Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 14
Urban Legend My Ass


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, as respostas vem com um preço. Começando a partir do exato momento onde o capítulo anterior acabou, e desde já peço desculpas pelo atraso, hora de seguir com esse massacre. Vamos nessa? Mais pistas serão fornecidas.



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O Céu começou a gritar novamente, com trovoadas ecoando pela escuridão acima. Mas desta vez, sem dar de presente nenhum relâmpago. Apressando os passos temendo uma possível chuva, Minnie ergueu a cabeça por um instante como se pedisse para que a tempestade não chegasse ainda, ou talvez, querendo ter certeza que conseguiria andar os metros que lhe restavam sem ficar ensopada. Fechando ainda mais o zíper da blusa, subindo-o quase que na altura do pescoço, ela baforou o vapor frio abaixando o queixo ao subir aos saltos, os pequenos porém longos degraus à sua frente. Eram tão baixos e largos que por pouco não pareciam uma linha reta inclinada rumo a uma fortaleza. No fim, a construção com aparência de pedra, Um prédio rústico que mantinha a ar de um dia ter sido uma catedral ou coisa do tipo. Cinzento como a tempestade, seus tijolos à noite ficavam mais escuros. As luzes amarelas que vinham de dentro através de vidraças e pela própria porta de vidro em si alertavam presenças, mesmo que o silêncio absoluto fosse o sinônimo daquele lugar. "Biblioteca de Pendleton" dizia a placa sutil pouco acima da porta giratória reluzente por onde ela ansiava em passar....

Em pouco segundos, já estava entre os reflexos do vidro conforme a porta girava. Passou pela mesma olhando em volta no ambiente quentinho que havia adentrado. Nada a ver com o clima lá fora. A Biblioteca quase parecia um palácio. O Chão de mármore cor marfim, o eco que seus passos faziam e as luzes aconchegantes de um espaço delicadamente iluminado entre todo aquele enorme labirinto de estantes de livros limpinhos. À sua direita, seu olhar foi atraído para o balcão onde uma senhorinha de cabelos brancos estava sentada, aparentemente concentrada em algo no computador, tirando sua atenção da tela dando uma encarada grosseira na menina, que tratou de desviar o olhar e seguir em frente de cabeça baixa, torcendo para que a velhota ainda não estivesse lhe examinando.

—Merda.. Tinha que ser a vaca da Matilda? -Disse a si mesma baixinho recusando-se a olhar para trás e ter que ver a cara daquela senhora, que um dia lhe expulsou dali por ser pega aos beijos com um garoto da DKY, Austin. Minnie nem gostava de se lembrar do ocorrido, desde que pensava que Austin foi um dos muitos erros que cometeu na vida. Nunca deixou o rapaz saber o quanto ela o achava patético.


Ficava cada vez mais nervosa de ansiedade, buscando entrar logo na droga de um corredor e estar cercada por livros, longe do campo de visão de Matilda aproximando-se do que seria sua mais próxima entrada do labirinto, uma brecha que dava para um dos milhares corredores formados por prateleiras. E Assim ela o fez dobrando à direita depressa entrando na primeira passagem que lhe surgiu. Mas não parou de caminhar. Era visível como se sentia um tanto perdida e assim, retirou do bolso o papel de que o professor Matt havia lhe entregado mais cedo com as instruções contendo o número do corredor e do livro. Mesmo com a decepção de não tê-lo encontrado mais cedo, Minnie não perdia as esperanças de que talvez alguém pudesse ter devolvido o mesmo. Deu uma rápida olhada no papel, apenas para satisfazer sua fome de certeza, do qual ela já sabia as coordenadas de cor. Olhos rápidos e curiosos percorriam aquelas capas enfileiradas encostadas umas sobre as outras, implorando aos céus que a resposta que procurava, como por um milagre fosse estar lá. Seguindo ainda cercada por livros percebeu que estava na sessão de "Fatos Históricos" e tal era o silêncio ali. O Assunto era tão desinteressante afugentava qualquer um daquela área, não que de fato houvesse alguém. Pois o lugar parecia deserto.


