Pelos Teus Olhos escrita por Caroline Bottura
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura.
Guy Ecker - Vitor Robles.
Não vi quando o medico saiu do quarto, me agarrei a Heriberto como minha salvação, não podia acreditar no que estava acontecendo, leucemia, eu tinha leucemia, Joaquim era a única coisa em minha mente, meu bebe podia ficar sem mim, Heriberto secou minhas lagrimas.
— Vai ficar tudo bem, você é forte Victoria, vai dar tudo certo.
— Não sei Heriberto, não sei mais de nada, eu posso morrer.
— Não, não diga isso, você vai lutar, nós vamos lutar todos nós, você não esta sozinha.
Olhei nos olhos dele e vi determinação, me senti mais tranquila, Heriberto me passava essa tranquilidade.
— Eu vou lutar, pelo meu filho.
Ele colocou um mecha de cabelo atrás da orelha, segurou meu rosto. – Exato, lutar com tudo o que tem dentro de você, com o amor de mãe que é a maior arma para essa luta.
Voltei a chorar nos braços dele, precisava desse tempo, vem a negação, a revolta e força, ele me segurou pelo tempo que precisei.
— Você escolhe o que quer fazer, quer contar a mamãe agora, ou depois.
— Eu preciso contar, eu preciso dela Heriberto. – ele me deu um meio sorriso, beijou minha testa e saiu.
Encostei minha cabeça no travesseiro, pensei em tudo o que estava a ponte de perder, era impossível não pensar na possibilidade de não sobreviver, não segurei o choro, fechei os olhos e chorei, senti os braços da minha mãe me rodeando, deitei a cabeça em seu peito, o colo da mãe e algo surreal, te leva pra outros lugares, te tira um pouco da dor, ela beijou minha cabeça.
— Vai ficar tudo bem meu amor, minha menina.
Limpei as lagrimas e levantei a cabeça, olhei pra ela que estava com os olhos cheios de lagrimas.
— Mãe...
Ela me abraçou de novo. – Não precisa fala nada, estou aqui minha princesa, nada vai te acontecer.
— Estou morrendo de medo.
— E eu estou aqui pra ajudar a espantar esses medos, lutar contigo, sempre.
Me agarrei mais a minha mãe, fiquei por um tempo ali, em seus braços, Heriberto entrou de novo com o medico, explicaram o tratamento, vou começar a quimioterapia, tentar combater, enquanto faço o tratamento procuramos uma medula compatível, liguei pra casa, minha irmã e meu pai chegaram, foi mais uma batalha contar a eles, choramos os 3 juntos, eles saíram no quarto e Heriberto entrou com Joaquim. Olhei meu menino, tão pequeno o medo tomou conta de mim de novo, mas não podia assustá-lo, Heriberto o colocou na cama ao meu lado, ele sorriu pra mim e veio para meu colo, o abracei forte e pedi a Deus que me ajudasse e eu estivesse sempre ao seu lado, o vendo crescer, se tornar um homem de bem como o pai, senti seu cheiro, o choro era baixinho, ele me olhou ainda sorrindo e tocou meu rosto com as duas mãos.
— Mamaaa.
— Meu príncipe, mamãe esta aqui, sempre. – O abracei de novo, e olhei Heriberto ao lado da cama. – Por favor cuida dele, promete que... – Heriberto me interrompeu.
— Victoria não faça isso. – Ele se aproximou. – Você vai vencer, vamos porque ninguém vai deixa você lutar sozinha.
Sorri pra ele e ficamos com Joaquim mais um pouco, Heriberto levou meu bebe e eu me encontrava sozinha com meus pensamentos, sairia do hospital só depois da primeira sessão de quimio que seria daqui dois dias, já era noite quando vi a porta do quarto se abrindo, era Lorena, ela se aproximou e olhou pra mim.
— O que faz aqui, como entrou se já passou o horário de visitas?
Lorena sorriu e deu de ombros. – Tem suas vantagens ser filha do diretor do hospital. – Ela se sentou na cadeira ao lado. – Na verdade não tem o que falar, apenas que sinto muito e tenho certeza que você vai ficar boa.
Olhei pra ela. – Lorena agradeço por ter vindo aqui, estou com tanto medo mas quero ser forte pra minha mãe, pai, irmã e principalmente Joaquim, só que o medo e enorme.
