Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 19
Conspiracy Theory


Notas iniciais do capítulo

Em "Conspiracy Theory", vamos começar a apontar o dedo para nossos possíveis suspeitos. Mas o que nossos personagens vão fazer a respeito? Cuidado com o que você esconde...



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A Lavanderia do prédio dos dormitórios se localizava no subsolo. Um tipo de porão gigantesco e felizmente bem iluminado por lâmpadas de Lad, e paredes cor cinza. Um recinto enorme repleto de fileiras de máquinas de lavar e secadoras que uma ao lado da outra, contornavam as paredes cercando o local. Ainda haviam mais duas fileiras no centro, uma de máquinas e outra de secadoras, mas todas se pareciam umas com as outras, difícil dizer a diferença na verdade. Todas eram brancas e com abertura circular e botões parecidos, assim como sentimento mútuo espalhado no campus. Era fim de tarde e os boatos sobre o ataque acontecido duas horas antes contra um professor se espalhavam feito uma doença.

Com um monte de lençóis enrolados no braço numa das fileiras ao centro, Clarice abriu a tampa da máquina tacando tudo lá dentro sem dó, enfiando e empurrando o pano branco para baixo, para que não ficasse para fora e conseguisse fechar a tampa por completo. Era muito lençol. Empurrou-o várias vezes ao fundo afundando o mesmo na água cheia de sabão em pó, e em seguida fechando a tampa colocando todo o peso de seu corpo ao forçar os braços em cima.

—Arhg! Vai!

(Bum!) A Tampa fora fechada. Suspirou de Alívio retirando o cabelo da testa, encostando-se na máquina com a parte de trás da cintura, fazendo dela seu apoio. Tirou o celular do bolso fixando os olhos na tela procurando algo para se distrair e sem se virar, lançou um braço para trás sentindo com os dedos os botões. Apertou, e logo a máquina passou a emitir ruídos com sua função giratória dando pequenas sacudidas.

Mesmo tentando não prestar atenção em mais nada, não resistiu ao percorrer o local com seu olhar curioso, avistando sentada num banquinho de madeira de espera bem em sua frente, uma garota de cabelos castanho claro de pontas cacheadas. Já a tinha visto antes. Disfarçou desviando o olhar e com sua visão periférica percebeu como a garota fez o mesmo. Ainda sem tirar a atenção do celular, disse:

—Eu conheço você.. Karen? -Chutou um nome com "K".
—É Kirstin.
—Ah, é mesmo... Kirstin. Você estava lá, certo?
—Certo. -Respondeu a menina um pouco contida.
—Hum..
—E Você é Clarice.
—Boa memória.
—Então... A Casa ainda está fechada? -Perguntou um pouco tímida, e sem assunto.
—Mais lacrada que o cofre municipal. Não consegui tirar todas as minhas coisas de lá ainda, e a polícia nem deixa ninguém se aproximar. Tá tudo cercado.
—Você tá ficando aqui nos dormitórios também?
—Aham. E Você?
—Sim. Estou com Lizzie, conhece?
—Aquela menina bochechuda e louca? Todo mundo conhece.
—E Com quem você está?
—Com Daniel.
—Não estou ligando o nome a pessoa.
—É um carinha que todo mundo evita quando pode. E ainda estou alojada lá escondida. Meninas não podem ficar com meninos. Queria mesmo era estar com meu namorado, mas fazer o que. O Colega de quarto dele não quer dividir o espaço nem a pau, infeliz...
—Ah, sim..
—Você ainda é a "Novata" ou já se enturmou de vez?
—Fiz alguns amigos... nada demais.
—Deixa ela em paz. -Disse a voz que surgira ao fundo.

Clarice virou-se para trás e Kirstin levantou a cabeça procurando de onde tinha vindo a resposta. Uma outra garota de costas a elas, tirando um monte de calcinhas de dentro de uma secadora ao fundo de modo nada delicado, era a única pessoa ali além das três e ainda nem tinha sido notada. Continuava catando suas peças íntimas sem se virar para encarar as duas ou esboçar qualquer reação. O Cabelo longo e loiro escuro lhe foi familiar na hora.

—Cath? -Perguntou Clarice. Mas a menina não respondeu, continuando a esticar os braços para dentro da abertura circular catando as peças, colocando-as uma por uma num cesto posto em cima da máquina ao lado. Ignorando-as. Clarice retirou sua atenção da garota, voltando a Kirstin fingindo não se importar.

—Então..
—Ahn? -Kirstin lhe respondeu, voltando de um de seus devaneios. Estava um pouco avoada.
—Eu queria te pedir desculpas.
—Pelo quê, exatamente?
—Nós estávamos muito apavoradas e não queríamos sair do banheiro.
—Ah.... -Abaixou a cabeça alisando a testa. -Não precisa se desculpar.
—Madison e Ashley... elas...
—Eu sei.
—Eu sei que é horrível, Kirstin. Sei que sua experiência naquela casa foi breve e.. horrível. Mas quero que saiba... que aquelas meninas que você viu. Não eram quem nós realmente somos.
—Ok... -Respondeu um tanto sem jeito, sem ter ideia do que dizer, segurando por dentro um grande "E eu com isso"?
—Quero que saiba que você teria sido uma ótima Zeta.
—Ah, por favor! -Exclamou Cath ao fundo fechando bruscamente a secadora. -Pare de ser tão babaca!
—Com licença? -Retrucou Clarice fingindo ter se sentindo incomodada com a interrupção.
—Uma Ova. Kirstin, eu não te conheço e você não me conhece, portanto não sou ninguém para opinar na sua vida. Mas conselho é uma coisa que dou de graça. Você sobreviveu por ter ficado o mais longe o possível dessa garota. Sugiro que continue assim. -Disse nervosa colocando em fúria a última calcinha no cesto, pegando o mesmo e virando-se a elas.

