Edward PDV

- Claro Jen! Já deveríamos estar em casa mesmo! – Respondi a ela. – Vá pegar sua mochila e me encontre lá fora.
Jenny prontamente obedeceu. Bella, então, se pôs de pé junto comigo.
- Então… É beisebol? – Ela perguntou.
- É sim. Pode ser... Divertido.
Bella sorriu, o que me pareceu mais um convite, o qual eu não poderia me dar ao luxo de recusar. Aproximei-me dela compassivamente. Fiquei surpreso quando Bella segurou minha mão, praticamente me chamando para ela. E me dei conta de um pequeno detalhe: eu precisava dela.
Toquei seu rosto a fim de decorar o formato, as linhas, as curvas... Eu precisava tê-la em mim, de uma forma mais real. Eu queria transpor Bella para o papel da melhor forma que eu podia. Eu queria poder deixá-la imortalizada do único modo que eu conseguia... Já que milagres eu não podia fazer.
- Bella... – Minha boca falou automaticamente.
- Edward... Eu não... Não sei... – Ela sussurrou a milímetros de mim.
- Você não precisa se preocupar, - eu garanti. – Eu tive uma ideia. Você me espera amanhã, na saída da escola?
Era meio que loucura o que minha cabeça acabara de pensar, mas talvez valesse a pena. Tudo para esclarecer a nós mesmos o que estava havendo. Eu não queria pensar em Bella de qualquer jeito, eu não poderia tratá-la como qualquer garota. Bella era diferente, era especial.
- Depois… Da escola? Ok. – Ela respondeu e me deu um sorriso. Minhas certezas aumentaram.
Abracei Bella, sentindo uma vibração que não se continha dentro do meu peito. Ela me abraçou de volta. Eu sabia que Black e Jenny estariam logo de volta, então, evitei dar a Bella mais um momento de bochechas vermelhas, evitando, com toda minhas forças, beijá-la novamente.
Nos afastamos e notei um grande sorriso em seu rosto perfeito. Será que ela sabia que qualquer coisa que ela faz é encantador? Será que ela tem noção do quanto é atraente e convidativa? Será que ela vê o que faz comigo?
- Bem, Bella, até mais tarde! – Falei experimentando o perfume de seus cabelos de novo, beijando o topo de sua cabeça.
- Eu te levo… Até a porta.
Assim que saímos, Jenny e Jacob vieram para fora. Riam sem parar. Jen pulou logo para meu lado e subiu na moto, toda animada.
- Tchau Bella! Tchau Jacob! – Ela acenou.
- Tchau! – Bella e Jacob disseram juntos.
Coloquei o capacete e acelerei para longe da garota mais provocante que eu poderia ter encontrado. Não era no sentido físico, ou sexual. Bella me intrigava com seu jeito de nunca parecer completamente entregue. Ela era perfeita, e tão forte, e tão delicada... Bella não era como a maioria que eu conheci no Alaska: garotas que corriam para mim, e se davam para qualquer cantada barata; garotas que queriam ser precoces, só por que os caras eram; garotas sem um pingo de noção. Não, Bella era mais que qualquer uma delas: era centrada, preocupada com os pais, preocupada com quem ama acima dela mesma… Tão... Inocente, tão adulta ao mesmo tempo. E o desafio que era desvendá-la instigava ainda mais meu interesse.
Sim, eu vou atrás de Bella, vou fazer por onde merecê-la. Quero descobrir os segredos dela, quero ser o que ela precisa, ser o que ela quer. Por que eu sei que preciso saber dela, de seu bem-estar. E só há uma única pessoa na qual eu posso depositar total confiança de que nunca irá machucá-la, de que nunca irá fazer por onde perdê-la. Esse alguém sou eu mesmo.
Cheguei à casa de Esme e Carlisle e tudo estava tranquilo. Minha mãe lia sentada numa poltrona na sala. Jenny passou por ela e a cumprimentou, depois correu para o quarto. Não falou comigo o caminho todo e eu nem tinha percebido até então.
