Hall of Insanity: Gotham's Chronicles escrita por Vtmars


Capítulo 2
There's a room where the light won't find you


Notas iniciais do capítulo

NOVO CAPÍTULO! YEESSS!! XD

Bem, esperamos que gostem, boa leitura! ♥



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— Welcome to your life...

Um sujeito estranho perambulava por uma rua deserta e coberta de neblina, a noite caía sobre Gotham City. Seus passos faziam barulhos distintos ecoarem pelo local vazio toda vez que seus pés tocavam o chão, já que apenas ele estava lá, e àquela hora da noite. Eram exatamente 3:15 da madrugada.

— There’s no turning back...

Tal sujeito se assemelhava a um espantalho, por suas roupas, seu chapéu e sua máscara perturbadora. Ele andava lentamente, mas mesmo assim, não parava por um segundo. Andava por entre a estrada no meio de várias árvores mortas. Ele não levava muitas coisas consigo, somente sua voz enquanto cantava e um spray em sua mão esquerda.

— Even while we sleep...

Estava muito frio naquela noite, de dia também estava, mas a noite estava congelante. O vento soprava e parecia querer se comunicar de alguma forma com o sujeito, tal homem era também conhecido por alguns como o ex-psiquiatra e ex-professor de psicologia Jonathan Crane. Mas sua mente foi terrivelmente perturbada – ou talvez já fosse, apenas precisava de algo para despertar sua loucura – quando ele foi demitido.

— We will find you.

Ele parou finalmente, havia chegado a seu destino. Jonathan Crane, ou melhor, Espantalho parou em frente de Arkham Asylum. Não se conseguia ver, mas ele abriu um sorriso por baixo de sua máscara que escondia seu rosto. Ele aproximou-se furtivamente mais e mais, até que os dois primeiros seguranças o notaram.

— Quem é você? – perguntou um deles, hesitando.

Um pequeno silêncio se seguiu, acompanhado dos sons dos sopros do vento gelado.

Acting on your best behaviour...— ele cantou, sua voz séria e calma causava arrepios até no mais corajoso dos homens que ali estavam. Os dois guardas trocaram olhares assustados.

— Ele é o Espantalho! – gritou, tentando avisar seu parceiro. Os dois levantaram suas armas imediatamente, apontando para o Espantalho, mas... Onde ele estava?

O Espantalho havia sumido de vista. Como se tivesse simplesmente evaporado.

— Onde esse filho da mãe se escondeu? – perguntou o outro para si mesmo, nervoso. Os dois guardas não se moveram, com medo de uma possível armadilha, mas foi justamente este o maior erro deles.

— Turn your back on mother nature...

O Espantalho estava bem atrás dos dois, o mesmo levantou sua mão esquerda que segurava seu spray com uma rapidez inacreditável e apertou o pequeno botão, liberando todas as toxinas do seu Gás do Medo nos narizes dos pobres guardas. Logo o primeiro começou a gritar palavras estranhas, não dava para se entender nada. O outro se atirou no chão e ficou em posição fetal, chorando histericamente.

— Everybody wants to rule the world.

 

No outro lado do Arkham, em uma cela de segurança máxima, se encontrava o próprio Coringa. O mesmo não fazia nada, estava sentado em sua cama de lençóis brancos, esperando por algo. Ele sorria, apesar de estar quieto, e algumas vezes falava frases soltas, lembranças que vinham do nada.

— Batman vai pagar por ter me prendido ontem... – ele sorriu só de pensar no que causaria ao Morcego. – Ah, ele vai me pagar caro! – Coringa começou a rir loucamente, sedento por vingança.

De repente, a porta da cela se abriu, como num passe de mágica. Coringa assustou-se por um segundo, surpreso. O Espantalho estava do outro lado da porta, esperando que o Palhaço do Crime saísse de sua cela, e assim ele o fez.

— O que está fazendo aqui?! – perguntou Coringa, aproximando-se.

