Bad Reputation escrita por CherryBomb91


Capítulo 7
Proposta de Amizade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vão?
Mais um capítulo para vocês e espero que gostem.
Boa Leitura.



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— Todo Mundo Quer Algo de Mim

Uma das coisas que eu podia admirar em Sasuke era a forma como ele lidava com as nossas pequenas fraquezas e agir como se nada tivesse acontecido. Eu agradecia por esse seu dom, pois não iria conseguir lidar naquele momento se ele resolvesse trazer aquele assunto como um tabu a ser discutido. Nós ficamos e só, apenas agimos pelo calor do momento e voltamos as boas, fingindo estar tudo bem e que não tínhamos nenhum tipo de química.

E mesmo depois de ter colocado minha máscara de cara de pau e mantendo aquela pose descontraída, agindo como se o nosso beijo não fosse nada, eu ainda sofria os efeitos colaterais de nossos amassos. Era sempre assim, as lembranças ficavam martelando a toda hora em meu cérebro idiota com aquela capacidade de fantasiar coisas e imaginar coisas toda vez que eu o via. Tipo, se ele estava olhando para mim com outros olhos, ou se ele também pensava em mim quando estava sozinho como eu pensava nele.

Era irritante.

E o meio que encontrava para afugentar aqueles tipos de pensamentos e distrair minha mente era irritá-lo, pois, ele iria rebater e me irritar também para que assim a raiva me corroesse e aqueles pensamentos voltar para o mais profundo de minha mente e assim eu pudesse tampá-los para nunca mais voltar. E o principal de tudo era me manter o máximo de distância dele, tipo, não ficar sozinha com ele no mesmo ambiente ou ter certos tipos de conversas perigosas que pudesse acabar com nós dois trocando salivas.

Era por esse motivo que eu havia colado em Naruto esses dias, arranjava pretextos para ir a sua casa jogar videogame. Claro que algumas vezes Sasuke estava presente nesses encontros, pois apesar de tudo éramos um trio impenetrável, moldados por nossas mães quando estávamos no útero delas.

E assim a semana se passou, as provas estavam no fim, levando aquele ano letivo junto. Estávamos na nossa última semana de aula, hoje havia sido nosso último dia de provas, e mesmo com as provas terem acabado, ainda éramos obrigados a frequentar as aulas, só para ficar sentados na sala observando os professores declarar quem iria frequentar o odiável curso de verão, consequência das notas baixas.

A última semana também não era só voltada para sabermos nossas notas e o futuro de nossas tão sonhadas férias como também para organizar o tão clamado baile de fim de ano. O corre-corre era grande com as preparações, quem chamava quem, a empolgação de seus trajes para o grande dia e a euforia por saber quem seria os candidatos que iria concorrer a tão sonhada coroinha de plástico do rei e da rainha do baile.

E o anúncio saiu na hora do intervalo, eu estava saindo do banheiro feminino quando a voz de um aluno do terceiro ano - que fazia parte do grêmio estudantil - soou pelas caixinhas de som que estavam espalhadas pelos corredores e por toda a escola:

“PESSOAL, APURAMOS OS VOTOS DOS CANTIDATOS PARA REI E RAINHA DO BAILE E ELES SÃO: TONERI ŌTSUTSUKI DO SEGUNDO ANO, SASUKE UCHIHA DO PRIMEIRO ANO E UTAKATA TANAKA DO TERCEIRO ANO. INO YAMANAKA, HINATA HYUUGA E SAKURA HARUNO, TODAS AS TRÊS DO PRIMEIRO ANO. ENTÃO, É ISSO AÍ, A VOTAÇÃO ESTÁ ABERTA E VOTEM PARA QUEM VOCÊS QUEREM QUE SEJAM O REI E A RAINHA DO BAILE DESSE ANO. ”

Eu estava paralisada no meio do corredor abarrotados de alunos, e vários deles olhavam para mim. Estava incrédula de como o meu nome havia ido parar naquela votação estúpida. Quem havia me inscrito? A resposta era meio que óbvia, e um ódio possuiu cada célula do meu corpo. E naquele momento eu queria ter o dom de pulverizar as coisas e acabar com a raça de uns certos garotos idiotas.

Minha expressão deveria estar macabra, pois as pessoas abriam caminho para eu poder passar com passos pesados, a boca crispada e os dentes trincados de ódio. Ninguém queria ser alvo da minha ira, até mesmo as meninas que chorava pelos cantos amparadas por suas amigas baba-ovo por não ter sido candidatas depois das inscrições ficaram no meu caminho. Eu não achava graça em como uma vida podia se basear naquele baile estúpido que acontecia todo o ano.

Bando de sem cérebros.

Encontrei as pestes sentadas na mesa redonda do refeitório comendo seus lanches na maior tranquilidade, mas a minha chegada espalhafatosa atraiu a atenção deles todos para mim, e pela minha cara eles já podiam imaginar do que se tratavam.

— E aí futura rainha do baile. – Neji tinha a audácia de me zoar com aquele sorrisinho escroto que ele tinha quando estava com ironia e que irritava qualquer um.

Bufei, envenenada.

— Foram vocês não foram, seus energúmenos?!

Peguei uma porção de salgadinhos que havia no pote de Naruto e joguei neles, ódio era pouco que eu sentia daqueles imbecis.

— Eita, ela está atacada – comentou Naruto fazendo uma careta por ter acabado com seu lanche.

— Eu não estou atacada, eu estou possuída! – Gritei, chamando atenção de todos naquele refeitório. – Eu vou matar vocês, seus idiotas!

