Pelos Teus Olhos escrita por Caroline Bottura
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Finalmente minha mãe estava em casa, estava me arrumando para ir para o almoço, Joaquim já estava pronto com Julia na sala, terminei e saímos, nos despedimos do meu pai, não demorou para chegarmos, desci com Joaquim nos braços, entrei, a empregada avisou que eles estavam atrás da casa, na área da piscina, fomos pra lá, minha mãe estava sentada na cadeira conversando com Lorena, Heriberto estava do lado.
— Boa tarde.
Minha mãe olhou pra mim e sorriu, me aproximei ainda com Joaquim no colo e a beijei.
— Oi filha.
— Como esta se sentindo mãe?
— Muito bem graças a Deus. – Ela beijou meu rosto e pegou Joaquim o beijando.
Olhei para a Lorena e cumprimentei fiz o mesmo com Heriberto, Julia se sentou e eu fiquei ao seu lado, Joaquim correu p colo do pai, que se sentou ao lado da Lorena, olhei pra eles, poderia ser eu ali, mas todos os erros são pagos na terra, e eu pago meu equivoco com juros. Almoçamos, conversamos, Joaquim brincou até cansar, já estava dormindo quando o peguei do colo da minha mãe.
— Filha não quer que Heriberto te leve, pegar taxi é ruim com criança.
Sorri pra minha mãe. – Não se preocupe mãe, eu já conseguir comprar um carro, estou com ele já. – Me despedi de todos e saímos, Joaquim dormiu todo caminho, chegamos o coloquei na cama, Julia foi fazer algumas coisas da faculdade, fui pra varanda, a noite estava linda, fui até o quarto e pedi pra Julia fica de olho no Joaquim, fui pra praia, caminhei pela areia, a lua estava perfeita, bem no meio do céu, brilhando, quando dei por mim estava no mesmo lugar em que eu e Heriberto nos beijamos pela primeira vez, me sentei na mesma pedra e olhei para o mar, a lua refletia nele dando a calmaria que eu precisava. Senti as lagrimas deslizando.
— Victoria.
Olhei para tras e ele estava ali, com as mãos no bolso, me olhando, limpei as lagrimas.
— Heriberto o que faz aqui?
Ele se aproximou. – Posso te fazer a mesma pergunta.
— Eu moro aqui do lado, você não.
Ele sorriu leve. – Fui levar Lorena pra casa e resolvi andar pela areia, pelo jeito tivemos a mesma ideia.
— Sim, a noite esta linda.
Ele ficou ao meu lado em silencio, quando perguntou de Joaquim. – E Joaquim, ele brincou tanto hoje.
Sorri lembrando do meu pequeno. – Sim, ele apagou. – Olhei pra ele, estava tão lindo, os olhos mais verdes sendo refletidos pelo brilho da lua. – Porque veio para este lugar Heriberto?
Ele me olhou. – É uma praia, aberta ao publico. – Ele riu da resposta.
— Perguntei aqui, nesse lugar, nessa pedra, ou se esqueceu o que aconteceu aqui?
Ele fechou os olhos. – Não Victoria, não esqueci, como já te disse o amor a gente senti apenas uma vez. – Ele me olhou. – Você sempre será a minha lembrança mais doce, mais também a mais amarga.
— Você não sabe como eu pago esse erro, com juros altíssimos, a Lorena ela é uma mulher extraordinária, mas dói vê-lo com ela porque meu coração e teu e ele quebra por não ser eu a estar ali, te abraçando, beijando e fazendo amor com você.
Ele sorriu nostálgico, me olhou de novo e se aproximou mais. – Eu sonhei com esse momentos por quase 3 anos, você tem razão Lorena ela é maravilhosa, temos uma ótima relação, mas ela não é você. - Olhei pra ele surpresa, ele se aproximou mais, tocou meu rosto com delicadeza, fechei os olhos, que saudades que estava do toque dele, ele beijou minha testa e me abraçou forte, deitei a cabeça em seu peito. – Você sempre será o amor da minha vida Victoria e já não sou moleque pra ficar negando, mas nosso tempo passou, mas nunca esqueça sempre estarei aqui. – Ele me apertou mais em seus braços, beijou o topo da minha cabeça, eu olhei pra ele que sorriu e foi andando pra longe de mim, rompi em choro, sabendo que o havia perdido.
Depois de uma semana passei pra ver minha mãe, estava tão cansada, dor no corpo, tinha ficado até com febre alguns dias, um a gripe forte estava vindo, bati na porta, Lorena abriu.
— Boa noite Victória, entre. – Passei por ela. – Dona Olivia acabou de subir, ela foi tomar um banho para jantar.
