The College C.R.U.E.L. escrita por Glads


Capítulo 4
Belas Pernas




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— Ele é bipolar. – falei abrindo as portas da escola – É a única explicação.

— Eu disse. – Kate olhou para mim dando de ombros.

Era meu primeiro dia no C.R.U.E.L. e assim que chegamos – sim, eu tive que vim com o Minho – ele já foi beijando uma garota.

Literalmente! Em um momento ele abria a porta do seu Audi preto, no outro ele estava beijando a dona do carro ao lado. Não sei o porquê, mas aquilo me deu náusea e tudo o que consegui foi sair correndo atrás de algum rosto conhecido.

E nossa, como vi muitos rostos familiares, a maioria estava na festa e bom, obviamente eles já tinham apelidinhos para mim, coisas como Trolha, Fedelha, Cara de Mértila e etc. Mas não era isso que me incomodava.

— Ele vai ficar beijando ela o tempo todo? – apontei discretamente para o asiático ainda no estacionamento.

Por sorte tinha encontrado Kate sentada nas escadarias que davam acesso ao colégio.

— Pelo menos até o sinal tocar.

Sentei ao lado da menina de capuz preto, camisa vermelha e calça jeans.

— Você gostou dele. Não foi? – ela me encarou.

— Não... É... Não sei.

— Escuta. – Kate puxou minha mão como se eu precisasse de apoio – Ele sempre tem esse efeito, por favor, não caia na lábia dele, eu vi vocês conversando.

— Nós não podemos... Ahn... Você sabe... Porque nos conhecemos desde sempre e...

— Eu sei. – Kate me interrompeu e me perguntei se o Minho já havia falado de mim antes – Mas eu vi algo... Plong! Não acredito que vou dizer isso. Na festa, Newt e eu fomos para o jardim. Você lembra?

Assenti a incentivando a continuar.

— Depois eu quis ir ao banheiro e o Newt me levou até a parte de cima da casa para que eu fosse em local mais reservado... – ela começou a corar talvez por medo de que eu pensassem alguma besteira – Nós abrimos a porta do quarto de Gally e... Bom, o Minho estava lá.

Prendi a respiração.

— Ti-tinha alguém com ele?

— Sim. A Suely...

Franzi o cenho.

— Eu sei, é um nome péssimo. – Kate riu – O que importa é que eles estavam se beijando e quando abrimos a porta completamente, o idiota do meu melhor amigo murmurou algo...

— E aí galera! – uma voz interrompeu.

Olhamos as duas para frente e encontramos Chuck com um sorriso de orelha a orelha.

— Ah. Oi.

— E aí Chuck? Animado para o início das aulas?

— Sempre. – o menino sorriu animado e sentou um degrau abaixo do nosso – Você sumiu na festa...

Distraída, com o carro no estacionamento – e não com Minho encostado nele beijando outra... beijando uma garota, foi o que disse a mim mesma – não notei que falavam comigo.

— Hey! Tá tudo bem? – de repente vi um anjo segurar meu ombro e por um segundo achei que tinha morrido, mas então percebi que era o Newt.

— Ahn... Claro.

— Olha, o Minho é meu amigo, mas é um completo idiota. – ele advertiu.

Vermelha olhei para Kate, Chuck e o loiro.

— Que coisa! Vocês vivem falando isso! Eu não tô afim de ninguém! – me levantei chateada e entrei no colégio.

Lá dentro tinha mais jovens do que fora. Os armários ficavam em um longo corredor, com algumas portas que levavam as salas e no final via-se a diretoria. Suspirei e desviando de alguns alunos que cochichavam quando eu passava, fui até a sala em busca do meu horário.

— Bom dia. – murmurei para a secretária – Eu vim pegar meu horário.

— Claro! Me acompanhe, a diretora quer falar com você.

— Comigo? – questionei.

— Sim.

A moça me levou até uma porta e assim que adentrei o espaço vi um homem sentado atrás de uma mesa de mogno polido.

— Ahn... Bom dia. – falei.

— Sente-se senhorita Cooper. – o homem pediu.

Fiz o que ele pediu bem lentamente.

— Você é a primeira aluna de outra cidade que recebemos. Como deve ter notado, aqui é uma cidade pequena em desenvolvimento e a nossa escola tem como dever formar alunos capazes de fazer isso acontecer, então não podemos perder tempos com alunos ruins ou...