—Hum... por aqui... -Dobrou à esquerda, começando a seguir reto num ritmo acelerado numa passagem longa demais, onde o horizonte era a parede no fundo da biblioteca. Sentia-se num tipo de fenda de uma linha só. E embora houvesse outras travessas a ser acessadas no caminho e encruzilhadas adiante, não ousou prestar atenção em nenhuma. Decidiu seu destino e assim o seguiu... reto. -Caralho.. por favor, por favor esteja aqui... -Sussurrou espremendo o rosto torcendo para ter seu pedido realizado em sua caminhada de um rebolado natural. Mirava o olhar quase que no final de uma prateleira distante à sua esquerda, tentando inutilmente ver à distância se o maldito livro estaria ali.

Um chiado surgiu nas caixas de som instaladas nas paredes do local, junto com a interferência aguda do microfone seguido pela voz áspera da velha:

—Atenção aos estudantes. Já são 22:00 horas, a Biblioteca passará a operar com o sistema econômico de energia. Grata. -A Voz desapareceu com um baque no microfone, como um telefone que é desligado no meio de uma chamada.

Minnie suspirou parando de caminhar na hora, fitando as lâmpadas sabendo qual seria o seu destino. Sua cara de decepção foi explícita:

—Que saco....

(Bumf!.. Bumf!.. Bumf!..) -Uma a uma, as lâmpadas foram se apagando deixando aos poucos, as sessões escuras como a noite lá fora. Estavam se apagando do fundo para a frente, Minnie via a escuridão se aproximando como se a mesma estivesse tentando alcançá-la vinda pelo fim daquele corredor quieto que parecia desaparecer bem na sua frente periodicamente. Sentiu um leve arrepio ao perceber que o breu estava a poucos metros. Lâmpada após lâmpada, que acima de sua cabeça traçavam o caminho que antes percorria, desapareciam trazendo as trevas em sua direção, até que.. aquela que estava sobre sua cabeça, se apagou.. e assim se fizeram as seguintes.. a escuridão agora passava por de trás dela, junto com o vulto negro que cruzou sorrateiramente o corredor logo atrás da garota, passando despercebido pela mesma como um espectro vagante daqueles corredores, desaparecendo assim que adentrou na passagem seguinte entre uma estante e outra. Não foi visto, mas seus passos foram ouvidos por Minnie, que tola, virou-se para trás encarando o escuro carregando estranheza no olhar.

—Oi?.. -Perguntou ao nada.

Era capaz de escutar apenas a própria respiração no momento. Ainda parada, Minnie esperava ansiosamente para que as luzes voltassem, ao menos no modo econômico.

—Vamos.. vamos... -Se mantinha olhando para cima, embora não via nada. E num pequeno estalo, como dois cliques, as luzes acima se acenderam. Ficou terrivelmente explícito como as lâmpadas ao alto eram como painéis quadrados luminosos suspensos por quatro cabos de aço um em cada uma de suas pontas, esses que seguiam até o alto teto. E apenas duas delas haviam acendido. O "Modo econômico" de energia da biblioteca consiste em iluminar apenas o espaço em que o visitante se encontra, a luz acima da pessoa se estende por apenas dois metros quadrados. Conforme o estudante anda, as lâmpadas deixadas para trás se apagam automaticamente, e se acendem as seguintes, acompanhando o caminho que o indivíduo faz. Ao ficar parado no mesmo ponto, as luzes acima do estudante só ficam acesas por no máximo 30 segundos, antes de se apagarem por completo se não detectarem nenhum movimento. É como um detector de movimento inteligente. A boa notícia, Minnie não estava mais no completo escuro. A Má notícia, é que olhando para cima e ao redor, não conseguia ver nenhuma outra lâmpada acesa em nenhum ponto da imensidão escura restante da biblioteca. Estava completamente sozinha, ou ao menos, o cenário a fez pensar assim.

