carícia afetuosa.

Ela quis rir pelo mero pensamento irreal de ter Alaric debruçado sobre ela dedicando-lhe carícias.

—Está tão magra. -O sussurro sofrido de Marion a fez erguer minimamente a cabeça.

—Marion?-Ela piscou desorientada, não acreditando realmente que Marion estava lá.

—Em carne e osso, menina.

Ela se jogou com todas as forças para frente sentindo o corpo grande da criada amortecer o impacto.

—Sua pequena tola jamais deveria ter ido com Edward para aquela maldita clareira.

—Eu…-Ela tentou se desculpar, mas Marion passou na frente.

—Edward me contou tudo. Ele foi um estúpido por deixá-la tão vulnerável, ainda mais sabendo com quem está casada.

—Ele não tem culpa.

—Sim, tem culpa sim. E não me venha com desculpas. -Ela sentiu a mão de Marion afagar sua face e ela se recostou contra a palma quente. -Agora, o que precisamos fazer é alimentá-la já que você perdeu o pouco peso que tinha.

Roslyn resmungou algo incoerente.

—Ande.

E com toda a relutância que uma pessoa poderia ser capaz de ter, Roslyn se ergueu da enorme cama, lutando por deixar o seu desânimo e tristeza junto com os lençóis amarrotados.

*****

    Roslyn se remexeu inquieta na cama depois de acordar de um sono turbulento. Já fazia muito tempo que Marion havia a deixado no quarto muito bem alimentada e fresca depois de um longo banho.

    Ela lutou por se livrar daquela sensação frustrante de desconforto que pinicava em sua pele. No entanto, a cada segundo se fazia mais consciente do estalar das chamas, do ressoar da brisa contra as paredes de pedras da fortaleza.

Era uma sensação inquietante. Ela se remexeu pela terceira vez, pensando que provavelmente era uma sensação passageira. Talvez, fosse um pesadelo.

No entanto, quando sentiu uma carícia, mesmo que leve como uma pluma em sua perna,  soube que não estava sozinha.

Havia alguém em seu quarto. E quem quer que fosse não poderia estar atrás de uma conversa amigável.

Ela queria poder fingir que era apenas um pesadelo e permanecer deitada até acordar. Contudo, quando sentiu um toque novamente em seu braço, rapidamente se ergueu da cama e pulou para o outro extremo, sabendo exatamente para que lado ficava a porta.

Depois de dias enclausurada naquele cômodo, sabia até mesmo quantos passos precisava dar para chegar até a porta.

Sentiu a madeira pesada contra os dedos quando ela cedeu sobre seu peso, o que a fez fazer uma rápida prece em agradecimento por estar aberta. Mas, quando deu um passo para fora no corredor, algo pesado se enroscou em seus pés a fazendo cair para frente e arranhar os joelhos.

Sem parar para pensar que provavelmente aquele peso morto que a fez cair era provavelmente o soldado desacordado que sempre ficava em sua porta, Roslyn se ergueu com uma agilidade invejável correndo com todas as forças para qualquer direção que a levasse para longe daquele quarto.

Sentia o bater agitado do seu coração contra suas costelas a medida que o medo dominava cada um de seus membros.

Ela espalmou as mãos para frente lutando pelo autocontrole necessário para lembrar quais caminhos seguir quanto mais avançava pelo corredor.

De repente, uma parede surgiu a sua frente, e ela não fez mais do que parar bruscamente para evitar o impacto contra o seu rosto.

Os passos pareciam se tornar cada vez mais perto quando voltou a correr para a outra direção.

Ela quase podia sentir a morte seguindo-a a cada passo, a cada queda e a cada respiração descompassada que expulsava pela sua boca. Correu ainda mais rápido, engolindo o grito de desespero, quando sentiu dedos em seus cabelo em um toque efêmero.

Ela quase podia jurar que ouviu um riso de deboche em seu ouvido quando prosseguiu quase voando sobre seus pés descalços.

De repente, os passos diminuíram até ela não escutar mais do que a sua própria respiração agitada.

Ainda assim, continuo correndo com afinco, caindo novamente quando sentiu os dedos arderem por ter batido contra outra parede úmida. Quando pensou que estava livre do perseguidor escutou novamente o som de passos, mas daquela vez vinham de outra direção.

Um ofego de terror escapou de seus lábios quando se ergueu novamente e agarrou o tecido da camisola para ser mais ágil quando voltasse a correr.

Mas, era tarde demais, uma mão áspera e quente apertou o seu braço a impedindo de correr. Ela lutou de uma forma feroz, usando as unhas e a voz para afastar o oponente. No entanto, quando sentiu um cheiro familiar e aquela voz que fazia seu coração tremer dentro do peito, um enxurrada de alívio se apoderou dela nublando os seus sentidos quando se atirou para frente se aferrando com todas as forças ao corpo do marido.

