CASTELOBRUXO - O Início de Uma História escrita por JWSC


Capítulo 27
CAPÍTULO 10 - A Passagem do Tosco




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/721371/chapter/27

— Ainda acho que não é uma boa ideia — comentou Roberto enquanto espiavam por entre as árvores o movimento da escola.

— Já ouvimos das outras vezes, Beto — respondeu Eduardo. — Nós só vamos ver se dá certo.

— Tem certeza que isso vai funcionar? — Roberto apontou para o embrulho que Hugo carregava embaixo do braço.

— Sim, vai — respondeu Hugo.

— Mas e depois? O que tem depois da Floresta Cantante? Alguém sabe?

— A Passagem do Tosco — respondeu Miguel.

— O que? — Questionou Eduardo.

— A Passagem do Tosco. O caminho que supostamente um dos diretores da escola usava para trazer o seu filho escondido para estudar na escola.

— Escondido? Ele não havia passado na prova para entrar?

— Não era isso. De acordo com os relatos, o filho do diretor era bruxo, mas não era como os outros alunos. Dizem que às vezes ele agia como se fosse um animal, uma criatura descontrolada. Por isso, ele não podia ter aulas regulares com os outros alunos. Assim, todas as noites o diretor fazia esse percurso para trazer o filho para ter aulas com alguns professores e aprender a usar magia. Aí deram o nome de Passagem do Tosco.

— Parece um nome ofensivo — disse Eduardo.

— Sim. Tosco na verdade significa rudimentar, em estado natural, não tem nada a ver com a história — comentou Roberto.

— Vocês sabem como são essas coisas — disse Miguel. — Basta alguém dar um nome que pegue e possa se confundir com algo que as pessoas aceitam. De todo modo, temos que ir agora. Vejam, os Guardiões estão andando agora e os alunos já foram para os dormitórios.

Os quatro adentraram a floresta, deixando os sons da escola sumir entre os troncos das árvores. Não tinham coragem de acender qualquer luz e serem descobertos pelos Guardiões que iniciavam a patrulha noturna. Quanto mais caminhavam, mais ficavam apreensivos com o silêncio e o perigo da floresta. Haviam repassado o caminho que o professor Giuliano fez para levá-los para a escola diversas vezes antes de sair da escola e achavam saber do caminho.

Eduardo liderava o grupo, pois demonstrou conhecer melhor a direção. Atrás vinha Hugo, Roberto e na retaguarda Miguel com a varinha pronta para ação. Após meia-hora, Eduardo parou perto de um conjunto de árvores.

— Esperem. Tem algo vindo.

Por um momento tudo ficou em silêncio, mas então ouviram um grunhido baixo e um rosnar. Por trás das árvores surgiram dois cadejos tão aterrorizantes quanto os primeiros que viram. O husky veio pela direita, com os olhos vermelhos focados em Eduardo, por trás dele veio o dobermann. As correntes arrastaram-se pelo chão, emitindo o som assustador pelo qual aquelas criaturas eram conhecidas.

Eduardo fez o movimento de cabeça e a varinha de Miguel balançou.

Impactus! — Chamou Miguel e o feixe vermelho disparou de sua varinha.

O feitiço disparou pelo ar com um som pesado e atravessou o cadejo, acertando o chão logo atrás. O som de explosão do feitiço ressoou pela floresta, o que fez os meninos recuarem.

— Como? — Miguel aproximou-se espantado.

— Deixa, nós erramos. Vamos voltar — chamou Eduardo e puxou o amigo pelo braço.

Os quatro iniciaram sua fuga desenfreada pela floresta, passando por cima de troncos, pedras e depressões do terreno. Aos poucos, mais movimentos surgiram a direita de onde estavam. Os outros cadejos surgiram em meio as árvores, totalizando seis criaturas em perseguição aos garotos, dois atrás e outros quatro à direita. Seis cabeças de cachorro sinistras que flutuavam envoltas em uma espécie de energia negra.

Miguel apontou a varinha para os quatro à direta e disparou seu feitiço Flipendo, mas assim como ocorrera, o feitiço atravessou as criaturas e acertou uma árvore atrás deles.

—  Esperem — disse Miguel e parou de súbito.

—  O que? —  Eduardo teve que se esforçar para não esbarrar no amigo.

—  Não são reais — disse Miguel.

—  Do que você está falando? —  Perguntou Roberto ofegante.

— Os cadejos, não são reais. São ilusões, provavelmente feitas pelas árvores.

— Você ficou louco? — Gritou Roberto. — Temos que fugir.

— Não! — Miguel abaixou a varinha e encarou o dobermann, que agora permanecia na forma de cão. Os outros cadejos formaram um semicírculo, deixando apenas um caminho livre para os garotos fugirem, o qual Miguel supôs levar para a escola. — Entendi. Então é para isso que vocês servem.