Clarice abriu a boca indignada, incapaz de dar uma resposta que lutava para sair, mas não vinha. Muda e sem ter onde enfiar a cara, era tomada por uma reação paralisante. Kirstin morreu de vergonha ficando quieta, não ousando responder olhando para as duas sem saber o que dizer.

—Cath... -Clarice finalmente conseguiu falar. -Me perdoe. Eu sinto muito.
—É um pouco tarde, não acha?
—Olha, o que que você quer que eu faça?!
—Que você fique longe de mim. Ou que pelo menos tenha vergonha na cara.
—Tá bem! Você tá certa! O que eu fiz não foi legal.
—Não foi "Legal"? Você tá brincando?!
—Meninas.. Meninas! -Kirstin, A Garota até agora alheia levantou as mãos. -Olha.. eu não sei o que aconteceu entre vocês e realmente isso não é da minha conta. Por favor, eu não quero me envolver nisso.
—E Você está coberta de razão, Kirstin. Não vai querer se envolver com quem sai correndo te largando para trás. -Resmungou Catherine cerrando os olhos em direção a Clarice.
—Nossa.. -A Nerd demonstrou uma certa surpresa e choque. Fitando Clarice que de cabeça baixa não tinha coragem de lhe devolver olhar.

A loira revoltada se aproximava carregando o cesto.

—Houve outros dois assassinatos.
—Oh Meu Deus.. Quem? -Perguntou Clarice pressionando a mão contra o peito, em sinal de preocupação.
—Uma garota da Irmandade Lambda Kappa... e o Professor Matt.
—Não acredito!
—Oh, santo Deus! -Kirstin chegou a ficar tonta com a notícia, respirando de modo lento e alto abanando a si mesma. -Isso não tá acontecendo...
—Meninas.. é óbvio que tem um Serial Killer no campus. E não sabemos quem é. Por isso.. aconselho não confiar em ninguém. -Proferiu Catherine lançando a frase como uma indireta para a ex-presidente da fraternidade, que cruzou os braços fazendo bico, ofendida, ao responder:
—Sério? Vai fazer isso agora?
—Pelo menos estou fazendo alguma coisa.
—Como o quê? Apontando dedos enquanto não transa com um drogado!
—Olha como você fala, garota!
—Ah, pelo amor de Deus, Parem! -Kirstin se levantou cansada do drama das duas, rendendo-se a arrogância necessária numa situação constrangedora onde ser educada não ajudaria. -Querem saber? Eu nem devia ter vindo estudar aqui, sério. Eu nunca deveria ter pisado naquela droga de casa. Graças a vocês, e eu nem ligo quem fez o quê aqui. Estou apavorada e não vou ficar dando sopa. O Assassino atacou a casa, e quem garante que não virá atrás de nós?! Muito, muito obrigada por por fazerem parte dessa "Maravilhosa" época da minha vida. E isso foi sarcasmo. Desculpem, mas eu não aguento. Não mesmo... -Abriu a porta da máquina da secadora que residia atrás de si, retirando com pressa suas fronhas brancas tacando-as no cesto ainda úmidas.
—Viu o que você fez? -Disse Clarice nervosa.
—Eu já tive essa conversa com você, e não vou gastar saliva de novo.
—Claro, porque você é muito esperta não é? Antes de falar de mim, por que não fez alguma coisa para ajudar a Ashley?
—Oh.. você não falou isso..
—Estava mesmo com medo? Ou tem culpa no cartório?
—Cala essa boca.
—Eu acho que não, Cath. Você mesma disse que não vai confiar em ninguém. E eu por acaso deveria confiar em você? Digo, se a história que você contou é mesmo verdade.. então não fez nada por Ashley. Só ficou lá olhando ela morrer.. e cá entre nós, é meio difícil de acreditar que o assassino não te mataria. Afinal, como você mesma disse.. ficou lá, parada... e ele realmente não foi pra cima de você depois de arrebentar a minha amiga?
—Ashley não era sua amiga..
—Acho que é bom rever os seus conceitos, garota. Sabe, eu tentei reconstruir nossa amizade mas você evita. Que é? Tá com medo que eu descubra algo? O quê?
—Ah, não obrigada, já descobri o suficiente por nós duas.
—E o que seria?
—Que você é chifruda, e isso já basta.
—Cuidado com o que você diz!
—Acha mesmo que conhece o Paul, retardada?
—Quieta!
—O Paul...
—Não fala o nome dele!
—É Gay!!!! -Exclamou Cath, exausta. A Palavra "gay" ecoou pela lavanderia fazendo até Kirstin paralisar.
—Está.. está mentindo.. -Clarice tremeu em negação gaguejando. Tentando esconder seu choque mantendo a pose, não se deixando levar pelas palavras da "Amiga". -Você só está com.. com inveja.
—Inveja? Só se for pelo fato do GATO que ele está pegando, só se for! Porque devo admitir... com mulheres.. o Paul tende a escolher porcaria. -Disse apontando para ela fazendo um gesto baixo que a diminuía. -Mas se ele tem um bom gosto pra homem, isso tem!
—Você.. está... mentindo!
—Acho que vamos descobrir, certo?
—Não confio em você!
—E Eu muito menos em você. Quem garante que esse jogo de filme de terror não é um espetáculo da traída e afundada Clarice, a presidente da fraternidade mais flopada da faculdade. Seu ego dói, não é?
—Eu não tenho mais nada pra falar pra você, Catherine... -Suspirou. -Já terminou de catar suas merdas? -Perguntou com ânsia de ter aquela garota longe de seu ponto de vista.
—Já sim, obrigada. -Respondeu seguindo em frente com a cesta cheia em mãos, passando por elas sem olhar para trás jogando os cabelos nos ombros.

