Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 26
A Casa da Árvore


Notas iniciais do capítulo

Para os curiosos, aí vai mais um capítulo!



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POV Percy:

O tempo passou bem rápido e quando nos demos conta, já era sexta-feira. De manhã, Annabeth e eu fomos para a cidade e nos divertimos muito.

Era muito bom passar um tempo com ela. Ambos sentíamos aquela sensação de prazer e liberdade quando estávamos juntos. E uma coisa eu tinha certeza: eu queria que essa sensação durasse para sempre.

Fomos andar de bicicleta no parque Public Garden, um lugar bem bacana. Naquela época, tinha muitas flores e os monumentos também eram muito interessantes.

Aproveitando o fato de estarmos na cidade, visitamos vários outros pontos turísticos.

Com relação aos museus, surpreendi-me com o acervo do Museum of Fine Arts, que não deixava nada a dever às instituições de Nova York e Washington. Havia uma grande coleção de relíquias egípcias e mesopotâmicas, esculturas, e o acervo de pinturas tinha quadros de Van Gogh, Monet, Gauguin e outros artistas renomados.

Claro que Annabeth gostou mais dessa parte do que eu.

Mas, o próximo lugar me deixou bem mais animado: também de frente para a baía, mas na área central, ficava o famoso New England Aquarium.

Sabe, sempre gostei muito de estudar a biologia marinha, então confesso que aquele aquário era demais. Tinha um tanque central gigantesco com tubarões, tartarugas, arraias e muitos peixes, que íamos contornando à medida que andávamos.

Em frente ao aquário, do outro lado da rua, ficava o Legal Sea Foods. Era um restaurante super antigo de Boston que servia peixes, lagostas e outros frutos do mar, então como estavámos com fome, decidimos almoçar.

E aquela comida estava divina.

Quando ficamos exaustos do longo dia de passeio, retornamos a casa.

Chegando lá, deitei na minha cama, mas ainda pensava na ligação que tinha feito.

Por um triz Annabeth não descobriu. Na verdade, não estava nos planos que ela descobrisse, então eu tinha que ser muito cuidadoso.

Flashback on:

" - Alô? Jason?

— E aí, Jackson. Como estão as coisas em Boston?

— Tudo tranquilo. A casa é o máximo. Obrigado de novo por me emprestar, cara.

— Que isso, não foi nada.

— E ai, tá aproveitando a Inglaterra?

— Está sendo bem maneira a viagem. E como está Annabeth?

— Bem. Ainda se acostumando com a situação, mas o importante é que ela está muito feliz. Foi justamente por conta dela que eu liguei.

— O que você tem em mente?

— Eu quero levá-lá para sair a noite, mas não faço a mínima de onde ir. Preciso de um guia.

— Eu posso te indicar um lugares...

— Sei lá, eu queria um lugar especial.

— Bem, tem uns restaurantes bem maneiros na cidade.

— E quando você acha melhor a gente sair?

— Acredito que sexta seja um bom dia.

— Mal posso esperar.

— Ei, acabei de lembrar que vai ter um jogo de baseball na cidade.Vocês deveriam ir.

— Bem, eu não acho que a minha namorada vai gostar disso.

— Ok, você é quem sabe. Mas lembre-se que será uma surpresa, ela não precisa saber de nada.

— É, eu sei que ela não precisa saber.

— Então para de chutar as minhas idéias. Ou você não quer se divertir?

— Claro que eu quero me divertir.

— Já sei, você disse que queria um lugar especial. Quando eu e Thalia éramos pequenos brincávamos aí por perto, em uma casinha da árvore. Lembro que nossos pais mandaram construir para a gente. Sabe, ainda está bem preservada e é um ótimo lugar pra passar o tempo, sei lá, planeja um jantar. Acho que ela vai gostar...

— Ok, eu vou...

Mas, naquele momento Annabeth adentrou o quarto e eu desliguei a ligação.

Flashback off

Ainda deitado, meus pensamentos só giravam em torno de uma idéia: eu organizaria o jantar e tudo sairia perfeito.

POV Annabeth:

A tarde passou muito rápido. Estava na cozinha bebendo um pouco de água, porque tinha acabado de fazer uma corrida pela trilha. Estava tentando melhorar minha resistência física, já que da última vez não consegui aguentar um quilômetro.

Percy não me acompanhou porque estava cansado e ia dormir, pelo menos foi o que ele disse que ia fazer. Mas, ele estava um pouco estranho, como se tivesse algo para resolver.

Fui em direção a sala e de repente esbarrei nele.