— O que vai fazer? — Perguntou Eduardo.

Miguel começou a andar na direção do dobermann que o observou com seu rosnado agressivo, deixando que a baba escorresse pela boca.

— Pode vir — disse Miguel e correu em direção ao cão. Em resposta, a criatura disparou.

Os garotos prenderam o ar e apertaram os dedos quando o cão e Miguel se encontraram. Porém, não houve qualquer impacto ou encontro de corpos. O cadejo atravessou o corpo de Miguel, como se este fosse um fantasma, parando em pé atrás do garoto.

—  Miguel! — Chamou Hugo. —  Miguel, você está bem?

Miguel virou-se e sorrindo voltou para onde os amigos estavam.

— Eu disse que não são reais. São ilusões, criadas para nos afastar da floresta. Por isso nenhum feitiço funcionou. Aquele é o caminho que temos que ir, atrás deles.

— Você tem certeza? — Perguntou Eduardo.

— Sim, temos que ir rápido. Com certeza alguém deve ter ouvido o que aconteceu aqui.

Miguel disparou na direção dos outros cadejos que em resposta saltaram em cima do garoto, atravessando seu corpo. Os garotos seguiram Miguel pela floresta, enquanto os cães tentavam os alcançar em sua forma voadora. Após algum tempo, encontraram a clareira, onde os cadejos não entravam. Os olhos vermelhos permaneceram observando da proteção das árvores.

Os quatro aproximaram-se de ponto em que viram Maria da última vez, onde a Floresta e os muros da escola se encontravam.

— Vamos logo com isso — disse Eduardo.

Hugo abriu o embrulho que carregava, revelando várias peças disformes, de tamanhos e cores diferentes.

— O que é isso? — Perguntou Roberto.

— Nosso instrumento de música — respondeu Hugo.

— Nosso o que? Hugo, isso é um monte de sucata! Não tem nada aí.

— Tem sim, a Rebeca disse que só precisa ser consertado e funcionará.

— E como vamos consertar?

— Com o feitiço Reparo. Vai dar certo, por favor, vamos tentar.

Os garotos se olharam e Eduardo deu de ombros.

— Já chegamos aqui. Vamos tentar.

Os quatros retiraram suas varinhas e apontaram.

— Aqui, vejam. — Hugo tirou um pedaço de pergaminho do bolso. — Ela me deu um desenho de como ele deve ficar, vou colocar aqui no chão. Temos que nos concentram em fazer com que ele fique desse jeito. Prontos?

Todos concordaram, apontaram as varinhas e disseram o feitiço: Reparo. Aguardaram alguns segundos e então perceberam que nada ocorreu. Roberto balançou a cabeça.

— Não vai dar certo. Não somos bons o bastante.

— Calma, Roberto — pediu Hugo. — Você tem que querer. Na magia, você tem que querer que o resultado aconteça. Por favor. Se esforça.

— Vamos lá, Beto — disse Eduardo. — Vamos tentar.

Relutantemente Roberto decidiu tentar novamente. Todos os quatro se concentraram no objeto e na forma desenhada. Apontaram as varinhas e convocaram o feitiço. Por um instante nada aconteceu, porém, as peças começaram a tremer. Ouviu-se um pequeno estalo e então as moveram-se. Devagar, elas começaram a se unir, se ligando e juntando, restituindo os destroços ao estado em que fora fabricado. Demorou alguns minutos, mas o pequeno objeto foi consertado.

Era uma pequena harpa de bronze, de quinze centímetros de altura. Tinha a forma de uma miriau, uma espécie de pequena fada das águas, cujas mãos estavam pousadas nas cordas. A pequena criatura despertou de seu sono e observou os quatro jovens que estavam ao seu redor.

— Deu certo — disse Roberto espantado.

— Por favor, poderia tocar uma música? — Pediu Eduardo.

A miriau de bronze permaneceu olhando para ele, sem fazer qualquer movimento.

— Ela não entende? — Perguntou Miguel.

— Gente, aqui — Roberto apontou para o papel onde havia a imagem da harpa e um texto rabiscado a mão. — Acho que tem que ler isso para ela.

— Vamos tentar — disse Eduardo e aproximou-se da harpa. — Bela miriau, cante para mim. Toque o que me alegra e que me faz sorrir. Toque uma música... clássica.

A pequena criatura concordou e levantou os braços. Seus dedos precisos começaram a tocar uma música desconhecida para os garotos. Era delicada e agradável aos ouvidos, passando uma sensação de calma.

—  As árvores não estão fazendo nada — disse Eduardo.

—  Talvez precise aproximar-se mais — Hugo pegou a pequena harpa e caminhou até ficar na borda da floresta.