Estava prestes a pedir que olhasse meu antigo boletim, quando uma mulher com um vestido branco colado entrou pendurando seu casaco – também branco – em um cabide.

— Janson, o que já falei sobre você fingir ser diretor?

Sorri um pouco – só um pouco aliviada – e olhei para a mulher.

O homem se levantou apressado e um tanto sem graça.

— Estava fazendo o meu papel como vice... – ele explicou para a mulher puxando a cadeira para que ela sentasse.

— Claro. – ela concordou e olhou para mim – Sou a diretora Ava Paige, prazer.

Sorri e me vi obrigada a falar:

— Me chamo Karine.

— Sabemos e estamos felizes em ter uma aluna tão boa aqui. – ele mexeu em sua gaveta – Fiquei com seu horário pois queria conhecê-la pessoalmente.

Assenti e peguei o papel quando ela me estendeu.

— Está liberada, querida. – ela fez um gesto com as mãos e me levantei sentindo o olhar do tal Janson em mim – Ah! Espero que também possa compartilhar suas experiências na cidade grande com nossos alunos.

Mas existiam certas coisa que eu não queria compartilhar.

***

— Eles querem nos matar! – Teresa, a menina que me deu carona, murmurou pouco entusiasmada com a aula de matemático – Alguém me tira daqui!

Como se ela possuísse algum poder especial, o sinal tocou e todos fomos liberados.

O primeiro dia de aula tinha sido um plong, usando uma das gírias que aprendi.

Era muito, mas muito dever mesmo.

Agora o pior tinha sido a aula de biologia no primeiro tempo. Tínhamos que ficar em dupla e pelo visto todos os alunos já tinham combinado com quem ficar porque eu acabei com Minho.

Sim, eu estava tentando dá uma chance para ele – o que realmente foi uma das maiores besteiras da minha vida.

O problema é que ontem, quando ele me abraçou de lado senti um incômodo no peito porque obviamente, eu não sou tão idiota a ponto de achar que ele está querendo ser legal logo depois de eu ter o humilhado.

Então o plano consistia em ser legal, mas ignorá-lo o máximo possível e o que obviamente não aconteceu já que Minho estava me esperando em frente a sala de matemática assim que saí.

— Hey! Vamos tomar sorvete? – ele perguntou em um sorriso suspeito.

— Não. – disse apertando a mochila na costa.

— Por quê? – ele pareceu decepcionado.

— Ela tem um compromisso. – Teresa apareceu me salvando.

Suspirei aliviada.

Se todos estavam dizendo que eu precisava ficar longe do asiático, eu devia ficar, mesmo que o meu interior clamasse para desvendar tudo o que não sei.

Como nunca percebi que ele é tão... Minho?

Já o conheço há anos! Literalmente! Não é à toa que nossas mães são amigas, mas desde que meu pai morreu, não tive mais contato com a cidade natal da mamãe, a não ser por vídeochamadas.

Com o coração em prantos, mamãe e eu tivemos que ir para a cidade grande, onde minha mãe se formou e estudou até passar em um concurso público. Finalmente aconteceu e ali estava eu, quartoze anos depois, relembrando o terrível acidente da pasta de dente.

— Você quer brincar? – chamei um garoto que não saia do colo do pai.

— Não. – disse cruzando os braços – Sou um rapaz grande e não brinco de boneca!

— Você não é grande. Sou maior que você, mamãe me falou.

— Vá lá filho. – o homem asiático murmurou.

A contragosto, o menino se colocou de pé e estufou o peito.

— Eu vou comer muito e vou ficar maior que você! – disse ao perceber que era realmente menor que eu.

— Você quer brincar de quê? – perguntei segurando a saia rosa do meu vestido.

O menino ajeitou sua camisa azul e olhou ao redor olhando a minha família conversando com a sua.

— Quem me chamou foi você! – retrucou.

— Mas não sei de quê meninos brincam. – confessei corada.

— Já sei! – ele teve uma ideia.

Demorou cerca de cinco minutos para pegarmos a necessaire da mãe dele e pegamos uma pasta de dente asiática. Em menos tempo ainda, nós já tínhamos sujado nossa roupa e tudo em um raio de dez metros.

