Jenny PDV

Coloquei meu casaco e desci para ir para a escola. Edward havia sumido e eu tinha a esperança de encontrá-lo na escola. Na verdade, eu tinha praticamente certeza de que ele estaria por lá, pois, fora seu quarto, Bella era seu único refúgio.

Corri até o carro de meu pai, já que Edward não estava aqui para me levar. Afundei minhas costas no banco traseiro e tentei pôr meus pensamentos em ordem. Eu tinha muita, muita coisa na cabeça:

Edward, meus pais, Jacob, a escola, meu sonho, minha paixonite aguda, e Jacob, e Jacob... Nossa! Claro! Jacob!

Eu tinha a forte sensação de que Edward era centrado o suficiente para compreender a situação toda e agir com sensatez, porém, eu queria ter essa mesma certeza de mim. Meu coração estava batendo tão forte que eu temia que Carlisle escutasse – o que era uma tremenda idiotice. E meus pensamentos oscilavam sobre o fato de eu estar indo para a escola e ter que rever o homem mais bonito do mundo. Eu tinha medo das sensações que isso poderia me causar, e de como isso afetaria meu comportamento. Eu estava realmente e literalmente tremendo de medo.

— Tudo bem Jen? – Carlisle perguntou. — Edward vai ficar bem. Não se preocupe. Esme e eu vamos lidar bem com essa situação. Com Esme tudo sempre acaba bem! – Meu pai suspirou. Admito: ele transborda amor por essa mulher. Tanto que às vezes enjoa!

— Eu to legal. Vai dar tudo certo, eu também acho.

— Mas você parece preocupada... – Ele ponderou.

— Impressão sua.

— Eu sei que pode parecer babaquice – ele usou o termo com total estranheza — eu estar levando você para a escola, mas, se quiser, se for te fazer ficar melhor, eu estaciono antes de entrarmos. Eu sei que não seu irmão jovem e “da galera”.

— Pai! – Interrompi seu discurso bobo. — Não tem nada a ver...

Meus pensamentos foram subitamente interrompidos por uma lembrança, algumas na verdade:

1ª - O sorriso lindo do Jacob na cozinha de Bella quando ele se oferecia para me ensinar a dirigir.

2ª - O sorriso e o olhar malicioso de meu deus de bronze naquela praia falando sobre “guiar”.

3ª - O fato de eu realmente estar indo com o meu pai para a escola onde eu sei que vou ver Jacob e aí mesmo ele vai me ver como a “filhinha de Carlisle”.

Então, quando eu ia dar uma de “adolescente” e aceitar a proposta de estacionarmos antes da entrada da escola, percebi que já estávamos no estacionamento.

— Lá vou eu ao papo de dirigir! – resmunguei temendo ter que falar disso com Jacob depois daquele sonho. (Cara, como eu sou idiota!).

— Dirigir? – Carlisle perguntou desentendido.

Eu quis gritar: P.Q.P! !!! $#@$#$# !!! $%¨&#$@#*&¨ !!! @#@¨&¨&*!!!

— O que tem dirigir? – Meu pai insistiu.

— Ahn... Nada!

— Tem sim. Você está tremendo. Você pode falar tudo pra mim, filha.

Ótimo: agora ele estava usando “aquele” tom comigo!

— Não é nada importante. Apenas um amido se ofereceu a me ensinar a dirigir, pois ele tem um carro seminovo que pode ser que tenha me interessado! Nada de mais mesmo pai! – dei de ombros. Mas é claro que não colou.

— Um amigo que se ofereceu para te ensinar... – Meu pai ponderou de novo. Odeio o fato de ele fazer isso muito, pois nunca dá pra dizer o que realmente ele está pensando. r10; E quem é esse amigo?

Alguém me chuta e me chama de Pateta!

— Jacob Black. Amigo da Bella.

— E ele é do segundo ano?

— Terceiro.

— Ele tem quantos anos?

— Dezenove.

— E é estudioso?

— Pai! – exclamei. — O que isso importa? Eu sequer pensei em aceitar a proposta! Aliás, não é preciso ele ser lindo e gênio para me ensinar a acelerar, frear e fazer baliza! E...

— Jenny, Jenny! Se acalme, por favor! – Meu pai pediu tranquilamente. Só aí percebi minha explicita demonstração de nervosismo.

— Tudo bem pai. Mas o senhor pode, por favor, parar logo esse carro e deixar eu descer? Não acha que já entrou demais na escola? – Fingi aborrecimento. Na verdade, eu estava fula era comigo mesma e minha total falta de senso!

Carlisle sorriu provavelmente me achando a adolescente mais boba e transparente do mundo! Depois, ele parou perto do meio-fio.

Apressei-me a sair do carro, porém, quando subi na calçada, meu pai pôs a cabeça para fora do carro e me chamou.

— Cuide-se, ok?

— Ta, pai, pode deixar!

Rolei os olhos apressadamente.

— E, só para constar: eu conheço o senhor Black! – Ele riu cinicamente. Senti meu rosto todo formigar. — Foi ele quem me levou Bella e Edward para o hospital depois daquele fato do penhasco que lhe contei. É um bom rapaz! – Meu pai sorriu e piscou pra mim. Logo depois acenou, mas eu estava perto demais para que aquele aceno tenha sido para mim.

Olhei para trás vacilante e completamente abestalhada. Minhas emoções eram tão extremas que eu ficava cada vez mais tonta e idiota. Quando vi para quem Carlisle acenou – que, a propósito, estava felizmente acenando de volta -, meu coração simplesmente deu um pico.

Jacob, claro.

Continua...