—Alaric?-Ela indagou com a voz quebrada.

—Sou eu.

Ela deixou o soluço preso escapar quando se enrolou como um animalzinho ferido contra o corpo quente e grande de Alaric. Roslyn precisava sentir cada pedaço do seu corpo grudado contra o dele para ter certeza que estava a salvo.

Alaric não conseguiu evitar que a raiva de ver Roslyn vagueando pelos corredores fosse substituído pelo prazer de ter o corpo pequeno pressionado contra o seu.

    De repente, Roslyn estava por todo a parte, com o braços delgados em volta do seu pescoço, o rosto escondido na curva do seu ombro, as pernas parecendo querer lutar contra o tecido da camisola para envolver sua cintura.

—Está tremendo. -Alaric sussurrou contra os cabelos avermelhados, sentindo as mechas macias contra as cicatrizes grotescas do seu rosto.

Ele quase praguejou quando suas palavras a fizeram se afastar. Ele deixou que ela escorregasse até estar sobre os pés.

—Pode me levar até o seu quarto?

—O que houve com o guarda que eu deixei na porta do seu quarto?

—Por favor, pode me levar até o seu quarto?-Roslyn ignorou a pergunta, quase sentindo os joelhos fraquejarem sobre o próprio peso.

Alaric permaneceu minutos inteiros em silêncio, deixando Roslyn ainda mais desconcertada.

—Eu entendo se não…-Ela sussurrou sem conseguir se conter ao sentir um calafrio perpassar seu corpo com a frieza do corredor.

Uma mão deslizou na sua a fazendo engolir as palavras seguintes.

Ele a guiou pelo corredor até chegarem ao antigo quarto deles no mais absoluto silêncio. A cada passo que davam, Roslyn se aproximava do corpo de Alaric como se precisasse sentir o calor de sua pele, até que ela estivesse com toda a lateral do corpo contra o dele.

—Quer que coloque mais toras no fogo?-A indagação sutil de Alaric a fez erguer o rosto que antes pendia fracamente sobre os seus ombros.

—Não. Está bom assim. -Ela murmurou sentindo o terror voltar a oprimir sua garganta ao lembrar dos momentos agonizantes que passou no corredor. Oh, não. Ela não voltaria para aquele quarto.—Eu sei que, agora, que somos inimigos jurados não poderia lhe pedir isso, mas…

Alaric tentou segurar o riso quando os olhos desfocados de Roslyn se arregalaram e suas sobrancelhas se elevaram de uma forma sarcástica ao falar a palavra inimigos. De alguma maneira, ela conseguia transformar um assunto extremamente sério em um assunto leviano de pouca importância.

—Mas…-Ele tentou incentivá-la a continuar ao perceber o movimento nervoso da sua garganta ao tragar a saliva.

—Mas eu poderia dormir neste quarto por esta noite? Suponho que é extremamente desconfortável para ti, mas eu peço que permita esta pequena concessão.

—Este quarto também é seu. -O alívio que surgiu em sua face fez o sangue de Alaric correr mais rápido. -Roslyn porque fugiu do seu quarto?

—Não fugi…-Ela gaguejou horrivelmente, balançando-se sobre os dedos dos pés como se não conseguisse se manter quieta. -…eu apenas estava me sentindo sufocada.

—Não tente me enganar. Sei que está mentindo.

A voz inexpressiva a fez se esticar, lutar para clarear os pensamentos e acalmar o redemoinho de sentimentos aterradores que se agarravam em seu coração como garras afiadas, apertando dolorosamente.

—Podemos falar sobre isso amanhã?

—Há algo de errado.-A constatação fria a fez dar um passo para trás; assustada.

—Por favor...-Ela fechou os olhos firmemente voltando a abri-los quando o coração deu um solavanco no peito ao lembrar da mão em seu cabelo. -…eu posso ficar aqui por esta noite?

O silêncio se perdurou por intermináveis segundos de aflições por parte de Roslyn até Alaric colocar fim em sua espera agoniante.

—Precisa que providencie algo antes de dormir?

Um sorriso de alívio se desenhou nos lábios que antes estavam comprimidos.

—Não. Pode me levar até a cama?

Ele a pegou pela mão estendida e observou surpreso Roslyn se afundar na cama até virar uma pequena bolinha encolhida sobre as coberta, deixando apenas os olhos e o nariz arrebitado para fora. Ah, e claro, as madeixas ruivas colorindo com pinceladas vivas as almofadas brancas.

Sem conseguir resistir aquele quadro de doçura misturado com inocência, inclinou-se sobre ela, deixando os braços sustentarem o seu peso ao lado dos fios encaracolados.

