Bad Reputation escrita por CherryBomb91


Capítulo 18
Consequência


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!
Desculpe a demora, mas tive um pequeno bloqueio em desenvolver esse penúltimo capítulo da história.
Quero agradecer aos comentários e favoritos.
E sim gente, esse é o final, o próximo capítulo é o epilogo dessa temporada.
Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720584/chapter/18

 

— O Céu É Uma Vizinhança

Uma vez – aproximadamente um ano e meio – Itachi havia dito que um dia eu ainda iria ver o sol nascer quadrado por causa das minhas ações. Naquela época eu ri muito da cara dele e disse que era só o que me faltava para colocar em meu currículo de reputação ruim. Eu achava um máximo ter uma ficha na polícia. Na minha cabeça doente iria elevar meus status de fodona, tipo, não mexe comigo.

Agora, eu estava dentro de uma cela fedida e fria com um monte de adolescentes infratores que foram pegos com a boca na botija e lembrava das minhas palavras daquela época e percebia o quanto eu havia sido uma idiota por falar um monte de merda. A cadeia não era nenhum pouco legal, e as consequências do que estaria por vir não iria ser nenhum pouco boas.

Estava realmente em maus lençóis.

Eu tentava transparecer o mais calma possível, mas só eu sabia o furacão que estava dentro de mim. Eu queria gritar. Eu queria chorar. Eu queria a minha mãe. Mas eu sabia que me desesperar não iria me tirar daquela encrenca, só iria deixar Gaara e Sasuke mais desesperados.

Os dois só faltaram chorar como menininhas. Gaara estava de pé segurando as grades e com a testa encostada nela murmurando que estava fodido, pois não tinha grana para pagar um advogado. Já Sasuke, estava andando de um lado para outro com a mão na cabeça, o desespero era visível em seu rosto enquanto resmungava algo sobre ser esfolado pelo pai e escola militar. Eu não sabia o que tinham contado a ele sobre essa bendita escola, pois ele tinha fobia daquele lugar.

E eu, estava sentadinha no chão, abraçando meus joelhos encolhidos no meu peito enquanto roía as minhas unhas. Já estava presa a umas duas horas e meia e um monte de coisas já passou pela minha cabeça. E a primeira de todas era; a minha mãe iria me matar.

— Isso é tudo culpa do imbecil do Shikamaru – disse Sasuke de repente, agora revoltado e parando de andar, olhando para mim e Gaara. – Eu sabia que a ideia dele de invadir a casa dos outros iria dar merda.

Gaara se virou para Sasuke, ficando de costas para as grades.

— Lamentar agora não vai adiantar de nada. A merda já foi feita e estamos presos, fim da história.

— Fim da história os cambal. – Sasuke franziu o cenho. - Enquanto aquele filho da puta está lá fora estamos aqui dentro. E eu não sei qual é o pior, ficar aqui dentro ou ir para aquela droga de escola militar.

— Porra, você só sabe falar dessa merda de escola! – Brigou Gaara, o cenho franzido. – Tudo para você é essa escola militar. O que tem de mais? Deixa de ser marica.

Sasuke avançou para cima de Gaara, segurando a sua camisa, claramente nervoso.

— Repete de novo, seu filho da puta.

Merda.

Era só o que faltava para completar, aqueles dois brigando.

Me levantei rapidamente e fui apartar aquela briga antes que eles começassem a troca de socos e rolassem pelo chão.

— Dá para os dois pararem de brigar? – me enfiei no meio entre os dois, empurrando Sasuke para longe de Gaara. – Querem arrumar mais encrenca?

— Olha aqui – disse Sasuke para Gaara. – O Shikamaru está fora da banda.

Gaara tentou partir para cima de Sasuke, mas eu o impedi com minhas duas mãos em seu peito.

— Para, Gaara.

— Você não pode expulsá-lo. - Gaara apontou para Sasuke. - Você não é o dono da banda.

— Fui eu que teve a ideia de montar essa porra, então eu tenho o direito de expulsá-lo. Para falar a verdade, não sei por que ele está com a gente. Ele só arranja encrenca quando está no meio.

— Você fala como se fosse o santo que estivesse sendo desvirtuado.

— Mais que droga! - Gritei enquanto batia o pé, irritada com aqueles dois. - Vocês não podem parar de brigar?

— Que arruaça é essa aqui? – A voz do policial soou do outro lado das grades, chamando a nossa atenção. Segurava um molho de chaves. Ele abriu a porta da cela e apontou para mim e Sasuke. – Vocês dois, bora, estão liberados.

