Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 20
6 Angry Bitches


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Desculpem pelo atraso kkkk. Mas aqui está o episódio. O Nome deste episódio é uma referência ao clássico filme "12 Angry Man". E logo vão entender o porque... Segurem-se, a coisa vai ficar feia!



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Era fim de tarde. O Campus estava jogado num verdadeiro limbo. Sem Heitor, e sem substituto aparente. Os professores e coordenadores se estapeavam em discussões escandalosas no prédio da administração enquanto o resto do colégio parecia afundar em pânico e desordem. Estudantes perambulavam para todo lado desnorteados sem ter para onde ir ou o que fazer até que uma decisão do conselho fosse tomada. Sem aulas naquele dia, mas sim o medo. Um ou outro estudante já havia feito as malas para dar o fora, e o modo como o local parecia quase deserto por conter a grande maioria confinados em seus próprios quartos, faziam com que a experiência de andar por Pendleton fosse desolador. As poucas almas que se via caminhando por aí, eram um alívio.

Claire e Gigi aproveitavam a falsa calmaria para esfriar a cabeça no pátio principal. A loirinha tomava seu suco natural de canudinho alimentando esperanças na conversa com a Diaba:

—Então, já descobriu alguma coisa?
—Nada ainda, acredita? Geralmente é tão fácil.
—Falou com a Rachel?
—Falei. A Vadia se fez de durona. Não consegui arrancar nada dela. Agora não sei se ela vai se tocar e ouvir tudo o que eu disse, ou se entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
—Gente.. ainda estou chocada com o Matt... que manhã dos infernos foi essa. Só quero que esse dia acabe.
—Nem me fale.
—Mas.. a Rachel. Ela soou falsa para você?
—Pior que não. Por isso fiquei tão confusa. Não vi nela nenhum vestígio de suspeita. Agora não sei o que fazer. Quando fui falar com ela tentei não dar na cara que eu estava tentando ver se ela era ou não suspeita. Mas parece que não funcionou.
—Talvez seja isso.
—Como assim?
—Ué, se você estava tentando não dar na cara... vai ver ela realmente nem se tocou o que você estava tentando fazer e por isso você não conseguiu uma reação digna dela.
—Tá, mas quer que eu faça o quê? Que eu volte lá e pergunte se ela é assassina? Isso é idiota.
—Mais ou menos.. pensa assim. O Assassino não vai se entregar. Ele está pronto para se fazer de idiota quanto ao assunto. Vai driblar qualquer um que tente arrancar algo dele, está preparado pra isso. Principalmente para você, eu acredito. Então, se por exemplo você fosse falar com a pessoa que está por trás da máscara sem dar na cara que está tentando tirar alguma informação, ele ia de passar a perna naturalmente pois não quer bobear e acabar soltando uma besteira que o incrimine. Mesmo que você esteja conversando com ele sobre... sorvetes ou sei lá. Ele tá preparado pra tudo. Agora por exemplo, se você deixar claro e colocar a pessoa contra a parede por assim dizer, com certeza vai arrancar uma reação dele ou dela. Tipo assim ,quem é culpado.. esconde demais. E quem não é, conta tudo. É só ver quem está se fazendo demais de inocente.. e talvez encontre sua resposta.
—Então....até que não é má ideia.
—Obrigada. -Disse sugando o canudinho contente consigo mesma.
—E por falar nisso, acho que vou testar esse novo método agora. -Falou Claire abrindo um leve sorriso pretensioso, olhando pare frente de queixo erguido.

Gigi a fitou estranhamente, procurando saber o que ela havia visto. Acompanhando o olhar da Diaba, viu mais a frente Paul, sentado num dos degraus de entrada do prédio da biblioteca com Tim ao seu lado.

—Ah.. não. Você não está pensando em ir lá, não é?
—Eu não estou pensando... -Respondeu ela caminhando confiante em frente.
—Claire, espera, não me escuta! É sério, eu sou pirada!
—Ótimo. Nunca gostei de gente normal mesmo.
—Ai meu Deus... -Disse cabisbaixa em reprovação, mas sabia que não tinha outra alternativa a não ser.. ir junto.


Cada passo deixava a Morena sarcástica mais próxima de obter uma resposta, ou quem sabe... iniciar uma confusão. Mal passava por entre a última árvore a frente e Paul já notara a presença de alguém se aproximando, levantando a cabeça rapidamente fitando a Diaba diretamente esboçando um sorriso logo em seguida:

—Claire! E aí!