- Oi mãe! – Falei indo até ela e lhe dando um beijo em sua mão, como sempre.
- Bebê eu precisava falar com você! – Disse ela se levantando e vindo atrás de mim.
- Mãe, eu preciso tomar um banho. A gente conversa outra hora? – Tentei se gentil, como sempre, mas ainda urgente.
- Ah… Certo!
O que? Ela concordou?
Parei ao pé da escada e me virei para encará-la. E lá estava minha mãe com seu rosto afogueado e seus olhos fugitivos. Não. O que ela tinha para falar era sério e, por alguma razão, ela estava fugindo.
- Pensando melhor, eu tomo banho daqui a pouco. Fale mãe, o que há?
Voltei para seu lado. Ela me olhou hesitante e sorriu.
- Não é nada Edward, de verdade. Como você disse, é melhor que suba! – Ela me virou de frente para escada de novo e me empurro delicadamente para cima. – Tome seu banho e depois desça para comermos. Carlisle está voltando do hospital. Ele começa a trabalhar amanhã, não é ótimo?
- Sim, mãe. É claro!
- Então vai: sobe, sobe, sobe...
Obedeci sem relutar, a final, eu teria o resto do dia para falar com ela. Agora, eu precisava de tempo para descansar e pensar em como convencer o senhor Charlie de levar Bella para o jogo. Mas mais que isso, eu precisava mostrar para Charlie que eu não era um cara qualquer. Eu precisava ganhar a confiança dele.
Mas, por falar em confiança… Eu ainda tinha que testar a confiança de Carlisle.
Nossa! Há tanta coisa a ser feita!
Lembrei da voz de Carlisle dizendo que meu quarto era o primeiro do corredor. Eu não gostei de ter O Primeiro quarto, mas, quando abri a porta e entrei, mudei de ideia totalmente.
O lugar era todo decorado em branco, vidro, azul escuro, preto e mármore. Só o quarto deveria valer uma nota! Tirei meus sapatos na entrada com pena de sujar o chão preto que quase parecia um espelho. O branco nas paredes contrastava com o piso, equilibrando nosso olhar. Os móveis, na maioria em couro branco, eram perfeitos.
Havia um divã próximo a uma janela imensa, com vista para a floresta e, perto desse móvel, ocupando a parede inteira, havia uma enorme estante preta repleta de livros, DVD’s e meus CD’s. Todos eles! – Esme com certeza mandara trazer do Alaska. – E, do outro lado, havia uma cama de casal, com as roupas de cama em um tom de azul muito escuro, quase pretas. Num outro canto havia uma porta coberta com uma cortina branca. Aproximei-me de lá e me deparei com uma sacada redonda, que tinha vista diretamente para um imenso jardim dos fundos.
Eu estava sonhando. Aquilo era piração! Minha mãe encontrara o cara mais rico mundo! Não, rico é pouco! Carlisle é realmente montado na grana! Podre de rico!
- Não, não, não. Edward, não! – Resmunguei para mim mesmo.
Carlisle não ia me ganhar assim. Ele pode até realmente manter minha mãe na vida de rainha que ela merece, mas eu? Não, comigo ele ia ter que lutar mais um pouco. Eu não sou a mulher que ama ele. Eu sou o filho dessa mulher, o protetor primordial dela e, para realmente poder chegar nela, ele vai ter que me vencer.
Por hora, tudo que eu precisava era relaxar, passar o tempo o mais rápido possível até poder ver Bella de novo. Assim, entrei para o quarto e notei uma porta perto da uma mesinha de canto. Mais uma porta? Fui até ela e a abri.
Era uma suíte? Meu quarto é uma suíte?
Um banheiro todo branco e preto. Cuidado com o maior zelo. Com uma banheira e o maior chuveiro que eu já vi! Ok, ok, dou o braço a torcer:
Ponto para Carlisle!