The College C.R.U.E.L. escrita por Glads


Capítulo 14
Eu gosto de você




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— Eu não vou cometer o mesmo erro, Karine.

Só tive tempo de o ver vindo até mim.

Minho simplesmente me pegou pelo pulso e me fez voltar para dentro da sua casa.

— O que pensa estar fazendo? – questionei um pouco indignada deixando meu caderno cair no chão da sala.

— Eu... Eu... – ele soltou meu pulso, fechou os olhos engolindo em seco e passando a mão no rosto – Eu sou o maior idiota do mundo. Ok?

— Eu já sei disso. – afirmei sentindo meu coração bater contra meu peito.

— Que bom, então deve imaginar que toda vez que vejo algum garoto dizendo que vai tirar seu bv sinto um incômodo horrível. Não é?

Arregalei os olhos.

— Bom saber que você não é completamente um canalha. – murmurei.

Ele riu de um jeito estranho.

— Você não entendeu. – explicou – Eu senti ciúmes de você.

Prendi a respiração.

Ele deu um passo à frente.

— Entendeu agora? – perguntou possivelmente percebendo que eu não pisquei.

— Pa-pare de brincar comigo. – pedi indo para trás.

— Não é brincadeira. – ele alcançou minhas mãos – Não é.

Tentei puxar minhas mãos de volta para sair correndo, mas ele me apertou.

— Minho, está doendo.

Ele diminuiu a pressão sobre meu pulso.

— Não isso. – neguei – Meu coração está doendo, não torne as coisas mais difíceis.

Nos olhamos por alguns segundos e quando ele ia falar algo, seu celular tocou.

Com o susto pulei para longe e vi Minho se sentar completamente pálido atendendo o celular.

— Oi mãe. – ele arregalou os olhos ouvindo a mãe do outro lado – Ela vai ficar bem?

O olhei confusa.

“Minha avó”, ele formou com os lábios.

— O quê? Não, a Karine está comigo em casa. – ele me encarou com um brilho estranho no olhar – Tudo bem, vou preparar o quarto para ela.

Ele não precisou dizer o que sua mãe falou na ligação porque a mamãe me mandou uma mensagem dizendo:

“Hoje você dorme com o Minho, vou passar a noite com a Dona Yka  e com a Kily. Aproveitem para resolver o problema entre vocês. Bjs. Boa noite”

Fechei os olhos.

Parecia que o destino queria dá um jeito de nos unir.

E como minha mãe sabia que havia algo errado entre a gente?

Tomei coragem e encarei Minho que desligava a ligação.

— Tudo bem com sua avó?

— Sim, quer dizer, ela vai ficar em observação porque enquanto fazia seu exame acabou vomitando sangue. – ele balançou a cabeça de um lado a outro atordoado.

Coloquei as mãos na boca.

O asiático olhou para algum ponto na parede e pensou alto:

— Eu preciso beijar alguém.

— O quê? – perguntei – O que disse?

Ele pareceu lembrar que eu estava ali e se levantou dizendo:

— Esqueça o que ouviu. Eu preciso sair. Você vai dormir aqui hoje, sua mãe que falou.

— Você vai aonde? – perguntei surpresa – Vai me deixar sozinha?

— Não era o que você queria? – ele olhou chateado passando por mim.

— O que está acontecendo com você? – perguntei sem olhar para ele.

O vi suspirar abrindo a porta.

— O feitiço se virou contra o feiticeiro, Karine.

Sem me virar escutei a porta fechar e imaginei que ele tinha ido embora, mas sua voz me surpreendeu dizendo:

— Eu acho que estou gostando de você, daquele jeito.

Os pelos do meu corpo se arrepiaram.

De alguma forma, sabia que era verdade.

Relembrei todos os momentos desde o baile quando pegava Minho me olhando de relance ou como parei de o vê beijando as meninas por aí. Seria mesmo possível?

— Por que você disse que precisava beijar alguém? – resolvi perguntar sem mover um músculo.

Eu sabia que ele estava atrás de mim.

— Porque eu matei meu pai.

— O quê? – sussurrei.