Tim permaneceu quieto, mostrando um sorrisinho de lado um pouco falso. Claramente só estava tentando ser educado.

—E Aí, digo eu Paul.. -Disse ela agora ficando de frente a ele não respondendo com a mesma simpatia que recebera do "Amigo".

O Garoto se levantou exibindo expressão contente, respirando fundo como se tivesse feito tremendo esforço para se levantar, encarando-a de modo pacífico.

—Infelizmente eu já tava indo.. mas.. -Falou dando um passo à frente, prestes a se retirar.
—"Mas" nada. -Respondeu ela, pressionando a ponta do dedo contra o peito do jornalista, como um sinal para que o mesmo não se movesse.

Paul levantou as mãos em sinal de rendição exibindo uma cara sarcástica:

—Wow, calma aí, Xerife. Que foi?
—Senta, Paul. -Respondeu Seca.


Aparentando não estar entendendo nada, o Jornalista fez bico erguendo as sobrancelhas dando uma olhada de questionamento para Gigi, que vinha logo atrás de Claire, mas a mesma não lhe deu resposta alguma. Fingiu estar bebendo o suco ainda não tirando o canudo da boca, observando tudo sem dizer nada, em pânico.

—Ok.. -Disse ele confuso, dando um passo atrás tornando a se sentar no degrau onde Tim não reagia, mantinha um olhar "Sem rumo" como se estivesse alheio a tudo.
—Muito bem... -Continuou Claire. -Vamos fazer isso rápido? Igual a BandAid, tudo bem?
—Eu ainda não entendi porra nenhuma.. mas.. tudo bem, Fala aí.
—É você que tá matando todo mundo?

A Surpresa nos olhos do garoto foi drástica. Como se todo o ar tivesse sido sugado de seus pulmões. Paul ficou sem reação, de olhos enormes feito uma estátua.

—Ahm.. o quê?
—Eu te fiz uma pergunta.
—Claire, o que está acontecendo?
—É você, não é?...
—Não!
—Ah, claro.
—É Sério!
—Paul, pelo amor de Deus... assume. -Disse em tom de cansada, incrementando sua atuação.
—Eu não matei ninguém. Peraí, você tá legal? Cheirou foi? -Disse esfregando a ponta do Nariz, fingindo estar limpando restos de cocaína.


Ela cruzou os braços, fitando-o seriamente mantendo-se na performance.

—Claire, sou eu.. Paul! Seu amigo.
—Eu também já pensei que tinha amigos antes.
—Caramba. Claire, me escuta. O que tá fazendo? Sério, não estou te reconhecendo.. -Disse em tom desapontado.
—Eu só queria uma resposta na lata.

Ele ia falar alguma coisa, mas hesitou. Não foi capaz de soltar palavras, permanecendo de boca aberta e muda devastado com a forma em que Ripley lhe acusara.

—Eu nem sei o que dizer.. e espero sinceramente que você esteja brincando. Isso é uma acusação muito séria.
—Acha que eu não sei disso?
—Se estiver falando sério. E prefiro acreditar que não está.. eu vou sair de perto de você.. e não vou fazer questão de olhar na sua cara de novo. Estamos entendidos?
—Sim.. -Respondeu um tanto cabisbaixa.
—Então.. quer retirar o que disse? Ainda dá tempo.
—Ok... desculpe.. desculpe mesmo. -Claire abriu os braços se aproximando.

Paul respondeu envolvendo-a num abraço tenso. Um longo suspiro se deu entre os dois, que envergonhados eram tomados por inúmeros pensamentos ocultos com as cabeças deitadas um no ombro do outro. Paul olhava diretamente para Gigi enquanto passava as mãos nas costas da Diaba, como se mentalmente a julgasse. A Menina não teve coragem de encará-lo, desviando o olhar imediatamente fingindo não ter prestado atenção no que acabara de acontecer.

Claire, com o queixo posicionado no ombro largo do Nadador, acabara voltada para Tim, que portava uma expressão um tanto desesperada demais, ficou intrigada. Queria continuar cutucando a ferida, até que algo saísse dali.

—Paul.. eu sinto muito. Mas e o Tim?
—O que tem ele? -Falou o garoto libertando Ripley de seu abraço, afastando-se sutilmente dela.
—Você confia nele? -Disse descarada, apontando o dedo para o menino.
—Não.. você não está fazendo isso agora.
—Tá. Se você diz que não é você, beleza. Mas e ele? Quero que ele me convença.
—Ahm.. "Ele" está bem aqui, viu? -Respondeu Timothy erguendo a mão.

