Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 31
Uma Noite Em Nome Do Amor


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo simplesmente é o meu preferido. Mas não deixa de ser triste.
Espero que gostem, amores!



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POV Annabeth:

Já tinha tudo planejado. Assim que terminei as provas, peguei um papel e comecei a escrever um bilhete.

Saindo da sala, encontrei Atena sentada perto da diretoria. Quando passei por ela, essa se levantou e já foi seguindo para o carro. Aparentemente, estava apressada.

Enquanto andava, observava bem atenta os corredores, procurando a pessoa certa. Quando já estava chegando na saída da escola, a avistei.

— Thalia! - gritei correndo para abraçá-la.

Sua expressão de incredulidade me fez rir.

— Annabeth! - ela exclamou e me abraçou com muita força.

— Não sabe como eu senti sua falta. - falei abraçando-a de volta. Encontrá-la com certeza alegrou o meu dia.

— Ah Annie, eu também. Você não sabe como eu sinto por você. Fiquei sabendo de tudo. Todo mundo está falando de você. Me perdoe a culpa é toda minha...

— Claro que não, Thals! Eu não me importo com a opinião dos outros. Sério, você só me ajudou. A culpa é de outra pessoa... - sussurei olhando o estacionamento, onde minha mãe, que já tinha parado sua caminhada, nos observava de longe.

— E como você está? - ela perguntou preocupada.

— Sinceramente? Péssima. Se as vezes pareço forte, é só fingimento... - afirmei sorrindo de leve.

— Eu imagino. Olha eu nunca quis que nada disso acontecesse...

— Eu sei. Mas não precisa falar mais nada, já disse que a culpa não é sua. Na verdade, eu precisava te ver de novo, porque preciso muito da sua ajuda...

— Que tipo de ajuda? - ela perguntou curiosa.

Cuidadosamente, coloquei o papel que segurava em sua mão, de maneira que minha mãe não conseguisse ver.

— Eu preciso que você entregue para ele. Preciso que ele saiba que eu vou embora amanhã e que eu quero vê-lo uma última vez - sussurei.

— Não se preocupe, Annie. Eu vou entregar. - ela falou me abraçando.

— Obrigada. Por tudo.

— Isso é uma despedida? - ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

— Temo que sim. Irei embora amanhã. - em um gesto segurei suas mãos, já sentindo as lágrimas em meu rosto. - Mas, hoje é um dia histórico! - exclamei rindo - Thalia Grace está chorando!

— Para sua boba. Eu quero que saiba - ela sorriu carinhosamente - que você foi a melhor amiga que eu já tive. Não vai ser fácil esquecer Annabeth Chase. E eu nem quero que isso aconteça! Por isso, venha me visitar!

— Isso vale para você também. - respondi sorrindo.

Quando já ia sair, as outras meninas e alguns dos meninos apareceram. Então, não pude deixar de falar com eles também. Mais chorôrô para todo lado. Mas era necessário, afinal, aquele seria meu último dia ali.

Sentiria falta daqueles corredores, das cantinas, de todas aquelas pessoas: meus amigos, trabalhadores da escola e até do Sr. D, mesmo que esse nunca acertasse meu nome. Embora as controvérsias, éramos todos uma família.

Somente Percy não estava ali. Eu me perguntava onde estaria.

Será que já tinha saído? Será que eu ia conseguir vê-lo de novo?

Mas não tive tempo de procurá-lo, pois minha mãe já estava entrando no carro. Então, num gesto rápido, me despedi de todas aquelas pessoas maravilhosas.

POV Percy:

Quando minha mãe me avistou saindo da delegacia, praticamente voou em cima de mim:

— Percy! Achei que havia perdido-o para sempre! - ela falou me abraçando carinhosamente. - Nunca mais me dê um susto desse! - exclamou e, em seguida, me deu uma tapa na cabeça.

— Ai! - falei massageando a região onde ela havia me batido.

— Você me entendeu, mocinho? - Sally perguntou séria.

— Sim, mãe, eu endendi. - respondi sem ânimo.