Kirstin pegou sua própria Cesta agora cheia:

—Pelo amor de Deus.. já acabei também. -Começou sua caminhada para longe, pronta para deixar aquela expressão de quem foi fora atingida por um caminhão que Clarice carregava nos olhos para trás, quando a mesma lhe chamou fazendo-a parar:

—Kirstin!

A menina hesitou, tensa. E Virando-se em temor de se tornar mais envolvida na briga, revirou os olhos em expressão exausta:

—Olha, eu não quero confusão.. por favor...
—Você esqueceu uma coisa. -Disse Clarice apontando para cima da secadora que a garota acabara de usar. E Antes que pudesse ir até a mesma para pegar o que era seu, a Ex-presidente a mantinha em vista fixa, indo até a secadora sem retirar os olhos da menina, alcançando em poucos segundos uma revista. Com a mesma em mãos, fitou a capa verde que com o título escrito como se tivesse sido pintado em sangue dizia "FANGORIA", com a foto de um Zumbi em extrema decomposição pronto para atacar. -The Walking Dead? Também gosto...
—Não.. -Kirstin esticou o braço tomando a revista. -É George A. Romero.
—Então.. você gosta de filmes de terror?.. -Perguntou curiosa. Porém seu tom acabou passando a Kirstin uma má sensação. Sentindo-se invadida, mudou a expressão ficando séria ao responder:
—Claro. Você não?.. -Arqueou a sobrancelha rapidamente demonstrando sua falta de paciência, dando as costas a ela e tornando a seguir seu caminho.

Clarice ficou para trás ao som dos passos se afastando, de braços cruzados observando com cautela cada movimento de Kirstin, parecia mergulhar em inúmeros pensamentos olhando de um lado para o outro.

—"Todos são suspeitos, certo Catherine?".. -Questionou-se sozinha em voz alta abandonada naquele cômodo enorme.
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—Ok, é que você tava demorando demais.. perdi a paciência. -Dizia Lizzie com a orelha grudada no celular, forçando a maçaneta da porta do dormitório que não queria abrir.
—Caramba, não dava para esperar? -A Voz de Daniel surgia do outro lado da linha em tom de indignação.
—Ah.. se eu fosse esperar mais, Beyoncé já teria parido outro filho.
—E por acaso invadir o meu quarto veio a calhar? Entendi. -Respondeu o garoto com cinismo.
—Ahm.. besta. Qual é, cara. Você sabe que eu tô ferrada. Eu já estava rezando na aula hoje para que o Matt não passasse a prova e agora depois de toda essa confusão.. vão fazer igual da última vez que um professor se ausentou, nos colocarão para fazer o teste lá naquela salinha escrota no prédio da diretoria com a Demônia da Supervisora secando a gente.
—Não é tão ruim assim..
—Não é tão ruim? Já viu os olhos daquela mulher? Se você peidar ela suspeita que você tem uma cola escondida no cu. Eu não quero isso, quero fazer direito desta vez.
—Ah.. mas você sabe que o professor não se "Ausentou", não é?
—É.. eu sei. A Faculdade inteira tá falando disso. Putz.. coitado do Edward..
—O Edward estava lá?
—É, Depois eu te conto.. -Disse com a voz um tanto rouca por fazer força ao tentar empurrar a porta, inclinando o pescoço a fim de segurar o celular com o ombro, pressionando-o com a bochecha.
—Sua voz.. o que tá fazendo?
—Tentando arrombar o seu quarto.
—Ficou louca? Lizzie, sai daí!
—Daniel, nem vem. Você me prometeu a cola hoje! Mas você tinha que sumir não é? Que saco! A prova é amanhã!
—Que pressa!
—Não me estressa! Eu posso ficar com torcicolo fazendo isso, e vou descontar em você.
—Não precisa fazer tanto esforço..
—Por quê?
—A Chave está debaixo do capacho.