Claire revirou os olhos:

—Então, Tim..
—Pronto, lá vem. Só uma coisa, garota. -Respondeu o Jovem sem a menor paciência. -Eu nunca te dei esse tipo de intimidade, tá legal? Você pode ser amiga do Paul e tudo mais, mas eu e você não somos nada. E se você acha que eu vou ser tão legal quanto ele nisso, está enganada. Vai me acusar ou vai ficar quieta?
—Hum.. nossa... duas opções muito tentadoras. Mas minha língua de víbora não consegue ficar parada, sabe como é... Você matou Minnie? -Sorriu feito uma louca de hospício após proferir a frase com tamanho sarcasmo.
—Quê?
—E Depois serviu sopa com os restos mortais da garota?
—Paul, não me segura que eu vou acabar com ela! -O Magrinho Levantou-se num salto furioso, sendo segurado pelo Jornalista no mesmo momento, tomado por puro instinto.
—Hey! Hey! Hey! Calma, calma!
—Amor, Não manda eu me acalmar!
—COMO É??! -Exclamou Claire em choque.

Gigi mantinha os olhos arregalados, deixando o copo escorregar por entre seus dedos, caindo no chão... pasma.

Agora sim Paul parecia amedrontado. Encarando as duas feito um cachorrinho maltratado.

—Tim... -Claire continuou. -O Que você disse?..
—Claire.. -Paul ficou à frente do garoto, como se o protegesse, estendendo a mão aberta em sinal de "Calma" para Ripley. Seu semblante implorava por compreensão. -Por favor.. vamos conversar sobre isso.
—Eu estou chocada. -Comentou Gigi.
—Chocada? Eu botei um ovo e tudo aqui. Explica essa história. Vocês dois estão... "Juntos"?..
—É.. -Respondeu Paul, de forma insegura.
—Mas e a Clarice?
—Por favor.. não fala nada pra ela. Por favor, eu te imploro.
—Isso não é da minha conta. Eu só estou... surpresa para dizer a verdade.
—Bem, sobre a verdade. -Paul tentava se justificar.
—Não, não, não! Eu não quero ouvir. -Claire sacudiu as mãos frente ao rosto. -Por mim vocês podem participar de orgias satânicas com bezerros, eu nem ligo. Eu só quero pegar o desgraçado que está matando todo mundo aqui! E Até agora, ninguém me convenceu que não é nenhum de vocês..
—Nenhum de vocês, quem? -Disse a voz masculina surgida do nada ao lado de Claire.

Ao se virar para olhar, ela teve uma surpresa não tão agradável. Daniel, que observou a todos sem nem ao menos cumprimentá-los. Intrigado com o que acabara de escutar, de braços cruzados exigindo uma resposta corajosa e clara da garota diabólica.

—Fala. Seja franca, Claire.
—Nossa. Que oportuno você surgir, Daniel... Gente, eu vou falar a verdade. Todo mundo aqui está em perigo. Mas todo mundo aqui, até que se prove o contrário.. é um suspeito. Estou sendo franca. E Não vou ficar em paz até colocar cada um de vocês contra a parede.. até que deem motivos o suficiente para que eu possa acreditar no que vocês dizem.
—Ah... -Daniel lançou sarcasmo. -Claro. Porque todo mundo está preocupado em ter a confiança da Claire, não é gente? Afinal, ela é a pessoa mais importante nisso tudo. E Se ela não puder confiar em nós, quem vai?

Ela o encarou de olhos cerrados. Era explícito como ficou aborrecida:

—Um olho Roxo ou dois, Daniel. Você escolhe.
—Ha! -Forçou uma risada histérica. -Me Poupe. Se poupe. Nos poupe. Quem você pensa que é? Acha que devemos alguma coisa para você? Cai fora, garota.
—Nossa... você até parece homem falando assim, Dan.
—Não me provoque.
—Tim, vamos sair daqui. -Paul o pegou pelo braço.
—Ninguém sai!!! -Berrou Claire. -Eu quero esclarecer tudo direitinho!!
—Ótimo! -Exclamou Paul. -Que bom, então faça isso sozinha. -Fitou-a decepcionado por um segundo, descendo os dedos pelo bracinho de Tim até encontrar sua mão para enfim segurá-la. O Garoto não dizia nada, escondia-se atrás do Jornalista como se fosse desabar. Talvez a lembrança do que aconteceu com Minnie o devastou novamente. Ou, aos olhos de Claire.. Timmy tinha algo a esconder. Mas quem sabe? Talvez seu modo de se "esconder" na situação fosse só um mecanismo de defesa.. e claro que era. O Modo como o menino arregalou os olhos ao olhar por trás da Diaba, soltando a mão de Paul num instinto brusco, revelou tudo. Claire, sobrecarregada de questões internas e pronta para tudo, se virou para trás preparando-se para algum tipo de surpresa desagradável que o olhar de Timothy lhe indicara. E assim se deparou com o alfinete da história: Clarice!

