Espers escrita por willwnv


Capítulo 2
Capítulo II: O Algoz da Ciência


Notas iniciais do capítulo

Textos em itálico são os pensamentos de Yuji narrados em 1ª pessoa.
Frases em negrito são invocações mágicas.
O restante da história é narrado em 3ª pessoa.
Esse símbolo [...] indica uma mudança de local, uma mudança de cena.



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         Eu sou Koyama Yuji tenho 16 anos e sou um Esper. Já estava ficando cansado por nada em minha vida mudar, tudo sempre igual todos os dias, mas hoje alguma coisa diferente aconteceu, quando estávamos saindo da escola o meu amigo Uchida Jun pediu para que nós os seguíssemos e junto com Ueda Satoshi fomos até o local nos deparando com um beco.

         Lá havia nove garotos aprontando com três pessoas que pareciam ser estrangeiras, ao ver o estado de uma bela menina toda ensanguentada eu me enfureci e assim ataquei aqueles garotos e antes que os ROUTE chegassem pegamos aqueles três e fomos embora em direção a minha casa.

 

Capítulo II: O Algoz da Ciência

 

         - Vamos correr mais rápido. - Disse Yuji já bem ofegante, ele estava carregando o maior entre aqueles jovens. A rua estava cheia de estudantes e é claro que todos repararam aquele estranho movimento. O clima estava agradável o sol estava se escondendo entre as nuvens e a brisa do vento seguia pela cidade.

         A Cidade-Escola é bem grande e quanto melhor o distrito, melhores serão as condições das pessoas. Muitos destes estudantes vivem no 3º Distrito e lá seria como uma pequena metrópole. Há tudo que se precisa farmácia, hospital, mercado e tudo mais que é necessário.

         As avenidas da cidade são compridas tanto de largura como espessura, as ruas são como de cidades normais, muda pelo fato que existe mais verde, como árvores, parques e gramas. Existem grandes moinhos em toda a Cidade, elas são a fonte de energia que vem diretamente do vento, é a enérgia eólica.

         - Essa menina é tão linda, será que é estrangeira? - Perguntou Satoshi enquanto carrega a bela moça.

         - Não sei, mas não é comum este tipo de cabelos por aqui. - Respondeu Jun que carregava o outro jovem com ele.

         - Falando nisso, esse que você está carregando é homem ou mulher? - Perguntou Yuji fazendo com que os três parassem de andar.

         - Agora que você falou... - Satoshi então começa a observar o jovem.

         - Ei pessoal, não é melhor chegar à casa do Yuji primeiro para respondermos isso? - Todos pararam e ficaram olhando para Jun, mas logo se concentraram e voltaram a correr. A casa de Yuji não ficava muito longe do colégio, mas como eles tinham pegado o lado oposto tiveram que refazer o percurso voltando.

         - Não sei se vocês perceberam, mas estão todos nos olhando. - Yuji percebeu que todos em sua volta o olhavam de maneira assustada.

         - É simples. - Satoshi então começou a olhar para trás onde Jun estava correndo um pouco afastado.

         - Com licença, eu sou da ROUTE e estou levando esses feridos com emergência, por gentileza saiam da frente. - Disse Jun fazendo com que todos abrissem caminho e assim entendessem que aquilo era um salvamento.

         - ‘Valeu Jun’ - Pensou Satoshi virando-se e mostrando o dedo polegar para o amigo.

         A maioria dos estudantes moram juntos em prédios e dormitórios, é raro a exceção de ver um estudante morando sozinho.

 

[...]

 

         - Então aqueles três conseguiram fugir? - Perguntou Ogawa Sora, ele era o homem responsável por tudo que antes havia acontecido, ele era alto e já estava com 54 anos, sua pele era branca e possuía algumas cicatrizes, sua idade já se refletia em seus cabelos visivelmente branco e seus olhos haviam ficado em um tom cinza após muitas experiências em seu próprio corpo. Era o secretario e braço direito do governador.

         - Sim senhor, mas já obtivemos uma informação interessante passada pela ROUTE. - Respondeu um homem que estava ajoelhado a sua frente, ele era um dos lideres de batalha dos GUILD, ele era alto e forte, sua pele era morena clara, assim como a de Yuji, seus olhos eram castanhos escuros e em seus olhos podia se ver uma grande tonalidade de azul.

         - E Quais são elas? - Ogawa ficou interessado em saber.

         - A pouco tempo um movimento diferente foi visto no 3º Distrito, havia bastante marca de sangue pelo chão e tinham nove rapazes caídos, provavelmente derrotados. - Explicou aquele homem.

