TWD - Quarta Temporada escrita por Gabs


Capítulo 6
Seis


Notas iniciais do capítulo

"Não, idiota. Te trouxe isto."



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Depois de passar parte da madrugada inteira alternando entre dar de mamar e trocar fraldas, me permiti dormir quando Theodore aparentemente tinha pego no sono e só acordei no meio da manhã seguinte, com Carl me chamando para me dar alguma coisa para comer.

— Obrigada. – Murmurei, ao pegar a vasilha de comida da mão dele e instintivamente dei uma olhada para trás, aonde Teddy dormia no sofá, rodeado por almofadas para evitar que caísse no chão e então voltei a olhar para o filho mais velho de Rick – Onde esteve ontem?

— Fui com Hershel pegar umas ervas para fazer chá. – Ele me contou, se afastando em direção a porta – Ele disse que isso faria com que os outros aguentassem até o grupo do Daryl voltar com o remédio.

— Por que não descansa um pouco? – Perguntei a ele, assim que o vi atravessar a porta e ameaçar a fechá-la – Não precisa ficar de guarda 24 horas por dia.

— Eu estou bem. – Carl me respondeu, antes de fechar a porta

Conhecia aquele menino muito bem.

Ele estava bravo.

Voltei a me sentar no chão em frente ao sofá e tomei café da manhã, olhando meu filho dormir tranquilamente. Ele era hipnotizante, às vezes, me pegava olhando para ele durante muito tempo, apenas para gravar cada pedacinho do seu rosto, seus traços calmos e seu corpinho pequeno.

Momentos como aquele poderiam durar eternamente.

— Gabriela? – Escutei a voz de Maggie me chamando e só pelo fato dela ter vindo conversar comigo, eu sabia que tinha alguma coisa errada

Me levantei do chão e caminhei até a porta, enquanto segurava a minha vasilha de comida. Vi minha amiga ali, apoiando a mão no vidro.

— O que aconteceu? – Perguntei a ela

— O Sam pediu para te chamar. – Sua voz saiu meio ansiosa

— Peça pra ele vir aqui. – Pedi a ela, resmungando – Estou de olho no Teddy.

— Ele... – Maggie começou, mas ficou uns segundos em silêncio – Ele está no bloco de celas A, não pode sair.

E então, me pareceu que eu esqueci de como respirar.

Após deixar Beth cuidando de Theodore, me separei de Maggie no pátio e segui meu caminho sozinha até o bloco de celas A. Obviamente, as portas estavam fechadas e não poderiam ser abertas. Encontrei Sam na pior sala que poderia encontrar, aonde ficava a cadeira elétrica e separados pelo vidro, vi um dos meus melhores amigos muito doente.

— Então é por isso que não te vejo a algum tempo. – Comentei com ele, crispando os lábios – Por que ninguém me contou?

— Pedi para que não contassem. – Sam disse e sorriu, um sorriso muito sofrido – Mas agora... – Ele respirou fundo, puxando boa quantidade de ar pela boca – Acho que não vou conseguir esperar até os remédios.

— Não diga bobagens. – Falei alto, me aproximando o máximo que consegui do vidro – Eles já vão chegar!

— Não tem como sabermos. – Sam negou, balançando a cabeça negativamente – Eu queria me despedir...

— Anderson, não me faça entrar aí e colocar juízo na sua cabeça. – Grunhi, crispando os lábios novamente – Você vai continuar bebendo aquele chá que o Hershel fez e vai ficar muito bem, me escutou?

Do outro lado do vidro, meu amigo riu fraco.

— Também queria lhe dizer que não precisa fazer as honras fúnebres que fazemos no exército. – Sam continuou falando, num tom de brincadeira mórbido – Não temos munição para ficar desperdiçando.

Encarei ele e resmunguei o quanto eu queria lhe bater, para ver se o juízo que ele tinha voltasse à tona. Eu não sabia como as coisas estavam lá dentro, mas sabia que os remédios chegariam e que eles só tinham que aguentar mais um pouco.

Não teríamos mais enterros.

Quando Sam cansou de falar besteiras e saiu, pedi que ele chamasse Glenn, queria saber como o coreano estava lá dentro.

— Você está um trapo. – Comentei, assim que vi o homem de olhos puxados

— Não conte a Maggie. – Glenn me pediu, enquanto se aproximava do vidro

Assim como Sam, Glenn estava pálido, aparentava estar com febre e seus lábios esbranquiçados estavam rachados.

— Como estão as coisas aí dentro? – Perguntei a ele, olhando para o seu rosto pálido – Estão precisando de ajuda?

— Não entre aqui. – Glenn falou sério, balançando a cabeça suavemente em negação – Não precisamos de ajuda.