A garota se movia de forma rápida ajeitando o cachecol, dando uma jogada de cabelo, sentindo uma "Musa do gramado Universitário" passando direto por Claire, abrindo os braços em direção à Paul.

—Clarice! -Exclamou ele, fingindo felicidade enquanto deu um passo ao lado afastando-se um pouco de Tim, que não resistiu e permaneceu parado.
—Oi, Amor. -Respondeu sorrindo prestes a abraçá-lo.

Assim que os braços longos do Nadador se estenderam para recebê-la, a ex-presidente da Zeta Beta desfez o sorriso revelando ódio nos olhos e sem questionar, virou um tapa no rosto de Paul que estralou forte, provocando reação vocal em todos presentes, que cobriram suas bocas incrédulos.

Paul Westward, o centro do secreto triângulo amoroso levou a mão na bochecha expressando como o tapa havia sido ardido, fitando a namorada com espanto:

—Você ficou maluca?!
—Maluca?! Ah, claro. -Passou a apontar o dedo em sua cara. -Seguinte... eu não sou idiota. E essa universidade té chegando no limite!! Eu vou cair fora daqui no fim de semana e ainda não sei se vou levar você comigo.
—Do que você tá falando?
—Quer mesmo ouvir aqui? Pois então vou te humilhar mais ainda! Paul Westward... Você está tendo um caso, desgraçado?
—Quê?! -Gritou surpreso.

Timmy não reagiu. Continuou fazendo de conta que não existia sem saber pra qual direção olhar.

—Eu estava na lavanderia agora à pouco, e a puta da Catherine apareceu falando um monte de merda. Chamou você de viado, falou que eu era corna. Que você tava de rolo com outro Cara! COM OUTRO CARA! Que história é essa?! Eu sei que a filha da puta tá com ódio de mim e tudo mais. Outro dia ela falou coisas horríveis pra mim no banheiro e eu só não dei na cara dela porque fiquei com dó, por tudo o que passamos e pelo que ela foi obrigada a ver. Mas eu aviso.. talvez eu deva mesmo é agradecer ela! Quem avisa amigo é, certo? Agora olha na minha cara e me diz que a vadia é louca. Me diz que ela estava mentindo ou eu juro por Deus.. que vou fazer você pagar caro por isso!

Um silêncio Mórbido se instalou até que Paul pudesse dar uma resposta. Enquanto isso permanecia fitando-a com cara de quem não sabia do que ela estava falando. Neste momento, Gigi se inclinou ao pé do ouvido de Claire, lhe sussurrando:

—Puta que pariu.. o que você vai fazer?
—Em briga de marido e mulher não se mete a colher, certo?
—Certo.
—Mas num lugar onde tem metendo a "Faca", esse ditado não se aplica! -Cochichou raivosa, e em seguida, pigarreou na tentativa de chamar a atenção para si. Mas foi em vão.

—Clarice, amor..
—"Amor" é o caralho! Eu quero a verdade! -Berrava a menina.
—Eu não sei o que a Catherine está fazendo com você. Porra eu nem conheço a garota direito.
—Ah, não conhece? Quer dizer então que ela entra lá no seu quarto para dar o rabo pro Kenny quase todo dia e você não conhece a vadia?
—Eu não conheço a Vadia! Só sei quem é porque ela morava na mesma casa que você.
—Rum! Rum! -Pigarreou Claire novamente, sendo ignorada.
—Então me fala logo!
—É claro que é mentira!
—Por que eu não tenho certeza disso quando olho pra você?
—Quer saber, acredite no que quiser. Você já veio tomada dando na minha cara. Eu não levanto a mão para você porque me dou ao respeito, mas eu não vou ter essa conversa aqui. Quero que você se acalme, e vamos falar sobre isso e o que mais você quiser depois, ok?
—Ah... fala sério.. então é isso? "Agora não"? Essa é sua resposta?!
—É SIM! -Berrou Claire interrompendo, levando os olhares para si. -Eu não tenho nada a ver com isso. Mas Jesus como eu queria ter. Mas agora, você vai parar de gritar com ele e me contar direitinho qual é a sua.