Gaara se aproximou, a expressão apavorada.

— E eu?

— Você fica.

Na boa, morri de pena de Gaara enquanto saíamos daquela cela e o deixando para trás. Eu não podia fazer nada por ele, no momento estava encrencada até o último fio de cabelo. Mas torcia para que a Temari tenha um plano.

O policial trancou a cela novamente.

— Sakura – me chamou, segurando as grades, como se eu fosse a sua última esperança.

— Vou fazer o possível para te tirar daqui – disse, olhando para trás enquanto era empurrada pelo policial a andar mais rápido.

Aquilo era uma grande mentira, pois nem eu sabia o que seria de mim depois que saísse do xadrez.

Olhei para Sasuke e ele olhou para mim, tínhamos consciência que nossos pais haviam sido convocados e a cadeia agora parecia ser o menor dos nossos problemas. O que nos esperava era bem pior, os nossos pais.

O policial nos guiou até a sala do delegado e assim quando ele abriu porta, já revelava minha mãe, meu pai, o pai de Sasuke e mais um homem engravatado que chutaria ser algum advogado.

— Sakura! – Disse a minha mãe vindo até mim e me abraçando com força. – Você me paga quando chegar em casa – sussurrou em meu ouvido antes de me soltar.

É claro que fiquei com o meu cú na mão, ainda mais depois de perceber que ela estava junto de meu pai.

Minha mãe tinha um certo rancor por meu pai a trocar por uma mulher mais velha e rica e ver os dois juntos eu podia imaginar que minha mãe deveria ter engolido o orgulho para pedir a ajuda de papai. Se eu acho que ela estava brava comigo? Não. Imagina. Ela deveria estar querendo me matar e me enterrar viva.

Desviei meus olhos para Sasuke, ele se mantinha bem longe de seu pai, bem na porta, quieto e sério como um cordeiro. Coitado, estava lascado, acho que bem pior que eu, pois a cara do tio Fugaku não era nenhum pouco boa.

— Então está tudo certo? – Perguntou o homem engravatado para o delegado.

— A fiança foi paga, mas os dois terão que cumprir a advertência de seis meses a prestação de serviços à comunidade. – O delegado fitou eu e Sasuke, o rosto sério. – E que isso seja uma lição para toda uma vida. Invasão de domicilio é crime.

— Pode ter certeza que depois dessa, o meu filho vai pensar duas vezes antes de invadir a casa dos outros. – Disse o tio Fugaku, os olhos em Sasuke.

— A Sakura também - disse meu pai olhando para mim com a expressão séria.

Mano, eu nunca o vi tão sério em toda a minha vida.

*  *  *

O caminho até em casa no carro de papai havia sido silencioso, nenhuma palavra dita por nenhum de nós, nenhuma mesmo, e como não era idiota eu preferi ficar quietinha.

Tio Fugaku agradeceu meu pai por ter pago a fiança de Sasuke e o tirado da cadeia com o seu melhor advogado. Em seguida o levou embora dentro da van que usavam para carregar as encomendas da tia Mikoto.

Mano, o relacionamento do tio Fugaku com Sasuke era bem sinistra, parecia que ambos conversavam só com a força do olhar. Um mísero olhar do tio Fugaku e Sasuke sabia o que fazer, tipo, bem telesinesi estilo X-Man.

Uma coisa boa foi ter visto Temari chegar com seu irmão mais velho, Kankuro, na delegacia. Sabia que eles iriam dar um jeito de tirar o Gaara de lá. Menos mal.

O carro parou em frente à nossa casa, a noite era fria apesar de ser verão, tão fria quanto o clima entre os meus pais. E quando entramos dentro de casa e a porta foi fechada, a ladainha começou. Meu pai foi o primeiro a falar, o tom frio e duro, olhando sério para mim:

— Suba para o seu quarto e arrume as suas coisas agora.

— O quê? – Dissemos eu e mamãe em uníssonos, o cenho franzido.

— Como assim, arrumar as minhas coisas? – Questionei, não gostando de nenhum pouco daquela conversa.

— Que conversa é essa, Kizashi?

O coroa ainda sério respondeu:

— A Sakura a partir de hoje irá morar comigo.

 Quê? – Gritei, incrédula. Ele fumou maconha por acaso? O que passou pela cabeça dele pensar que eu iria sair do meu cafofo para morar naquela casa? Nem fudendo. – Eu não vou morar com você!