— A gente não iria imaginar que você seria uma concorrente quando o Sasuke escreveu o seu nome.

Voltei meus olhos para aquele cú de galinha desprezível, a tempo de vê-lo dar uma cotovelada em Shikamaru.

— Boca grande – ele murmurou, com o cenho franzido.

— Então foi você, seu filho da mãe – e avancei para cima dele na intenção de agarrar o seu pescoço com minhas duas mãos e o enforcar até que ele morresse lentamente.

Mas Gaara me segurou antes que eu tocasse naquele infeliz e ele se levantou da cadeira no processo, dando vários passos para trás, longe de mim.

— Me larga, Gaara, eu quero estrangular esse idiota – me contorcia nos braços dele, chutando o ar, querendo de alguma forma acertar a cara de Sasuke.

— Segure essa louca, Gaara, ela está descontrolada – pediu Sasuke, agora dando a volta na mesa, ficando atrás de Naruto.

— Sasuke quando eu pegar você, vai desejar nunca ter nascido!

— É briga gente! – Gritou um moleque ao longe, e assim um amontoado de gente circulou a mesa dos meninos, mas eu estava possessa para dar atenção aquele detalhe e muito menos eles gritando por briga. – Briga! Briga! Briga!

Agora o coro era grande com todos gritando ao mesmo tempo.

— O Sasuke também foi indicado e nem por isso ele está virado no demônio – disse Neji, também ficando de pé e indo para perto de Sasuke.

— Para de ficar colocando lenha na fogueira, porra! – Berrou Gaara, com a voz irritada por estar colocando toda a sua força para me segurar. – Fica quieta, Sakura.

— Então me larga, caralho!

— Não!

— Eu não mando no voto de ninguém, apenas coloquei seu nome, não sabia que iriam votar em você, porra! – Gritou Sasuke no meio daquele corro pedindo por briga.

— E por que colocou meu nome afinal, sabendo que odeio essa coisa de baile? – E me retorci mais e consegui me soltar de Gaara, mas não avancei para cima daquele ridículo.

— Para te irritar? – Respondeu Shikamaru calmamente, tomando um gole de sua Coca Cola como se nada tivesse acontecendo.

— Eu tô falando, meia dúzia de bacurinho no final – comentou Naruto levando a boca o que restou de seus salgadinhos.

Aquele comentário havia sido o fim para mim, agarrei o copo de Coca Cola de Shikamaru e taquei naquele filho da puta. E madrinha que me perdoe por chamá-la assim.

— Caramba, Sakura! – Ele exclamou, empurrando a cadeira para trás e ficando de pé com os braços abertos, molhado de Coca Cola.

— Isso é para você parar de ficar falando merda.

— Se acalma, Sakura – disse Gaara ao meu lado -, é só uma indicação, até aparece que vai ganhar. Se não percebeu está competindo com a Ino.

Peguei um bolinho que estava em cima da mesa e enfiei na boca dele.

— Então engula essa Ino e que ela fique atravessada na sua garganta e que você morra com ela entalada, seu palerma.

Eu só tirei o papelzinho do fundo e coloquei na mesa com um tapa, dando as costas para eles com o Gaara cuspindo o bolinho numa sessão de tosse.

— Ignorante – disse Sasuke alto o suficiente para eu poder escutar.

Respondi com meu dedo do medo e saí daquela roda de alunos, esbarrando propositalmente meu ombro num idiota e saindo do refeitório batendo o pé.

Que ódio!

*  *  *

A tarde naquele mesmo dia eu estava jogada em minha cadeira em frente a tela do computador jogando The King of Fighters. Havia chegado cedo em casa, pois havia pegado minhas coisas e ido embora na hora do intervalo no calor da raiva, não tinha estômago para ficar olhando para a cara daquelas pestes depois de tudo que eles fizeram, principalmente de Sasuke. E por uma parte foi até bom, pois o ódio que estava dele havia evaporado qualquer tipo de sentimento amoroso que eu pudesse sentir por ele.

As risadas soavam altas no andar de baixo, mamãe estava com clientes que veio comprar produtos e roupas. Eu fazia questão de nem dar as caras, preferindo ficar entocada em meu quarto até as consumistas irem embora. Minha mãe era muito boa em vender, ela tinha uma lábia incrível que podia fazer um desentupidor de pia ser algo surreal que não podia faltar em sua vida. Falo isso por que ela vendeu desentupidor de pia ano passado, e detalhe, toda a vizinhança agora tinha um.

No meio do meu jogo quando estava macetando com o Iori possuído o meu adversário que era a Leona, o toque de que havia recebido mensagem no WhatsApp web tocou. Ignorei por um momento, terminando de macetar até ganhar o adversário antes de ver quem era que estava me chamando. Era Neji, e naquele momento eu soube que aqueles meninos não tinham nenhuma vergonha na cara mesmo.

Ei revoltada

Chega aí

Estamos na garagem do Shikamaru

E mais risadas soaram lá na sala, me fazendo revirar os olhos enquanto elas aumentavam a voz. Sinceramente, não estava com um pingo de vontade de ficar naquele quarto escutando os blábláblás delas.

Vou ver aqui.

Respondi, não queria dar a certeza que eu iria mesmo, ainda estava chateada com eles, mas era melhor ficar na garagem do Shikamaru tocando algo e escutando as porcarias que aqueles meninos falavam do que escutar as porcarias que as clientes da minha mãe diziam.