Clarice a encarou de cara fechada, apontando para a Diaba enquanto olhava a todos em expressão de indignação:

—Essa menina tá falando sério?
—Infelizmente estou.
—Mas o que você..
—Cala a boca!

Clarice se espantou com o tom de voz agressivo na garota, ficando em silêncio furioso, decidindo se ia para cima dela ou de Paul.

—Seguinte! Coadjuvantes.. -Claire bateu uma palma. -Eu tenho algo a dizer.

De repente, se via cercada pela turma que a examinava que parecia estar querendo comê-la viva.

—Clarice.. esse é seu nome, não é?
—Eu não vou nem te responder agora.
—Tanto faz. Deixa eu falar que você vai adorar essa. Você estava na Zeta Beta quando o assassino atacou, não estava?


A menina bufou, mas respondeu:

—Estava, por quê?
—Tá. Me corrija se eu estiver errada. Mas, segundo o que eu ouvi, ele derrubou a porta com um Machado.
—Foi. E de novo, o que você tem a ver com isso?
—Eu chego lá, só me acompanha. Edward recebeu uma ligação desesperada da Kirstin dizendo que o assassino estava na casa e que todas vocês estavam fodidas. Ele correu até lá pra salvar a bestinha e encontrou.. aquele banho de sangue. E você já não estava mais lá. E Cath provavelmente estava desmaiada em algum lugar, ou, pelo menos foi o que ela contou.
—Sim.. foi isso mesmo.
—Agora, o "X" da questão.. é.. como você escapou?
—Correndo, gritando pela minha vida feito uma desesperada. Está bom pra você, queridinha?
—Não foi isso que eu perguntei. Edward disse que o banheiro estava cheio de sangue e tinha garota morta lá.
—A "Garota".. era Madison. Mais respeito.
—Não quis ofender. Mas, se o assassino arrebentou a porta com um Machado, e você estavam encurraladas no banheiro.. significa que não tinha pra onde correr. Mas ainda sim, por algum motivo, você conseguiu passar pelo assassino e sair correndo linda e bela pela droga da porta da frente? Me explica.
—Tá aí! -Disse Daniel erguendo o queixo em direção a Clarice. -Boa. Agora até eu quero saber.

Clarice engoliu seco, fechando os olhos por um segundo demonstrando estar atormentada pelas lembranças, e após um suspiro, respondeu:

—Ele entrou. Foi direto pra cima da Madison. A Ashley caiu de susto e eu desviei.. a única razão de eu ter conseguido fugir.. foi porque.. aquele desgraçado.. estava ocupado demais tentando tirar o machado da cabeça da minha amiga, sua puta! Eu corri... e acho que a Ashley correu também, mas eu não sei.. não olhei para trás.. -Contava a história estremecendo ameaçando chorar. -A última coisa que eu sei é que passei pela porta e não voltei mais.. qual é a sua, Claire?
—Ha.. então quer dizer que você não chegou a ver Kirstin durante o ataque?
—Não... eu sei que ela estava na casa, mas.. não a vi..
—É nisso que eu queria chegar. Kirstin. Garota nova. Chega Na faculdade. Primeiro lugar que vai é a casa da Zeta Beta. Um psicopata aparece, todas são perseguidas e algumas são mortas.. mas a menina fica de boas trancada num quartinho.. isso porque o assassino estava arrebentando portas com machados para pegar cada uma de vocês? Isso não faz sentido pra mim. Sinceramente, se eu fosse o assassino, iria atrás da que estivesse sozinha, ou mais vulnerável.. eu com certeza não atacaria um banheiro cheio de vagabundas, sem ofensa. E aí, o tal mascarado desaparece.. e a garota estava lá, ilesa no meio daquele banho se sangue.. ela disse pro Edward que alguém trancou ela no quarto. Ou seja, a porta estava aberta.. o assassino não precisaria arrombar.. entende o que eu digo? Então por que ele a trancou lá dentro ao invés de tentar matar a menina? E você mesma disse.. que não lembra de ter visto ela ou ao menos escutado ela... aí tem coisa.

