Sou a borboleta que morreu sufocada
A fênix, cuja as asas foram cortadas
O peixe que fugiu do mar
O agricultor que perdeu sua plantação
Sou o palhaço que perdeu o riso
A flor que foi arrancada da terra
e ficou trancafiada dentro de um lixo
Sou o corpo morto que esqueceram
de acender velas no dia de finados
Sou a cidade que foi atingida por um tornado
Sou um coração triturado
que se esconde atras de uma carcaça humana. ~m.

O inferno deis que foi criado sempre viveu em conflito mas nenhum jamais cousou tanta discórdia no mundo subterrâneo como esse que estava prestes à começar; e a unica pessoa que era a resposta para tudo não podia nem imaginar que o seu poder, e o quanto era ruim o inferno existir enquanto que o céu parecia estar vivendo a sua melhor fase deis que acabou a guerra entre Deus e a Escuridão.
No mundo sobrenatural, os alfas voltavam a governar os seus filhos e no mundo dos humanos a cada dia mais seres sobrenaturais pareciam acontecer por baixo dos panos; no céu Deus governava ao lado de Amara que mesmo estando muito feliz, ainda não tinha contado realmente tudo o que estava em seu coração e escondia segredos para que continuassem em harmonia.
Deus criou o mundo e tudo nele com um proposito mas sempre tem alguma coisa que foge do seu controle e por esse motivo ele criou uma placa que tinha o poder de destruir o mundo caso algo muito ruim viesse a acontecer.
E nesse caso Chuck tinha medo que o lado sobrenatural da terra quisesse tomar o poder que foi dado aos humanos e por isso resolveu esconder a placa até mesmo dos anjos e de sua irmã. Mas ele ainda acreditava que o mundo tivesse salvação e então depositava a sua confiança em seus dois humanos preferidos para serem os elementos principais. 

Amara durante o tempo que ficou exilada por trás da marca conseguiu potenciar os seus poderes para conseguir arranhar a tranca e assim conseguir alguns acessos ao mundo; cada vez que ela fazia esse acesso com o mundo precisava de décadas para voltar com os seus poderes mas ela sempre vazia pela sensação de liberdade. Mas em uma dessas vezes, uma coisa inusitada aconteceu, ela se apaixonou perdidamente e imediatamente por um humano; aquela grande paixão a primeira vista não precisou nem de palavras ou de toque para saber que eles se amavam e iriam se amar eternamente, que durou poucas horas, mas foi o suficiente para que ela conseguisse mudar a vida dos dois para sempre.
O homem pelo qual ela se apaixonou se chamava Jon, e desse amor tão curto e tão intenso surgiu uma pequena vida que iria trazer grande orgulho para os seus pais; aquele foi o dia mais feliz da vida deles e eles se lembrariam daquilo para sempre. A gestação durou nove horas e foi muito mais dolorosa do que eles esperavam mas no momento em que a criança nasceu mais nada fazia sentido pra ela nem mesmo as horas de dores e a fraqueza por estar na terra importavam, porém não houve tempo para despedida, Amara simplesmente teve que ir embora sussurrando o nome da sua mais nova e eterna paixão que ficou sem a mãe e iria levar consigo somente um colar para preencher esse vazio.
A criança era uma graciosa menina com uma coragem gigante dentro de si mas que ainda iria enfrentar muitas dificuldades, com lindos olhos de uma mistura entre o castanho e o verde e uma pele morena; o seu nome vinha com grande força em seu significado.  
— A minha pequena menina vai se chamar Núria, porque você vai ser a minha pureza e a minha inocência nesse mundo terrível de pecado e ganancia.
Depois de seu nascimento e de sua mãe voltar para a prisão, Núria passou a crescer e aprender no mesmo ritmo que todas as outras crianças; ela teve uma infância difícil e uma adolescência ainda pior então acabou procurando um refúgio que só encontrou no Ballet e em livros misteriosos que seu pai tanto tinha em casa. E toda a sua adolescência difícil fez com que aquela criança graciosa que nasceu de um amor profundo, fosse guardada bem no fundo de seu coração somente esperando o seu momento de Misericórdia.
Amara não teve forças para sair de sua prisão durante anos e isso quebrava o seu coração mais do que ter sido presa ali por seu único irmão, mas cada vez que ela conseguia arranhar a fechadura, ela conseguia se sentir conectada com a sua filha e Núria mesmo sem saber exatamente o que era, se sentia em extrema paz.  
Só que quando Amara se desconectava da filha ela não tinha ideia do que acontece com a menina, todos os poderes que ela tinha herdado da mãe ficavam ainda mais fortes ao ponto de ser impossível de se controlar; mas em um acaso sem explicação certo, a menina com grandes poderes já estava em seu máximo e por esse motivo não ouve conexão com a sua mãe causando na mesma uma tristeza sem medidas. Mas aquela tristeza logo foi substituída por raiva contra o seu irmão, desencadeando assim o apocalipse.   
Durante todos os eventos do Apocalipse envolvendo os garotos Winchester e seu irmão Chuck, em nenhum momento Amara tentou se conectar com a Núria, porque em seu coração entristecido não conseguia suportar a ideia de não sentir mais aquela sensação. E quando tudo acabou e ela voltou a ficar ao lado de Deus no céu, mais nada que ela fizesse parecia ter sentido mas estar ao lado de alguém que amava ela ajudava a não desmoronar. 