Era chato.

— Sakura, vem aqui, filha. – Minha mãe me gritou lá da sala.

O que ela queria agora?

Desliguei meu computador depois de desconectar meu celular dele que estava carregando e o coloquei no bolso da minha bermuda que era uma calça antes, peguei minhas chaves que estavam jogadas em cima da cômoda e saí do quarto já preparada para meter o pé.

As vozes agora eram nítidas quando descia as escadas tendo o vislumbre de mamãe com um sorriso no rosto, daquele jeito de vendedora simpática, sentada no sofá de dois lugares. A mesa de centro abarrotada de produtos da Avon, Natura e Jequiti, a caixa preta de bijuterias da Romanel estava aberta, sem contar os três sacos pretos no chão cheio de roupas e lingerie.

Minha mãe desviou os olhos das mulheres para mim e sorriu mais, me chamando com a mão.

— Naomi, essa é minha filha Sakura – ela começou as apresentações. – Venha querida – me chamou.

— Ela se parece muito com você, Mebuki – a voz de uma mulher soou.

— Mas tem o gênio do pai – e as duas riram em seguida.

Apenas revirei os olhos e aproximei para o meio da sala, minha atenção ainda na bagunça e quando desviei meus olhos para as clientes de mamãe a surpresa era nítida em meu rosto quando reconheci um rosto em especial.

O que ela estava fazendo aqui?

— Sakura, essas são a Naomi e a filha dela...

— Ino – completei o nome daquela idiota que saía entredentes, meus olhos ainda nela. Ela também parecia surpresa em me ver ali também.

Era só o que me faltava, a patricinha perfeitinha debaixo do meu teto, o meu dia não poderia terminar pior.

— Vocês se conhecem? – Perguntou mamãe, variando sua atenção de mim para a Ino.

— Somos colegas de turma – a idiota respondeu, sorrindo em seguida daquele jeito perfeito. Até o modo como ela sentava com a coluna reta como se fosse a coisa mais simples e indolor era perfeito, assim como suas roupas, o jeans skinny claro e a blusa rosa-bebê de alcinhas com rendinhas. Era naquela hora que me sentia a mendiga do viaduto com os meus trajes de malqueira.  – Oi, Sakura.

— E aí – e foi inevitável a careta que fiz quando a respondi.

— Ela gosta de um cabelo colorido, não é? – A mulher, a tal da Naomi comentou, me olhava do pé a cabeça com um olhar meio que crítico.

Desviei meus olhos de Ino para ela, e pude observá-la melhor, e a primeira coisa que percebi era o jeito ereto que ela se sentava, igual a filha. Seus cabelos eram castanhos e amarrados num coque no alto da cabeça, a blusa de mangas compridas abotoadas até o pescoço e a saia que batia nas canelas identificava que era uma beata controladora e chata.

Mamãe soltou uma risada, aquela risada que eu sabia que era forçada.

— Essa menina adora inventar de pintar esse cabelo, acabou com todo o loiro lindo quando tingiu de preto e agora o rosa por cima. – E depois suspirou. – Não sei o que faço com ela.

Apenas arqueei as sobrancelhas e desviei meus olhos para mamãe, odiava quando falavam de mim como se eu não estivesse presente.

— Se quiser eu posso indicar o meu cabelereiro, ele é ótimo – a tal da Naomi beata disse, agora fitando mamãe –, é o único que eu deixo mexer no cabelo de Ino – e depois se virou para a filha e pegou uma mecha do cabelo loiro dela que estava amarrado em um rabo de cavalo – veja só o brilho e a hidratação que eles são.

Aquela beata nojenta estava esfregando a perfeição dos cabelos da filha na minha cara.

— O cabelo dela é mesmo lindo – disse mamãe sorrindo. – Nunca pinte ele, querida.

Ino apenas sorriu comprimido para mamãe, para depois desviar sua atenção para a caixa da Romanel e agarrando uma pulseira dourada de pedrinhas coloridas.

— O meu cabelereiro pode trazer a cor original dos cabelos da Sakura em dois tempos e ainda os hidratar...

— Eu gosto do meu cabelo do jeito que está – já dei logo um corte naquela Naomi intrometida, me controlando para não manda-la se foder com a droga de seu cabelereiro profissional.

Mamãe soltou uma grande risada para disfarçar o pequeno clima que se tornou ali e trazendo toda a atenção daquela mulher que estava em mim e que me fitava com as sobrancelhas franzidas para ela.

— A Sakura é bem eclética com as cores.

— Entendo.

 Naomi beata sorriu forçado coçando atrás da orelha e olhando para a filha de solaio que colocava a pulseira dourada de volta no lugar.

Não gostei daquela mulher.

Respirei algumas vezes de vagar para me controlar e voltei a olhar mamãe.

— Mãe, estou indo na casa do Shikamaru, a galera está toda lá e vamos ensaiar hoje.

Ela franziu as sobrancelhas para mim.

— Você não tem que estudar para as provas?

— Hoje foi o último dia de provas, senhora Haruno – respondeu Ino por mim novamente.

— É mesmo? – Questionou mamãe desviando sua atenção de mim para ela e depois para mim e voltou para ela novamente. – Essa menina nunca me conta nada.

Suspirei alto coçando minha cabeça, impaciente.

— A Ino sempre me conta essas coisas – disse Naomi, gabando-se de sua filhinha novamente. Em seguida sorriu completamente metida. – E hoje ela foi indicada mais uma vez a concorrer a ser a rainha do baile, acredita?