Todos pareciam acompanhar o raciocínio da Diaba, olhando para os lados juntando os pontos, chegando a conclusão da imensa suspeita representada agora, por Kirstin. Clarice abriu a boca prestes a dizer alguma coisa, mas hesitou. Claire percebeu e logo soltou:

—Desembucha. Não guarda pra você não.
—Ah.. quanto estávamos no banheiro..
—Ahm.. continua..
—O Assassino ficou mandando mensagens. E.. era coisa de filme de terror. Droga, ele até escreveu alguma coisa na porta.
—"REDRUM!" O Edward me contou.
—Sim, eu não estava ligando o sentido nisso.. mas isso é daquele filme, "O ILUMINADO".
—Sim. Deram uma de Jack Nicholson com vocês.
—Exato. E hoje, na lavanderia.. Kirstin estava lá. Ela tinha uma revista..
—"FANGORIA?" -Perguntou Claire.
—Ela estava com a mesma revista quando conheci ela. É entretenimento para Nerds fãs de terror. Notícias sobre filmes, e etc.
—Claire, você tá me assustando..
—É Para assustar mesmo. Eu digo desde já, não confio na Kirstin e acho que ninguém devia. O Edward é cego, tá apaixonadinho e não consegue ver nada além do próprio nariz. Mas.. aí tem coisa!
—Espera! -Gigi interrompeu. -Nós conversamos sobre isso antes de todo mundo invadir o escritório do Heitor. Pelo que entendi, Kirstin não foi morta porque não era tecnicamente um membro da Zeta Beta. Não tínhamos afirmado com certeza que o assassino estava atacando as fraternidades?
—É Verdade... quase me esqueci disso. Mas ainda sim, não confio nela.
—Engraçado você dizer isso, Gigi. -Disse Clarice pendendo a cabeça pro lado olhando para a Loirinha de modo hostil.
—Ué.. mas.. como assim? -Gigi ficou acoada.
—Você acabou de dizer... "não matou Kirstin por ela não ter sido um membro oficial da casa." E isso me faz lembrar que.. você também não estava lá.
—Clarice, O que tá tentando dizer? E espero pelo seu próprio bem que não aponte o dedo para mim, senão vai ficar sem ele garota!
—Ha! Ha! Ha! Vamos ter pena da Gigi. -Respondeu sarcástica. -Sabe, a Catherine fala muitas coisas.. horríveis.. mas fala. E ela me contou no dia seguinte, que você saiu correndo da casa sem motivo algum, pouco antes do assassino atacar. O que tem a dizer sobre isso?

Todos os olhares de voltaram para a Loirinha, que, expressava querer estar com a cabeça enterrada num buraco. Aflita, respondeu:


—Eu.. o telefone tocou... era ele. Disse que ia me matar.. eu ainda estava.. quer dizer, estou! Muito abalada pelo que aconteceu com o Carl. Eu estava apavorada, não pensei direito.. ele disse que vinha atrás de mim então eu saí correndo!
—Ah, e deixou todas nós pra morrer sem avisar, sem dizer nada?! "Ah, meninas eu to saindo fora porque alguém tá vindo aqui me matar, se cuidem!". Palhaça!
—Eu não sabia que ele ia atacar a casa! Eu achei que..
—Achou o quê?!! Eu devia dar na sua cara agora!
—Clarice, pelo amor de Deus!
—Vai pro inferno! Estão todas mortas por sua causa! POR SUA CAUSA! Você inventou de arranjar encrenca com esse assassino e a gente paga o pato!
—Para de dizer isso!
—Era pra ter sido você, sua pirada! Maddie e Ashley morreram no seu lugar! Desgraçada!
—Eu vou dar nela!! -Gigi avançou balançando as mãos tentando alcançar o rosto da menina a fim de esbofetear a garota.

Mas assim que Clarice recuou por puro instinto, Claire envolveu os braços na cintura e Gigi, segurando-a com toda força conforme a mesma se debatia lançando os braços para frente desejando acertar Clarice a todo custo feito um cão raivoso, mostrando os dentes e tudo.

—Eita porra!! -Exclamou Daniel aos pulos de euforia, gargalhando perante a situação.

—Caralho, Gigi!! -Dizia Claire ao fazer esforço para conter a menina. Incrível o tanto de força que era preciso para segurar a loirinha, que se debatia cada vez mais. -Espera! Espera!!
—Qual é! Deixa ela vir pra cima! -Clarice encorajava.
—Tá louca?! -Claire a apertou pela barriga quase levantando a garota do chão. -Arrhg!! Para, cacete! Ainda não terminamos!
—Ah!!! Me solta, Claire!
—Para de ser tapada! Você não é a assassina, sua idiota! Clarice, Gigi não é culpada! Ah!!