Lizzie parou, cerrando os olhos de raiva. Abaixou a cabeça fitando seus pés sobre o carpete de entrada se achando uma verdadeira otária. E pior, com Raiva de Daniel por jamais ter avisado.

—Sério?? Estou aqui me matando tentando dar um jeito de entrar e a chave estava embaixo de mim o tempo todo?!!
—Xiiiu! Dá pra falar mais baixo? Os outros caras que também moram nesse corredor não precisam saber onde ponho a chave.
—Ah... até parece que alguém vai querer invadir seu quarto garoto, se liga!
—E o que você está fazendo aí mesmo? Limpando a porta?
—Cala a boca.. -Riu de lado abaixando-se.

Saiu de cima do pequeno carpete, levantando-o um pouco avistando as chaves.

—Peguei!
—Ótimo.. agora estou ferrado.
—Não se preocupe, baby. Prometo não olhar sua pornografia.
—E quem disse que eu tenho pornografia?
—A Sua senha do Notebook me contou. -Falou fingindo um tom sexy, com um enorme sorriso.
—Ah, não, não, não! Lizzie! Por favor, todo mundo merece privacidade!
—Haha! Valeu "Playboy", te vejo mais tarde. Te pago um sorvete, prometo!
—Hey!
—Que foi?
—Você não sabe onde eu escondi. Vai ficar horas procurando aí.
—Então.. é só me falar logo.
—Você me coloca em cada situação, sabia?
—Ué, é só me dizer onde está.
—Está no meu Closet.
—Ok..
—Não, não! Espere!
—O Que foi, Daniel?! -Respondeu irritada.
—Só.. me promete que não vai fuçar..
—Tá, eu prometo que não vou fuçar.
—Jura?
—Nossa, garoto quer que eu dê o mindinho também? Pelo Amor...
—Tudo bem. Olha na caixa de Metal perto dos meus tênis.
—Caixa. Tênis. Entendi. Depois de pago, beijos..
—Lizzie.. (Beep!) -A ligação foi cortada assim que a garota desligou.

Olhou de um lado para o outro no corredor certificando-se de que estava sozinha. Ao destrancar a porta, guardou o celular no bolso da jaqueta entrando de uma vez. Animada, sarcástica e tomada por uma vibe "Peace & Love". Elizabeth Sofie, ou "Lizzie" como era chamada, a garota biruta que costumava fazer bizarrices por impulso e que era uma verdadeira Joia no curso de Design Gráfico preparava-se para mais um desafio: Colar na prova sem ser pega. (De novo). Por mais que seus talentos fossem inegáveis, sua aptidão para termos técnicos nunca foi muito boa. A linguagem técnica sempre a confundiu e tornava mais difícil seu entendimento sobre a matéria. Gostava que as coisas fossem explicadas de forma informal e sem requintes. A Verdade, ou ao menos o que aparentava.. era ser uma pessoa que faz tudo com o coração, sempre pondo os sentimentos a frente da lógica e dando "Um jeitinho" para acertar seus erros por não ter seguido o "Passo a Passo" que considerava incrivelmente Chato!

Chato lhe lembrava tédio. E o tédio lhe dava a pressa. Pressa era essa em que ajoelhada perante as portas escancaradas do Closet, jogava tudo o que via para trás naquele montinho de coisas emboladas, limpando o caminho até que fosse encontrar a maldita caixa. Suas mãos eram ágeis ao vasculhar por cima de casacos jogados, meias e livros espalhados. Dado a tamanha bagunça de seu próprio quarto, Lizzie jamais ousaria reclamar da bagunça dos outros e portanto, apenas "Cortava" caminho entre as tralhas, apenas mudando a bagunça de lugar. Do Closet para o resto do quarto.

—Ah.. cadê?.. Cadê?.. -Repetia ansiosa.

Ao por a mão sobre uma calça Jeans ali jogada, sentiu sob o tecido algo firme.

—Wow.. ai, tomara que seja...

Retirou a peça de cima, lançando-a para trás avistando diante de si, uma caixa preta, pouco menor que uma caixa de sapatos sendo mantida com um pequeno cadeado. O Detalhe, era a chave ainda plugada, pronta para destrancá-lo. Fez bico erguendo as sobrancelhas de curiosidade e otimismo.

—Dan, Dan, Dan.. é isso? Ah, por favor, diz que sim.. -Curvou-se tocando com firmeza a chave pequena. Girando apenas uma vez, viu a trava se soltar. O Cadeado fora aberto. -Delícia... -Levantou a tampa abrindo a caixinha desfazendo de imediato o sorriso besta que estampava no rosto ao perceber o que tinha dentro. "Não... Não... não eu.. eu estou louca.. não.." -Pensou decidindo se faria alguma coisa perante o que estava ali dentro.

—Ah.. -Balbuciou sozinha olhando por cima dos ombros, como se temesse que alguém aparecesse do nada a qualquer momento. Um sentimento tolo, claro. Mas automático ao ter diante de si algo que levantou-lhe dúvidas. Observando toda a bagunça das coisas espalhadas atrás de si, Lizzie engoliu seco. Voltou seu olhar para a caixinha aberta como quem tem um milhão de perguntas.