— É mesmo? – Mamãe ergueu as sobrancelhas sorrindo agora portiçamente para Naomi. Sabia que estava desconfortável com as artimanhas incríveis da filha alheia, sabendo que a sua própria não era nem metade para poder se gabar a mulher metida a sua frente que esfregava em sua cara o quanto a filha era perfeita. – Parabéns, Ino.

— Obrigada, senhora Haruno – e a idiota sorriu mais uma vez, e franziu o cenho de repente. – Mas a Sakura também foi indicada a ser a rainha do baile.

— Ela foi? – Tanto mamãe quando a mãe de Ino disseram ao mesmo tempo, agora me olhando, incrédulas.

Era naquela hora que eu queria pular em cima daquela loira idiota e arrancar cada fio dourado da cabeça dela, para deixar de ser enxerida.

— Por que você não me contou que foi indicada para ser rainha do baile, Sakura? – Eu podia ver um brilho de prazer nos olhos de mamãe por eu não ficar para trás de Ino

Revirei os olhos.

— Por que foi uma brincadeira de mal gosto dos meninos, estavam querendo me irritar

— Temos que arrumar uma roupa para você, já que está concorrendo...

— Mãe!

— Qual vai ser o tema do baile? – Perguntou mamãe ignorando minha repreensão.

— É a fantasia – respondeu Ino. – A Sakura também vai tocar no baile com sua banda.

— Você tem uma banda? – Perguntou a Naomi beata arqueando as sobrancelhas para mim.

— Sim – minha mãe respondeu por mim, parecia mais animada em exibir algo meu, e olha que ela estava sempre criticando a minha banda. – Sakura tem uma voz linda, não é minha filha – e sorriu para mim. – Os meninos também são muito bons, o filho caçula da Mikoto, o Sasuke também faz parte, é meu afilhado, sabia? Ah, o filho da Kushina também, o Naruto, ele é o baterista, não é Sakura?

— Os filhos delas devem estar todos grandes, não é? – A mãe de Ino perguntou.

— Claro, todos rapazes lindos e moram bem aqui na rua e vivem para cima e para baixo com a Sakura, são melhores amigos.

— Mãe eu já estou indo, tá? – Fiz menção em meter o pé, já não suportava aqueles diálogos irritantes.

— Querida, por que você não leva a Ino para ver um ensaio de vocês?

Travei no local na mesma hora e olhei para minha mãe com a minha cara mais incrédula.

— Quê?

— Mebuki, deixe a menina ir, a Ino só vai atrapalhar o ensaio dela.

Eu olhei para a Naomi beata e o seu tom falso indicava que ela estava tentando dizer de um jeito “delicado” que não queria sua filha perto de mim, uma garota que tem uma má reputação para não manchar a reputação perfeita dela. E o pior era que minha mãe estava se fingindo de sonsa, querendo esfregar na cara da outra que eu também tinha o meu valor e que estava quase na altura da perfeição de Ino, sabendo ela que eu nem chegava no cheiro, por que de perfeita eu não tinha era nada.

— Que Isso, Naomi – rebateu mamãe -, Ino não vai atrapalhar nada – e depois me fitou. – Não é querida?

— Acho que ela não vai querer ir – minha voz saiu entredentes, olhando mamãe com a boca meio que crispada.

— Eu adoraria ir ver sua banda, Sakura – disse Ino de repente e se pondo de pé e com um sorriso aberto, mostrando todos os seus dentes brancos e perfeitamente alinhados.

— Ino! – Sua mãe meio que a repreendeu com um vinco no meio entre as sobrancelhas.

— Mãe, a senhora pelo jeito vai demorar um pouquinho e quando a senhora for embora me liga que eu a encontro no meio do caminho.

— Fique tranquila, Naomi, a garagem que os meninos ensaiam é a três quadras daqui. – Disse mamãe.

— Senhora Haruno, eu vou ficar com esse perfume aqui, e esse conjunto de bijuterias e mais esse short. – Ino pegava as coisas que escolheu e colocava num cantinho na mesa de centro.

— Ok, querida – sorriu mamãe, anotando num caderninho as compras dela.

— A senhora leva as minhas compras, mãe? – Ela perguntou para a beata que estava com a cara séria.

— Sim. Juízo.

Ela apenas assentiu e depois me fitou.

— Vamos?

Eu apenas dei as costas e abri a porta ainda escutando minha mãe e a mãe dela dizendo:

— Relaxe um pouco Naomi, elas são jovens, tem que se divertir.

— Essa fase jovem que é a pior Mebuki, tento manter a Ino na linha o máximo que consigo.

Fechei a porta depois que a perfeitinha passou por ela, revirando os olhos com a forma controladora daquela mulher beata parecia ter sobre a filha.

Cruz credo.

— Desculpe a indelicadeza de minha mãe, ela é um pouco rígida as vezes – comentou Ino depois que descemos uma boa parte da rua em silêncio.

Pouco rígida? Aquela mulher era o próprio diabo, isso sim.

— Isso não me atinge – fingi pouca importância.

— Você não parece que ficou muito feliz com a indicação para ser a rainha do baile.

— Não me diga? – Minha voz soou irônica, e a fitei de lado por um segundo. – Eu nem queria ir a esse baile para começo de conversa.

E muito menos queria você em minha cola agora. Era isso que queria dizer para ela, mas preferi ficar calada.

— Ah.