—Não sabia que estava tão ansiosa para compartilhar a cama comigo, esposa. -Ele viu as bochechas se tornaram cada vez mais da tonalidade do cabelo avermelhado.

Ela pareceu querer falar algo, mas o quer que tenha pensando em falar morreu junto com o fechar dos seus lábios fortemente.

—O que a assustou tanto, Rosie?-Sussurrou baixinho com medo de quebrar a vulnerabilidade que via na expressão da esposa.

—Havia alguém. -Ela sussurrou de volta como se tivesse medo de falar mais alto.

—Aonde?

—Em meu quarto. -Um suspiro trêmulo escapou dos lábios da ruiva quando tentou empurrar mais ar para dentro dos pulmões para acalmar as batidas frenéticas do coração. -Eu podia sentir que me observava.

Alaric sentiu os punhos se comprimirem em um instinto animal ao imaginar Roslyn indefesa em sua cama enorme com alguém a poucos metros a observando.

Ele perdeu a noção de quantas vezes precisou inalar para conter a fúria gelada que se alastrava por seus ossos e trincava o seu maxilar.

Em um impulso ele se ergueu, no entanto no último segundo, sentiu dedos frios e nervosos se agarrem a malha que recobria os seus ombros. Ele voltou a se debruçar sobre Roslyn surpreso por ela estar o tocando.

—Aonde vai?

A indagação ansiosa teria feito Alaric se abaixar e pressionar os lábios contra os dela até ter certeza que ela esqueceria o próprio nome, teria feito ele trilhar um caminho úmido de beijos pelo pescoço esguio até se perder de desejo pela fragrância floral que Roslyn sempre carregava consigo. No entanto, naquele momento, o único que conseguia pensar era em achar o bastardo que invadiu sua privacidade.

—Durma. Voltarei antes do alvorecer.

Em um ato que teria feito Sebastian piscar atônito e feito os seus inimigos rirem, Alaric descansou os lábios contra a testa de Roslyn, sentindo um instinto primitivo de proteção florescer em seu peito.

—Fique comigo.

Ele sentiu uma emoção aquecê-lo quando Roslyn insistiu novamente, comprimindo os lábios e elevando as sobrancelhas em uma carranca profunda.

—Não acredito no que estou vendo. -Ele brincou não resistindo a tentação de constranger aquela pequena bolinha encolhida como um gatinho. -Está preocupada comigo, Rosie?

—Isso…-ela deixou a frase no ar retirando bruscamente os dedos dele. -…seria um absurdo.

—Admita.

—Não. -Falou emburrada, empurrando ainda mais a cabeça contra a almofada como se não suportasse sentir o hálito dele contra o rosto.

—Posso fazer você falar. -Ele sussurrou maliciosamente, roçando os lábios contra os dela, não resistindo ao biquinho infantil. -Rosie…

A voz autoritária a fez piscar desorientada. Como Alaric conseguia soar inflexível agindo da forma mais sedutora possível?

—Talvez. -Ela precisou expulsar as palavras quando sentiu a respiração dele em algum ponto sensível do seu pescoço. -Um pouco.

Terminou por fim, sentindo o rosto pegar fogo de vergonha.

—Estou decepcionada, Rosie. Esperava um pouco mais de resistência.

Ela resmungou algo incoerente, virando-se para outro lado, ignorando-o.

Alaric deixou o sorriso morrer aos poucos ao observar o modo como Roslyn se aconchegou do lado onde ele dormia todos as noites, encolhendo os joelhos contra o peito, fazendo-se tão pequena que facilmente uma pessoa passaria o olhar pela cama e não a perceberia.

—Apenas não vá sozinho. -O sussurro abafado fez os seus joelhos cederem minimamente sobre sobre o seu peso.  

A sua respiração se alterou quando percebeu que Roslyn, aquela mulher de espírito doce e guerreiro, tinha medo por ele.

Não sabia dizer se ela era sua perdição ou sua salvação.

    –Não me espere acordada.

Sem conseguir resistir ao pedaço de pele descoberto no ombro dela, Alaric deixou os lábios descansarem contra a pele salpicada de sardas, inalando o cheiro fresco de flores. Quando ele ouviu a respiração dela se tornar errática, afastou-se com um sorriso de puro ego masculino por saber que a afetava tanto quanto ela o afetava.

Porém, quando saiu ao corredor escuro toda os bons sentimentos foram esmagados apenas por um sentimento de pura ânsia por saber quem foi o bastardo que a encurralou em seu próprio clã.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se houver muitos erros, mas não consegui revisar ele direito. Escrevi demais e tive tempo de menos para rever tudo direitinho kkk
Então, pessoinhas chutes sobre quem estava perseguindo a Roslyn??
Parece que alguém está se tornando bastante protetor heinn!! E Marion já sacou tudo antes do próprio Alaric. Mulher esperta ;)
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