— Ah, e você está de castigo - ela me informou andando até o carro.

Enquanto nos aproximávamos do veículo , pude avistar um homem encostado lá, falando no telefone.

Espera ai, aquele era...?

Quando já estávamos do lado da porta, ele desligou o telefone e olhou diretamente para mim. Tinha uma expressão indecifrável.

— Hum... Oi pai. - falei cumprimentando-o meio sem jeito.

— Você tem noção da loucura que você cometeu? Precisamos ter uma conversa muito séria, Perseu!

— Olha eu já cansei de falar desse assunto por hoje... - falei entrando no carro.

Ele entrou também, mas continuou falando:

— Vocês, adolescentes, não pensam nas consequências! O que meus assessores devem estar pensando? Que eu não sei controlar meu filho? Eu tive que sair de muito longe para voltar para cá! Estava resolvendo problemas muito importantes!

— Ótimo! Já pode voltar se quiser! - respondi grosseiramente.

— Você acha que eu não me importo com você? Se não me importasse não estaria aqui!

— Se você se importasse, tentaria me entender!

— Eu já endendi tudo! Você agiu por impulso! Esqueça Percy, essa garota não é a pessoa certa para você!

— Esquecê-la? Como se isso fosse muito simples!

Quando percebi, já estavámos entrando no condomínio.

— Você pode ter qualquer garota, menos essa. Eu me recuso a aceitar esse namoro! - ele exclamou estacionando o carro em nossa casa.

— Por favor, parem de brigar! - Sally exclamou saindo do automóvel.

Mas, resolvi não escutar minha mãe.

Como ele ousava falar aquilo?

— Essa decisão não cabe a você! - gritei com raiva - Além disso, você nem a conhece!

— Não preciso conhecê-la. Sei bem qual o tipo de garota que ela é...

— Como você pode falar isso com tanta convicção? - indaguei sentindo meu sangue ferver.

— Percy, não vamos mais falar disso, ok? - ele respondeu já entrando em casa.

— Me responda! - exclamei seguindo-o a medida que andava.

— Já disse que...

— Eu não quero saber de desculpas! Você já começou, agora tem que terminar.

Ele se calou por um segundo, como se pensando se deveria ou não falar comigo. Mas ele escolheu a primeira opção:

— Eu conheço a mãe dela.

— Conhece? - perguntei cruzando os braços.

— Sim. Fomos namorados na época da escola. - ele respondeu subindo as escadas.

— Isso é sério? - perguntei surpreso.

— É. Então, como eu odeio essa mulher, não quero você envolvido com a filha dela!

— Mas o que Annabeth tem a ver com isso? Ela é completamente diferente da mãe dela!

— Não importa o que diga Perseu, não vou mudar de idéia! Mantenha distância dessa família! - ele gritou e fechou a porta do seu quarto na minha cara.

Comecei a esmurrar a porta do meu quarto, tentando descontar a minha raiva. Mas isso só me deixou mais exausto do que já estava.

Me joguei na cama, só querendo que aquele dia acabasse logo.

[...]

Na terça de manhã, tive que ir para a escola fazer as últimas provas do ano.

Isso significava que depois delas já entraríamos na faculdade. Claro que dependeria da nota que obtivessemos e do curso que escolheríamos.

Já estava decidido que faria Biologia Marinha. Eu realmente me interessava pela vida marítima.

Chegando na escola, fiz os testes e até gostei deles. Mas em momento algum avistei Annabeth nos corredores.

Eu tinha esperança de vê-la pelo menos na escola, pois sabia que assim como meu pai, a mãe dela não permitiria que nos encontrássemos.

Estava indo em direção a saída da escola e de repente avistei todos os meus amigos ali. Sem exitar fui até eles, mas suas expressões não eram das melhores.

A maioria das meninas estava chorando, e o os meninos estavam consolando-as.

— Gente, o que está acontecendo aqui? - perguntei preocupado.

— Ah, Percy! Que bom que te achei! - Thalia exclamou vindo na minha direção.

— Até você, Thalia? - ri fraco.