E num último esforço, Claire desistiu soltando Gigi, que caiu de joelhos no gramado quase sem fôlego, lutando para respirar aos prantos de cabeça baixa. Ripley ficou de pé ao lado dela, arrumando o cabelo recobrando o fôlego vendo Tim se afastar do grupo. O Garoto nem disse Adeus. Saiu silenciosamente, tendo Paul o observando cabisbaixo, sem poder fazer nada.

—Eu não fiz nada... eu não fiz nada.. -Choramingava Gigi, enquanto se reerguia limpando a calça na altura dos joelhos onde partes da grama molhada haviam grudado.
—Fez sim. -Disse Paul, Causando mais um silêncio Mórbido.

A Loirinha limpava as lágrimas do rosto enquanto os restantes firmaram o olhar no Jornalista, que passou a remexer no bolso do casaco, olhando fixamente para Gigi.

—Paul? -Questionou Claire, prestando atenção na ação trêmula do jovem em procurar algo no bolso.

Ele não respondeu. E Assim que retirou a mão de dentro do casaco, mostrou que com ela veio junto um gravador. Ele o ergueu perante a todos, e com o polegar pressionou o botão lateral, dando play. A Gravação era uma conversa entre duas pessoas. Uma das vozes era certamente a de Evan, e a outra... Gigi. Foi o momento que levou todos a extrema apreensão, escutando com cautela a conversa gravada:

—"Eu sabia Evan, desde o começo.. eu sabia!"
—"Do quê?"
—"Você não vai acreditar em mim".
—"Gigi, se você tem alguma ideia do que está acontecendo ou de quem está fazendo isso, diga!"
—"Na semana passada... Eu recebi uma mensagem de alguém anônimo num chat de fãs de terror. Eu estava lá pra fazer amigos, sabe. Conversar com pessoas com interesses em comum, o Carl nunca ligou muito pra cinema eu me sentia meio isolada, não tinha ninguém para conversar sobre o assunto.. "
—"E o que isso tem a ver?.."
—"Eu comecei a conversar com um cara. E não importava o quanto eu pedia, ele não queria conversar por Skype. Disse que tinha vergonha. Nem foto de perfil ele tinha. Isso é até normal, tem gente que é tímida mesmo... ou pelo menos foi o que eu pensei. Fomos ficando amigos durante a semana... até que ele disse que queria me visitar. Ele disse que morava aqui perto, eu disse a ele que tinha namorado, que provavelmente não era uma boa ideia."
—"Ok... deixa eu respirar um pouco pra processar a ideia... "
—"Não! Você precisa me escutar! Porque ninguém mais irá, Evan. Eu preciso de você. Por favor!"
—"Tudo bem.... Isso me dói, mas continue."
—"Ele ficava dizendo sobre como algumas pessoas estavam por aí, sabe? Fazendo jogos de filmes de terror. Como se fosse um tipo de RPG ou "Live Action". Procuravam fãs de verdade do gênero para jogar. Assim o desafio ficava mais divertido. "
—"Que desafio é esse?"
—"Eu não sabia de muita coisa, mas comecei a achar o papo muito estranho. Até que, ele me convidou para jogar..."
—"E você?"
—"Tá brincando? Um RPG sobre filmes de terror? É claro que eu ia topar. O problema foi que eu achei que seria online, através de mensagens. No dia em que eu saí com o Carl, que nós fomos ver "Invocação do Mal" eu recebi uma mensagem dele, dizendo que o nosso jogo começaria naquela noite. Então depois do filme, na volta para a Universidade fiquei vendo o celular toda hora para ver se alguma mensagem chegava.. e eu juro, que eu jamais teria pedido por isso se soubesse..."
—"Gigi... Eu não estou entendendo..."
—"Ele ligou.. eu.. de algum modo eu sei que era ele Evan, eu Sei! E.. quando dei por mim, quando ouvi a voz dele.. eu não tive dúvidas.. "
—"Co.. como assim?"
—"Os assassinatos que estão acontecendo por aí em cidades pequenas... Esses malucos.. a voz era idêntica a que eles usam para falar com suas futuras vítimas."
—"O que está tentando dizer? .."
—"Evan... eu fui uma idiota. Eu não sei se Deus um dai vai me perdoar. Eu.. eu não sabia, eu juro! Eu juro que não sabia!!... Eu achei que era seria só um jogo!"
—"O QUE VOCÊ FEZ?!!"
—"Eu acho... que atraí um "Ghostface" para Pendleton. "

Paul apertou o botão novamente, encerrando a gravação. De repente, todos os olhares estava em Gigi. Até mesmo Daniel, a encarava de modo incrédulo. Clarice por outro lado carregava uma certa satisfação no rosto, quase mostrando um sorriso mórbido. Paul respirava fundo e Claire se mantinha de cabeça abaixada, pressionando a mão contra a testa como se quisesse se esconder.