— Hey! Já voltou da corrida? - ele perguntou impressionado.

— Estou aqui, não é? - ri fraco - Por que está tão preocupado de eu já ter voltado? - perguntei desconfiada, olhando diretamente para ele.

— Eu não estou preocupado... - ele falou coçando a cabeça - Só achei que foi rápido demais. Mas que bom que voltou, agora posso te fazer uma proposta.

— Proposta?

— Sim. Eu estava pensando... você deve estar com fome não? Por que não, sei lá, saimos para jantar?

— Está com preguiça de cozinhar senhor Perseu? - falei me aproximando - Ou acha que não vai conseguir parar de olhar pra mim e vai queimar a comida de novo? - perguntei rindo.

— Acho que a segunda opção. - ele respondeu me acompanhando na risada.

— Tudo bem então. Vou tomar banho e me arrumar.

— Ok - Percy disse e enquanto me afastava pude perceber um sorriso em seus lábios.

Afinal, o que ele estava tramando?

Segui para o quarto e fiz minha higiene pessoal. Em seguida, dei uma olhada nas minhas roupas e decidi ir com um vestido florido azul com dourado que eu tinha. Ele era uma boa escolha, pois independente do lugar que fôssemos jantar caia bem. Era um pouco justo na cintura, mas soltinho mais embaixo.

Depois coloquei sapatilhas azuis e parti para arrumar meu cabelo. Decidi deixar solto natural com seus cachos e fiz uma maquiagem leve, passando um batom vinho por fim.

Saí do cômodo e encontrei Percy me esperando.

Nem preciso dizer que ele estava lindo né gente, vocês já sabem.

Usava uma camisa branca e uma calça preta e estava sentando no sofá me esperando.

Quando nossos olhares se cruzaram, percebi que o sorriso de mais cedo só aumentou. Ele logo levantou e segurando minha cintura, sussurrou no meu ouvido:

— Agora eu entendo a diferença entre bonita e linda.

— Obrigada. - corei levemente. - Já vamos?

Percy concordou e me puxou para fora da casa.

— Por aqui. - ele disse apontando com o dedo.

— Hey, cade o táxi? Não vamos para a cidade? - perguntei confusa.

— Não, vamos seguir esse caminho. - Percy afirmou e começou a seguir por outra trilha, no sentido oposto da cachoeira.

Aquilo era muito estranho. Além de estar repleto de árvores por todos os lados, era escuro, o que tornava o ambiente sombrio.

Onde estávamos? Que lugar esquisito era aquele? E para onde ele estava me levando?

— Percy, você não vai falar nada? - indaguei alcançando-o e segurando seu braço.

— Calma, Annie, fica nessa direção o lugar onde vamos jantar.

— Mas, não acha que está muito escuro? - perguntei preocupada enquanto andávamos naquele breu.

— Vem, segura a minha mão que eu te ajudo. - ele falou rindo.

— Você tem alga mesmo nessa sua cabeça, hein? Não podia ter me avisado ou procurado um lugar de mais fácil aces...

Mas, não pude concluir minha frase, porque naquele exato momento, consegui avistar o verdadeiro ambiente.

— Meus deuses! - exclamei levando as mãos a boca.

Vi uma casa na árvore, e ao seu redor todas as árvores e o caminho que levavam até ela estavam enfeitados com luzes. Lá em cima, uma mesa coberta com uma toalha branca estava posta, e nos aguardava.

Tenho que admitir, era muito lindo!

Soltei sua mão e subi as escadas para ver melhor, caso meus sentidos estivessem me enganando.

Mas não, eles não estavam. Era tudo real e perfeito.

— E ai? - ele perguntou rindo e andou até mim - Valeu a pena andar no meio do nada?

— Se valeu a pena? Esse lugar é lindo! É bem mais do que eu esperava!

— Bem, sempre foi meu objetivo... Não sei se lembra de quando eu estava no telefone e você entrou no quarto. Eu estava falando com o Jason, e ele me indicou esse lugar. E claro que eu não ia te falar, afinal, não queria que você descobrisse.

— Percy Jackson, você é literalmente uma caixinha de surpresas... Então, o Jason era o tal guia da cidade, hein?

— É, de certa forma eu não menti, porque ele conhece o lugar tão bem que é praticamente um guia! - ele comentou sorrindo.

— Verdade. Mas, esse jantar sai agora ou ainda vai demorar? Por que eu realmente eu estou com fome!

Ele riu e me levou até a mesa, onde estavam alguns pratos com comidas variadas.