— Você não vai levar a Sakura – minha mãe brigou, se aproximando de meu pai, o cenho franzido e apontando o dedo para ele. – Você não tem esse direito.

— Você que não tem o direito de criar a Sakura – a voz dele também aumentou, rebatendo a minha mãe. – Na época quando nos separamos eu deixei a Sakura ficar com você, pois o filho tem o direito de ficar com a mãe. Mas agora eu vejo que eu tomei a decisão errada. A Sakura tinha que ter ficado comigo.

— Nunca iria ter deixado você levar a minha filha para morar com aquela mulher.

— Pelo menos ela não teria se tornado – e a sua mão apontou para mim, os olhos em minha mãe - essa marginal que invade a casa dos outros.

— Olha o que você está falando? Está chamando a nossa filha de marginal.

— E você acha que ela foi o que, agindo desse jeito? Mebuki você está pensando que eu não estou por dentro do que acontece com essa menina? Eu sei de tudo. Sei do quão ruim ela vai na escola, as notas baixas e as idas semanais a detenção. As saídas noturnas em bares do outro lado da cidade com aqueles moleques, e sabe se lá o que ela apronta. E agora ela é presa por invasão de domicílio. Você acha que está fazendo o seu trabalho de mãe?

— Eu faço o melhor que eu posso – minha mãe disse entredentes, o rosto vermelho de raiva.

Quem meu pai pensa que é para vir falar assim com a minha mãe? Que moral ele têm?

— Mais o seu melhor não é o suficiente – ele disse. - A Sakura está precisando de limites. E serei eu que colocarei esses limites quando ela vir morar comigo.

— Eu não vou morar com você. – Gritei, fazendo-o olhar para mim. - Nunca! Não vou ficar na mesma casa que aquela mulher sebosa. Eu não gosto dela. A minha mãe é uma ótima mãe, e eu vou ficar com ela e pronto!

— Você não tem o que querer. Você não tem o direito de escolher nada. Hoje eu paguei uma fortuna para livrar a sua cara da prisão. – Ele apontou para mim. - Você e seu namoradinho.

Parei.

Senti meus olhos arregalando levemente.

Como ele sabia de mim e Sasuke?

— O Quê? – Questionou a minha mãe, o cenho franzido e me fitou. - Namorado?

— Ah, você não sabia? – A voz dele soou debochado. – Mais um item a minha lista de como você está educando bem a nossa filha. Eu estou por dentro da vida dela mais do que você que vive com ela. Isso que dá deixá-la solta por aí. Todo mundo falando dela. Uma reputação jogada na lama por que você – apontou para ela - é uma péssima mãe.

— Olha lá como você fala da minha mãe. – Eu parti para cima, não iria deixar aquele homem falar assim da minha mãe. Nunca. - Você não tem o direito de falar assim dela. Você não sabe de nada. Você está aqui agora se sentindo o dono da razão, mas não pensou duas vezes de abandonar a nós duas para dar o golpe do baú naquela idiota peituda. Você não tem moral para falar assim comigo.

E meu rosto virou para o lado, ao som de um tapa que o infeliz do meu pai me deu. Olhei para ele, incrédula, segurando o local que ardia pelo tapa.

— Você bateu nela, seu monstro – mamãe o empurrou.

— Ela tem que aprender a controlar a língua e não dizer o que não devia.

— Eu odeio você – minha voz saiu entredentes, sentia um ódio crescer dentro de mim. – Eu te odeio! – Gritei com todas as minhas forças, correndo para as escadas, mas parei no terceiro degrau e me virei para ele e gritei, o ódio me consumindo por dentro: – Eu não vou morar com você, nunca. Você pode me amarrar, me amordaçar, mais eu não vou com você. Não vou morar naquela casa com aquela mulher. Você não pode me obrigar a nada, por que você não tem moral comigo. Você não é o meu pai. Eu te odeio!

Terminei de subir as escadas correndo e entrei no meu quarto batendo a porta com força. Eu tremia por dentro, um ódio tomando conta de mim. Ele não era mais o meu pai. Ele não vai me levar embora, por que eu iria fugir. Pior ainda, iria tornar a vida dele e daquela mulher num inferno. Isso eu juro que eu faria.

Me joguei na minha cama, tampando minha cabeça com o travesseiro, ainda podendo escutar a discursão deles dois lá embaixo, e pela forma que um gritava com o outro, coisa boa não iria sair daquilo.

Meu corpo todo tremia, iria ficar louca assim, eu precisava me distrair. Sim distrair.