—Gigi.. -Disse Daniel embasbacado. -É Verdade?...


A Loirinha estremeceu em desespero. Fitou a todos um a um de lágrimas nos olhos. Apontou o dedo para Paul, prestes a soltar um puta sermão, quando parou de boca aberta. Seu hálito frio em evidência era de um medo congelante. Sabia que não importava o que dissesse... estava ferrada. Abaixou o dedo dando as costas à todos. Passou a caminhar de modo rápido.. e após alguns segundos, começou a correr em choro terrível.

Ninguém falou nada. A Observaram calados se entreolhando de modo frio. Paul é quem soltou um comentário:

—Pelo menos sabemos que ela não é a assassina. Mas ainda sim.. ela é uma assassina.
—Eu não ficaria tão contente se fosse você, Paul. -Disse Claire perante os três. -Eu não estou aqui para acusar um ou outro, estou aqui para abrir todas as possibilidades. E antes que eu pergunte como, quando, onde o porque você gravou isso.. tenho que cutucar mais uma onça com vara curta.
—Quem? -Perguntou Daniel, dando um passo atrás, com medo já do que poderia ser dito sobre ele.
—Relaxa, imbecil. -Falou a Diaba. -Gigi não é a pessoa embaixo daquela máscara. Tenham certeza disso. Sim, ela foi muito burra mas isso não é motivo o suficiente para culpar a garota. Podem se afastar dela se quiserem, foda-se. Mas ela tem algo que vocês não tem.
—E o que seria? -Questionou Clarice, cínica.
—Um álibi. Paul, sua gravação tem pontos muito graves.. isso pode acabar com a Gigi e causar uma puta confusão com a polícia. Aconselho você a se livrar disso. Porque - 1 - Podem achar que você está tentando incriminá-la, o que te faz um suspeito. 2 - Isso só prova que ela não está matando os estudantes. 3 - Ela é a única pessoa viva que não pode ser dada como suspeita, diferente de vocês. Porque uma coisa é certa. Só da pra confiar nos mortos, meu bem. E 4º, e talvez última mas não menos importante... ela lutou para sobreviver naquela noite com Carl. Todo mundo viu as fotos.. alguém tirou fotos do ataque e considerando a posição da câmera e o fato do mascarado aparecer na foto, isso significa que há mais de um assassino. Portanto, eu digo isso. Ela pode até ter, quem sabe.. atraído um maluco para Pendleton. Alguém de fora. Mas isso não não significa que o perigo não está aqui dentro.. com a gente.. o tempo todo.. Dito isso, alguém aqui pode muito bem ser um cúmplice. E Tirando a Kirstin, que sob circunstâncias muito estranhas sobreviveu ao ataque da Zeta Beta.. só tem mais uma pessoa que é um ponto óbvio e que ninguém está prestando atenção. O Assassino fingiria estar do nosso lado, óbvio.. ele não é burro. Poderia fingir ao ponto de nos ajudar a atacar o escritório do Heitor para "Cancelar as aulas". Você nunca sabe que tem um rato dentro de casa até ouvir os ruídos.. e caramba.. esse ruído tá aí desde o começo. Só mais uma pessoa sobreviveu ao ataque do Fantasma... e melhor que isso! Pelo que ouvi, não teve que fazer nada para sobreviver. Ficou lá.. sem ação.. até que o maníaco simplesmente foi embora sem nem fazer um corte de leve na pobre alma...
—Claire..  -Daniel pousou a mão em seu ombro. -De quem está falando?
—Fica cara a cara com o assassino... vê uma pessoa morrer bem em sua frente e não ajuda. Desmaia, vira alvo fácil.. e não é morta? Depois, espalha desavenças que com certeza vai separar a "turma" ainda mais? Deus, é exatamente isso o que ele quer! Jogar um contra o outro. Separados, todo mundo vira alvo fácil.
—Onde quer chegar? -Clarice se aproximou demonstrando imensa curiosidade.
—Catherine. ONDE - ELA - ESTÁ?! -Falou firme e pausadamente tomada por uma fúria perigosa.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Quais são suas teorias? Seu principais suspeitos? Quem está tirando vantagem? Quem está agindo certo? E Mais importante.. quem é a próxima vítima?! Muito obrigado por acompanhar, amo vocês! Por favor, comente o que achou. Até a próxima galera!



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