Aqui estou eu me preparando para mais um dia normal, não sei por qual o motivo eu não sinto mais graça nesta minha vida, tudo é a Ciência, todos respiram a Tecnologia e todos os seres humanos aqui são frutos desta mistura.

         Eu sou Koyama Yuji, tenho 16 anos, meu cabelo é preto e estiloso, acordar cedo para arrumá-los é o que me da forças, meus olhos por algum motivo são tão escuros quanto ele. Minha pele é morena clara, diferente da maioria das pessoas que moram aqui que sempre tem a pela tão branca quanto à neve. Minha estatura é normal não acho que ter 1.74m de altura seja algum problema, ainda mais que me controlo para não passar de 70 kg.

         Acho que esqueci de mencionar, o local onde moro se chama Cidade-Escola, uma cidade onde tudo é representado em uma única palavra: futuro. A Cidade-Escola é um avanço na vida dos seres humanos, tudo aqui é diferente de uma cidade normal, ainda lembro bem de quando morava em Misaki, lá não tinha nada disso, mas meus pais foram hipnotizados por essa sede de tecnologia e assim acabei vindo para cá.  

         O que diferencia essa cidade das outras? Um simples motivo, nas ruas de Misaki eu nunca viria um robô fazendo coisas que nós seres humanos deveríamos fazer, desde o recolhimento de lixo até a proteção desta cidade, tudo são eles que fazem sem demonstrar nenhuma emoção. Robôs são robôs e Seres Humanos são Seres Humanos, assim que deveria ser.

         Pelo menos sobre violência nada posso reclamar, a cidade ficou totalmente segura com esses “seres” e nós... bem nós viramos Espers.

         Dentre os 2 milhões e 300 mil moradores daqui, cerca de 90% são estudantes e mais que isso, 85% São Espers cada um com uma habilidade diferente. Eu sou um Esper também, mesmo a contra gosto, somos ensinados desde cedo a controlarmos nossos poderes psíquicos, isso claro com ajuda de mais um dos milhões aparelhos que eles inventaram.

         Fomos certamente transformados, não sei exatamente para que fundamento, mas somos os que os cientistas chamam de criação perfeita.

         Eu moro no 3º Distrito, aqui moram Espers de nível 1 até 3, acho que fomos divididos para que não arranjemos confusões. Meu nível de poder é 3 em uma escala que vai de 1 até 9. Pessoas de nível 0 são consideradas apenas humanos, mas então deixamos de ser humanos?

         Estudo na sala 2-B do colégio Yasutora, o nome provem de um dos inventores destes aparelhos, somos submetidos uma vez a cada semana a fazer testes com nossos poderes, acho isso um saco, mas felizmente mantenho meu poder no nível para não sair daqui.

         Não me vejo morando no 2º Distrito ou mesmo no 1º, imagino que as pessoas de lá são menos humanas que as daqui.

         Agora chega de explicações, ao que tudo indica mais um dia normal está chegando para mim.

Capítulo I: Encontro Inesperado

         - Você não sabe a desgraça que acontecerá se continuar com isso! - Falava um velho homem, com suas longas barbas brancas enquanto estava todo ensanguentado.

         - O que sabem sobre isso? O Mundo é uma desgraça perto de nós. Somos os mais fortes, somos os soberanos, vocês são apenas lixo perante tudo isso! - Um velho homem que estava em pé proclamava essas palavras enquanto várias pessoas vestidas com uniformes azuis escuros com preto escrito GUILD estavam ao seu lado.

         - O ódio já te corrompeu Ogawa? - O velho homem se esforçava muito para ficar de pé.

         - O que você sabe sobre ódio Governador dos Caos, Alastor? - O homem que estava em pé estava andando lentamente em direção ao velho com uma katana em sua mão.

         - Droga... Escutem-me vocês três! - O velho olhou para trás onde viu ainda três jovens em pé ao meio de vários cadáveres pelo chão.

         - ... - Nenhum dos três responderam estavam totalmente perplexos com tudo aquilo que acabará de ocorrer.