—Ah.. vamos lá. -Respirou fundo continuando sua rota. E quanto mais se aproximava, mais esticava o pescoço para tentar ver além das letras miúdas da capas de livros enfileirados. Indo para frente determinante percebendo os novos pedaços que se iluminavam especialmente para ela conforme seguia, Minnie, a doida varrida chegou a tremer os lábios de ansiedade ao perceber que o livro.. estava lá! -Isso! -Exclamou alcançando o mesmo na imensa prateleira. O restante dos livros pareciam bem mais apertados naquele espaço, dado que a maldita coisa fora devolvida. Puxou-o esboçando um leve sorriso de satisfação, deixando os outros livros ao lado apoiarem-se de leve uns nos outros ao sentirem o espaço livre. Fitando rapidamente o papel, em seguida amassando-o e colocando-o de modo descuidado no bolso da blusa, Minnie preparava-se para obter sua resposta. A Capa preta, dura com letras douradas e sutis em alto relevo exibiam o título "Lendas Urbanas". Abriu o mesmo segurando-o com certa dificuldade em seus braços, o troço era grande e largo, e quando aberto.. parecia uma bíblia. -Vem, garotão... -Foleou desesperada enquanto seus olhos deslizavam em palavras quaisquer das quais não lia, e imagens ilustradas antigas de cenas de assassinato fictícias de antigas histórias de terror populares. -886.. 886.. 886... -Repetia passando as páginas depressa.

Folha após folha.. página após página num ritmo frenético a loirinha se deliciava de contentamento, quando parou repentinamente no que parecia ser quase o final do livro. Página 886. A página em questão apresentava não uma lenda urbana catalogada e impressa na versão original, mas sim, recortes de jornal, desenhos amadores e um texto escrito em letra de mão por uma caneta preta. O Recorte de jornal trazia uma manchete: "12 de Maio de 1998: Assassinatos em Pendleton College".

—Puta.. que.. Pariu... -Disse pausadamente abismada, ao mesmo tempo que sorria com olhos enormes, pondo-se ler em voz baixa, para si mesma: -"Os corpos dos Oito estudantes foram encontrados na ala abandonada de dormitórios antes conhecida por "Stanley Hall". Os jovens estavam amontoados uns sobre os outros num quarto do terceiro andar iluminado por velas. A única testemunha Ocular, Reese Wilson, alega que o campus estava sendo rondado por um Serial Killer, e que vários dos estudantes assassinados haviam pedido por sua ajuda dias antes da tragédia final. A Faculdade Pendleton seria indiciada por negligência com prisão decretada do Heitor Dean Adams, porém o corpo do Heitor foi encontrado boiando no rio Creek na manhã do dia seguinte. A polícia não possui nenhuma pista sobre o autor do crime ou a motivação, e clamam jamais ter tido conhecimento dos assassinatos periódicos que vinham acontecendo naquela semana de Primavera. Reese Wilson, a chefe de segurança de Pendleton disse ter percebido o desaparecimento constante de alguns estudantes durante o período, mas devido à folga de fim de semana prolongado que a faculdade oferece no período de "Spring Break", foi suposto de que alguns dos "desaparecimentos" dos tais estudantes foram associadas ao fato de "Fugas" discretas de fanfarrões que tem o costume de "Abandonar" a faculdade mais cedo neste período afim de aproveitar por mais dias a folga obtida. Wilson foi encontrada com um corte no abdômen desacordada no chão ao lado dos corpos mutilados dos estudantes em Stanley Hall, alegando que havia sido agredida por uma figura encapuzada e nocauteada no local. Como muitos estudantes largaram os estudos, trancaram as matrículas e outros pediram transferência imediata após o conhecimento dos crimes, é possível que, se o assassino fosse de fato um estudante de Pendleton College, o mesmo já estaria longe, assim como muitos outros que desistiram de continuar estudando no local. O Criminoso e seus motivos jamais foram identificados e nenhuma das vítimas sobreviveu para contar o que realmente aconteceu. É visto que todas as vítimas tinham ligações entre si, emocionais e estudantis como relacionamentos amorosos e/ou de amizade. O Grupo de Oito encontrado em Stanley Hall, aparentemente estavam sendo mortos um a um há dias sem terem conhecimento de tal fato."... Meu Deus.. a Quinn vai surtar! -Seus olhos desceram acompanhando a escrita em letra de mão que dizia com exclamação: -"Isso aconteceu!" Virou a página continuando a ler o que continha no verso.