— Eu preciso falar com você em particular. - ela sussurou limpando os olhos e me puxou para um canto.

— Tá, mas antes preciso saber: você teve notícias de Annabeth?- questionei curioso.

— É exatamente isso que quero falar com você, cabeça de alga!

— Ei, só a Annie pode me chamar assim!

— Pena que agora nem ela vai poder.

— Por que você está dizendo isso? Nós vamos dar um jeito de ficarmos juntos! Não me importo se nossos pais não permitem, eu...

— Percy - Thalia falou calmamente - Annabeth vai embora de Nova York amanhã.

Não conseguia acreditar naquela notícia. Passou todo esse tempo e a mãe dela não desistiu da viagem?

— E - ela completou - hoje ela me pediu para entregar isso para você. - falou estendendo um bilhete para mim.

— O que é isso? - perguntei pegando o papel.

— Abra e descubra. Agora eu tenho que ir, qualquer coisa me liga, ok? - ela falou saindo juntamente com Jason.

Fiquei por muito tempo olhando aquele papel. Até que resolvi abri-lo. Ele dizia:

"Me encontre às oito no nosso lugar especial.

Ass: Annabeth."

Nem precisei pensar duas vezes. Meu coração já sabia a resposta.

POV Annabeth:

Depois que voltei para casa, me tranquei no quarto.

Tinha certeza que meus pais não me incomodariam, e mesmo que o fizessem, não insistiriam por muito tempo.

Quando faltava meia hora, fugi pela sacada do meu quarto e deixei a porta da varanda destrancada, para quando voltasse mais tarde.

Só queria vê-lo mais uma vez, já que nada mudaria a opinião de minha mãe em relação a mudança. Esse era meu último desejo: sentir suas mãos em meu rosto e mais uma vez sua boca na minha.

Fui andando, pois não podia pegar meu carro. Como não era muito longe, em alguns minutos eu já havia chegado.

Encontrei-o sentado sob um tronco de uma árvore, com as mãos apoiadas na cabeça. Ao seu lado estava uma barraca de acampamento e uma fogueira acesa, crepitava.

— Percy. - falei chegando perto de onde ele estava.

Ele levantou a cabeça surpreso ao ouvir minha voz, provavelmente não acreditava que eu estava realmente ali.

— Annabeth, não duvide que eu queria te ver. Mas, isso é arriscado para você. Se seus pais descobrirem, eles irão te castigar. - ele disse já de pé e com uma expressão de preocupação no rosto.

— Eles não sabem que eu estou aqui, Percy. Além disso, essa viagem já é castigo suficiente. - falei chateada. - Mas, eu não vim aqui para isso. Eu... queria te ver uma última vez. - suspirei.

— Eu também. - ele afirmou tocando meu rosto, exatamente como eu queria.

— E essas coisas? - perguntei rindo e apontando para a barraca e a fogueira.

— Desde que sai da escola, vim para cá. Acho que vou passar a noite aqui. É um bom lugar para relaxar.

Afirmei com a cabeça, mas ainda estava muito triste por nossa situação.

Percy percebeu e virou minha cabeça, de forma que eu olhasse diretamente para seus olhos:

— Nós vamos lidar com tudo isso. Eu tenho você aqui. Por enquanto, isso é tudo o que importa.

— Mas eu não quero te perder! - senti meus olhos marejarem.

— Você não vai. Não vai me perder - ele acariciou meu rosto - Eu te amo, Annabeth. Lembre-se disso. Nunca te esqueceria, eu...

Não deixei ele terminar de falar, pois o beijei.

Qualquer resquício de autocontrole que Percy possuía se desfez em mil pedaços. Ele retribuiu meu beijo com uma urgência incontrolável. Em seguida, ele me pegou pela cintura e me puxou para perto do seu corpo com tanta força que sufoquei um grito. Ninguém se comparava a ele. E naquele instante, não havia nada que eu quisesse mais.