         - Princesa dos Pélagos, Kazumi. Guardião das Chamas, Ken. Luz Divina, Ezequiel. Eu conto com vocês para prosseguir com nosso objetivo! Fujam o mais rápido possível! - O velho então virou-se novamente para frente onde viu aquele homem se aproximar dele junto com vários homens.

         - Sensei... - A jovem Kazumi abriu a boca mesmo não tendo forças para falar.

         - Adeus... - O velho disse enquanto uma lágrima descia pelo seu rosto já bem enrugado pela idade.

         - Vamos! - Ken puxou tanto Kazumi quanto Ezequiel pelo pequeno corredor que dava a saída daquele enorme palácio,

         - Pensa que irão fugir mesmo? - O Homem que estava em pé esticou sua mão esquerda para frente.

         - Eles realmente vão fugir! Os homens que julgam a força dos céus, aqueles que protegem a escuridão, tragam as trevas para esse recinto, mostre a eles a oposição celeste. Aruminia!. - O velho homem proferiu essas palavras e então uma grande escuridão se formou por dentro daquela sala cheia de detalhes e luxúrias.

         - O que diabos você fez velho! - O homem então se viu perdido imerso na escuridão.

         - Eu poderei morrer, mas aqueles três jovens certamente destruirão esse plano de vocês. Os Espers jamais voltarão a exis... - Antes de terminar a falar o velho cuspiu uma grande quantidade de sangue.

         - Cala a boca seu velho maldito. - O homem perfurou o coração do velho, que apenas caiu, já não estava mais vivo. Com isso a escuridão foi se desfazendo aos poucos no local.

[...]

         - Droga, droga, droga... - Kazumi corria e cada vez mais suas lágrimas desciam pelo seu rosto.

         - Se acalme! - Gritou Ken enquanto liderava os três.

         - Como... como acalmar! O Sensei está... - Kazumi então parou de correr e os outros também pararam.

         - Morto... - Disse Ezequiel com sua voz serena. Kazumi e Ken pararam para ver Ezequiel falar, apesar de falar tranquilamente ele também estava chorando.

         - Peguem eles! - Gritou um homem com o uniforme da GUILD.

         - Não deixem eles escaparem. - Gritou outro membro da GUILD.

         - Vamos tudo que podemos fazer agora é correr... - Ken então voltou a correr sendo acompanhado pelos outros dois.

         - Vocês não vão fugir! - Um outro membro da GUILD chegou bem perto dele.

         - Ahhh calem a boca! Tomem isso! - Ken virou para trás e esticou suas mãos, uma grande explosão ocorreu e eles continuaram correndo em direção a saída do Palacio.

[...]

         - Isso são horas de chegar Koyama Yuji? - Quem disse isso era uma pequena mulher, ela tinha lindos olhos castanhos claro e seu cabelo era da cor de lindos morangos rosados, sua pele branca combinava perfeitamente naquele rosto.

         - Ahh Natsumi-Sensei, me desculpe. - Disse Yuji enquanto entrava na sala de aula.

         - Não deixe sua Sensei assim tão preocupada. - Os olhos dela se encheram de lágrimas, apesar de ser a Professora dessa classe, ela era muito pequena, tinha apenas 1.49m de altura e seu rosto era facilmente confundido com o de uma criança de 10 anos.

         - Me perdoe Natsumi-Sensei. - Desta vez Yuji se ajoelhou enfrente a sua Professora.

         - Tudo bem, agora vá ao seu lugar. - Natsumi sorri e vira as costas para ele.

         - ‘Que tipo de reação é essa?’ - Yuji visivelmente aborrecido se levanta e vai em direção ao seu lugar.

         - Eu acho que ela gosta de você! - Cochicha Ueda Satoshi aos ouvidos de Yuji, Satoshi era um dos amigos de Yuji. Ele tinha a mesma estatura e porte físico de seu amigo, seus olhos eram castanhos escuro e seu cabelo era acinzentado. Sua pele era como a da maioria dos estudantes, também branca.

         - Vai pro inferno. - Responde Yuji corando um pouco seu rosto.