E o silêncio reinou entre a gente, Ino pareceu se mancar quando percebeu que não queria conversa com ela. Mas depois de ter virado a primeira rua naquele silêncio, eu de alguma forma me senti um pouco mal por desprezá-la daquele jeito, já que apesar dela ser a garota perfeita, ela não havia me destratado nenhuma vez. Eu apenas sentia um incômodo irritante com sua forma tão perfeitinha de ser, aquilo não poderia ser realmente real, por que tipo, quem agia de forma perfeita vinte e quatro horas por dia?

— Você é sempre assim desse jeito? – Perguntei, o que sempre quis saber, diretamente da fonte.

Ino virou seu rosto para mim e me fitou com aqueles olhos azuis, confusos.

— Assim como?

— Assim perfeita o tempo todo – e gesticulei com a mão -, dá até um ranço.

— Ah... eu não sou perfeita.

— Ah fala sério, miss perfeição. – E sorri debochada. – Você está quase no patamar da Princesinha Inocente da escola

— Você está se referindo a Hinata?

Ergui as sobrancelhas.

— E quem mais seria?

Ela desviou os olhos de mim e focou a sua frente.

— Eu não acho a Hinata uma princesinha.

— Até parece – e soltei uma risada irônica e viramos uma outra rua.

— Eu falo sério – e me fitou novamente. – A Hinata só tem aquela aparência de princesinha inocente, frágil e fofa, mas na verdade ela é bem má em suas atitudes e fria em suas decisões. Uma verdadeira destruidora de corações.

— Vou fingir que acredito, perfeitinha.

— Pare de me chamar assim, eu não sou perfeita – sua voz aumentou um tom, e ela parecia um pouco irritada, mas aquilo não me atingia.

Apenas olhei para ela com as sobrancelhas arqueadas e as suas que estavam levemente franzidas abaixaram.

— Bom... – ela pausou, agora fitando o chão – a minha mãe quer que eu seja assim. – E depois suspirou. – Não tenho tantas opções... quer dizer, a minha mãe me priva de muitas coisas. Ela praticamente moldou todo o meu futuro e momentos acadêmicos. Ela quer que tudo saia perfeito nos conformes que ela digitou, para que assim eu não perca nada e não me arrependa no futuro.

— Arrependida vai ficar se você fazer tudo o que a sua mãe diz. – Sorri incrédula. – Fala sério, como você deixa a sua mãe mandar na sua vida desse jeito?

— Ela é bem assustadora quando contrariada – murmurou.

— Minha mãe também é assustadora, mas ela não fica mandando em minhas opções e minhas escolhas. Isso é um direito meu e eu estou sempre lutando por eles, por que não vou deixar ninguém ditar o que devo ou não fazer.

Ela sorriu cansada, e ergueu seus olhos para mim.

— Eu queria ser mais como você.

Eu paralisei no meio do caminho, chocada, e a olhei inteiramente incrédula para aquela garota. Eu escutei bem o que eu acho que escutei? Ino Yamanaka, a perfeição viva em pessoa queria ser como a mim? Eu, Sakura Haruno, uma garota mal falada e com uma reputação manchada? Isso era praticamente o fim do mundo.

— Você tá me zoando, né?

— Você me inspira ter coragem Sakura, mas sou uma covarde medrosa. Minha mãe controla todos os meus passos, e eu queria ter pelo menos um terço da sua coragem para enfrentá-la, mas eu não consigo.

— Eu tenho uma reputação de merda.

— Se esse for o preço a pagar para deixar de viver sob um molde de menina que toda família queria ter e ser mais corajosa, valeria a pena ter uma reputação de merda.

Eu processei o que ela disse e logo os conselhos de minha mãe me vieram a mente. Por mais que eu não fosse muito com a cara de Ino, a reputação de uma garota era uma coisa importante, eu havia acabado com a minha, meu nome estava na boca do povo. E mesmo sabendo lidar com aquilo e tacando um foda-se para todos, eu tinha que admitir que as vezes incomodava as pessoas sempre apertando a mesma tecla os defeitos que fiz a milhares de anos. Mas estava conformada, foi a escolha que fiz a mim mesma, não havia pensado nas consequências de meus atos e agora arcava com eles. Mas aquela garota não aguentaria a metade do que aguento, pois sempre viveu num molde criado pela mãe e sair dele de uma hora para outra iria ser impactante. E eu tinha cem por cento de absoluta certeza que ela iria se arrepender amargamente por sua escolha, e eu não queria ser a pessoa que desencadeasse isso. Não mesmo.

— Não fale besteiras – e voltei a andar, e ela me acompanhou. – Você pode ser corajosa sem manchar sua reputação.

— Você tem razão, mas sou muito covarde para isso.

— Você não se cansa de fazer tudo o que sua mãe pede, não?

— Não muito, acabei me acostumando.

— Se acostumou ser a lacaia da sua mãe? – Aquela mulher deveria ter feito lavagem cerebral na filha. - Porra garota, ela faz você de fantoche e te priva de ter opções.

— Não quero magoá-la.

Revirei os olhos.

— Apesar dela ser assim, ela me ama e só quer que eu seja feliz.

E ainda tinha a audácia de defender ela, vai entender. A fitei.

— E você é feliz sendo uma pessoa sem opções?

Ela não respondeu.

— Foi o que pensei.

E chegamos na garagem aberta de Shikamaru, o som do baixo que Neji passava os acordes podia ser ouvido logo na entrada, e a falação e zoações deles também. Eles estavam tão distraídos que nem perceberam eu chegando, tive que fazer um barulho na garganta, atraindo a atenção deles para mim e a convidada que eu trazia comigo.