A Floresta Cantante permaneceu imóvel. Suas copas não se moviam, bem como nada mais se ouvia vindo dela. Hugo aproximou-se mais e pisou entre duas árvores. Nada aconteceu.

— Deu certo — disse Roberto. — Podemos voltar agora.

Hugo deu mais dois passos para dentro.

— Hugo, vamos voltar — chamou Eduardo.

Hugo olhou para trás e os garotos perceberam sua intenção no olhar.

— Não — Roberto exclamou, porém, foi inútil. Hugo entrou correndo pela floresta.

— Vamos — chamou Miguel.

Os garotos entraram no encalço de Hugo. Nenhuma névoa surgiu do chão. O único som emitido era dos passos dos garotos. Hugo mais a frente, quase um borrão em meio a floresta. Aos poucos Hugo sumiu entre as árvores e somente conseguiram ouvir o som da harpa, cada vez mais longe. Até sumir.

— Essa não, Hugo — reclamou Eduardo.

Após andarem um pouco mais, chegaram a um espaço aberto, não muito grande. Separava a floresta dos muros da escola. Havia uma abertura no muro que levava a uma pequena caverna, onde teria que andar de joelhos.

— Ele deve ter entrado aí — disse Eduardo, analisando a entrada.

— Nós vamos entrar? — Perguntou Roberto apreensivo.

— Acho que não temos escolha. Vejam — disse Miguel.

A névoa começava a surgir por entre as árvores. Não de forma lenta e tranquila como antes, mas rápida e furiosa, como se buscasse algo em meio ao relevo do terreno, entrando por fendas no solo e subindo por troncos em caça.

— Vamos! — Chamou Eduardo e todos entraram na caverna.

Os primeiros dez metros caminharam ajoelhados enquanto o caminho descia cada vez mais profundo, em direção ao centro da terra. Pedras de tons de azul e verde emitiam uma luz fraca e fantasmagórica que guiavam o caminho, mal permitindo que se visse muito a frente. Mal conseguiam manter a cabeça levantada durante o caminho sem topar no teto em alguma das pedras fantasmagóricas. Aos poucos, o caminho começou a subir, ampliando o espaço da caverna até um ponto em que os garotos conseguiram andar eretos.

— Escutem — disse Miguel. — É a música da harpa.

Após alguns minutos andando pelo caminho úmido e mal iluminado, eles encontraram a saída da caverna, porém, estava fechada por tábuas de madeira. Pelas frestas da madeira podiam ver a iluminação fraca da noite e o som da harpa que estava mais próximo agora.

Ao se aproximarem da saída, repararam que não era de fato uma parede de madeira, mas uma porta secreta, disfarçada de parede. Havia uma maçaneta de madeira e um ferrolho. Eduardo empurrou com calma a porta, ouvindo o ranger baixo e o estalar da madeira. Logo a brisa da noite passou pela porta, recebendo os garotos dentro da cabana.

Os garotos se viram em uma sala quadrada de madeira, com uma mesa à direita repleta de objetos velhos e empoeirados. Parte do teto havia cedido perto da entrada, de onde a luz da noite e a brisa entrava. À esquerda havia uma cama de ferro velha com uma camada de pó por cima, já à direita em uma mesa velha de madeira com apenas uma cadeira, havia caixas e tecidos velhos, cuidadosamente organizados. Parado, no meio da sala, estava Hugo, com a harpa ainda tocando a música clássica em suas mãos.

— Hugo, o que pensa que está fazen...

A reclamação de Eduardo parou assim que ele se aproximou do garoto e viu o que estava na porta de entrada da cabana.

A garota fantasma observava os garotos com curiosidade. A luz do luar que atravessava a porta apenas lhe emoldurava como o ser fantasmagórico que era. Os cabelos esvoaçavam na direção oposta a brisa. Os pés mal tocavam o chão e o vestido branco de mangas longas estava balançando no sentido dos cabelos.

A harpa parou de tocar e a miriau pousou sua cabeça na coluna, retornando ao seu descanso.

— Vocês vieram salvar elas? — Perguntou a garota fantasma.

— Elas? — Perguntou Eduardo.

— Sim, as crianças que foram levadas por ela.

— Você viu a Maria? — Perguntou Hugo.

— Maria? — Questionou a garota.

— Ela usava roupas como as nossas — disse Miguel.

— Sim, vi uma garota com essas roupas. Posso levar vocês até lá, se vieram para salvá-los.

— Sim, nos leve — disse Hugo.

— Hugo. Será que podemos confiar nela? — Questionou Eduardo. — É um fantasma.

— Não há tempo — disse a garota. — Eles estão entrando pela floresta e ela sabe. Se quiserem posso levá-los, mas tem que ser agora, ou então ela vai pegar vocês também.