Levantei da cama e fui atrás dos meus fones de ouvidos, os achei debaixo da cama. Conectei no meu celular e voltei a deitar na cama. Busquei na minha playlist e coloquei na primeira música que vi, e logo a voz grave do Dave Grohl ecoou alta nos meus ouvidos cantando The Sky is A Neighborhood, uma das músicas favoritas de Sasuke dos Foo Fighters que ouvimos juntos semana passada.

 

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

So keep it down

(Então, diminua o barulho)

The heart is a storybook

(O coração é um livro de histórias)

A star burned out

(Uma estrela apagada)

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

Don't make a sound

(Não faça barulho)

Lights coming up ahead

(As luzes estão chegando à frente)

Don't look now

(Não olhe agora)

 

Fechei meus olhos com força, tentando me acalmar. Aumentei mais o volume, não queria escutar aqueles dois brigando por mim. Não queria que esse dia existisse.

 

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

Don't look now

(Não olhe agora)

 

Por mais que eu quisesse não estava conseguindo esquecer e me concentrar na música, sabia que havia passando dos limites. Não podia colocar a culpa toda no Shikamaru, pois eu tive culpa quando aceitei fazer o show na casa do Shino.

 

Oh, my dear, heaven is a big bang now

(Oh, minha querida, o céu é um grande estrondo agora)

Gotta get to sleep somehow

(Precisamos dormir de alguma forma)

Bangin' on the ceiling, bangin' on the ceiling

(Batendo no teto, batendo no teto)

Keep it down

(Diminua o barulho)

Oh, my dear, heaven is a big bang now

(Oh, minha querida, o céu é um grande estrondo agora)

Gotta get to sleep somehow

(Precisamos dormir de alguma forma)

Bangin' on the ceiling, bangin' on the ceiling

(Batendo no teto, batendo no teto)

Keep it down

(Diminua o barulho)

 

Sasuke tinha razão, Shikamaru só nos enfiava em encrencas e sempre saía limpo enquanto nós nos sujamos. Todas essas confusões que nos metemos foi por ideia dele. E como idiotas inconsequentes achávamos um máximo.

Itachi avisou, sim, ele bem que avisou. Ele o conhece para dizer isso, mas fomos todos idiotas.

 

Mind is a battlefield

(A mente é um campo de batalha)

All hope is gone

(Toda a esperança se foi)

Trouble to the right and left

(Problemas à direita e à esquerda)

Whose side you're on?

(No lado de quem você está?)

Thoughts like a minefield

(Pensamentos como um campo minado)

I'm a ticking bomb

(Eu sou uma bomba prestes a explodir)

Maybe you should watch your step

(Talvez você deva prestar atenção por onde anda)

Don't get lost

(Não se perca)

 

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

Don't get lost

(Não se perca)

 

Oh, my dear, heaven is a big bang now

(Oh, minha querida, o céu é um grande estrondo agora)

Gotta get to sleep somehow

(Precisamos dormir de alguma forma)

Bangin' on the ceiling, bangin' on the ceiling

(Batendo no teto, batendo no teto)

Keep it down

(Diminua o barulho)

Oh, my dear, heaven is a big bang now

(Oh, minha querida, o céu é um grande estrondo agora)

Gotta get to sleep somehow

(Precisamos dormir de alguma forma)

Bangin' on the ceiling, bangin' on the ceiling

(Batendo no teto, batendo no teto)

Keep it down

(Diminua o barulho)

 

The sky is a neighborhood

(O céu é uma vizinhança)

 

Senti uma mão me cutucando o braço, abri meus olhos num rompante, meu corpo tomando um impasse de susto. Minha mãe estava em pé ao lado de minha cama, séria. Tirei meus fones do ouvido e me sentei na cama, a fitando.

— Ele já foi?

— Sim. - Sua voz era seca, e me olhava com frieza. - Bonito, dona Sakura.

— Mãe, eu posso explicar - disse enquanto colocava minhas pernas para fora da cama.

— Explicar? - E seu cenho franziu. - Explicar o quê, Sakura? Olha bem o que suas atitudes te levaram? Para dentro de uma cela de cadeia. Agora você tem uma ficha na polícia. Você tem noção do que arrumou para a sua vida?

— Mãe...

— Você não sabe como está a minha cabeça nesse momento quando atendi o telefonema da delegacia dizendo que você foi presa em flagrante por invasão a domicílio. Você não sabe como me senti quando recebi uma ligação dessas. Eu tive que ligar para seu pai e quem atendeu foi a desgraçada da mulher dele. Eu me senti humilhada pelo traste do seu pai. Eu tive que ouvir os desaforos dele sobre eu não ser uma boa mãe.