— Eu era uma criança, achei que o papai estava indo embora e nunca mais voltaria. Meus pais tentaram me explicar, mas eu simplesmente não entendia, foi quando o papai me deu o cordão militar dele dizendo que sempre voltaria para mim. Ele foi embora, nenhum dos meus pais perceberam que eu estava escondido no carro. Claro, em cinco minutos de viagem meu pai me descobriu, porém, em vez de me levar para casa disse que eu já era um rapaz e que pela insistência tinha ganhado o direito de ir com ele. Nem sequer lembro o que o papai ia fazer, mas sei que estávamos perto da cidade vizinha quando um caminhão cruzou a pista e veio na nossa direção. A última coisa que eu lembro é do meu pai pulando em cima de mim para me proteger. Acordei com minha mãe tomando remédio controlado e minha avó cuidando de mim.

— Depois, quando sua mãe se recuperou, sua avó foi diagnosticada. – concluí.

— Como sabe? – ele perguntou ainda atrás de mim.

— Noah me contou. – esclareci.

— Eu matei ele, matei meu pai, Karine. Faz um ano que consegui vencer o vício de tomar os remédios para depressão da mamãe.

— Minho você não pode...

— Fazer isso. – ele me interrompeu – Eu sei. Kate falava isso para mim todos os dias, mas só eu sinto a dor de saber que matei meu pai e deixei minha mãe e minha avó desse jeito.

— Não foi você. – afirmei.

— Sim, Newt também falava isso. Na verdade, todos os meus amigos, hoje seus, falavam isso, antes de cortarmos as relações porque eu sou um completo idiota.

Mordi o lábio sentindo as mãos de Minho tocarem minha cintura e me virarem lentamente.

— Beijar várias garotas se tornou um vício desde que parei de usar os remédios para depressão. Quando beijo uma garota, qualquer garota, eu esqueço toda a minha droga de vida.

— Minho... – tentei falar.

— Escute. – pediu segurando meu rosto – Naquele dia, quando você chegou eu te achei incrivelmente bonita, mas eu sabia que não devia me envolver. Então fomos à festa e você sorria de um jeito tão lindo que acho que iluminaria uma cidade toda, Karine. Eu beijei quatro garotas, eu acho, mas na última acabei me empolgando e nós subimos as escadas nos beijando vorazmente, até que sua imagem veio a minha mente. Isso não teria sido um problema, se nas outras três garotas eu não tivesse te imaginado também. A questão é que eu tinha certeza que para te tirar da minha mente, eu tinha que te beijar, por isso fiz aquilo, tudo aquilo.

Apesar das mãos do asiático estarem no meu rosto provocando sensações estranhas no meu ser, eu absorvi cada detalhe.

— Eu sei que fui o maior idiota do mundo, mas eu necessito do seu perdão. Você não precisa retribuir o que eu sinto. Só... Só me perdoa.

Peguei nas mãos do asiático, as afastei de mim e dei um passo para trás.

— É muita informação... – falei – E ainda tem o Noah...

A verdade é que Noah e eu nos tornamos amigos, bons amigos, mas em nenhum momento consegui romper essa barreira.

— Vocês estão namorando? – ele perguntou.

— Não, mas ele gosta de mim. – confessei.

— Isso, todos sabemos. – Minho murmurou – Ele é um cara legal.

— É, eu sei. – sussurrei corada.

Eu tinha ouvido tudo o que queria. Então por que eu estava assim?

Um silêncio estranho se seguiu e cruzei os braços insegura.

— Você me perdoa? – Minho perguntou de repente.

— Sim. – um peso saiu dos meus ombros.

— Obrigada. – a feição chorosa do asiático esboçou um sorriso – De verdade.

— Você ainda vai sair? – perguntei encarando o chão.

— Não. Ahn... Você quer pizza?

Não sei explicar o que houve, mas um impulso tomou conta de mim e eu simplesmente voei em cima do asiático colando nossos lábios.

Surpreso ele me afastou lentamente e eu não quis abrir meus olhos envergonhada.

— Eu... – Minho tentou dizer colocando aos mãos em meu pescoço – Deus sabe como eu quero te beijar, mas se for pena, não faça isso. Você merece um primeiro beijo de verdade com alguém especial.

Tomei coragem, abri os olhos e murmurei:

— Desculpe.

Ele assentiu um pouco sem graça.

— Quer saber? Eu acho que vou sair sim. – ele disse – Vou falar com a Kate e com o pessoal. Não devo perdão só a você.

Assenti precisando pensar.

Minho virou de costas, abriu a porta e olhou para mim falando mais uma vez:

— É, Karine. Não sei o que fez ou como, mas eu realmente gosto de você.

[...]


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