         - Você ficou corado então também gosta dela. - Satoshi abriu um grande sorriso e cochichou novamente aos seus ouvidos.

         - Ah... Ah... fica quieto! Ei Jun, você acha que eu gosto dela? - Yuji cutuca seu amigo que se senta a sua frente.

         - Você ficou corado... - Respondeu Uchida Jun de forma tímida, Jun era muito tímido diferente de seus dois amigos. Ele era considerado estranho pelo resto da sala, pois seus olhos eram verdes como esmeralda e seu cabelo era laranja, mas não oxigenado e sim natural, tinha praticamente a mesma estatura de seus amigos e sua pele era realmente branca como a neve.

         - Eu acho que ele concorda comigo. - Satoshi pega as bochechas de Yuji e começa a puxá-las para o lado.

         - ‘Ueda Satoshi e Uchida Jun, meus amigos desde o fundamental. Realmente sempre está tudo igual por aqui.’ - Yuji pareceu não se importar e ficou olhando para o horizonte pela janela.

         - Ei, ei Yuji. Também não precisa desprezar deste jeito. - Satoshi começou a cutucá-lo e ele parecia não se incomodar.

         - Ele está viajando novamente... - Alertou Jun enquanto prestava atenção na aula.

         - Droga, esse Yuji sempre foi assim. - Satoshi então também começa a prestar atenção na aula.

         - ‘Sempre igual...’ - Pensou mais uma vez Yuji.

[...]

         - Porque temos que enfrentar tudo isso. - Resmungou Ken enquanto andavam pelas ruas da Cidade-Escola, eles já tinham conseguido fugir do Palácio e estavam do lado de fora.

         - Porque o Sensei e todos os outros tiveram que ser sacrificados, não era para ser uma missão tão difícil. - Disse Kazumi que ainda tinha marcas de lágrimas em seu rosto.

         - O Sensei confiou em nós, temos que nós recuperar e voltar. - Quem falou desta vez foi Ezequiel, apesar de sua voz bem suave e doce, ele era um homem.

         - Primeiro temos que nós ajeitar! Olhem isso. - Ken estava mostrando suas roupas como haviam ficado totalmente rasgadas em diversos pontos.

         - Ué o festival de Cosplay já começou? - Disse um garoto que estava com mais oito pessoas ao seu lado.

         - Droga, mais desses infelizes. - Kazumi olhou e viu que eles estavam em grande número.

         - Ei bonequinha, chamar-nos de infelizes não é muito legal não acha? - Um dos outros garotos ironizou a garota.

         - Droga, eu não consigo soltar magia, estou fraco. - Disse Ken enquanto colocava seu braço para frente.

         - Eu também não. - Kazumi então morde seus lábios com raiva de si mesma.

         - Veja como ela é tão linda, será que podemos brincar com ela? - Outro garoto deu alguns passos e perguntou para o maior garoto que parecia ser o líder deles.

         - Não vejo problemas... - Então os nove garotos começaram a cercá-los.

         - Vamos correr de novo... - Ken arrastou Kazumi e Ezequiel e antes que percebessem estavam cercados em uma rua sem saída.

         - Isso é pior que aqueles mangás Shounen, será que agora vem alguém nos salvar? Merda! - Kazumi ironizou ao se ver cercada.

[...]

         - TAM - TAM - TAM - TAM ... TAM - TAM - TAM - TAM - Satoshi quis imitar com a boca a melodia Westminster Chime, a mesma que toca ao dar 12 horas no Big Ben na Inglaterra, mesmo som também das escolas japonesas para avisar o horário.

         - É finalmente hora de ir embora. - Disse Yuji pegando suas coisas e descendo as escadas com seus amigos.

         - Vocês estão sentindo? - Perguntou Jun quando ambos já estavam na frente da saída da escola.

         - O que? - Perguntou Yuji que nada sentia.

         - Venham por aqui... - Jun começou a correr e tanto Yuji quanto Satoshi o seguiram.

         - Para onde está nos levando? - Perguntou Satoshi que não estava entendendo nada.