— Não se faça de idiota. – respondeu o Espantalho, Coringa deu de ombros.

— Como abriu a porta? Ela só é aberta pelo painel de controle, você precisaria de um ajudante!

— E eu tenho um! Eu soltei-a antes para nos ajudar.

— Quem? – Perguntou Coringa, curioso.

— Pudinzinho!! – gritou uma loira ao longe, enquanto corria pelos corredores na direção de Coringa. Finalmente, ela chegou perto o bastante, atirou-se em seus braços e deu-lhe um beijo carinhoso na bochecha. – O Espantalho me soltou e eu fui para o painel de controle, para te tirar daquele lugar horrível! Eu faria tudo por você! – ela falou, manhosa.

Coringa desvencilhou-se dela bruscamente, irritado.

— Isso responde à sua pergunta? – disse Espantalho, ironicamente. – Vamos embora, agora! – ele gritou assim que viu vários guardas correndo para pegá-los. As luzes de Arkham mudaram, e agora estavam todas piscando, como sirenes de uma ambulância, para avisar que haviam presos que estavam fugindo.

Os três começaram a correr, determinados a sair daquele inferno de lugar. Uma vez ou outra, Espantalho jogava seu Gás do Medo nos funcionários que se aproximavam, para tentar alcançá-los, todos recuavam encarando seus piores medos. Harley Quinn atacou um guarda e pegou sua arma, atirando nos outros que via pela frente.

— Escuta, Palhaço! – começou Espantalho, exigindo atenção. – Eu não te soltaria se não tivesse certeza do que vai fazer! É melhor eu não estar enganado. – Ele disse enquanto corria, eufórico. Coringa não o respondeu, estava concentrado na janela que eles haviam encontrado e seria por onde eles fugiriam. Eles cairiam de alguns andares, mas valeria a pena.

Depois de correr mais um pouco, Coringa não pensou duas vezes e se atirou pela janela, quebrando-a imediatamente com o impacto, Harley Quinn foi logo atrás dele, enquanto atirava em mais pessoas no ar. Era a vez de Espantalho pular, mas quando ele estava quase lá, guardas o seguraram, impedindo-o instantaneamente. Mesmo assim, Espantalho não parecia surpreso ou frustrado por sua linguagem corporal.

Coringa e Harley haviam escapado, mas agora, Espantalho, que ajudou na fuga dos dois, fora preso.

— Levem esse desgraçado para onde ele merece. – Disse um homem muito alto vestindo uniforme, com um corte de cabelo ao estilo militar. – Pessoas morreram hoje! E talvez mais pessoas morrerão com esses dois insanos soltos...

— ISSO É INÚTIL! – Gritou Espantalho, enquanto alguns guardas o arrastavam para uma das celas. – Eu voltarei! Vocês não fazem ideia do que está por vir! – Ele gritava, evidentemente louco.

— Cale a boca, filho da puta! – Disse um dos guardas assim que o colocou para dentro da cela e a trancou.

[...]

Era uma manhã relativamente normal, Bruce recém tinha chegado nas Empresas Wayne. Ele andava tranquilamente até seu escritório, todos os funcionários o olhavam ansiosos. Aquilo era estranho, mas ele tentou deixar para lá, apesar de sentir que estava sendo mais observado do que o normal.

— Bom dia, senhor Wayne. – disse a secretária, com um sorriso.

— Bom dia. – ele respondeu, sorrindo também. Um sorriso forçado, não porque estava mal-humorado, mas sim, porque estava verdadeiramente cansado, passou quase toda a noite acordado detendo uma gangue de criminosos que tinham o plano de traficar mulheres na noite anterior. Claro que eles não conseguiram, já que o Morcego apareceu para detê-los.

Quando ele finalmente estava prestes a abrir a porta de sua sala, foi impedido, Evelyn Nichols apareceu em sua frente, sempre sorrindo mais que o normal quando ele aparecia.