—O que eu faço, o que eu faço, o que eu faço?... -Refletiu apertando os lábios. -Caralho..

Seus olhos percorriam o closet, mas não olhava para nada em específico. Procurava dentro de si, uma ideia para a solução. Pensativa, teve um estalo:

—Edward!

Meteu a mão no bolso da jaqueta pegando o celular, a única arma que tinha. Apontou o mesmo para baixo, mirando-o na caixinha aberta. E Após posicioná-lo como desejava, clicou na tela tirando uma foto.

—Ok... -Tornou a guardar o objeto no bolso, virando-se para pegar tudo a fim de encobrir sua bagunça. A primeira coisa que alcançou ao se lançar estendida no chão, foi uma das blusas pretas de Daniel. Ao puxar a mesma, notou um pequeno ruído metálico que surgiu no piso sob a roupa. Hesitou, travando por alguns segundos. Achando que talvez pudesse ter quebrado alguma coisa ou tralha que pudesse estar ali jogada sem que tivesse percebido, levantou a blusa do chão vendo cair de dentro de um de seus bolsos uma caixinha de metal prateada, do tamanho de um maço de cigarros. O Objeto atingiu o chão quicando e se abrindo por completo, esparramando pedaços dobrados de papel bem pequenos que ali continham guardados.

Espantada, tacou a blusa para o lado, lançando-a para dentro do armário:

—Era só o que me faltava...

Inclinou-se para frente, pegando os pequenos papéis dobrados. Segurando um punhado deles na palma da mão, Lizzie escolheu um qualquer e começou a abri-lo. Desdobrando-o, o mesmo se abriu ficando do tamanho de uma folha de caderno. Era a cola da prova, impressa. As letras "A", "B", "C" e "D" Marcadas em negrito com as alternativas supostamente corretas do teste.

—Oh.. Meu Deus.. devia ter olhado aqui primeiro. Caralho, Daniel! Culpa sua.. -Resmungou segurando o papel enquanto dava uma última olhada na caixinha preta do closet e o que ali estava guardado.
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—Ok, Rachel, fica á vontade! -Exclamou a voz de um estudante fantasiado de Peter Pan no fundo do palco, puxando a corda. Sua ação resultou no fechamento das cortinas vermelhas, cobrindo a paisagem falsa de Navio pirata estampada como um quadro ao fundo.
—Obrigada.. eu vou ser rápida. Só quero treinar a música mais uma vez. -Respondeu diante do microfone, com um vestido azul claro e um laço lilás amarrado na parte de trás do cabelo. Caracterizada de Wendy Darling.
—O Palco é seu... -Respondeu o garoto após fechar as cortinas, despedindo-se com um rápido gesto de Adeus, desaparecendo por uma porta de madeira no canto esquerdo que levava aos bastidores.

Rachel respirou fundo diante de um auditório vazio, mantendo-se no centro do palco de olhos fechados. Respirando de forma estratégica onde tentava encontrar uma paz anterior, soltou a voz :

—"All our Lifes are Songs.. To sing! So sing With All Your Heart.." -Dona de uma voz invejável, a garota ecoava sua própria alma no teatro, quando ao término do verso uma pancada surgiu ao fundo tirando-lhe a concentração. Abriu os olhos rapidamente tremendo com um pequeno susto, procurando com os olhos alguns movimento por trás das fileiras vazias.

—Oi?... -Observou com cautela, vendo uma silhueta surgir da escuridão ao fundo. O Som da batida vinha da porta que se fechara, trazendo consigo alguém que caminhava calmamente no corredor do canto, vindo em sua direção. -Quem está aí?!
—Sou eu. -Respondeu a voz feminina.

Rachel cerrou os olhos forçando para enxergar quem surgia das sombras aos poucos, quando a mesma ficou nítida. Claire. Expressivamente abalada, caminhava de braços cruzados segurando um agasalho, aproximando-se.

—O Que você quer?
—Eu vim ver você.
—Já viu. Agora dá o fora.
—Nossa.. -Fingiu ter ficado chateada com o comentário, portando um sorriso cínico.
—Aff.. to fora. -Rachel largou o microfone pronta para dar as costas.
—Espere! -Exclamou Claire, fazendo-a congelar. -Sério, espere.

Rachel bufou virando-se a ela com as mãos na cintura.

—Fala.
—Você canta bem.
—Aham.. tá.
—É Verdade. Tem voz.
—Obrigada. Porque tudo o que eu mais queria era agradar você... ridícula.

Claire respirou fundo chegando mais perto do palco fitando a garota de baixo com o queixo erguido.

—Rachel, eu não vim aqui para brigar.
—Bem, com certeza também não veio elogiar meus vocais. O Que está acontecendo?
—Eu vim aqui lhe pedir desculpas. E te dar uma notícia.
—Você é muito cínica, sabia?
—Eu sei. Mas é meu charme. Agora me escuta.

A Menina a observava com descrença, de pose impaciente.

—Eu sei que você tem todos os motivos do mundo para não me escutar. Mas isso não faz diferença.
—Vou perguntar mais uma vez. O Que você quer, Claire?
—Houve outro assassinato.