         - Por aqui, vocês não sentem? - Jun continuou a correr o mais rápido que podia.

         - Sentir... - Satoshi não chegou a terminar a sua frase, encerrou nesta palavra.

         - Você sabe né Satoshi? A habilidade do Jun ajuda para que ele sinta essas coisas... - Explicou Yuji chegando a um beco.

         - Olha, parece que temos companhia... - Disse um dos garotos que estavam no local.

         - O que diabos estão acontecendo aqui? - Perguntou Satoshi ao olhar os nove garotos e vários lugares com sangue.

         - Ora, ora, estávamos apenas brincando com eles... - O garoto então saiu da frente e logo Yuji, Satoshi e Jun puderam ver três pessoas muito machucadas no chão.

         - O que merda vocês estão fazendo? - Yuji se pós a frente dos seus dois amigos.

         - Nós só queríamos brincar um pouco com a menina, mas ela não deixou e esses dois também não. Então resolvermos mostrar um pouco de alegria para eles. - O chefe daquele bando respondeu, ele era muito alto e forte.

         - Seu maldito... - Yuji esticou a mão e uma grande quantidade de vento se formou naquele lugar, 

fazendo com que a poeira levantasse e irritasse os olhos daqueles que estavam lá.

         - Então vai lutar? Pelos seus uniformes vejo que vocês estudam em Yasutora. Que bom vai ser um bom treino para nós. - O líder deles disse enquanto olhava a poeira abaixar.

         - Ei Yuji, você não quer lutar contra ele né? - Perguntou Satoshi que estava visivelmente com medo.

         - Vocês não precisam se envolver nisso! - Yuji correu em direção a um dos garotos que estavam lá e deu um soco com a palma da mão no estomago dele.

         - O que quis fazer com is... - Antes de terminar o garoto cuspiu uma quantidade alta de água.

         - Tome. - Yuji correu em direção a outro e fez o mesmo movimento. Ambos os garotos voaram para longe.

         - Mas como você os derrotou tão fácil assim, se você está aqui é no máximo de nível 3. - O chefe de bando ficou bem assustado com o que estava vendo.

         - Digamos que eu tenho o dom, ao contrário de vocês. - Yuji correu e com o mesmo golpe acertou mais dois garotos, fazendo-os também voarem longe.

         - Você é uma aberração? - O chefe tentou correr, mas olhou para trás e viu que estava preso no próprio beco que usou para se defender.

         - Acho que não! - Yuji esticou seus dois braços para frente, levou lentamente um braço para cada lado e uniu suas mãos rapidamente, com esse movimento os outros quatro garotos voaram contra a parede.

         - Você é um demônio! - O chefe foi encurralado contra a parede.

         - Quem sabe? - Ele então correu e deu um soco com toda sua força no rosto de seu adversário.

         - Incrível... - Jun ficou boquiaberto com os golpes de seu amigo.

         - Ele realmente é... Ei Yuji os ROUTE estão chegando, vamos sair logo daqui. - Satoshi avisou então sobre a chegada dos ROUTE, eles são os que protegem a cidade de qualquer coisa suspeita que esteja acontecendo.

         - Vamos pegar esses que estão machucados e... - Antes que pudesse terminar Yuji viu Satoshi pegar um dos garotos que Yuji tinha batido.

         - Não esse palhaço! Os outros! - Yuji então apontou para os três que já estavam caídos.

         - Nossa como essa menina aqui é linda, eu carrego ela. - Satoshi então jogou a garota em suas costas.

         - E nós temos que levar esses aqui, mas que merda em. - Yuji reclama, mas levanta um dos rapazes e Jun pega o outro.

[...]

         - O que aconteceu por aqui? - Quando um dos membros do ROUTE chegou achou os 9 garotos inconscientes.

         - Não sei, mas isso não é algo de se preocupar Mizuno-Taichou? - Um dos homens se dirigiu a sua capitã.

         - Sim Hyori, avise isso para os GUILD. - Essa respondeu seu colega e logo os nove garotos foram enviados para o hospital da cidade.

Continua...