— E eu não acredito em você. – Comentei a ele

— Não vou deixar você entrar aqui e se arriscar. – Glenn resmungou alto, me encarando – Se foi por isso que me chamou, já tem sua resposta. Pode voltar até aonde é seguro.

— Não te chamei por isso. – Retruquei, respirando fundo – Te chamei aqui porque quero que me prometa uma coisa. – Assim que ele me perguntou o que era, eu continuei – Prometa que vai superar essa gripe idiota, que vai aguentar firme, bebendo aquele chá do Hershel e que nunca vai nos deixar. Escutou? Nem hoje e nem nunca. Me prometa, irmão.

— Aquele chá é uma droga. – Glenn comentou comigo, rindo fraco

— Glenn. – Insisti, em busca da resposta que eu queria ouvir

— É, está bem. – Glenn também murmurou – Eu prometo.

Depois de pedir para que Glenn ficasse de olho em Sam e nas bobagens que ele estava dizendo, tive que atravessar a prisão até chegar na parte administrativa e entrar no escritório em que Beth estava cuidando de Judith e Theodore.

Quando ela me perguntou para onde eu tinha ido, lhe contei sobre Sam.

E ela já sabia.

Acordei no meio da noite quando escutei a porta do escritório se abrindo, com os olhos acostumados com a escuridão, vi Daryl adentrando na sala e fechando a porta atrás de si.

Isso foi o suficiente para eu me sentar subitamente e olhar para ele, ansiosa.

— E aí? – Perguntei a ele, tentando manter minha voz baixa por conta do bebê que dormia logo ao meu lado – Conseguiram?

— O Hershel está administrando os remédios agora. – Daryl me contou, também mantinha sua voz baixa enquanto se aproximava de nós e se jogava no chão ao meu lado – Como vocês estão?

— Bem. – Respondi automaticamente, olhando ele e dar uma olhada em Teddy, mas não tocá-lo, pois ele estava sujo – Por que parece que você não está me contando tudo?

— É porque eu não estou. – Ele comentou, voltando a olhar para mim – Os caminhantes derrubaram as cercas, tomaram parte do pátio, Rick e Carl resolveram. Trouxe algo pra você. – Ele me contou, antes que eu pudesse fazer algum comentário sobre o que ele tinha acabado de dizer – Não ria.

— Por que eu iria rir? – Perguntei, franzindo as sobrancelhas enquanto o observava colocar a mão do bolso e tirar seu lenço vermelho – Me trouxe seu lenço?

— Não, idiota. – Daryl resmungou, me fazendo rir baixo e então desembrulhou algo que estava sendo coberto por seu lenço – Te trouxe isto.

Minha boca se abriu em incredulidade assim que eu vi o que ele segurava, era um fucking anel de noivado. Olhei do anel para ele, totalmente em choque, pois havia sido pega desprevenida.

Nunca que eu imaginava que ele me daria um anel.

— Você... – Balbuciei, sem conseguir formar uma palavra

— É. – Ele comentou, olhando para o anel por alguns segundos – Eu também estou surpreso, mas...

— Eu não acredito. – Falei para ele, cobrindo minha boca com as duas mãos

— É o momento em que você diz sim. – Daryl resmungou, enquanto tirava minhas mãos da minha boca

— Mas você não perguntou nada. – Comentei com ele, e quase ri quando o vi estreitar os olhos, como se já soubesse que eu falaria uma coisa daquelas

— Vai mesmo fazer isso? – Daryl murmurou, balançando a cabeça negativamente – Apenas pegue o anel.

— Diga. – Murmurei também, me inclinando em sua direção – Pergunte, D.

— Pegue o bendito anel. – Daryl resmungou novamente, estendendo o anel

— Daryl... – Abri um pequeno sorriso, enquanto dizia seu nome, instigando-o a fazer aquela pergunta, que ambos sabíamos que estava óbvia

Eu podia simplesmente pegar o anel e acabar com o sofrimento dele. Mas não era todo dia que Daryl Dixon mostrava seus sentimentos como estava mostrando agora. Aquele era um grande passo, e eu queria ouvi-lo pedir.

Mesmo a resposta estando na ponta da língua.

— Seja minha bendita esposa, Gabriela. – Daryl grunhiu, me estendendo ainda mais o anel

Eu sabia que ele já estava no limite, mas mesmo assim, ri baixo

— Claro que eu serei sua bendita esposa, Daryl.

A expressão facial dele suavizou e quando eu estendi minha mão direita, ele deslizou o anel pelo meu dedo, tornando aquilo muito mais do que oficial.  


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Notas finais do capítulo

Gente, não sei vocês, mas eu achei muito bonitinho o final desse cap. Um dos meus finais preferidos até o desenrolar da nossa história. Ele está logo abaixo do final da terceira temporada, quando ele descobre que vai ser pai.

Nos vemos na sexta, okay?



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