Ver a expressão no rosto da morena mudar daquele modo foi arrepiante. A preocupação tomou Rachel de imediato. Até seu tom de voz mudou ficando mais sereno ao questionar:

—Quem?
—O Professor Matt.
—Oh Meu Deus...
—Ele foi atacado em plena luz do dia. No prédio "B", com Edward.
—Edward.. ele está bem?
—Está. Mas Matt não resistiu.

Rachel tampou a boca segurando as lágrimas.

—Quando isso vai acabar? -Perguntou de forma retórica e infeliz.
—Eu sei o que aconteceu com você no refeitório.
—Você não sabe de nada.
—Acredite. Eu já vi coisas horríveis... e não posso imaginar o horror que foi para você.
—Eu não quero falar sobre isso.
—Tudo bem. Mas tenho que te perguntar. Aquela garota que anda com você.. a Quinn..
—O Que tem ela?
—Ela te contou por que eu e Edward fomos até a casa naquela noite?
—Sim... ela contou sim.
—E Você acredita, não é?

Fitando-a em negação, forçava para não entregar a Claire a resposta que a mesma desejava. Balançou a cabeça indicando um "Não", travando segundos depois não resistindo e soltando as palavras.

—Sim, eu acredito em você...
—Então sabe que não está segura.
—Do que você está falando?
—O Assassino ia atacar a casa. Nós o atrapalhamos, eu acho. Mas isso não significa que vocês se salvaram. Rachel, ele ainda vai vir atrás de você e de outras garotas da Lambda Kappa.
—Não...
—Rachel, me escuta. Quem está fazendo isso, não vai parar. Eu ainda não descobri o porque estão fazendo isso. Não tenho ainda a mínima ideia do que vai acontecer. Mas quero que saiba, que não está segura.
—Claire, isso é ridículo! Por que alguém iria querer me matar?!
—Você tem que ter em mente.. que a pessoa que está usando aquela máscara.. não é normal. É doente! Um monstro.. seja quem for, não é uma pessoa normal. Não é alguém que tem um lado assassino. É um assassino com um disfarce humano. E pode ser qualquer um.. até mesmo alguém da sua casa.
—Por que está me contando isso?
—Olha. Eu sei que não valho nenhum centavo. Mas eu já passei por isso antes. E sei que a única maneira de deter esse doente é se todos nós ficarmos juntos. Se nós conseguirmos juntar todos os que já tiveram suas vidas ameaçadas, podemos estar um passo a frente desse maníaco. Saber exatamente quem ele quer, e impedi-lo. Não vamos parar nada deixando você e essa galera dando sopa por aí. Ninguém poderia imaginar que esse psicopata iria atrás do professor. A verdade é que ninguém sabe quem ele está escolhendo nem o porquê. E Até onde eu sei, se ele já tentou atacar você uma vez e não conseguiu.. ele irá voltar. E não vai ter piedade. Ele não matou você e as outras garotas na Lambda Kappa mas isso não acabou por aí. Estou dizendo que você e Quinn provavelmente ainda estão em perigo. E não vou conseguir dormir a noite sabendo que eu poderia ter feito algo.
—Isso é um discurso da encantadora heroína? Ou está mesmo preocupada com a minha situação? Porque, Claire, sinceramente. Não preciso de você. E não estou nem aí para esse louco. Eu não tenho nada a ver com isso. Não tenho treta com ninguém. O Melhor a fazer é ficar de fora e não se envolver. Já sofri demais.. Minnie... -Soluçou ameaçando um choro ao mencionar o nome da falecida amiga. -Minnie morreu. E o jeito como tudo aconteceu.. me dá motivos o suficiente para querer ficar longe desse lugar. Sabe o que eu fazer? Apresentar a minha peça amanhã, e participar do protesto para parar as aulas. E Depois disso, vou pra casa. E pretendo nunca mais olhar na sua cara, pelo meu próprio bem. Tudo isso vai acabar e você só estará fazendo papel de ridícula.
—Não é bem assim que funciona!
—É Sim!
—Rachel, se você for pra casa.. se todos vocês forem para casa. Estarão mais vulneráveis do que nunca, cacete! Acha que eu não sei do que eu estou falando? Quando meus amigos estavam sendo mortos no ano passado, os ataques aconteciam em casa. A maioria deles morreu no local onde achavam estar mais seguros! O Que te faz pensar que esse louco não irá atrá e você, e de qualquer outro.. Gigi.. Catherine.. Clarice.. e cortar suas gargantas enquanto dormem?! Isso aqui não é brincadeira! Não pode confiar em ninguém!
—Ah, mas em você eu posso confiar? Por quê?
—Porque... eu me arrependo.
—Oh.. que doce. Palmas pra ela.
—Eu vim aqui, pedir perdão para você. Eu quero que você me escute. E nos ajude a salvar vidas!
—Claire, pelo Amor de Deus... você está se ouvindo?
—São 6 mortes em uma semana.. até semana que vem, a pilha de cadáveres estará do tamanho do World Trend Center!
—Não vai haver semana que vem! Nós vamos dar um jeito de cancelar as aulas, mulher! E quando digo "Nós", fique certa que não te incluí nessa equação.
—Rachel.. por favor..
—Sai daqui!!! -Berrou a garota fazendo Ripley se calar.