Sorri pra ela, Lorena era bonita, gentil e dava pra ver que não era apenas pose, ela era assim, meu coração ficou em paz pois sabia que se Heriberto não estava comigo estaria com alguem que o mereça, e Joaquim também estaria ao lado de quem gosta dele, toda mãe gosta de quem trata bem o filho.
— Tudo bem eu espero. – Me sentei no sofá, ela fez o mesmo.
— Janta com a gente, sua mãe ia ficar feliz.
— Janto sim, Joaquim foi com a minha irmã e meu pai passear hoje, então não vou ficar sozinha.
— Vou pedir para colocarem mais um prato. – Lorena saiu e logo voltou, sentou no mesmo lugar, olhei pra ela.
— Lorena, eu sei que sabe sobre o que aconteceu entre Heriberto e eu, espero que não fique uma coisa chata.
— Victoria todos temos passados, não julgo ninguém, cada um faz o que acha certo, Heriberto e eu temos uma relação em paz, quero que saiba que pra mim você é uma mulher de garra, uma mulher corajosa.
Sorri pra ela, mas não tive tempo de falar nada, minha mãe descia as escadas.
— Victoria filha, que surpresa.
Me levantei e abracei ela. – Sai do trabalho e vim te ver, vou aproveitar e jantar com vocês.
— Fico muito feliz de jantar com duas mulheres lindas. – Rimos, minha me olhou melhor. – Victoria você esta bem?
— Estou mãe.
Ela tocou meu rosto. – Esta pálida, esta se alimentando.
Dei risada. – Mãe eu já sou grandinha. – Lorena riu. Minha mãe fez uma cara preocupada, sorri a confortando. – Acho que uma gripe esta chegando, só isso.
Jantamos, contei do trabalho, minha mãe contou sobre o tratamento, que esta indo melhor que o esperado, levantamos da mesa e fomos para a sala, senti uma tontura que não consegui me segurar, tudo se apagou.
Hoje o plantão estava calmo, apenas algumas pessoas com gripes, machucados, sentei na minha mesa e encostei a cabeça, suspirei, lembrei quando Victoria e eu conversamos na praia, não posso mentir como não mentir pra ela, tive desejo de toma-la nos braços e beija-la, mas nosso tempo se foi e Lorena não merecia aquilo, esfreguei os olhos, quando escuto uma batida na porta, pedi para entrarem era Lorena.
— Lorena, o que faz aqui, esta tudo bem? – Olhei para o relógio era 21:00, me levantei e a cumprimentei com um selinho.
— Heriberto, estávamos jantando sua mãe , Victoria e eu, mas a Victoria desmaiou, não acordava e trouxemos ela, ela esta sendo atendida, sua mãe esta na sala de espera bem aflita.
Olhei assustado para ela. – Vamos, vou ver minha mãe e ir atrás de noticias. – Saimos da sala, fui até a sala de espera, minha mãe estava lá, chorava um pouco, me aproximei e toquei seu braço. – Mãe fica calma, vou saber o que aconteceu. – Ela apenas balançou a cabeça. – Lorena leva ela pra minha sala, eu vejo o que aconteceu e vou pra lá.
Elas foram pelo caminho da minha sala e eu fui para a emergência, entrei e vi uam enfermeira a abordei. – Por favor, Victoria Sandoval deu entrada agora na emergência onde ela esta? – Ela apontou para um quarto e fui até lá, Victoria estava acordada. – Victoria como esta?
Ela me olhou. – Bem, eu tive um mal estar, mas já passou.
— Lorena me disse que você tinha desmaiado e não reagia, sentiu alguma coisa? – Me aproximei.
— Essa semana estou muito cansada, tive febre algumas vezes, acho que é a gripe chegando.
— Aonde esta o médico que te atendeu?
— Eu fiz alguns exames ele foi ver se estão prontos. – Antes de eu fala alguma coisa o médico entrou, olhei a cara dele, sabia que não era nada bom, ele se aproximou de mim que estava do lado da cama.
— Dr Heriberto.
— Oi Dr Raul, os exames dela já estão prontos?
— Sim, Victoria não tem como dar essa noticia, eu sinto muito mas não é apenas uma gripe como você disse.
Victoria olhou confusa pra ele e depois pra mim, me sentei ao lado dela, segurei em sua mão, olhei para Raul. – O que ela tem Raul?
— Victoria, você esta com leucemia.
Apertei a mão dela, estava sem reação, olhei pra ela, vi as lagrimas caindo, e a abracei forte.
Continua...
Señora a veces la vida,
nos lleva a la locura
y solo nos salva
el amor y el milagro
aunque algún pedazo
nos queda en la duda....
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