CASTELOBRUXO - O Início de Uma História escrita por JWSC


Capítulo 1
CAPÍTULO 1 - Castelobruxo (LIVRO I - A Criatura do Mini-Magizoo)


Notas iniciais do capítulo

Este primeiro capítulo é introdutório. Espero que gostem.

É a primeira história que posto e publico para lerem, então peço que, se possível, deixem seu feedback nos comentários ou por meio de mensagens particulares, me ajuda muito e eu agradeço desde já ;)



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Castelobruxo não era o único meio de se aprender magia, aliás, nem teria como o ser em meio a grande extensão de terras que é a comunidade mágica da América do Sul. Haviam outras escolas e cursos espalhados pelo continente, alguns oficiais, reconhecidos pelo Governo da Magia, e outros clandestinos, escondidos de olhos curiosos em becos e ruelas escuras.

Mas sempre foi um fato concreto de que a escola era o melhor e mais qualificada local de aprendizado para os jovens bruxos, pelo menos, desde a sua restauração e adequação em meados de 1510. Por isso, a matrícula na escola sempre foi extremamente disputada pelas famílias bruxas, sendo considerada de grande honra a admissão dos jovens bruxos.

Diante de tamanha demanda de jovens ávidos por conhecimento mágico, era requisito para ingressas na Escola de Magia & Feitiçaria de Castelobruxo passar por um processo seletivo, constituído em três testes que visavam reconhecer a capacidade mínima dos estudantes.

 

De longe Eduardo conseguiu ver a Escola. As torres de vigia, o topo do prédio principal e as duas torres, Angelita e Carmen, podiam ser vistas há cerca de dois quilômetros e meio antes de chegar no portão da escola. Pelo menos para aquelas pessoas especiais que possuíam o dom da magia, já as pessoas comuns, desprovidas de magia, somente viam ruínas de um templo inca antigo, rodeado por outras ruínas menores e um terreno acidentado, com buracos perigosos e pouco atrativos. Um lugar nada convidativo para conhecer.

Logo ao chegar, ele se viu de frente ao Grande Portão, um dos sete portões de entrada e saída da escola. Feito de ferro negro com detalhes em bronze, era uma enorme construção de cinco metros de altura por dez de largura. No portão haviam sido esculpidos o contorno dos dez primeiros diretores da Escola, do período moderno da Escola, e de várias criaturas mágicas que tinham alguma ligação com a Escola. Os diretores e as criaturas olhavam com curiosidade para todos os que entravam nos terrenos da escola. Por cima do portão havia um arco com o nome da escola gravada em letras douradas brilhantes e duas estátuas de Uirapurus, que se acariciavam com os bicos de forma apaixonada.

Através do Grande Portão, havia O Jardim, onde alunos veteranos se reuniam para conversar, estudar ou fazer suas atividades diárias. Era o maior dos três jardins da escola, possuindo dois pequenos córregos, que o atravessavam de um lado ao outro, vários bancos de mármore branco com adornos de folhas, que se moviam levemente, um jardim labirinto de arbustos à esquerda e o chamado Labirinto Sobre as Águas à direita, além de dezenas de caiporas que corriam e saltavam para todos os lados.

Eduardo atravessou o portão maravilhado com tudo. Havia ouvido várias histórias da Escola pela sua mãe e ainda lembrava de alguns relatos que seu pai contava, mas nunca havia visto os terrenos e tão pouco os prédios em si.

— Por aqui jovens! Por aqui!

Chamou uma mulher de altura mediana, cabelos louros longos e bagunçados. Ela usava vestes escuras, com vários tons de marrom, e tinha óculos bem maiores que seu rosto. Ao lado dela dois homens conversavam de modo distraído, um possuía uma barba e cabelos ruivos, o corpo roliço e vestes verdes claro, o outro era careca, um pouco corcunda e com vestes negras.

Todos os cem novos alunos se posicionaram na frente dos três e aguardaram. Eduardo viu alunos de todos os cantos da América do Sul, reconhecendo os traços peruanos, bolivianos e alguns que ele preferiu não arriscar em identificar, mas que sabia que era da região.

A mulher aguardou que todos chegassem e falou:

— Estão todos aqui? Ninguém se perdeu? Ótimo. Venham comigo e não se distanciem. Por aqui.

Atravessaram todo o Jardim, passando pelas duas pontes sobre os córregos, onde pequenas criaturas azuladas, com menos de dez centímetros saltavam das pedras ou das plantas para dentro da água.

O Prédio Principal era onde a maioria das aulas e palestras da escola aconteciam. Inicialmente, havia sido um grande templo Inca, onde se realizavam antigos feitiços e rituais, durante a Era Antiga da Escola. Os bruxos europeus que vieram a partir do ano de 1500, encontraram o templo parcialmente destruído pelo processo de colonização e trataram de restaurá-lo com o intuito de se tornar um ponto seguro para se aperfeiçoarem no estudo da magia e ensinar seus filhos com segurança, criando o que ficou conhecido como Era Modena da Escola.

O edifício era todo construído com pedras em tons de bege e amarelado, com cinco andares, sobrepostos como uma escadaria de degraus. Cada andar era quadriculado, possuindo jardins e plantas ao seu redor, além das portas de acesso, corredores e escadas externas, para o andar superior. Alunos, professores e funcionários andavam de um lado para o outro levando livros, cadernos e equipamentos de trabalho.

O edifico tinha apenas duas torres, logo acima do primeiro andar, em pontos opostos, respectivamente a Torre Angelita e a Torre Carmen (nomeadas em honra a duas grandes bruxas da Escola). Eram duas construções quadriculadas, de cor amarelada e com várias janelas, sendo as duas construções mais altas de toda a escola.