— Bom dia, sr. B. – ela falou, em frente da porta dele, automaticamente impedindo-o de passar.

— Bom dia, Evelyn. – ele respondeu, um pouco incomodado. – Hum... com licença, por favor...

— Oh, claro! – ela notou que estava o impedindo de passar, mas mesmo assim não saiu de frente da porta, o que deixou Bruce irritado, mas ele tentou não demonstrar. – Só quero te perguntar algo...

— Pois, pergunte.

— Você prometeu para nós, todos nós, funcionários da empresa, que quando a empresa alcançasse 35% nas importações, você daria uma grande festa de comemoração. E na sua casa! Bem, esse dia é hoje. Lembra? – ela contou, enrolando um fio de seus cabelos em seu dedo, com o rosto cheio de expectativa.

— Ah, claro. O tal dia da festa. – ele falou, apesar de ter esquecido completamente. Pelo menos, ele sabia mentir bem. Tal era obrigado a ter essa habilidade.

— Espero que tenha preparado algo incrível, senhor Wayne. – ela disse, mordendo seu lábio inferior de leve, olhando nos olhos de Bruce de um jeito provocante.

Passaram-se alguns segundos daquele momento estranho, até que Bruce finalmente falou:

— Hum... você ainda está na frente da porta, senhorita Nichols...

— Nos vemos na festa, então. – ela falou, sorrindo, despedindo-se e finalmente indo para sua mesa.

Bruce deu de ombros e entrou em sua sala. A primeira coisa que fez quando fechou a porta foi pegar o telefone do local e ligar para sua própria casa.

— Mansão Wayne...

— Alfred, organize uma festa para a empresa na mansão, hoje, por favor. Preciso da sua ajuda.

— Uma festa? Não acha algo muito grande, e ainda mais em sua casa, patrão Bruce?

— Eu acho, mas já prometi. Que tipo de presidente eu seria para uma empresa se prometo coisas e não as cumpro? Só fui lembrar agora.

— Tudo bem. Que horas então? Quando os convidados chegarem, tudo estará pronto, senhor.

[...]

Depois de um longo dia trabalhando – ou dormindo nas horas vagas – Bruce chegou em sua mansão, renovado. Não tinha o costume de dormir muito, mas às vezes dormir era necessário, e o único momento que encontrou para isso foi nas Empresas Wayne.

Ele estava em seu quarto, Alfred estava tirando suas medidas para ajustar o terno que ele já estava vestindo. Bruce não parava de se preocupar, de se culpar pelo que Gotham era. Aquilo o deixava muito para baixo. Poxa, ele fazia de tudo para manter a cidade segura, mas sempre aparecem outros vilões e gangues. Aquilo já não dava para aguentar mais. Depois da morte de Charada, era para as coisas melhorarem, não piorarem com as novas gangues que surgiam na cidade cada vez mais. Sorte que elas não eram tão ruins quanto os “vilões” de verdade, que estavam todos presos pelo o que ele sabia, bastava apenas uma noite para o Batman deter ao menos três gangues, dependendo de quantos membros e o quão inteligentes e ágeis eles eram.

— Devaneios de novo, senhor? – perguntou Alfred, enquanto tirava as medidas dos braços de Bruce, que piscou os olhos repetidamente, retornando à realidade.

— Sim, Alfred... às vezes não tem como evitar, desculpe. – ele respondeu, sua voz calma.

— Não há nada para se desculpar, patrão Bruce. Garanto que você vai conseguir resolver tudo o que está em sua mente. Você sempre consegue. – ele comentou, ainda tirando as medidas.

— Obrigado Alfred, você sempre está aqui para me ajudar... Às vezes é tão cansativo defender Gotham City de todos aqueles maníacos.

— Sim, e falando nisso... – Alfred começou, hesitando em contar a notícia para Bruce.

— O que foi? – perguntou curioso.

— Me informaram que Coringa e Harley Quinn fugiram de Arkham Asylum, senhor.