Comemos juntos e depois ficamos conversando até o anoitecer.

— Sinceramente, eu estou amando essa viagem... - comentei enquanto sentava na beira da varanda.

— Eu também - Percy afirmou. - Tudo fica mais perfeito com você, Annie. - ele falou tocando meu rosto.

— Eu já disse que eu te amo? - perguntei me aproximando.

— Eu nunca vou cansar de ouvir. - ele sussurou e acabou com o espaço que nos separava.

Senti o toque dos lábios dele, gentis no início, e os meus se abriram automaticamente sobre a pressão. Me senti ficar fluida e flexível, esticando-me para cima para envolver meus braços no pescoço dele.

Seus braços deslizaram em minha volta, passando pelos meus cabelos, e o beijo deixou de ser suave e se tornou feroz, tudo em um instante, como uma chama se acendendo.

As mãos de Percy passaram para as minhas costas e senti a pressão das suas palmas macias.

Então, sem parar de me beijar, ele levantou e me pegou no colo, seguindo para um pequeno cômodo que havia na casinha. Em seguida, colocou-me em um sofá que havia ali.

— Eu não quero te perder nunca. - falei enquanto tirava sua camisa.

Na última vez em que tinha o visto assim, não pude admirar tanto seu corpo por conta das circunstâncias. Mas naquele momento...

Corri os dedos por seu abdome, impressionado com sua força. Quando minha mão chegou a sua calça, o puxei pelo cos para perto de mim.

Ele se aproximou cheio de vontade e sob as camadas do meu vestido, deslizou a mão pela minha perna, parando confortavelmente sobre a minha coxa.

Senti depois suas mãos passarem por minhas costas e seus dedos pararem nos botões do meu vestido.

— Qual o sentido de ter tantos? - ele reclamou.

— Não faço idéia. - afirmei gargalhando.

Queria ficar a noite inteira com ele, explorar aquele novo sentimento que descobríamos. Era como se não houvesse mais nada acontecendo ao nosso redor... até eu avistar uma luz na direção da floresta.

Fiquei tensa no mesmo instante. E Percy percebeu isso, pois também parou o que estava fazendo.

— O que foi? Eu te machuquei? - ele perguntou preocupado.

— Não. É que eu vi uma... uma luz na floresta. Uma lanterna.

— Você tem certeza?

E então avistei novamente a luz se aproximando, e comecei a ficar preocupada.

Será que era a polícia? Estavam nos procurando? E se minha mãe tivesse ido atrás de mim e percebeu tudo?

— Percy, vamos sair daqui agora! - exclamei jogando sua blusa para ele.

— Annie, você tem certeza absoluta que viu alguém?

— Tenho! Vamos! Não queremos arriscar ser encontrados!

Então apagamos todas as luzes que conseguimos e calcei meus sapatos as pressas. De certa forma, foi bom ele não ter conseguido abrir meu vestido.

Corremos o mais rápido que pudemos, e meu coração acelerou quando eu ouvi um latido.

Um cachorro? Será que estavam nos rastreando com cachorros?

Esse pensamento fez com que eu corresse mais rápido ainda.

— Quem está aí? - uma voz grossa perguntou.

— Percy... - sussurei puxando-o para nos escondermos atrás de uma árvore - Não existe outro caminho para voltar mais rápido? - questionei desesperada.

— Na verdade, existe. Me segue. - ele sussurou de volta e foi me guiando.

Felizmente, quando percebi, já estavámos de volta a casa.

Entrei correndo e senti lágrimas nos meus olhos. Não conseguia acreditar que estava tudo dando errado mais uma vez.

— Hey, Annie, não fica assim. Tenho certeza de que...

— Percy, você não percebe? Nós nunca vamos conseguir ter paz! E se fosse a polícia? Já pensou que podem estar atrás de nós?

— Não seja tão pessimista. Pode simplesmente ter sido um morador da região! Não pense o pior! - ele falou me puxando para o conforto de seus braços - Fique calma. - Percy sussurou limpando minhas lágrimas.

— Eu quero Percy, você não faz ideia de como eu adorei esses dias de tranquilidade nessa casa, mas o pensamento de que tudo vai dar errado não me abandona. - disse abraçando-o mais forte.

— Eu já disse que não vou deixar nada acontecer com você. Não vão nos separar, sabidinha.

Somente afirmei com a cabeça, porque era tudo que eu conseguia fazer. Além disso, eu não tinha opção a não ser acreditar em Percy.

Era minha única saída.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Quem será que estava na floresta?
Comentem!



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