Desta Vez, uma outra notícia breve, seguida por uma foto de um homem de chapéu, parecia um tipo de celebridade, os dizeres acima da foto eram :"14 De Maio, Morre Frank Sinatra". Logo abaixo, a mesma letra de mão antes contida na página anterior, seguia dizendo: "As mortes em Pendleton não chegaram a sair na primeira página dos maiores jornais nacionais por causa da Morte de Frank Sinatra. O Assunto acabou tomando conta de toda a mídia do país, deixando Pendleton em uma página qualquer com letras pequenas ao lado de anúncios de carros e foto de modelos semi-nuas. Eu tenho certeza que a administração da faculdade fez um pedido de sigilo para segurar as matrículas. Muitos estudantes vieram para cá ainda naquele ano disputando vagas como loucos, sem ter conhecimento do massacre que havia ocorrido! Isso é nojento! Hoje estão pensando que eu inventei a coisa toda. Perdi meu emprego por causa desses filhos da puta sedentos por dinheiro! Se você sabe a verdade, repasse!" -Na página seguinte, ainda com o livro aberto, Minnie correu para ler o que estava escrito num Papel colado em cima do texto original que ali havia, era uma foto do prédio do dormitório "Stanley Hall" com um grupo de estudantes rindo e apontando para o prédio em reforma, sendo pintado. E havia também um bilhete colado ainda quase que por cima da imagem escrito "LENDA URBANA É O MEU RABO".

—Gente... que coisa.. As meninas tem que ver isso! -Suas palavras pareceram invocar a situação das garotas de alguma forma, pois seu celular vibrou em seu bolso no exato momento. -Eita!... -Meteu a mão no bolso da blusa com apenas uma mão, pois a outra lutava para segurar o livro, foi remexendo por dentro até retirar o aparelho fitando a tela. Era uma mensagem de Quinn: "Amiga, vem pra casa! Aconteceu o maior bafafá! Você não vai acreditar nisso!" -Mas o que.. -Disse em tom curioso, tentando digitar com uma mão só: -"O que aconteceu, vaca?". Demorou mais do que devia para mandar a mensagem, mas o esforço valeu a pena no fim ao ver o sinal verde de "Enviado" na tela. Foi quando tudo escureceu. Por se manter parada tempo demais, as luzes sob sua cabeça se apagaram. -Ai, merda. -Agora, apenas com a luminosidade da tela do celular jogando luz em seu rosto, Minnie se mexeu de um lado para o outro em completa escuridão tentando fazer com que as mesmas tonassem a se acender, quando outra mensagem chegou... desta vez, de um Número desconhecido:

—"Mexa-se". -Estava escrito no espaço de mensagem.

Estranho, de fato... a garota arqueou as sobrancelhas fazendo bico, confusa. E assim, deu um passo para o lado. As luzes tornaram-se a se acender livrando-a do Breu. O peso daquele livro enorme em sua mão já estava insuportável preparava-se para guardar o celular no bolso, ja abaixando o mesmo quando mais um toque se deu. A nova mensagem que vinha do mesmo número desta vez dizia: "Obrigado".

