Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 27
Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ficou mt claro antes, mas só reforçando que eles fugiram numa terça-feira. Na quarta começou um feriado que durou até sexta. E como a mãe dela disse, sábado ela iria na casa da Thalia. Então, agora, se preparem porque vem aí um ponto de vista da Atena!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720959/chapter/27

POV Atena:

Sábado de manhã. O prazo tinha acabado.

Às seis em ponto já estava de pé, o que não foi muito difícil, afinal, o fato de Annabeth não estar em casa me trazia insônia.

Eu ainda não acreditava que ela havia saído sem permissão.

Será que ela não pensava nas coisas ruins que poderiam lhe acontecer? E se ela passasse mal? Se sofresse um acidente? Quem estaria lá para ajuda-la, se não eu?

Não conseguia nem pensar nessa possibilidade. Por isso, assim que amanheceu, tomei um banho e me vesti as pressas.

Frederick ainda dormia, então nem fiz questão de chamá-lo. Esse era um assunto que eu poderia muito bem resolver sozinha.

Entrei no carro e sai do condomínio com agilidade. Planejei esse dia durante todo o feriado. Seria bem simples: eu chegaria na casa daquela amiga dela, e a buscaria. Se ela quisesse ir, ótimo. Se não quisesse, iria do mesmo jeito.

Dirigir até aquele lugar me fez lembrar, por um acaso, que a amiga dela era filha de um empresário que eu conhecia muito bem: Zeus.

Embora fosse um homem apresentável e um tanto carismático, tinha muito defeitos. Era perceptível que acreditava estar sempre certo, e que todos que tivessem a "honra" de trabalhar para ele tinham que dar glória por isso.

Uma vez, ele até me convidou para auxilia-lo com sua empresa, mas não aceitei. Construí minha própria, com muita estratégia e sabedoria. Não desperdiçaria minha inteligência trabalhando para homens como ele.

Homens... todos iguais!

Frederick pode ser considerado um caso a parte. Pelo menos ele sabia respeitar minhas vontades e sempre admitia quando eu estava certa.

Avistei a Mansão dos Grace e estacionei.

Desci e já fui logo tocando a campainha. Sinceramente, só queria ir embora dali e dar um bom castigo em Annabeth por sua insolência.

Nem ligou avisando se estava bem! Isso só me deixava mais frustada ainda...

Alguns minutos depois, uma senhora de uniforme veio abrir a porta. Antes que ela pudesse falar alguma coisa, já fui entrando na casa:

— Annabeth! Deça agora que está passando da hora de você ir para casa!

— Com licença, senhora, mas quem é você? - a mulher perguntou confusa.

— Ora, sou mãe da Annabeth, a garota que está aqui. Ela é amiga da... Como é mesmo o nome dela? Er... Thalia, isso Thalia.

— Desculpe, senhora mas...

— Com licença, eu vou subir, preciso chamar minha filha - sorri educadamente.

— Mas é exatamente isso que eu queria dizer senhora! A casa...

Porém a criada foi interrompida, pois a campainha tocou mais uma vez.

Quem seria a uma hora dessas?

Bufei. Aquilo não era da minha conta. A única coisa que importava era pegar minha filha e sair dali o mais rápido possível. Aquela casa me deixava desconfortável.

Mas, me surpreendi quando avistei outra mulher entrando.

— Bom dia! Vim aqui buscar meu filho, Percy Jackson. - ela falou sorrindo.

Estava meio avoada até ouvir aquele nome.

— Espera ai, você disse Percy Jackson? - perguntei curiosa e desci os degraus que tinha subido.

— Sim, é meu filho. Ele é amigo do Jason, o dono da casa. Prazer, sou Sally Jackson.

— Atena. - falei comprimentando-a - Então... esse tal de Jason, ele tem uma irmã?

— Sim, a Thalia. - ela falou rindo. - Uma ótima garota.

— De fato. - falei ainda pensativa.

— E você, veio aqui buscar alguém? - ela perguntou curiosa.