— Ino! – Os palermas disseram ao mesmo tempo com os olhos arregalados e surpresos, poucos incrédulos.

Agora eu não sabia ao certo se era por Ino está realmente na garagem descaída de Shikamaru ou se era por que eu havia trazido ela até lá.

— Oi meninos – ela disse com a sua simpatia perfeita, e sorrindo para eles enquanto adentramos o local.

Os idiotas nos rodearam com aqueles olhos cobiçosos sobre a carne nova no pedaço, e os sorrisos na cara de cada um me dava ânsia de vômito.

— Ela veio ver o nosso ensaio – disse não dando muita importância e saindo do meio da rodinha que eles fizeram e deixando eles lamberem ela.

Babacas.

— Espero não atrapalhar o ensaio de vocês.

— Você não atrapalha, princesa, só deixa tudo mais colorido aqui – disse Shikamaru de um jeito como se não tivesse namorada.

— Senta aqui, Ino – Neji apontou para o sofá velho com uma manta verde musgo sobre ele.

Revirei os olhos caminhando em direção a porta que ficava no final da parede da esquerda e que dava para a cozinha de Shikamaru, escutando Sasuke perguntar a ela se queria algo para beber. Eu só podia tirar uma conclusão de tudo aquilo; homem era tudo igual, tudo farinha do mesmo saco.

Abri a geladeira encontrando um monte de bebidas e energéticos e um monte de coisas que fazia mal para as artérias, agarrei a pequena garrava d’água que estava na porta. Quando eu procurava por um copo limpo nos armários Sasuke entrou na cozinha.

— Está de amiguinha nova, é? – Ele perguntou, se aproximando para aonde eu estava.

— Não enche o meu saco – peguei o corpo e dei alguns passos para o lado quando ele fazia menção de pegar um copo também. – E por que não está lá babando o ovo daquela idiota também?

— Vim pegar um copo de água para ela.

Bufei, revirando os olhos mais uma vez, acho que vou acabar vesga um dia. Coloquei um pouco de água no meu copo e em seguida levei a boca.

— Por acaso você está com ciúmes, Sakura?

Quase me engasguei com a água pelo simples fato de que aquele infeliz ter sussurrado no pé do meu ouvido e com uma voz rouca, o corpo perto o suficiente do meu.

Tossi algumas vezes depois de cuspir um pouco da água que estava em minha boca e olhei para ele com o cenho franzido, subindo minha fortaleza protetora contra ele.

— Vai se foder – e o empurrei com minha mão espalmada em seu peito e dei uns passos para trás. – A última coisa que eu estaria agora é com ciúmes de você, seu metido.

Ele sorriu, umedecendo os lábios com a ponta de sua língua. Seus olhos me fitavam daquele jeito que me fitou naquele dia no meu quarto e meu alerta vermelho logo foi acionado.

— É mesmo? – E se aproximou de mim e me encurralou contra a bancada.

Meu coração só faltava sair pela minha boca de tão forte que ele batia, por que depois de tantos dias eu fui pega de surpresa com aquele garoto agindo daquele jeito que fazia as minhas pernas tremerem.

— Eu estou ainda querendo torcer o seu pescoço pela merda que você fez.

— Não fiz de propósito, era para ser uma brincadeira – e colocou a mão na borda da bancada e colou os nossos corpos e consequentemente me fazendo sentir as suas partes. – Mas as pessoas queriam você como concorrente, o que eu podia fazer?

— Para começo de conversa não ter posto o meu nome na lista. – Eu estava agindo na defensiva, mesmo que meu corpo estivesse reagindo ao seu, e sabia que se eu não o afastasse eu teria que arcar com as consequências mais uma vez.

— Naruto colocou o nome de todo mundo aqui e se eu não tivesse colocado o seu, ele teria colocado só para te zoar.

Estava pouco difícil de processar suas palavras, ele estava perto demais, encostado demais. Me sentia atordoada.

— Dá para você me dar um pouco mais de espaço? – Pedi engolindo a seco, seu rosto também estava perto, seus olhos fitando os meus e vez ou outra desviava para a minha boca quando eu falava.

E o silêncio se formou entre a gente, seus olhos ainda em mim, me fitando antes de seu rosto se aproximar mais, fazendo meu coração bater ainda mais forte e aquele friozinho circular meu estômago. Fechei os olhos automaticamente e senti a sua boca encostar minha mandíbula, bem próximo a minha boca e depositar um beijo ali antes de ele se afastar para trás.

Abri meus olhos, piscando algumas vezes, soltando a respiração que não havia percebido que prendia e o fitei. Ele colocava a água no seu copo e não me olhava mais. Levou a garrava a geladeira e caminhou em direção a saída, mas sua voz soou antes de atravessar o portal:

— Vou ficar esperando até quando você vai aguentar.

Franzi o cenho.

— Aguentar o quê?

Ele parou, virou a cabeça para trás e me fitou por um breve segundo.

— Você entendeu o que eu quero dizer – e saiu da cozinha, me deixando sozinha com os efeitos colaterais de suas investidas proibidas para comigo.

Virei-me de frente da bancada, deixando o copo ali em cima e percebi que eu estava com a respiração desregulada. Sasuke conseguia desestabilizar qualquer tipo de controle que eu tinha e me deixar sentindo uma boba idiota por não consegui resistir ao seu charme quando insistia em flertar comigo. Eu havia percebido que eu não tinha nenhuma chance contra ele, e se ele continuasse agindo daquele jeito eu iria acabar como uma burra apaixonada.