— Hugo! É um fantasma. Você sabe o que eles fazem — comentou Roberto.

Hugo guardou a harpa no bolsa que trazia e caminhou.

— Viemos até aqui para salvar a Maria, vamos fazer isso — disse o garoto.

— Não sinto que seja uma boa ideia — disse Roberto.

— Eu também não — comentou Eduardo. — Mas não podemos deixar ele ir sozinho.

Os quatro garotos saíram da cabana, seguindo a fantasma que os levou a montante do rio.

 

As folhas das árvores estavam agitadas naquela noite. O vento frio sibilava pela copa e lançava sombras estranhas no solo da floresta.

Um grupo de seis bruxos encapuzados surgiu em meio as árvores. Pararam assim que chegaram na beira do rio. Do outro lado, a Floresta dos Sussurros se estendia para a esquerda e direita, mais sombria e triste do que a Floresta profunda jamais poderia ser.

A professora Ana Catalina apontava a varinha para frente. Tinha enrolado metade do cabelo da aluna na varinha, de modo que o restante movia-se apontando a direção em que sua dona estava. Um feitiço iluminador envolvia o fio e lançava um feixe mais a frente indicando com clareza a direção que deveria ser tomada.

— Podem nos fazer atravessar — pediu a professora.

Aos poucos, os professores usaram seus feitiços para levitarem um de cada e os fazer atravessar o rio até o outro lado. Antes de entrar na floresta os professores sacaram suas varinhas e Ana lhes deu os últimos avisos.

— Estejam em alerta. Vamos mais fundo na floresta desta vez. Afastem qualquer fantasma ou criatura que apareça. Não deixem que nada nos atrapalhe e estejam prontos para o que vamos encontrar. Tentem ser discretos, os fantasmas da floresta não nos querem aqui. Pelo menos não vivos.

O último comentário havia sido mais para ela mesma do que para os professores. Todos concordaram e juntos caminharam para dentro da floresta, ouvindo os gemidos e lamentações fantasmagóricas ao longe.

 

Em outro ponto, na entrada da Floresta dos Sussurros, outro grupo se reunia. Mais numeroso que o dos professores e levando consigo cordas, armadilhas e mochilas com diversos itens de captura.

James olhou para aqueles que o seguiam. No total havia dez pessoas prontas para capturar o Encantado e enfrentar qualquer desafio que surgisse. Ele sabia que naquela noite não haveria apenas um desafio. Fantasmas, o Encantado e o maior duelista da América do Sul estavam a frente deles, o que fazia o sangue de James se agitar de excitação.

Carla estava ao seu lado, com seu sorriso malicioso mostrando igual prazer nos eventos que ocorreriam naquela noite.

— Hoje caçamos — James disse.

— Amanhã celebramos! — Responderam os dez.

— Então, a caça iremos.

Ele entrou na floresta, seguido de Carla e dos outros oito caçadores de recompensa.

 

Pela primeira vez em muito tempo, a Floresta dos Sussurros estava com vida humana em número considerável, o que gerou comoção entre os fantasmas.

Muitos começaram a flutuar sem rumo, como se buscassem achar aqueles que adentraram a floresta, enquanto outros riam e gargalhavam, com a expectativa de presas humanas.

Uma fantasma chorona levantou-se de seu tronco e com fúria empurrou todos os fantasmas em seu caminho. A sensação de crianças na floresta, sem estar acompanhadas do Encantado atiçou sua vontade oculta.

 

Do ponto mais alto da pirâmide, Orlando observava a floresta. Segurava entre seus dedos dois fios de cabelo.

— Diretor? — Chamou a professora Hermenita.

Cássio e Marcus estavam na sala, observando o diretor.

— Desculpem-me. Acabei me distraindo.

— Sem problemas, diretor — apressou-se Cássio. — O senhor dizia que precisa que façamos algo. O que seria?

Orlando observou os três. Não sabia se iria pedir muito, mas sabia que os três cumpririam. Se fosse possível, ele mesmo executaria, mas a ausência do diretor na escola despertaria comentários. Não podia se ausentar sem levantar suspeitas, então teria que pedir para que os três fizessem por ele.

— Vou lhes pedir um favor. Receio que coisas desagradáveis ocorram nesta noite. Peço que mantenham em segredo o que lhes contar aqui.

Assim que os três concordaram, Orlando lhes disse o pedido e a justificativa. Os três ouviram com cuidado o que lhes foi passado e assim que o diretor terminou, deram boa noite e saíram em silêncio. O diretor voltou a olhar pela janela, com seus pensamentos voltados para a Floresta dos Sussurros.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "CASTELOBRUXO - O Início de Uma História" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.