O prédio estava movimentado com alunos que andavam pelos corredores, além de estar repleto de caiporas, com seu pelo avermelhado reluzente e menos de um metro de altura, que corriam e saltavam pelas escadas, pegando frutas, cadernos e livros das mãos dos alunos para depositá-los em lugares visíveis, mas de difícil acesso. Outros caiporas se contentavam em brincar entre si, em uma espécie de pega-pega que envolvia disparar feitiços e escapar de feitiços.

A mulher os levou através de uma porta de madeira na base do prédio. Passaram por um corredor iluminado por tochas e repleto de portas para logo em seguida chegaram a uma grande câmara, com janelas de vitrais vivos nas paredes. Os vitrais mostravam personalidades da Escola e do mundo mágico sul-americano, pessoas famosas por serem professores, diretores ou palestrantes da Escola.

Haviam dezenas de mesas com assentos para seis pessoas. Todos estavam voltados para o leste, de frente para uma mesa semicircular, onde haviam várias poltronas acolchoadas e um poltrona-trono no centro da mesa. A poltrona-trono era feita de madeira clara, com vários galhos que saíam da madeira, como uma grande galhada de veado, e que se moviam de forma calma, como se uma leve brisa passasse por eles. Possuía acolchoamento de veludo verde no assento, nos braços e no apoio das costas.

— Sentem-se, sentem-se —  pediu a mulher e começou a apontar lugares para os alunos. — Não, não, minha querida. Nas primeiras mesas. Será difícil nos ouvir de tão longe. Isso. Você pode se sentar ali. Correto.

Eduardo foi empurrado por alguns garotos que se empurravam para encontrar um assento. Logo o barulho parou e todas as crianças olhavam para os três adultos logo à frente. Depois que todos os alunos estavam sentados, a mulher subiu o pequeno tablado onde estava a mesa em semicírculo e se posicionou ao lado dos outros dois homens. O homem careca se adiantou e cruzou as mãos:

— Bom dia e sejam bem-vindos alunos.

O silêncio se estabeleceu no local, até que o homem ruivo falou:

— Ele disse bom dia crianças. Respondam.

— Bom dia — responderam as crianças, algumas acrescentando o “senhor”.

— Obrigado, Luís — agradeceu o homem careca. — Bem, sejam bem-vindos a Escola de Magia & Feitiçaria de Castelobruxo e parabéns por terem passado em nosso processo de avaliação e qualificação. Se sintam vencedores desde já, muito bem. Meu nome é Cássio Anduras e eu sou o Secretário-Chefe do atual Diretor da Escola, o professor Orlando Araújo Vicenzo. Estamos aqui, eu e os dois professores, para lhes desejar um ótimo ano de aprendizado e crescimento acadêmico. Transmito inclusive essas palavras do Diretor, “Sejam bem-vindos e aproveitem ao máximo! ”. Agora, peço sua licença para me retirar para meus afazeres e deixo vocês agora com os professores, tenham um bom dia.

Cássio fez um pequeno aceno de cabeça para os alunos que responderam, meio tímidos, com um “obrigado” ou “bom dia”. Ele se despediu dos professores e saiu por uma porta atrás da mesa, no canto direito. A mulher se adiantou e arrumou os grandes óculos, que por sinal não precisavam ser arrumados. Aparentava cerca de quarenta anos de idade, o rosto com rugas vísiveis e uma verruga na lateral da boca, destacada pela pele clara da professora.

— Bom dia, novamente. Eu sou a professora Ana Catalina. Lesiono Transfiguração e serei a responsável por vocês, os alunos do primeiro ano, juntamente com o professor Luís. Aqui onde estamos é o Saguão Principal, onde vocês terão café-da-manhã, almoço e jantar. Também será aqui onde serão feitos os anúncios principais pelo diretor, pelo Secretário ou por nós, professores. Hoje à noite, por exemplo, todos vocês devem vir aqui às sete horas da noite para terem as primeiras mensagens do Diretor. — Apontou para o caminho atrás dos alunos e prosseguiu: — Indo por aquele corredor, atrás de vocês, estão os dormitórios masculino e feminino, no prédio ao lado. Vocês foram previamente sorteados para as suas salas de aula e encontrarão o documento com suas aulas em suas respectivas camas nos dormitórios. Entendidos?

Os jovens concordaram e logo a professora voltou ao seu lugar, arrumando seus óculos. O homem ruivo veio a frente. Ele parecia um leão ruivo, com a juba cuidadosamente penteada para trás e um bigode volumoso. Os olhos eram negros e espertos, como se analisasse cada um dos alunos.

— Olá jovens. Eu sou o professor Luís e lesiono Defesa Pessoal. Infelizmente esta matéria vocês somente terão no terceiro ano, então não serão agraciados com minha presença até lá. Entretanto, eu sou responsável por vocês estudantes do primeiro ano, assim como a professora Ana, de modo que quaisquer dúvidas que tiverem, podem me procurar e eu lhes ajudarei como puder. Por conta da apresentação, excepcionalmente hoje, vocês não terão aula até a hora do almoço. Usem esse tempo para se conhecerem e conhecerem a Escola. Não se preocupem com a língua, foram lançados feitiços que permitem que todos possam se entender dentro dos limites da escola, mas cuidado com as gírias, essas não são repassadas. Desejo-lhes um bom ano escolar de muito aprendizado, jovens. Agora para seus dormitórios.

No corredor que a professora Ana havia apontado, estavam em pé três alunos do quarto ano que conversavam distraidamente. O professor Luís pigarreou alto e os jovens se alinharam. Com um aceno de cabeça do professor, o jovem mais alto se adiantou e chamou:

— Colegas estudantes, por aqui! Me sigam para os seus dormitórios.


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