         - Entendo com certeza eles foram atacados, nenhum Esper vai deixar aquelas aberrações vivas. Obrigado pelas informações pode se retirar Shizuko. - Então Ogawa revelou o nome daquele homem e o mandou sair.

         - Sim senhor. - Apenas obedecendo Shizuko saí daquela sala. Ogawa se levanta de sua cadeira e vai até a janela, onde tem a vista da grande Cidade-Escola, coloca a mão na janela e sorri após isso ele volta a se sentar.

 

[...]

 

         - Uau, a casa do Yuji é maneira. - Todos já haviam chegado à casa do Yuji, apesar de serem amigos há muito tempo eles nunca tinham entrado lá. A casa de Yuri era simples, mas não havia nenhuma bagunça a casa não tinha um quarto, ele dormia no mesmo local onde ficava seus pertences, televisão, um computador, uma estante e um guarda-roupa era o que ele tinha na sala. Havia também uma pequena cozinha e um pequeno banheiro, para quem vive sozinho era ideal.

         - Realmente é a primeira vez que vocês entram aqui? - Yuji pergunta enquanto deixa o rapaz que carregava no chão.

         - Sim. - Respondeu sem muitas palavras Jun que deixava o outro jovem também no chão.

         - Ahh, minha princesa não vai ser colocada nesse chão imundo, cheio de lixo espalhado pelo chão. - Satoshi leva a moça que carregava até a cama de Yuji e a coloca lá.

         - Eu moro sozinho e não tenho como cuidar de tudo. - Tentou se defender Yuji.

         - Nós moramos juntos e nosso apartamento é limpinho. - Exaltou Satoshi com o olhar atravessado

         - Ei, eles não são muito estranhos para serem estudantes daqui? - Perguntou Yuji enquanto apontava para o rapaz que ele tinha carregado. Quem ele tinha carregado era Ken. Ele era alto maior que os três Espers ali na sala, seus olhos eram castanhos bem escuros e seu cabelo tinha uma coloração vermelha, bem diferente do normal. Sua pele era parda e suas roupas eram incomuns, usava uma longa bota preta, calça jeans azul e uma longa jaqueta preta, além de usar várias bijuterias, incluindo um belo pingente.

         - Realmente. - Respondeu Jun olhando para o rapaz que ele tinha carregado, apesar de que eles ainda não sabiam o sexo dele. Quem ele tinha carregado era Ezequiel, ele era muito baixo e sua aparência era de 12 anos, enquanto na verdade tinha 17 anos. Seus olhos eram azuis bem claros e seu cabelo batia no ombro e era castanho escuro. Ele se vestia com uma roupa parecida com a de padre e tinha um crucifixo. Sua pele era tão branca e suave e por esse motivo era facilmente confundido com uma garota.

         - Será que eles não vieram para algum evento cosplay e se perderam aqui? - Satoshi havia aberto a bolsa que a menina carregava, e dentro dela tinha alguns mangás e principalmente Ligth Novels. Kazumi como era chamada, realmente era muito bela, ela tinha a mesma altura de Ezequiel, seus olhos eram da cor de caramelo e seu cabelo batia na sua cintura em uma cor loira bem atrativa, seu corpo já era formado, era uma adolescente que podia ser confundida com uma adulta. Sua roupa também não era comum para aquela região, usava uma longa saia quadriculada em vermelho e preto, uma roupa preta com um pequeno casaco cinza por cima, tinha várias correntes amarradas em sua própria roupa.

         - Realmente eles não são daqui, da onde será que são? - Perguntou Yuji para seus dois amigos.

         - Não sei, só sei que ela lê Baka to Test e Zero no Tsukaima, essa menina tem gosto. - Disse Satoshi enquanto seus olhos brilharam ao pegar em tais livros. Baka to Test e Zero no Tsukaima são duas Ligth Novels japonesas de tremendo sucesso tendo inclusive adpatação para Anime e Mangá. Uma Ligth Novel seria como um Livro tendo algumas pequenas ilustração dos personagens ao estilo Mangá um pouco mais adulto. Narram quaisquer tipo de aventura onde a imaginação do leitor é muito importante para que a história flua corretamente.

         - E que outro livro é esse aí? - Perguntou Yuji ao ver um livro com letras diferentes do que ele estava acostumado a ver.

         - Que estranho esse livro não parece estar em japonês. - Respondeu Satoshi enquanto abrir cuidadosamente o livro.

         - Estou com fome. - Disse Jun ao meio daquela confusão.

         - É mesmo, já é hora do almoço. Deixa eu ver... - Yuji coloca sua mão embaixo do queixo e começa a pensar.

         - ... - Tanto Satoshi quanto Jun ficam quieto só observando o rapaz.