Minnie teve certeza de que estava sendo observada, olhou lentamente por cima dos ombros procurando por outra pessoa.. mas tudo o que via era uma prateleira gigantesca cheia de livros atrás de si mesma. Contornando o que podia ver, focou a visão no imenso corredor de onde tinha vindo, o bendito coberto pela escuridão, não a deixava ver o que estava ou não.. mais a diante. Abaixou-se de modo veloz, colocando o livro no chão por um instante, recobrando a postura em seguida e digitando com as duas mãos livres agora:

—"Quem É? O.o"
—"... ..... .... (Digitando).. ... ... " -Indicava o visor. -"Quem sou eu? Você é bem curiosa não é mesmo, Minnie? Mas acho que você já sabe demais". -Respondeu Número desconhecido.
—"Idiota... escroto! Você está aqui, seu tarado? Se me encher o saco vou chamar a segurança do campus!"
—"Então vamos ver quem te alcança primeiro?"
—"Vc é tapado mesmo, hein? Onde vc tá? Vo te dar um cacete".
—"Bem aqui.."
—"Onde, besta?... "

Sua mensagem foi enviada. Porém, o número desconhecido parou de digitar. O Visor não indicava qualquer coisa vinda do número, que ficou Off-line imediatamente. Minnie, porém, ainda olhava para a tela, com sentimentos confusos entre raiva, suspeita, e intimidação. Nenhuma resposta vinha, apenas suas próprias palavras escritas "Onde, Besta?" que foram claramente visualizadas eram estampadas frente ao seus olhos. Quando, De repente, uma pancada se deu seguida por vários baques que se deram no chão arrancando um grito involuntário de susto da loirinha que se estremeceu ao ver os livros em sua frente caindo aos montes no chão e um braço coberto por uma veste negra que veio subitamente do outro lado da prateleira através do espaço vazio deixado pelos livros que caíram sob seus pés, portando um faca que por pouco não a acertou. O Desgraçado, quem quer que fosse, tentou acertá-la atravessando o braço pela prateleira. O reflexo ágil de pavor repentino da garota a fizeram se afastar segundos o suficiente para evitar um ferimento sério no rosto, onde no impulso que deu para trás ao soltar o grito bateu com as costas na estante atrás de si, fazendo-a balançar e ranger, onde a mesma ameaçou derrubar mais livros, porém, não o fez.

Minnie, em tamanha surpresa tomada por uma reação rápida e não pensada, só conseguiu ver por poucos instantes aquele braço feroz se mexendo rapidamente de um lado para o outro com a faca que cortava o ar com os movimentos, e tremendo-se toda prestes a correr, teve um pequeno vislumbre da máscara fantasmagórica que a figura do outro lado portava, agora iluminado no outro corredor devido ao seu movimento violento.


—Ahhh!!!!!!! -Berrou a garota colocando-se a correr em linha reta, na mesma direção de onde tinha vindo. Segurando o celular como se sua vida dependesse disso, Minnie avança cada vez mais rápido por aquele corredor cercada por prateleiras paralelas uma de cada lado, conforme deixava por onde passava, o rastro de luz que a acompanhava. Acendiam-se e apagavam-se rápido demais deixando infelizmente óbvio para o inimigo por qual direção a garota traçava seu caminho.

O Pânico percorreu seu corpo, que não conseguia mais distinguir direções exatas naquele labirinto horrível de palavras e capas. Em sua corrida medonha, seu coração disparou feito um jato onde o medo de ser perseguida, não era maior do que poderia encontrar no próximo passo que desse... com a próxima luz que se acenderia podendo revelar o caminho que poderia seguir, ou seu pior pesadelo esperando por ela. Mas seus passos eram rápidos demais para raciocinar direito sobre a situação.