Depois de me recuperar eu voltei para a garagem encontrando os garotos ainda bajulando a Ino e ela era só sorrisos para eles. Bom, quase todos, pois Sasuke já estava com sua guitarra em frente ao seu microfone preso no pedestal.

— Vamos ensaiar essa droga logo se não eu vou embora – eu já fui partindo para a ignorância, minha voz saindo nada-nada satisfeita com o jeito que eles tratavam a perfeitinha como se ela fosse algum tipo de realeza. Mas na verdade eu estava irritada comigo mesma e por minhas mãos estarem soando pouco trêmulas quando Sasuke me fitou quando fiquei atrás do microfone do meu pedestal.

Respire fundo Sakura. Disse para mim mesma. Aja como se o que aconteceu na cozinha não fosse nada demais.

— Vamos galera por que a Sakura hoje está atacada, e é bem capaz de bater na gente. – Comentou Gaara com um humor ridiculamente feliz, sorrindo como se o planeta terra fosse feito de dinheiro.

Apenas revirei os olhos e fitei Ino por um segundo, ela parecia bem confortável sentada no sofá velho de Shikamaru e o mesmo sentado ao lado dela, mexendo em algo no celular.

Os meninos logo se postaram em seus lugares e em instantes o som das baquetas de Naruto batendo soou para em seguida os sons das guitarras tocando naquele ritmo rock de Everybody Wants Something From Me de The Pretty Reckless. Eu gostava bastante daquela música e Sasuke me acompanhava na primeira estrofe:

 

Take a piece of my life

(Pegue um pedaço da minha vida)

Take a piece of my soul

(Pegue um pedaço da minha alma)

Take a piece of my face

(Pegue um pedaço do meu rosto)

So I can never grow old

(Então nunca poderei envelhecer)

 

Sasuke havia se retirado e agora era Gaara que me acompanhava naquela segunda estrofe, e ele estava bem empolgado em sua voz:

 

And take a piece of my world

(E pegue um pedaço do meu mundo)

Take a piece of my heart

(Pegue um pedaço do meu coração)

Take a piece of my brain

(Pegue um pedaço do meu cérebro)

So I can never be smart

(Então nunca poderei ser inteligente)

 

Desta vez eu fazia um solo naquela terceira estrofe, segurava o microfone com minhas duas mãos, e via Ino balançando a cabeça, animada com o nosso som. Shikamaru agora nos filmava com seu celular.

 

Everybody wants to see me down

(Todo mundo quer me ver desabar)

My body on the dirty ground

(Meu corpo sobre o chão imundo)

Everybody wants

(Todo mundo quer)

 

Naquele refrão Sasuke e Gaara me acompanhavam juntos, mesclando suas vozes masculinas com a minha e deixando o som bem legal:

 

I want you to abuse me, use me

(Eu quero que você abuse, me use)

Shut up and do me

(Cale a boca e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Grab me, stab me

(Me agarre, me apunhale)

Go on and have me

(Vá em frente e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Everybody wants something from me

(Todo mundo quer algo de mim)

 

E o som das guitarras soaram em minha pequena deixa, para depois voltar a cantar aquela estrofe com Sasuke como apoio:

 

Take a drink of my drink

(Dê um gole na minha bebida)

Take a drag on my drag

(Dê uma tragada no meu cigarro)

Take a shot at the good

(Tente algo bom)

And take a pill for the back.

(E tome um remédio para as costas)

 

A voz de Gaara me acompanhava mais uma vez, e eu olhei para ele por um momento, ele tocava e estava se exibindo para Ino.

 

Take your momma's advice

(Siga o conselho da sua mamãe)

So you can do what is right

(Então pode fazer o que é certo)

Take a knife to the bed

(Leve uma faca para a cama)

Take a gun to the fight

(Leve uma arma para a luta)

 

Arranquei o microfone no pedestal, para aquele meu solo novamente e automaticamente segurei o fio dele.

 

Everybody wants to see me down

(Todo mundo quer me ver desabar)

Everybody wants

(Todo mundo quer)

 

Fui um pouco mais para trás voltando a cantar o refrão com os meninos me acompanhando, e vi quando Sasuke olhou também para Gaara incrivelmente empolgado.

 

I want you to abuse me, use me

(Eu quero que você abuse, me use)

Shut up and do me

(Cale a boca e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Grab me, stab me

(Me agarre, me apunhale)

Go on and have me

(Vá em frente e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Everybody wants something from me

(Todo mundo quer algo de mim)

 

Aquela foi a minha deixa para o solo de guitarra dos meninos, Sasuke se inclinava para frente enquanto tocava e Gaara havia ido para mais perto do sofá com a sua, um verdadeiro pavão de exibição. Dei as costas para aquele sofá e fitei Naruto trabalhando em sua agilidade de suas baquetas. Ele piscou para mim com aquele sorriso alegre e foi impossível não retribuir o sorriso, eu estava contagiada com aquela música, já havia penetrado cada célula de meu corpo.

