The College C.R.U.E.L. escrita por Glads


Capítulo 10
Entrada Triunfal




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Ninguém descobriu o que aconteceu. Digo, ninguém em casa.

Quando ouvi uma conversa entre a mãe de Minho e ele, onde ela dizia ter orgulho do filho que tinha e ele resmungava que não era tão bom assim mudei de ideia.

Foi ali que decidi me calar, peguei o vestido antes branco e agora azul e o mandei para lavanderia, onde eles prometeram deixa-lo o mais claro possível, mas um fato era: NUNCA VOLTARIA A SER BRANCO.

Minho ficou pálido quando me viu entrando na cozinha, na manhã seguinte ao baile, mas lancei um olhar que dizia “vou ficar na minha” não por ele, mas pela senhora Yka que acariciava a cabeça do neto achando que era seu filho.

Noah quase estragou tudo chegando e perguntando para minha mãe, que atendeu a porta para ele, se eu estava melhor. Por sorte, eu apareci e inventei uma desculpa a contragosto.

A minha vontade era gritar: EI TIA, SEU FILHO IDIOTA ME HUMILHOU NA FRENTE DE TODO MUNDO PORQUE EU NÃO O BEIJEI NO MEU PRIMEIRO DIA AQUI. Mas eu tinha que ficar calada...

Aquela família já tinha problemas demais com a Dona Yka.

— Você fez o certo, Karine. – Noah, sentado na beira da minha cama, afirmou.

— Ai, que bom. – murmurei para mim mesma – Eu estava com medo...

— E o que vai fazer agora? – ele tentou lê meus olhos.

Um arrepio passou pelo meu corpo.

— Esperar a minha casa ser reformada e ignorar Minho o máximo possível.

O Branca de Neve versão masculina negou com a cabeça dizendo:

— Não vai acabar, Karine. Vocês terão que se aturar pelo menos até a faculdade, além de vizinhos, suas mães sempre farão tudo junto.

Fechei os olhos e quase pude sentir toda aquela tinta caindo em cima de mim de novo.

— O que aconteceu ontem? – perguntei de repente.

— Você saiu e quando ia atrás de você Kate voou em cima de Minho batendo nele. Newt demorou alguns minutos antes de segurar ela e me entrega-la, para ele mesmo dá um único soco no amigo.

— Eu não queria...

— Não queria fazê-los brigarem, nós sabemos, mas acredite, eles não bateram em Minho só por você.

Franzi o cenho.

Noah bufou, passou a mão nos cabelos negros e olhando para mim despejou:

— Desde a morte do pai dele, Minho não é mais o mesmo.

— Nenhum de nós é. – disse relembrando do meu pai e de como só me tornei tímida depois de seu falecimento.

— Minho tinha oito anos, quando um acidente matou seu pai. A mãe dele entrou em profunda depressão e durante quatro anos, ele foi criado pela avó. Depois de muita luta, a sra. Kily conseguiu vencer a doença psicológica. Foi quando a dona Yka começou a apresentar amnésia.

— Oh! – soltei surpresa – Você não passou um tempão fora da cidade?

Noah abriu um sorriso leve.

— Fui embora quando a avó de Minho foi diagnosticada. – explicou – Mas o que importa é o verdadeiro Minho se encontra escondido dentro do corpo do nosso amigo... Ele me contou uma vez que...

A porta do quarto abre de supetão.

— Que o quê, Noah? – o asiático perguntou de olhos vermelhos.

— Você estava ouvindo atrás da porta? – perguntei levantando chateada.

— Dane-se... Todos estão contra mim, não é? – Minho olhou magoado para o amigo – Newt, Kate... Até Thomas disse está decepcionado comigo!

— Você queria o quê? – Noah falou em uma voz tão séria que me encolhi – Você humilhou a Karine!

— E você tá todo felizinho porque vai poder ficar com ela pra você agora! – ele apontou para o amigo.

Nunca me senti tão ultrajada.

Olhei de Noah para Minho de boca aberta.

— EU NÃO...

— Crianças, querem alguma coisa? – minha mãe surgiu no quarto sorridente.

Ela notou a tensão entre os dois garotos e quase pude ouvir seus pensamentos. Ela tinha certeza que os garotos brigavam por mim e bem, era quase isso mesmo, mas não de um jeito romântico, como ela achava.

— Não, mãe... – murmurei – Minho já está indo.

O asiático me encarou com os olhos pegando fogo.

E eu olhei para ele do mesmo jeito.

Nunca mais abaixaria minha cabeça.

Minho virou de costas e passou pela minha mãe que antes de sair disse com um sorriso malicioso:

— Depois me conte como foi o baile querida.

Noah virou o rosto para mim e murmurou:

— Acho melhor eu ir...

— Você não terminou de me contar aquilo.

— Desculpa. – suas mãos encontraram as minhas – Aquele assunto não diz respeito a mim... Só... Só saiba que foi quando ele começou a agir como um idiota e nós, como amigos, tivemos que vê-lo acabar consigo mesmo e por vezes, com outras pessoas.

— Como? – perguntei lembrando dos olhos vermelhos de Minho quando entrou.

— Beijando várias garotas e... – Noah fechou os olhos – E se drogando com os remédios para depressão da mãe dele.

Coloquei as mãos na boca.

— Foi por isso que Kate e Newt deixaram toda a tristeza e decepção pelo amigo ontem à noite.

— Por que me contou isso? – sussurrei.

O garoto piscou e na maior naturalidade do mundo disse:

— Porque quando tenta conquistar seu coração quero que você já tenha esquecido ele.