— Oh! Céus! Vocês só tem três anos! Imagine se tivesse mais! – foi a primeira coisa que dona Yka disse quando nos encontrou na cozinha.

Nossos pais não tiveram a mesma reação e nos deram um castigo, na época horrível, ficar sentados durante sete minutos no sofá e obviamente ficaram secretamente orgulhosos do nosso plano muito bem arquitetado.

Nós éramos perigosos juntos.

E ainda seríamos de novo, eu só ainda não sabia disso.

— Que compromisso? – Minho me arrancou dos meus pensamentos.

— Ahn... É que....

— Vamos no shopping. Todas nós.

O asiático mordeu o lábio me analisando.

— Tudo bem... Depois falo com vocês.

Vi ele se perder no meio da multidão e encarei Teresa.

— Obrigada por isso.

— Não se preocupe. Estou acostumada a salvar várias meninas dele.

Uma sensação estranha se apossou de mim.

— Sabe... – comecei me forçando a realmente fazer amigos – Odeio mentir.

— E quem disse que é mentira? A gente combinou de ir ao shopping há algum tempo e queremos que vá junto. – Teresa sorriu me puxando sem cuidado algum para que não nos esbarrássemos outros alunos.

 – Sério? – perguntei surpresa.

Nunca tinha sido chamada para sair. Nunca mesmo.

— Claro. – a menina me olhou confusa.

Eu queria muito, muito, muito ir, mas não tinha falado nada para minha mãe e nem podia ligar já que ela provavelmente estava nas nuvens em seu primeiro dia no novo emprego.

— É que eu não tem como. – murmurei triste – Não falei com a mamãe e ela não posso ligar.

— Você está morando com o Minho. Certo?

Assenti.

— Então ligue para a mãe dele, avise que vai no shopping e pronto.

Ponderei e acabei concordando, só havia um problema, eu não tinha o número da minha tia de consideração e quando fui pedir para Minho ele abriu um sorriso irritante dizendo:

— Mas é claro que eu posso dá o número da minha mãe.

— Ótimo, fale logo. – Kate que encontramos conversando com o amigo murmurou.

Os dois estavam encostados no carro do asiático conversando seriamente e por um segundo me vi curiosa para saber o assunto.

— Se...

— Droga. – Teresa soltou assim que viu Minho começar.

— Se eu for junto.

— Você vai querer carregar sacolas e nos esperar escolher um vestido para o baile?

— Baile? – questionei.

— Estamos organizando um baile de boas vindas. – Teresa explicou.

— Obviamente, você vai comigo. – Kate disse e Minho começou a ri.

— O que foi? – perguntei revirando os olhos.

— É tão bom te vê falando. – ele gargalhou – E eu só consigo lembrar do Newt achando que vocês eram lésbicas.

— Como você.... – minha amiga começou, mas parou ficando vermelha – Ele te contou?

— Não, eu adivinhei. – ele usou o sarcasmo.

— Quanto mais tempo perdemos aqui, menos usaremos no shopping. – Teresa alertou.

— Sobre isso... – Kate mordeu o lábio – Eu chamei a Brenda.

— Você fez o quê? – Teresa olhou para ela incrédula.

— É que já está na hora de vocês deixarem o passado para trás...

Percebi que havia alguma história mal resolvida entre elas.

A morena de olhos claros bufou, mas não disse nada.

— Agora eu realmente quero ir e vê a briga entre vocês. – Minho pareceu animado.

— Que saco. Me dê o número da sua mãe. – ordenei.

O asiático se levantou e deu um passo a frente deixando uma proximidade perigosa entre nossos rostos.

— Você não manda em mim. – sussurrou.

Pensei em chantageá-lo, mas não sou esse tipo de pessoa.

— Minho. – Kate puxou seu ombro e ao vê-la, ele relaxou – Por favor.

Uma tristeza me abateu, talvez seja a tpm...

Estava claro ali, para mim, que Minho apesar de ser idiota nutre um sentimento especial pela Kate, mas infelizmente, para ele, este não é correspondido já que ela é apaixonada pelo Newt.

— Ok, mas eu ainda vou com vocês.

— O que você está querendo? – Teresa cruzou os braços.

Ele sorriu malicioso.

— Ficar perto da Karine e claramente vê as belas pernas que ela tem.

O encarei incrédula.

Mal sabíamos que ele veria bem mais que pernas.

[...]


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