— Sim, minha filha. Ela é amiga da Thalia.

— E qual o nome dela? Talvez eu conheça! Quando o Percy chegou na escola ele fez muitos amigos.

— Claro. - sorri - O nome dela é Annabeth.

Ela fez uma cara surpresa, mas depois começou a rir:

— Ah, sim, claro que conheço Annabeth. Como não? Ela é a namorada do meu filho!

Engasguei na mesma hora.

— Você disse namorada? - perguntei incrédula.

— Er... Eles já estão juntos a alguns meses - ela comentou como se fosse óbvio. - Você não sabia?

Como assim Annabeth estava namorando?! E ela não me fala nada? Ah, quando eu colocar as mãos naquela garota...

— Claro, claro. Eu tinha esquecido que ela havia me contado - afirmei entrando no jogo.

— Isso quer dizer que você é minha vizinha, não? Annabeth sempre está na minha casa. Nossos filhos realmente se gostam! - ela exclamou toda feliz.

— É... Agora eu lembrei que já vi eles juntos. - sorri, mas por dentro eu estava gritando.

— E afinal, onde eles estão? - Sally perguntou para a criada, que eu nem tinha reparado, mas ainda estava ali.

Espera, os dois realmente passaram o feriado juntos? E se tivessem aprontado alguma?

— É, onde eles estão? - perguntei sentindo meu sangue ferver.

— Desculpe senhoras, mas era isso que eu estava tentando dizer. Não tem ninguém na casa. Todos da família Grace viajaram. O menino Jason foi para a Inglaterra com a Senhora Grace, e a menina Thalia foi para Las Vegas com o Senhor Zeus. - ela respondeu cabisbaixa.

Minha boca se abriu completamente e a de Sally também.

— Mas, se eles não estão aqui, onde estão? - ela perguntou preocupada.

Ah Annabeth, eu não acredito que você fez isso comigo...

— Eu vou na polícia agora! - exclamei saindo porta afora.

— Espera! - Sally gritou me seguindo - Vamos tentar ligar pra eles primeiro!

— Como se eu já não tivesse tentado! Se me der licença, vou atrás da minha filha!

Entrei no carro e por comando de voz, já fui ligando para Frederick:

— Hum... Alô? - ele falou um pouco sonolento.

— Frederick, eu estou indo para a delegacia.

— O quê?! Por quê Atena? Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou preocupado.

— Se aconteceu?! Nossa linda filha desapareceu! É suficiente pra você?

— Como assim desapareceu? Ela não foi pra casa da Thalia?

— Não Frederick! Ela sumiu! Eu disse que devia ter ido atrás dela!

— Deve ser um mal entendido! Ela...

— Não é! Quer saber, depois nos falamos! Me encontre na polícia agora!

Desliguei exatamente na hora que cheguei lá. Apressadamente entrei e encontrei um policial sentado em sua mesa.

— Eu vim relatar um desaparecimento.

— Na verdade, dois. - ouvi uma voz atrás de mim. Era Sally.

— Qual o nome deles?

— Annabeth Chase.

— Perseu Jackson.

— E qual a data do desaparecimento? - o policial perguntou, mas ao mesmo tempo ia anotando tudo.

Íamos informando tudo o que sabíamos do acontecimento. Nunca fiquei tão preocupada. Depois do que relatamos, o policial nos levou para uma sala e ficamos esperando ele voltar.

Crianças! O que eles tinham na cabeça? E onde diabos estavam? Será que eles tinham...

— Eles fugiram! - sussurei ligando os fatos. Aposto que por conta da mudança para San Francisco.

Nossa como eu não pensei nisso antes?

— O que você disse?

— Eu disse que nossos filhos fugiram.

— Fugiram? Por que fugiriam Atena? - Sally perguntou confusa. Ela estava do lado oposto da sala também muito pensativa.

Quando eu ia responder avistei Frederick entrando, mas ao seu lado havia outro homem. Ele tinha uma expressão séria no rosto magro. Os olhos eram verdes, os cabelos negros e tinha uma barba rala.