— A senhora é uma boa mãe – minha voz soou rápida, me sentia mal por minha mãe ter recebido aqueles desaforos daquele homem.

— Mas você faz com que eu não pareça. - Brigou e apontou para a porta. - Agora ele vai mover céus e terras para tirar você de mim.

Franzi minhas sobrancelhas.

— Eu não vou com ele, já disse.

— Você ainda não entendeu? Você não tem que querer, garota. Depois do que você fez com aqueles arruaceiros que você chama de amigos, nenhum juiz vai me achar apta para cuidar de você.

Me pus de pé num rompante, abrindo os braços, a ficha caindo e meus olhos embaçando.

— Tá, eu errei, me desculpa!

— Pedir desculpas não vai resolver nada. Não vai impedir seu pai de usar os melhores advogados para tomar a sua guarda de mim. - E segurou meus ombros com suas duas mãos e olhou bem no fundo dos meus olhos. - Minha filha, põe na sua cabeça e aprenda dessa vez. Tudo que se faz nessa vida tem consequências. E hoje você ultrapassou todos os limites. Eu te vejo hoje e não te reconheço mais.

— E-eu sou a mesma, mãe – minha voz saiu baixa e trêmula, estava a um fio de desmoronar.

— Não. – Ela balançou a cabeça para os lados. - Você não é. Você apronta. Você mente. Você me esconde as coisas. Como é que eu fico numa situação dessas? - E me soltou, batendo as mãos em seus quadris. - Pelo jeito seu pai sabe mais da sua vida do que eu. Você está namorando mesmo com o Sasuke?

— Estou.

— Por que você não me contou?

Subi meus ombros para cima, tentando controlar aquelas lágrimas, segurava o máximo. Eu odiava chorar.

— Ah, sei lá. Não achei importante.

— Você não achou importante? – E suspirou. - É claro que é importante para mim saber quem você sai ou quem você namora. Você é a minha única filha, poxa. Você é importante para mim.

E por mais que eu tentasse segurar, não consegui. Senti a lágrima escapar dos meus olhos, eu nunca tinha visto a minha mãe tão magoada como eu via ela agora. Aquilo me doeu, lá no fundo. Eu me sentia a pior filha do mundo. A minha mãe não merecia uma filha que nem eu. Ela era uma boa mãe e eu amo muito, mas eu não a merecia.

— Me desculpe – murmurei e mais outras lágrimas vieram. – Me desculpe, mãe.

— Não adianta se se desculpar agora – sua voz era dura, os seus olhos estavam vermelhos, mas nenhuma lágrima ela derramou. Estava sólida e intacta, enquanto me advertia de todas as minhas merdas. - Você está de castigo o resto do verão. Não quero te ver colocando a cara para fora daquela porta. – E se aproximou da minha cama e pegou meu celular, mostrou para mim. – Isso aqui também está confiscado.

Ah, não!

— Mas mãe...

— Sem, mas - me interrompeu. - Você precisa de limites. A partir de hoje, as coisas vão mudar. Se antes me achavam uma mãe liberal, agora vou ser a mãe rédea curta.

E me deu as costas e se afastou, mas parou no portal a mão na maçaneta e me fitou.

— Eu estou muito decepcionada com você.

E não esperou uma resposta minha, fechou a porta e me deixou sozinha naquele quarto. As lágrimas vieram a balde e chorei enquanto caía na cama com a cara no travesseiro. Chorei querendo que o tempo voltasse atrás e que eu fosse esperta o suficiente para não ter ido naquela festa.

Chorei por que fui muito idiota.

Eu realmente havia me dado mal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Realmente tudo que se faz tem consequências, e não seria diferente para essa trupe rebelde.
Briga entre Mebuki e Kizashi foi feia. Será que a Sakura realmente vai morar com o pai?
E Sasuke? Vai realmente para escola militar?
E Gaara? Será que conseguiram soltá-lo?
E os outros?
Sim, pessoal, esse é o penúltimo capítulo da primeira temporada, mas adianto que a segunda temporada é certa para o mês de setembro.
Espero que tenham gostado e não demorarei para trazer o epilogo.
Bjs.

Foo Fighters – The Sky is A Neighborhood: https://www.youtube.com/watch?v=F3crJmEPs1I



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bad Reputation" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.