— O quê?! – Bruce espantou-se. – Não tinha como eles escaparem sozinhos, alguém os ajudou. – ele disse, calculista.

— Foi o Espantalho, ele entrou lá para libertá-los. Mas quando foi fugir também, os guardas o capturaram a tempo.

— Pelo menos uma notícia boa. – Bruce fez uma pausa, pensando. – Mas... por que Espantalho os soltaria sem ganhar nada em troca? Tem algo acontecendo, Alfred, e eu vou descobrir. Não posso deixar Coringa e Harley Quinn soltos, eles são um perigo para Gotham.

— Eu sei, senhor. Mas o que você vai fazer agora? Não é uma boa hora para dar essa festa, é uma situação de perigo. Coringa e Harley podem estar em qualquer lugar agora.

— Eu sei, mas sou tanto o Morcego quanto Bruce Wayne, não posso deixar de forma alguma que suspeitem de minha identidade secreta, eu preciso dar essa festa e fingir que não sei de nada. Se eu simplesmente a cancelasse, seria suspeito. Eu não quero atrair essa atenção. – Bruce fez outra pausa, pensando novamente. Aquela notícia o pegara de surpresa. – Depois da festa vou investigar sobre os dois. Tem algo a mais acontecendo na fuga deles, não posso deixar isso passar em branco.

— Boa ideia, senhor Bruce. – Alfred afastou-se, observando o terno, que estava finalmente pronto. – Veja! Está maravilhoso!

— Obrigado, Alfred. – agradeceu Bruce, olhando-se no espelho.

[...]

Já eram oito horas e meia, Marcus escutava música em seu carro enquanto dirigia, passou perto de um local assustador, com uma vasta floresta e várias árvores mortas. Ele gostava bastante de rock, àquele tipo de música o acalmava quando ele estava com medo (isso era bem estranho, já que rock assusta muitas pessoas), e ele estava morrendo de medo naquele momento. Nunca gostou de Gotham City, só precisava passar por lá para visitar sua tia que estava doente, seria rápido.

Too late, my time has come

Sends shivers down my spine

Body’s aching all the time

Goodbye everybody

I’ve got to go

Gotta leave you all behind

And face the truth

— Cara, eu amo essa música! – ele comentou, esquecendo-se finalmente do medo, mas não por muito tempo.

Ele desviou seu olhar da estrada por pequenos e rápidos segundos, concentrando-se na música a qual estava ouvindo, mas quanto voltou a olhar, havia alguém lá. Um homem de pele estranhamente branca e cabelo verde. Ele estava bem no meio da estrada, se não saísse, seria atropelado!

I see a little silhouetto of a man

Scaramouche! Scaramouche!

Will you do the fandango?

Marcus buzinou várias vezes, aflito com a presença de tal homem. Ele simplesmente não saía do meio da estrada, forçando Marcus a parar, para assim não atropelá-lo.

Thunderbolt and lightning

Very, very frightening me!

— Senhor! Está tudo bem? – ele perguntou, saindo do carro. Naquele momento, não havia mais nenhum outro carro atravessando a estrada, só seu próprio que ele havia parado. Somente Marcus e aquele homem que mais se assemelhava a um palhaço com um uniforme branco estavam no local. Marcus se aproximou, preocupado. – Você precisa de ajuda?

— Na verdade, sim! – o palhaço respondeu, sorrindo. No mesmo instante, ele mostrou suas mãos, a qual uma delas estava armada, e apontou a arma para Marcus, que ficou assustado.

— Por favor! Eu faço tudo o que você quiser! Eu te dou esse carro! Por favor! – implorou, nunca antes sentira tanto medo em sua vida. – Só me deixe viver! Eu imploro!

O Palhaço pensou, seu rosto se contorceu em uma dúvida estranha. Marcus sentiu-se aliviado, se ele pensou, provavelmente pouparia sua vida. Até que do nada, o homem de cabelos verdes puxou o gatilho, a bala passou direto pela cabeça de Marcus, matando-o no exato momento.