— Seria estranho que não estivesse, só que pra mim não precisa ser forte, as vezes temos que ter nosso tempo de sofrer e chorar e se precisar estou aqui, como disse te admiro e tenho um carinho por você.
Limpei a lagrima que caia. – Obrigada Lorena, vou me lembrar disso.
Ela olhou o quarto. – Pensei que ia encontrar sua mãe, vai ficar sozinha?
— Sim, eu preferir que ela ficasse com Joaquim, como ele esta na casa do Heriberto.
Ela balançou a cabeça. – Então você já arrumou companhia.
Olhei surpresa pra ela. – Lorena não precisa, não vou te atrapalhar.
— Claro que precisa, a única coisa que você não precisa agora é ficar sozinha, quando estamos assim ficar só é a pior coisa que pode acontecer.
— Você fala como se soubesse o que sinto.
Ela deu um meio sorriso. – E eu sei Victoria, eu já estive em seu lugar, eu tive leucemia.
Abri a boca de surpresa, na podia acreditar. – Você já teve leucemia?
Ela assentiu. – Sim, e quando eu conheci o Heriberto eu estava quase no final do tratamento,mas estava tão acabada, não acreditava que poderia sair curada, mas ele me ajudou, ele me fazia rir, ele estava comigo quando recebi a noticia que estava curada depois do transplante, então Victoria eu te entendo, e por isso que estou aqui se você precisar.
Peguei na mão dela. – Como você sabia que ia ficar tudo bem?
— Eu não sabia, mas precisava acreditar que tudo ficaria bem, me agarrei em Deus, isso me salvou. – Lorena sentou na cama do meu lado. – Victoria sua força vem da família, você vai lutar pelo seu filho, pela sua mãe, seu pai, sua irmã e por Heriberto.
— Lorena...- Ela não me deixou falar.
— Eu sei que o ama, e se isso vai te ajudar a lutar mais não vou me opor. – Ela olhou o relógio. – Agora esta na hora de descansar, amanha a conversa com o medico não vai ser fácil, quando tiramos as duvidas o medo parece que não tem fim, eu vou ficar aqui e nem adianta protestar.
Apenas sorri, ela saiu da cama e foi para o sofá grande que tinha para acompanhantes, ficamos em silencio até o sono chegar.
Acordei e Lorena já tinha ido embora, levantei fui ao banheiro, tomei um banho e coloquei a camisola que minha mãe trouxe, fui até a janela e olhei a rua, a conversa com Lorena ontem me ajudou, sabia que tinha que acreditar, essa seria minha maior força minha fé, ouvi a porta abrir era Heriberto, ele sorriu pra mim.
— Bom dia, como esta?
Me virei pra ele. – Acho que bem, digamos que preparada no momento.
Ele veio ao meu lado. – Joaquim estava todo feliz com a avó, ficou brincando com ela.
Sorri em pensa no meu filho. – Ele adora ser paparicado.
Heriberto riu e me olhou. – O medico que vai acompanhar tudo já chegou, ele veio de outra cidade mas eu conheço o trabalho, e um dos melhores dessa área.
Balancei a cabeça. – Eu confio em você.
Heriberto tocou meu rosto com delicadeza, fechei os olhos, precisava dele, nem que seja como amigo, medico, mas precisava dele ao meu lado, e como que se ele adivinha meus pensamentos e desejos, ele me faz uma promessa.
— Sempre estarei aqui Victoria, ao seu lado.
Abri os olhos cheios de lagrimas, ele estava sorrindo pra mim, ouvimos a batida na porta e nos afastamos, um medico loiro, muito bonito entrou no quarto.
— Bom dia. – Ele se aproximou e cumprimentou Heriberto, se abraçaram. – Meu amigo quanto tempo.
— Sim, como esta?
Eles se separaram. – Bem, agora vamos trabalhar juntos de novo.
Eles olharam pra mim, e Heriberto apresentou. – Victoria esse é o Vitor, ele e um grande amigo e vai ser seu medico, é um dos melhores oncologistas que existe.
Ele estendeu a mão. – Bom dia Victoria.
Apertei sua mão, ali conhecia o homem que tentaria salvar minha vida.
Continua...
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