***

— Eu não sei porquê Minho fez aquilo! – Teresa exclamou.

— Nem eu... – Brenda concordou.

Todas estávamos deitadas na enorme cama de Kate.

— Ah, se vocês forem ficar falando disso o tempo todo, mando todo mundo embora daqui! – Kate disse chateada ao meu lado.

Todas rimos, mas é claro que notei a tristeza no tom dela.

Ela tinha perdido o melhor amigo e isso doía pra caramba.

— O que viemos fazer aqui, afinal? – perguntei.

— O que fazemos quando um menino idiota nos trata como se nós fôssemos as idiotas? – Brenda se sentou mexendo em seus cabelos.

Teresa se levantou sorrindo vitoriosa e disse:

— Damos um up na nossa aparência e chegamos arrasando na escola.

Kate e eu nos sentamos juntas e minha melhor amiga olhou para mim maligna.

— Você vai fazer Minho se arrepender de casa coisa que fez.

***

— Fones de ouvidos sincronizados? – Kate perguntou no volante do carro da sua mãe.

— Sim. – repetimos juntas.

Olhei para minhas roupas e sorri.

Ontem tinha sido a tarde mais divertida da minha vida.

— Quero vê o choque de Gally ao vê meu cabelo. – Brenda disse no banco de trás.

— Ou não vê seu cabelo. Não é? – Teresa ao seu lado brincou.

Pelo retrovisor vi as duas rirem uma para outra.

Seja lá o que tenha havido, já era completamente passado.

— Que tipo de pessoa raspa completamente o cabelo? – Kate perguntou olhando para a amiga.

Pois é. Brenda tinha raspado o cabelo completamente. Acho que não preciso comentar o grito que a mãe dela deu ao vim pegar a filha que tinha chegado com o cabelo na altura da cintura e saído com ele mais curto do que o de Gally.

— O meu tipo de pessoa. – se defendeu.

— Nós não devíamos estar saindo ao som de That’s My Girl? – Teresa relembrou nosso plano.

A ideia era renovarmos nosso visual e fazer uma entrada triunfal digna de filme. O único problema era a trilha sonora que obviamente foi resolvida por Kate nos dando a ideia de entrarmos ouvindo ao mesmo tempo a música de Fifty Harmony.

Descemos do carro, olhamos umas paras outras, assentimos e colocamos a música tocar.

No fundo eu sabia que aquela era a forma que as meninas encontraram de não me deixar abalar pelo ocorrido e minha gratidão por isso era imensa.

Brenda, Kate, eu e Teresa.

Essa era a ordem que andávamos.

Das três, eu era a única usando cropped preto e uma saia rosa acompanhada de uma sapatilha nude. Todas as outras usavam saltos e vestidos poderosíssimos.

As pessoas nos olhavam surpresas, não por nossa produção, mas por meu rosto nada abalado. Eu sabia que seria assunto durante alguns dias.

Encostados próximo a porta do CRUEL, Newt, Gally e Thomas cochichavam entre sim quando nos viram.

A boca de todos abriram e mesmo ouvindo aquela música de empoderamento feminino, pude ouvir a risada feliz de todas as meninas.

Engolindo em seco, cada um dos garotos veio até nós nos encontrando no meio do caminho.

Juntas tiramos os fones de ouvido e arqueamos as sobrancelhas.

— O-o-o-oi. – todos eles gaguejaram.

— Oi. – falamos juntas sorrindo.

Logo Gally estava puxando Brenda para um beijo voraz. Claramente ele pouco se importou com o corte de cabelo ousado da namorada.

Teresa simplesmente sumiu e ao longe vi ela e Thomas de mãos dada.

— Oi Kate... – Newt murmurou corado.

— Oi. – ela olhou para o chão envergonhada.

— Você está bem, Karine? – o loiro olhou para mim rapidamente.

— Ah, sim, estou. – comentei.

Senti um arrepio na nuca e quando virei, encontrei Minho encostado em seu Audi estacionado em frente ao colégio.

Ele não tinha me visto saindo de casa, já que eu literalmente fugi da carona dele.

— Vamos para a nossa aula, Kay? – Newt estendeu a mão para ela e eu percebi que aquilo era muito mais que um convite para ir à aula.

— Sim. – ela, trêmula, entrelaçou as mãos no garoto de sotaque carregado.

E assim, sem dizerem nada, os dois me deixaram para trás.

— Você foi trocada. – uma voz conhecida falou atrás de mim.

Dei um pulo de susto e vi um sorriso descarado no rosto do asiático mais idiota do planeta.

— Não, eu não fui. – retruquei.

As pessoas que por ali passavam nos olhavam curiosos.

— Ah, foi sim... Te deixaram sozinha.

— Quem está sozinho é você. Onde estão seus amigos?

Ele se calou por um instante e encarou meus olhos antes de percorrer meu corpo inteiro, parando por um bom tempo em minhas pernas.

Lembrei de como agi igual a uma meretriz logo depois do baile.

— Desculpe. – sussurrei – Eu não devia falar essas coisas.

Ele me olhou surpreso.

— Não sou como você. – falei ainda mais baixo.

— Claro. – respondeu a contra gosto.

— Além disso... – comecei abrindo um sorriso divertido – Eu mesma me trocaria por um loiro bonitão daqueles.

Os olhos do asiático brilharam e quase pensei que fosse por causa do meu sorriso.

Por uns instantes desejei que o mundo parasse ali, mas logo me repreendi.

Até porque o mundo realmente não pararia por ali, ainda tinha coisas muito graves para acontecerem na minha vida.

[...]


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