         - Ah! Vai lá na cozinha e faz um lanche, vê lá o que tem e se ajeita! - Exclamou Yuji bastante sorridente.

         - Ei, um vagabundo como ele não deve saber cozinhar. - Cochichou Satoshi ao ouvido de Jun.

         - Ele deve depender dos pais para tudo. - Também cochichou Jun ao ouvido de Satoshi.

         - Eu pude ouvir isso! - Exclamou Yuji com os olhos atravessados.

         - Érr... - Uma voz que não era conhecida a eles disse.

         - Veja Yuji o vermelho está acordando. - Disse Satoshi se referindo a Ken.

         - Onde estou? - Ken aos poucos vai se levantando mesmo com muitas dores no corpo.

         - Você está na minha casa... você está bem? - Perguntou Yuji bem curioso ao ver aquele rapaz que parecia ser diferente.

         - Sua casa... e quem é você? - Ken ainda estava meio atordoado.

         - Eu sou Koyama Yuji e estes são Ueda Satoshi e Uchida Jun. - Respondeu Yuji apresentando seus amigos.

         - Yo. - Cumprimentou Satoshi.

         - Prazer em conhecê-lo. - Fez o mesmo Jun.

         - E por acaso vocês são Espers? - Perguntou Ken se sentando novamente, não estava conseguindo ficar em pé.

         - ... Sim... - Respondeu Yuji mesmo perdido com isso.

         - Então porque não nos matou logo? - Perguntou Ken se abaixando a cabeça.

         - Matar vocês? Eu por acaso teria algum motivo para fazer isso? - Yuji arregalou os olhos, nunca havia passado em sua cabeça sobre matar outra pessoa.

         - Claro que tem... você é uma dessas criaturas. - Uma voz doce foi ouvida, era Kazumi que também tinha acordado.

         - Minha anja acordou. - Disse Satoshi ao ver Kazumi se levantando, no ponto de vista dele de uma forma bem sexy.

         - Criatura? Porque está me chamando assim? - Yuji se virou para a menina e a encarou.

         - Porque você é um Esper, sua existência é apenas para fazer guerra e trazer o ódio. - Respondeu Ken de uma forma áspera e fria.

         - Ei, ei, ei não é bem assim que a coisa funciona, não somo... - Antes de Satoshi terminar sua frase foi interrompido.

         - Vocês não são criaturas? Vocês por acaso tem uma vida normal? Porque vocês têm esses poderes? E o que fazem com eles? - Kazumi encheu aquela sala de perguntas.

         - ... - E nenhuma resposta foi ouvida.

         - Tinham que aproveitar enquanto estávamos fracos e tinha que ter nos matado, agora nós é que o mataremos. - Ken se levantou colocando uma de suas mãos para frente. Nesse momento pode se ouvir o barulho de alguém batendo na porta.

         - São os ROUTE. - Alertou Jun.

         - Droga, logo agora... Ei Satoshi os carregue para dentro do banheiro. - Pediu Yuji mesmo estando assustado com as últimas palavras ouvidas.

         - Venham por aqui logo! - Exclamou Satoshi não muito alto para não ser ouvido.

         - Porque estão fazendo isso? - Perguntou Kazumi.

         - Não interessa venham. - Satoshi então carregou Ezequiel que ainda estava desmaiado e levou Kazumi e Ken até o banheiro.

         - Já vai! - Gritou Yuji enquanto tentava retirar a marca de sangue do local.

         - Estamos com pressa se você não abrir vamos arrombar essa porta. - Gritou uma voz de fora da casa.

         - O que desejam? - Perguntou Jun ao abrir a porta.

         - Ora você por aqui Jun? - A pessoa que estava do outro lado da porta se surpreendeu ao ver Jun.

         - Sim, essa é a casa do meu amigo e eu estou aqui com ele. - Respondeu Jun enquanto tentava apartar a situação.

         - Só para perguntar você viu algo suspeito por aqui? - Perguntou o homem da ROUTE que estava acompanhado por mais cinco pessoas.

         - Não, estamos aqui e não vimos nada de suspeito. - Respondeu Jun da forma como sempre falava, tranquilo e sereno.

         - Ok então, desculpem-me o incomodo. - Todos aqueles homens foram embora e Jun fechou a porta e entrou.

         - Tudo bem em fazer isso? - Perguntou Yuji meio constrangido.

         - Não tem problemas. - Respondeu Jun enquanto guardava sua braçadeira.

         Enquanto isso os outros estavam visivelmente desconfortados no banheiro.

         - Porque fizeram isso? - Perguntou Ken enquanto estava espremido com os outros.