A minha vez de cantar chegou para a minha estrofe solo, me fazendo virar para frente:

 

Break me, take me

(Me quebre, me leve)

C'mon and make me

(Vem aqui e me pegue)

'Cuz everybody wants

(Pois todo mundo quer)

 

E o final do refrão eles voltaram a cantar junto comigo mais uma vez:

 

Abuse me, use me

(Abuse, me use)

Shut up and do me

(Cale a boca e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Grab me, stab me

(Me agarre, me apunhale)

C'mon and have me

(Vem aqui e me pegue)

'Cuz everybody wants something from me

(Pois todo mundo quer algo de mim)

Yeah, everybody wants something from me

(Todo mundo quer algo de mim)

 

E o encerramento daquela canção era mais uma vez com o solo de guitarras e foi aí que Ino pegou seu celular e o levou a orelha e tampou a outra com a mão. E quando o nosso som acabou foi com um Ok que ela dizia para a pessoa do outro lado da linha e já se pondo de pé, desligando o celular e nos fitando.

— Vocês são muito bons mesmo – e sorriu mais –, vão arrasar no baile.

— Isso é só uma amostra do nosso poder – disse Naruto atrás da bateria, apontando para ela com sua baqueta.

— Estou vendo – disse -, mas agora eu tenho que ir.

— Mas já? – Gaara foi para mais perto dela. – Você acabou de chegar.

— Desculpe, mas a minha mãe está me esperando na esquina.

— Que pena – disse Neji.

— Mas se quiser vir aqui ver a banda novamente, sinta-se à vontade – disse Shikamaru também de pé ao lado dela.

Olhei para ele incrédula, que apenas ignorou.

— Obrigada, Shikamaru, vocês são bem legais. – E apontou com o polegar para atrás. – Mas agora tenho que ir.

— Ino, espera – disse Gaara de repente, tirando sua guitarra e a colocando num canto.

— Oi.

— Então – ele riu, colocando a mão para detrás de sua cabeça – eu estava pensando... quer dizer, eu queria perguntar se você não... tipo, você não quer... quer dizer, você tem par para o baile?

Ah meu Deus, eu não podia acreditar que Gaara estava pedindo a Ino para ir ao baile, e o pedido havia sido digno de pena. E eu não era a única que pensava daquele jeito, já que os meninos reviravam os olhos diante daquela cena vergonhosa.

— Você está me convidando? – Perguntou Ino, o fitando.

— Não! – Ele respondeu e eu fiz uma careta, e Neji deu um tapa em sua testa. – Quer dizer, talvez... se você não estiver um par.

— Que humilhação – resmungou Sasuke atrás de mim.

E realmente era uma humilhação, pois Gaara estava tão nervoso que eu podia ver suas mãos trêmulas e ele tentava disfarçar segurando algo invisível nas suas costas, enquanto Ino estava perfeitamente tranquila e agia de um jeito perfeito. Mas mesmo achando que ela estava perfeita, eu agora sabia que era uma garota para lá de medrosa, que só sabia disfarçar seus medos com mais perfeição.

— Eu gostaria de ir com você, Gaara – ela disse, e depois sorriu.

— Sério...? – E por um momento ele pareceu surpreso pela resposta positiva de Ino, e seu rosto tomar uma coloração vermelha nas bochechas. – Digo... legal – e sorriu em seguida esticando o braço até a pilastra para se apoiar, e quase foi ao chão,  pois não havia prestado atenção no local aonde a pilastra estava.

Os meninos apenas prenderam o riso com a mancada de Gaara e eu me joguei no sofá que estava a minha frente.

— Então eu vou indo, tchau gente – ela acenou para os meninos já caminhando até a saída.

— Tchau – eles disseram em uníssonos.

— Tchau, Sakura.

— Tchau.

Eles só esperaram Ino sair da garagem para explodirem em risadas e vaição, avançando para cima de Gaara dando tapas na cabeça dele.

— Você é muito otário, cara – disse Neji, balançando a cabeça.

— A Ino aceitou ir comigo ao baile – ele disse, dando um sorriso de um canto a outro.

— Eu vi você todo se amostrando para cima dela com a guitarra – falei, me deitando agora no sofá.

— Aquela era a minha chance de fazer ela me notar.

— Grande merda – disse Sasuke.

— Eu senti foi vergonha alheia – disse Shikamaru indo para sua cozinha.

— Como você conseguiu trazer a Ino até aqui, Sakura? – Perguntou Naruto.

— A mãe dela é cliente da minha mãe.

— Porra, Gaara conseguiu um par para o baile e eu aqui sem ninguém – comentou Neji, tocando agora alguns acordes de seu baixo.

— Pior vai ser a pessoa que for levar a Sakura para o baile – comentou Gaara, me olhando maldoso.

Fechei a cara para ele.

— Quer convidar ela não Sasuke? – Zoou Naruto.

— Convida você, cabeção – disse Sasuke.

— Quem a Sakura deve ler ao baile? – Comentou Neji entrando na zoação.

— O seu pai, paspalho – respondi ficando de pé e caminhando em direção ao meu pedestal.

— Ui, poderia ter dormido sem esse agora. - Naruto agora riu.

— E você sem a Coca Cola na cara, babaca – rebateu Neji.

Bufei, começando a me irritar com as palhaçadas deles.

— Dá para vocês param de ficar falando merda, e vamos tocar logo – pedi, já impaciente. – E já avisando que quero Bad Reputation agora.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Clima sasusaku na cozinha e um Sasuke esperando uma Sakura perceber até quando vai fugir kkk
E o que me dizem desse momento da Sakura com a Ino? Acham que pode nascer uma amizade entre as duas?
E essa mãe dela, a Naomi beata?
Espero que tenham gostado.
A música do capítulo é da banda The Pretty Reckless, Everybody Wants Something From Me: https://www.youtube.com/watch?v=lleI-3T6PGE
Nos vemos semana que vem.
Bjs ♥



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