— Não seria divertido se você ficasse vivo. – ele declarou, dando de ombros, o corpo de Marcus caíra no chão, deixando sangue escorrer por sua cabeça naquela pequena parte da estrada. – Pode vir agora, Harley.

Assim que ele falou, Harley Quinn saiu empolgada detrás das árvores, saltitando.

— O que fazemos com ele, Sr. C? – ela perguntou, curiosa, olhando para o corpo do homem caído no chão.

— Coloca ele no porta-malas, eu vou te esperar dentro do carro. Seja rápida! – ele mandou, e assim ela o fez. Logo Harley entrou no carro também, e assim os dois saíram daquele local, em direção da cidade.

— Eu gostei desse carro, ele é um vermelho tão lindo! – comentou Harley, sorrindo.

— É, tanto faz...

— Pudinzinho, quando chegarmos na cidade, vamos assaltar uma loja de roupas primeiro, por favor! Eu não aguento mais esse uniforme, quero minhas roupas!

— Eu também não aguento mais esse uniforme. Sinto saudade do meu terno roxo.

Nothing really matters

Anyone can see

Nothing really matters

Nothing really matters to me…

[…]

Hannah estava deitada em sua cama, lendo seu livro favorito, Alice no País das Maravilhas. Não tinha nada para fazer, não conseguia encontrar nenhuma história para o jornal também. Estava começando a considerar a proposta de Evelyn Nichols. Hannah estava verdadeiramente entediada, esgotada. Não sabia mais o que deveria tentar para manter seu emprego, realmente, a única saída era a proposta de Evelyn sobre os furos das Indústrias Wayne. Mas ela estava tentando não pensar sobre aquilo no momento, estava tentando ficar tranquila, sem stress desnecessário.

Quando ela voltou sua atenção no livro novamente, seu celular tocou.

— Quem será? – perguntou para si mesma, curiosa. Logo ela pegou seu celular e atendeu.

— Alô, Hannah? – perguntou uma voz masculina.

— Oi, Creedence! – ela disse. Creedence era seu tio, ele era um pouco afastado da família, desde uma briga que tivera com Thomas, o pai de Hannah e irmão dele, mas durante a infância dela, eles eram muito próximos. – Como vão as coisas aí?

— É justamente por isso que te liguei, querida. – ele disse, sua voz falhou, ele estava prestes a chorar.

— O que foi, tio? Está tudo bem? – ela perguntou, preocupada.

— É difícil dar essa notícia... principalmente para você, pequena Hannah... – ele falou, pela sua voz, ele começara a chorar. Não conseguiu segurar o choro, a dor era muita. — Seus pais... eles... eles morreram.

— O quê? Não! Isso não pode ser verdade! – O mundo de repente parou, pelo menos para Hannah, que estava prestes a chorar também, e ela não lutou contra as lágrimas, que saíram imediatamente. – Isso é mentira, tio! Por favor, me fala que você está brincando!

— Eu também pensei que fosse uma brincadeira... é difícil acreditar...

— Como eles morreram? – ela perguntou, as lágrimas agora escorriam livremente pelo seu rosto. Ela nem se importava em limpá-las.

— Um acidente de carro. E foi feio. Aconteceu nesta manhã.— foram as únicas frases que ele disse, tentando manter-se forte, mas o mesmo já estava chorando há muito tempo. — Eu me arrependo tanto de ter brigado com ele!

Hannah não respondeu, ela estava em choque. Seus pais eram as pessoas que ela mais amava no mundo, e agora eles se foram. Tudo por causa de um estúpido acidente de carro. Algo tão clichê, tão ridículo de acontecer, e foi acontecer justo para os dois!

Praticamente, tudo o que ela mais amava foi arrancado dela nesse exato instante.

— Por favor, venha nos visitar quando puder, eu estou na casa dos seus pais, já que nós dois somos os únicos da família que sobraram. O enterro vai ser daqui dois dias.