A Diaba abaixou a cabeça por um instante:

—Ok... vou sair. Mas isso não é o fim. Quero que saiba que, estando do meu lado ou não... você é um Alvo. Tem um arco gigante nas suas costas nesse momento garota. E você não vai perceber isso até que uma faca de acerte. Se você quer que eu fique longe, tudo bem! Mas não diga que eu não avisei.
—Ótimo!

Claire deu as costas prestes a abandonar a garota, quando parou hesitante. Olhou para trás entre os ombros dizendo:

—Sei que está traumatizada. Mas está pensando errado. Está apenas tomada pelo medo pensando em tudo o que esse assassino já fez. Mas o que você deveria se perguntar de verdade.. é.. o que mais ele pode fazer?
—Você pensa que sabe de tudo... por acaso tem ideia do que é perder uma amiga desse jeito horrível?..
—Por acaso, Rachel.. Eu Sei.
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—Edward, você está bem? -Dizia Lizzie sentada de frente ao computador conversando no celular.
—Mais ou menos.. o desgraçado arrebentou a minha mão.
—Credo.. sinto muito.
—Tudo bem. Já tive dias piores.
—É... Eu já não posso dizer o mesmo.
—Que quer dizer?
—Deixa eu te perguntar uma coisa?
—Claro.
—Mas você tem que me prometer que vai responder com sinceridade.
—Lizzie, por que eu mentiria?
—Ok... -Ela respirou fundo. -Sobre o que aconteceu com você.. lá na sua cidade.
—Ahm...
—Se não quer que eu toque no assunto, então fico quieta.
—Não, não, tudo bem.. pode falar.
—Tá bom.. Assim... como foi que vocês descobriram quem era o assassino?
—Hum.. bem.. a gente não descobriu na verdade. Eles é quem vieram para cima da gente.
—Wow. Ahm, mas tipo.. vocês já desconfiavam de alguma coisa?
—Não.. na verdade não. A Gente era colega, alguns eram muito amigos uns dos outros. Não todos.. mas sabe como é. Eu conhecia aquele pessoal a anos. E quando é assim, você nunca consegue acreditar que um deles, ou nesse caso, dois deles possam ser o motivo dos seus pesadelos.
—Sei.. então era mais de uma pessoa?
—Sim. Steve e Juliett. Steve ainda dava pra engolir, mas a Juliett? Nem em um milhão de anos a gente ia desconfiar. Ela se fazia de burra, de tonta.
—Ah.. mas vocês não desconfiaram mesmo? Tipo, pelo que você contou todo mundo estava sendo atacado e ameaçado. Não desconfiaram quando essa tal de Juliett ou Steve eram os únicos a não sofrerem ataques?
—É Aí que você se engana. Juliett foi uma das primeiras. Levou uma flechada na perna. E o Steve.. ele tava muito triste com a morte da namorada. Jamais íamos desconfiar. Além do mais, não foi ele quem matou a menina. Foi a Juliett, e ele não sabia.
—Nossa que coisa complicada.
—Pode crer. Eu levaria uma dia inteiro te contando como tudo aconteceu. Isso só pra você entender o básico.
—Então.. porque é assim.. Você tem alguma suspeita?
—Lizzie, seu tom de voz já ta entregando tudo. Desembucha.. você tem alguma ideia de quem está fazendo isso?
—Mais ou menos. Olha, depois que as fotos de quem morreu foram enviadas lá naquele aplicativo "Spread" por um número desconhecido, eu excluí o aplicativo do meu celular. Não queria ficar recebendo essas coisas.
—Fez bem.
—Mas acho que o problema me encontrou.
—O que aconteceu? -A Voz do garoto tomou um tom tenso.
—Hoje depois que nós saímos da aula.. e tudo aquilo aconteceu com você.. eu e o Daniel estávamos juntos. Mas aí logo depois ele se mandou dizendo que tinha outras coisas para fazer, que me encontrava depois pra me passar a cola da prova.
—Você ainda tá colando?!
—Me escuta, Edward!
—Tá bem, desculpe.
—Ele tem essa mania de sempre se mandar, você sabe. Ele é doido. Até aí tudo bem. Mas ele não disse para onde ia nem o que ia fazer.. o que não é comum dele. Dan tá sempre se vangloriando de tudo o que faz, mas hoje não me disse. Enfim, ele estava demorando demais então eu resolvi ir até o quarto dele pegar a cola logo, porque eu não ia ficar o dia todo esperando por ele, certo? Mas eu achei uma coisa... e faz poucos minutos que fiz uma busca no Google.
—O que você achou?
—Eu vou te mandar, mas quero que você não surte, ok?
—Vai ser difícil.. mas ok.
—Tá. Espera um segundo.
—Lizzie, não me mate do coração.
—Desculpe.. -Disse retirando o celular da orelha. Deslizando o dedo na tela, abriu a galeria passando a procurar as fotos. Uma após a outra até chegar na desejada. Com um clique selecionou o arquivo enviando para Ed.