         - Você não conhece o Yuji, ele é um cara legal, sempre nos protegeu tanto a mim e quanto ao Jun que somos mais fracos que ele. Ele nunca iria deixar alguém sofrendo na frente dele. - Satoshi demonstrava um grande respeito por seu amigo.

         - Quem eram aqueles caras? - Perguntou Kazumi um pouco mais calma.

         - Eles eram da ROUTE, eles são como guardas menores da cidade. Os maiores são a GUILD. - Explicou Satoshi.

         - GUILD... - Ken se lembrou que era isso que estava escrito na roupa dos homens contra quem eles lutaram antes.

         - E porque não nos entregou? - Perguntou Kazumi.

         - Não sei, talvez porque o Yuji não quis isso, além do mais o Jun também é da ROUTE, eles usam uma braçadeira para serem identificados. - Explicou novamente Satoshi.

         - Então ele também é...? - Ken falou abaixando novamente sua cabeça.

         - Sim, se ele não quis entregar vocês é porque deve ter seus motivos, afinal ele acabou de mentir para seus superiores. - Satoshi sorriu e Yuji avisou para que eles voltassem para sala.

         Então eles se reuniram novamente na sala e o silêncio prosseguiu na sala até o Ezequiel acordar.

         - Sinto muito, não entenda errado não confio em Espers, mas vocês nos ajudaram... - Disse Kazumi com o rosto visivelmente vermelho.

         - Onde estamos...? - Perguntou Ezequiel enquanto abria seus olhos. Então brevemente Ken explicou o que tinha acontecido.

         - Não retribuímos suas apresentações, eu sou o Guardião das Chamas, Ken. - Se apresentou Ken.

         - Eu sou a Princesa dos Pélagos, Kazumi. - Fez o mesmo Kazumi.

         - Eu sou a Luz Divina, Ezequiel. - Também se apresentou Ezequiel.

         - ‘Ezekiero’? - Não entendeu muito Satoshi, como Ezequiel é um nome estrangeiro que possui letras que não existem no Japão, fica difícil a pronuncia do nome.

         - Não, é Ezequiel. - Respondeu o mesmo.

         - E você é um homem? - Perguntou Yuji bem curioso.

         - Sim eu sou. - Respondeu Ezequiel sempre com sua voz serena e parecendo ser feminina.

         - Nossa, deve ser porque é uma criança e sua voz está em formação ainda. - Satoshi tentou prever o porquê daquela voz.

         - Não, tenho 17 anos. - Disse Ezequiel.

         - O Que? Ele é mais velho que nós! - Gritou Yuji olhando bem para o menino.

         - Porque usam uma autodenominação antes dos seus nomes? - Jun perguntou quebrando aquele clima.

         - Simples, por que somos Magos. - Respondeu Kazumi.

         - O QUE? - Gritou Satoshi e Yuji ao mesmo tempo.

         - Não sabia da nossa existência? - Perguntou Ken.

         - Magos? Magos? Tipo magia como as que se tem em animes e mangás? - Satoshi parecia estar bem confuso.

         - Tudo que se é colocado em uma história é porque já foi vista por alguém, por isso existem magias nessas coisas. - Explicou Kazumi.

         - Vocês estão brincando, isso não existe vocês devem ser Espers que se revoltaram contra nós ou algo do tipo. - Yuji parecia bem alterado com essa informação.

         - Errado, não nos confunda com esses seres. Ezequiel mostre a eles. - Ken olhou para o mesmo e Ezequiel colocou a mão em seu crucifixo.

         - A luz divina que cobre meu corpo, transfira as dores e feridas que sinto em meu peito, para o meio da escuridão e me traga conforto. Cure! - Ao proferir aquelas palavras uma espécie de água saiu pela mão de Ezequiel, passando primeiramente pelos seus machucados depois indo curando Kazumi e Ken.

         - Eu não estou vendo isso... - Satoshi ficou totalmente abismado com o que via.

         - Sim você está vendo. Nós somos o que vocês Espers chamam de “Algoz da Ciência”. - Explicou Ken.

         - Aqueles que a ciência jamais conseguiu colocar a mão, aqueles que tentaram viver em paz com os Espers até agora, mas que foram traídos por vocês. Somos o que nunca a Ciência ou aparelho jamais conseguiu alterar. Nós somos Magos! - Yuji, Satoshi e Jun ficaram perplexos com aquilo que acabaram de ver. Realmente existe um algoz para Ciência, tanta tecnologia que jamais pôs a mão em um mago? Existem sim e eles são os Magos, O único Algoz da Ciência.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Por favor se você leu deixe seu Review principalmente se tiver críticas, pois são com elas que eu aprendo a melhorar.