— Eu vou ir, tio Creedence, eu vou... – ela falou e desligou o celular, jogando-o longe com toda a dor que sentia no coração.

A mesma gritou, puxou o ar do fundo de seus pulmões, as energias que nem sabia que tinha, e expressou seu grito raivoso, tentando se livrar da metade da dor que estava sentindo. Claro, aquilo não funcionou.

Hannah atirou-se na cama – mais do que já estava – de bruços e chorou em seu travesseiro, esperando que a dor passasse, mas ela mesma sabia que talvez a dor nunca fosse passar.

Era como se mil facas estivessem cortando seu coração, como se nunca mais pudesse voltar a ser a mesma, e era verdade, ela nunca voltaria a ser a mesma. Como quando tinha 16 anos, quando algo terrível acontecera com ela, nas mãos de ladrões comuns.

Era uma sexta-feira, o próximo dia seria sábado, e ela teria de trabalhar, só teria folgas aos domingos. Mas só iria para Gotham Gazette amanhã para avisar que iria para a casa dos pais, para o enterro. Eles eram obrigados a entender e deixá-la ir.

[...]

A maioria dos convidados já havia chegado na mansão, Bruce apressou-se para descer as escadas e cumprimentar à todos. Seria uma longa festa, e extremamente tediosa para ele. Não queria saber de nada disso, só queria descobrir o que Coringa e Harley Quinn estavam tramando. Afinal, ele não era o Cavaleiro das Trevas? Não era sua missão proteger os cidadãos de Gotham?

Quando ele desceu finalmente para o salão de festas, descobrira que tudo estava indo bem – então ele suspirou aliviado –, todos os convidados estavam se divertindo, todos com taças de champanhe nas mãos, Alfred havia colocado uma música calma porém agradável. Tudo estava indo bem. Só precisava aguentar aquilo até acabar, só isso.

Depois de cumprimentar todo mundo – o que demorou – ele ficou perto da pirâmide de taças, sem olhar para algum lugar em especial, tendo devaneios novamente.

— Olá, senhor Wayne! – disse um funcionário aleatório, Vlad, enquanto se aproximava.

— Olá, Vlad. O que está achando da festa? – perguntou Bruce, fingindo interesse.

— Incrível! O senhor sabe mesmo como dar uma festa! – ele respondeu, sorrindo. Logo, Vlad notou que Bruce não estava tomando champanhe. – Não é querer me intrometer, mas por que você não está bebendo como todos?

— Não estou me sentindo muito bem hoje. – aquilo de fato era verdade. – Mas como prometi essa festa, não iria deixar todos na mão.

— Ah, entendo. Sempre os outros em primeiro lugar, huh? – brincou Vlad, rindo de leve.

— Sim...

Um silêncio constrangedor se seguiu por alguns instantes, até que Vlad voltou a falar:

— Eu fiquei sabendo que Coringa e Harley Quinn fugiram do Arkham...

— Hum... é mesmo? – perguntou Bruce, entediado. Mal sabia Vlad que foi Bruce, ou melhor, Batman, quem prendeu os dois antes da fuga. – E como sabe disso?

— Tenho amigos no Arkham, um garoto chamado Sage Duncan e mais alguns funcionários. Só irão exibir isso amanhã à noite na TV, sobre a fuga dos dois.

E o resto da noite toda provavelmente seria assim, conversas irrelevantes. Fingir ser alguém quem não era. Fingir não saber de várias coisas. Apenas fingir.


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Notas finais do capítulo

Músicas que apareceram no capítulo:
— Everybody wants to rule the world (Lorde)
— Bohemian Rhapsody (Queen)

Espero que tenham gostado!! ♥ Se quiser deixe seu comentário, vai ser MUITO BOM saber o que você pensa! XD Precisamos saber o que estão achando da fanfic! ^^ Mas se não quiser, fazer o quê né? :v

Até o próximo capítulo! Bye! ♥



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