(Beep, Beep!) -O Toque no celular na mão enfaixada do garoto lhe indicaram a resposta. Edward, sozinho em seu quarto sentado na cama cabisbaixo, abriu o arquivo que fora lhe enviado, arregalando os olhos no mesmo instante ao ver a foto. A imagem mostrava uma caixinha preta aberta, com um fundo vermelho de veludo tendo um formato em auto-relevo do objeto que portava. Uma faca. Aparentemente de uns 20 centímetros, talvez mais. Reluzente, com a ponta levemente curvada para cima esculpida como uma sutil "Meia-Lua". O Cabo preto.. aquilo lhe era familiar. Engoliu seco posicionando o celular de volta na orelha:

—Lizzie, que merda é essa?
—É o que estou tentando dizer. Olha, depois que eu vi isso... eu me lembrei do que você já tinha me contado sobre Ashville. Então eu tirei uma foto,
—Garota esperta!
—Obrigada. Mas a questão é. Eu joguei a imagem no Google e olha só o que eu descobri.
—Fala!
—Aqui diz que essa é uma faca de caça. Do modelo "Buck 120" e na barrinha do google tem várias opções pra você clicar. Imagens, vídeos, texto.. e também tem a opção "Mais". Quando eu cliquei ali, apareceu três ícones, um deles era "Notícias". E adivinha só... apareceu um monte de reportagens sobre o "Fantasma de Ashville"!
—Quem é você, Sherlock?
—Eu sei lá! Só fiquei curiosa. Enfim, Edward.. esse modelo de faca.. é o mesmo que o assassino da sua cidade usou para acabar com a raça de todo mundo! Não acha que isso é estranho?
—Lizzie, deixa só eu te perguntar uma coisa.
—Diga.
—Você ficou doida? Como foi que você chegou a isso?
—Bom, você me disse uma vez que o desgraçado atacava com faca. E quando eu vi a faca no armário do Daniel eu sei lá... senti que tinha que te mostrar. Eu só não sabia que eu ia acabar achando essas informações. Sério, podia ser qualquer coisa. Se fosse um canivete ou um revólver que eu tivesse achado, iria te mostrar do mesmo jeito. Eu sei que Daniel é meu amigo e que eu não deveria ter feito isso!
—Verdade.
—Mas é que.. eu não vou mentir. Estou com medo. E você mesmo fala que "Pode ser qualquer um" e eu sou paranoica com essas coisas. Uma parte de mim jamais vai desconfiar do Daniel. Mas a outra parte, tem medo demais para se dar ao luxo de ignorar algo assim. Eu to super dividida, não sei o que eu faço! Me sinto um lixo por ter feito isso.. mas quando vi aquela faca, minha cabeça ferveu.. tipo, várias ideias começaram a passar e eu ia ficar louca até ter certeza que ele ainda é o idiota inocente bobão que anda comigo.
—Não.. você fez o certo. Não se preocupe amiga. Não sabemos quem é.. e qualquer um no seu lugar teria feito o mesmo.
—Nisso eu tenho que discordar.. Mas.. depois de ouvir a história sobre como uma cadeirante saiu por aí cortando gargantas.. me fez pensar que tudo é possível e eu não consegui ficar quieta. E com o sumiço que Daniel deu hoje depois da aula e logo depois aquilo aconteceu com você.. eu não sei mais o que pensar.
—Tá.. então vamos fazer o seguinte. A Claire agora tá indo atrás de todo mundo. Ela está tentando descobrir quem são as próximas vítimas. Procurar saber quem recebeu ligações, mensagens ou quem já escapou. A Gente vai juntar essas pessoas pra conversar e tentar alertar elas. Mas.. estávamos tão focados em saber quem eram as possíveis vítimas.. que não paramos para procurar o possível assassino. Quando Claire voltar hoje, ela vai me dizer quem ela acha que pode acabar envolvido nisso tudo. E assim vamos separar as vítimas, dos suspeitos. Se quando ela voltar, Daniel não estiver entre as possíveis vítimas..
—Então ele será considerado um suspeito.
—Sim! Mas não diga nada! Continua na sua fingindo que nada aconteceu que vamos fazer o mesmo. A última coisa que queremos é que o assassino saiba que estamos investigando ele.. eu não sei se é o Daniel. E espero de coração que não seja. Mas você tem que ficar fora disso. Você ficou quietinha até agora, não se envolveu porque eu não deixei. E peço pra que você continue assim.
—Ta bom. Pode deixar! Vou me fazer de besta.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Estamos na reta final do Segundo ato. Mais alguns capítulos se seguirão para fechar o círculo entre a nossa turma. Dividindo-os entre os que se pode confiar ou não. Em pouco tempo, entraremos no Clímax final que garanto que será épico! A nossa galera é um pouco indecifrável. Nenhum deles parece transparecer demais sobre quem são, ou o que não são. Neste ponto, são todos rostos que podem estar por trás da máscara. Não sabemos quem está mentindo.. e vai continuar assim. Estou só mostrando as cenas. Se eles estão sendo verdadeiros ou não.. só o tempo irá dizer. Quais a suas teorias? Por favor, comente o que achou! E muito obrigado por acompanhar!



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