Demos um jeito de entrar na cabana, sem pararmos de nós beijar. Percy tropeçou em mim, perdeu o equilíbrio e caímos no colchão de ar. O peso do seu corpo me deixou sem fôlego. Suas mãos percorreram meu queixo, meu pescoço, minhas costas, minhas pernas. Eu arranquei seu casaco. Os lábios de Percy se afastaram dos meus, e ele finalmente abriu os botões da minha blusa. Eu já tinha aberto os dele e sob o tecido, sua pele era ainda mais quente do que eu imaginava. O calor que ele irradiava me aquecia. Saboreei o peso do seu corpo.

Nenhum de nós se atreveu a dizer qualquer coisa. Tínhamos receio que as palavras nos detivessem, de que dilaceram o fascínio que nos unia. Ele estava tremendo também. De repente, me ocorreu de está tão nervoso quanto eu. Sorri quando seus olhos encontraram os meus, e depois ele os desviou, num gesto envergonhado.

Percy é tímido? Que emoção nova e estranha é essa estampada em seu rosto?

Fiquei aliviada e ao mesmo tempo pude senti minhas bochechas ficando quentes, de tanta vergonha. Constrangida, senti vontade de cobrir minha pele despida. Muitas vezes imaginei como seria dormir com Percy pela primeira vez. Mas, nunca cheguei a descobrir, pois sempre éramos interrompidos.

Eu estou apaixonada por ele.

Testei essas palavras na minha cabeça, impactante e temerosa por tudo que elas representavam. Ele estava aqui, era real, de carne e osso.

Mesmo com sua paixão febril, Percy era gentil comigo. Quando olhei para ele, percebi um sorriso sutil no canto da boca, o que só aumentava meu desejo por ele.

Percy acariciou meu pescoço, seu toque me causou leves arrepios na espinha. Ele respirou aliviado junto ao meu ouvido, de uma forma que fez meu coração disparar. Era um suspiro que parecia liberta-lo de todas as emoções sombrias que o assombravam. Dei-lhe mais um beijo demorado e passei as mãos pelo seu cabelo para que ele soubesse que estava bem. Pouco a pouco, ele relaxou.

— Percy. - susurrei.

Contive a respiração quando ele se abaixou para me beijar enquanto lentamente e cuidadosamente começava a se mover junto ao meu corpo. Seus olhos brilhavam tanto, que tive a impressão que podia me afogar neles. Percy beijou as minhas bochechas e prendeu meu cabelo cuidadosamente atrás da minha orelha; eu deslizei meus braços ao redor dele e o puxei para mim.

Independente do que nos acontecesse, do rumo que nossos caminhos seguissem, este momento seria nosso.

[...]

Depois, ficamos em silêncio. Percy estava deitado ao meu lado, os lençóis cobriam suas pernas, os olhos fechados, meio sonolentos. A mão ainda estava entrelaçada com a minha, como para assegurar-nos daquele momento.

Meus olhos se fixaram novamente nele. Sob o brilho da noite, seu rosto estava com uma expressão pacífica e livre de dor. Sua aparência era até ingênua. A boca já não estava mais aberta, nem as sobrancelhas franzidas. Seu corpo tampouco tremia. Fios soltos de seus cabelo lhe emolduravam o rosto; alguns refletiam a luz da fogueira que entrava na cabana. Eu me virei delicadamente para ele, passei as mãos pelos músculos do seu braço, e lhe dei um beijo na face.

Seus olhos se abriram e piscaram para mim, sonolentos. Ele me olhava fixo e demoradamente.

Percy se inclinou e me beijou com suavidade e delicadeza. Seus lábios demoraram a se afastar, receosos de se despedirem. Eu tampouco queria me despedir. Não queria pensar no amanhã.

Quando mais uma vez o puxei para mim, ele me acolheu, ansiando por mais. Tudo em que podia pensar era que era grata por seu silêncio, por não dizer que eu o estava aproximando cada vez mais de mim, quando eu deveria libertá-lo.


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Notas finais do capítulo

Quem chorou?
Amo demais essa capítulo!
Finalmente Percabeth!
Comentem. Bjs!



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