Mais a verdade sobre a Núria é que ela tinha deixado o seu lado gracioso para trás por causa da sua dificuldade com o mundo, deis de pequena ela desenvolveu poderes e seu pai para tentar entender acabou se tornando um caçador de criaturas sobrenaturais; também sendo uma maneira dele procurar pela sua amada e pela mãe de sua filha.
Na primeira crise de sobrecarga de poderes Jon não estava preparado então quando acabou ele não soube como esconder todos os resquícios de poder sobrenatural; o que fez com que um caçador experiente como o Bobby Singer logo ir atras de sua menina. Bobby não demorou para encontrar eles mas assim que começou a investigar sozinho a vida daquela família, sabia que sozinho nada poderia ser feito.

[...]

Era uma noite de domingo comum para os humanos e para alguns seres sobrenaturais, aquela era a primeira vez depois três meses investigando que Bobby iria agir mas diferente das outras vezes, ele não sabia exatamente o que fazer; e então quando deu por si, já estava batendo na porta sem distintivos falsos ou mentiras ensaiadas, ele era apenas ele.
Quem abriu a porta foi a Núria, naquela época ela tinha apenas cinco anos mas já demonstrava saber muito sobre muitas coisas.
— Quem é você? -ela perguntou não soltando a trava da porta, do motel em que estavam hospedados, deixando apenas uma fresta da porta aberta que permitia Bobby olhar somente para os olhos da menina.
— Olá Núria, eu vim falar com o seu pai. -Bobby mesmo sem saber o porque sorriu pra menina que ainda continuava encarando ele, até que ela some e um homem que ele conhecia como o pai da menina apareceu.
— O que faz aqui Bobby Singer? Não é o melhor momento.
O ruivo não se espantou por Jon saber quem ele era, porque todos os caçadores daquela parte do Texas conheciam ele e sua historia de vida e como ele ajudava as outras sem nunca pedir nada em troca; todos confiavam a sua vida e de quem amavam nas mãos do caçador, mas Jon ainda não tinha certeza nessa ideia.
Na cabeça de Jon tudo que ele pensava era em como despistar o caçador e poder focar somente em ajudar a sua filha, que logo iria começar mais um de seus surtos de poder e alguma coisa dentro dele dizia que aquele seria pior que o primeiro e assim continuaria, sempre piorando.
Medo é sempre medo, não importa se ele é por um grande motivo ou por um pequeno.
Um barulho dentro do quarto chamou a atenção dos dois, fazendo Jon desistir de manter a porta fechada e esconder a sua insegurança em relação ao Bobby no fundo de sua mente e permitir que ele entrasse no quarto; vendo a Núria encolhida no canto do quarto com pequenos redemoinhos em sua volta e os olhos cinzas como o céu em plena tempestade.
Jon se assustou com a maneira que aconteceu daquela vez, mesmo que ele soubesse que iria piorar; mas Bobby sendo um caçador anos mais experiente, assim que entrou no quarto logo depois Jon não perdeu tempo olhando e tentando identificar o que acontecia, correu até a porta fechando e trancando e foi fazer o mesmo com a janela.
— Precisamos fazer os símbolos de proteção, ela vai chamar atenção. -Jon falou começando a se mexer pela primeira vez, indo atras de tinta preta que passou a levar sempre com ele.
Eles trabalhavam com sincronia para a melhor proteção da Núria e deles, Bobby já tinha mais os mesmos pensamentos e ao olhar ela ali sofrendo com aquela sobrecarga de poderes; se lembrou dos meninos que ele considerava quase seus filhos, os meninos Winchester.
— E o que vamos fazer agora? -o ruivo perguntou terminando o ultimo simbolo que conhecia e se aproximando de Jon que estava encostado na parede de frente pra Núria.
— Esperamos passar, e depois mudamos de lugar de novo, mas acho que ela vai ficar mais tempo desacordada do que da primeira; porque tudo agora, vem com mais intensidade.

Aquela foi a primeira mas todo ano, na mesma data Bobby se juntava a eles para prepararem a conexão com a Amara mesmo que jamais desconfiaram que era isso; com o passar dos anos foi ficando pior então quando o quarto do panico na casa/central dos caçadores ficou pronto eles passaram a fazer lá.
Cada ano ficava mais longo o período, cada ano mais proteção tinha que ser locada tanto pra ela quanto para eles, até que quando ela fez dezoito anos seu pai fabricou algemas e correntes encravadas com feitiços; em nenhuma das vezes que Jon e Núria estavam na casa do Bobby ouve encontro com Dean e Sam, mas isso estava prestes a mudar.
Tirando aquele momento do ano, ela vivia em paz com a sua vida e aprendendo a controlar os seus Dons pelo entendimento do Jon, mesmo que na visão dela era como fazer um pacto com o demônio e não um presente.