Eu conhecia aqueles olhos de um algum lugar...

Não, não pode ser...

— Ah que bom que você pôde vir, Poseidon! Eu nunca fiquei tão preocupada! - a morena correu para abraça-lo.

Eu me encontrava em uma posição estática. Não conseguia acreditar.

— Atena, você está bem? - meu marido perguntou se aproximando de mim.

Mas eu não conseguia parar de encarar aquele homem. Quando ele ouviu meu nome, fez o mesmo.

Senti meu coração acelerando e minhas mãos se fecharam em um punho.

— Atena Chase? - ele perguntou impressionado e veio na minha direção.

Fiz o mesmo, e me aproximei dele:

— Ora ora, se não é Poseidon Jackson.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu pergunto o mesmo. - respondi curta e grossa.

— Meu filho desapareceu.

— Que coincidência! A minha também. - respondi cínica. - E sabe o que mais? A culpa é do seu filho!

— O que ele teria a ver com a sua filha? - ele questionou com raiva no olhar.

— Pelo visto eu não sou a única que não sabia que eles estavam namorando.

— Namorando? Ninguém me falou nada.

— Vocês se conhecem? - Frederick perguntou inseguro.

— Se nos conhecemos? Estudávamos na mesma escola, Frederick.

— Você não está esquecendo de mais nada, Atena? - ele perguntou com um sorriso de divertimento.

Encarei-o com um olhar penetrante.

— Passado é coisa de museu.

— Poseidon, do que você está falando? - Sally perguntou agora mais séria.

— Como ela disse, foi passado. Mas, no colegial nós fomos namorados. - ele falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

Sinceramente, o que vi naquele homem? Como alguém podia ser tão burro? Ele simplesmente acabou de falar para sua esposa que já namorou com a sua atual vizinha! Óbvio que ela iria ficar com ciúmes!

— Quer saber? Vamos embora daqui, Frederick. Não quero ficar no mesmo lugar que esse homem.

— O quê, não consegue aguentar o fato de eu ter terminado com você?

— Você terminou comigo?! Eu que terminei com você! - gritei.

— Sei...

— Você que não consegue aguentar o fato de ser um perdedor! Ou não lembra quem foi a presidente de classe?

— Ah, você não disse isso! - ele gritou comigo.

Naquele exato momento, o policial voltou junto com um outro:

— O que está acontecendo aqui? Dá para ouvir lá fora essa discussão! Se não pararem de gritar agora, teremos que expulsá-los da delegacia!

— Não será preciso oficial. - afirmei ajeitando meu blaser - Só me informe se tiver alguma notícia.

— Eu também vou querer saber de tudo - ele disse me olhando pelo canto do olho. - Qualquer coisa que envolva meu filho e essa garota...

— Não fale da minha filha! - exclamei ameaçadora.

— A culpa deve ser dela... - ele falou baixo, mas eu consegui ouvir.

Estava quase dando um tapa na cara dele, mas Frederick me segurou.

Sally entrou na frente de nós dois, e por incrível que pareça estava calma:

— Por favor, parem com isso. Antes que sejamos expulsos daqui. Se vocês disseram que era passado, então deixem no passado e não discutam na delegacia! Somos adultos civilizados! O que temos que fazer é nos unir para encontrar nossos filhos!

— Bem, eu concordo com a... Como se chama? - meu marido perguntou educadamente.

— Sally Jackson.

— Prazer, sou Frederick Chase. E concordo com você, temos que ficar juntos, independente do fato de vocês não se gostarem, o que importa é a segurança dos nossos filhos. E então, o que me dizem?

— Só estou fazendo isso pela Annabeth.

— E eu pelo Percy.

— Ótimo.

— E agora, oficial, o que devemos fazer? - Sally perguntou preocupada.

— Amanhã vamos começar a anunciar na TV, jornais e todas as mídias possíveis. Não se preocupem, senhores, iremos encontrar seus filhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita! Alguém imaginou isso?
Comentem amores!