Estava confusa, assustada e sem entender muito bem o que acabara de acontecer. Quem estaria a vigiando, ou por que a assustaram? E o que era aquela máscara imbecil? Como conseguiram seu número? Perguntas.. perguntas.. que eram respondidas automaticamente em sua cabeça de minhoca que forçava lembranças de dias passados, comentários que ouvira e mensagens que Quinn Alegava ter recebido no celular. De repente, a lembrança da foto de Ashley Morta enviada para o celular de Quinn com a mensagem macabra abaixo lhe veio na cabeça. "Não, isso não está acontecendo!"... Já quase sem fôlego e deparando-se com o final de sua linha reta, Minnie foi tomada por uma informação, e uma falta dela. O Assassino que aterrorizava Pendleton estava pestes a fazer dela sua próxima vítima, e a outra.. "Por qual direção eu vim??!"

 

Parou bruscamente no final reta, dando de frente com um "Fim da linha" composto por livros, onde dois caminhos lhe eram permitidos a partir dali, esquerda ou direita, ambos seguiam retos em suas direções, porém com inúmeras travessas e direções disponíveis em seus seguimentos. Freou quase escorregando com os tênis no piso liso que ainda por cima "Derraparam", tendo a sola feito um ruído agudo com a garota se atirando para trás, dando mais firmeza a sua freada. Olhou para um lado, para o outro, de cabeça trêmula e o susto que tomara segundos atrás ainda estampado nos olhos com uma certa presença de adrenalina. Respirava rápido e ofegante, e antes de tomar uma decisão a qual caminho seguir, virou-se para trás. Talvez o pior erro que alguém poderia cometer. Fitando o longo caminho reto que acabara de fazer, via as luzes por onde tinha passado se apagando uma a uma em velocidade assustadora. A escuridão corria para alcançá-la, assim como as lâmpadas do outro corredor paralelo à esquerda de onde a figura assustadora se encontrava, vinham se acendendo, aproximando-se cada vez mais... e julgando pelos sons pesados que ecoavam vindo em sua direção, o desgraçado vinha correndo em disparada. Não podia vê-lo, mas olhando para cima, acompanhava através das lâmpadas o paradeiro de seu perseguidor, o problema, é que ele fazia exatamente o mesmo com ela.


—Caralho, que droga!! -Deu um tapa na própria cintura, se sacudindo de desespero, não querendo por nada esperar ver aquela coisa dobrando o corredor e dando de cara com ela. Assim, Minnie correu... para a direita seguindo em ritmo frenético a direção que mais lhe permitia afastar-se do desgraçado.

Ouvia o modo como seus próprios passos denunciavam seu paradeiro. Resolveu fazer um caminho qualquer, algo que poderia ajudá-la a despistar o fantasma. Minnie entrou na primeira brecha que viu, de novo à esquerda, e seguiu por mais um e desta vez mais estreito corredor por onde seguiu reto aos saltos, procurando desesperada por mais uma saída, em qualquer direção...

—Cadê?.. Cadê??!! -Percorria passando as mãos nos livros que a cercavam, desorientada e perdida. As prateleiras pareciam que a qualquer minuto fossem prensa-la, encurralá-la e este seria seu fim. O labirinto dos infernos lhe proveu mais uma brecha, desta vez para a direita. Uma abertura pobre que permitia passagem para outra sessão. Era ao menos eficaz, e assim o fez. Atirou-se por entre a fenda passando para o outro lado raspando o ombro contra uma quina de uma prateleira, o que acabou resultando num pequeno rasgo em sua blusa do qual não se importou nenhum pouco, passou com tudo abandonando apenas a escuridão no espaço que acabara de deixar para trás. Agarrava ainda o celular ficando de frente com mais um escuro e interminável corredor com aquele trecho pequeno que se acendeu diante de si, e mais uma vez.. percebeu o quanto estava ferrada.

 

Olhou para cima, fitando as luzes com ódio, abaixando-se diante de uma prateleira qualquer... procurando ficar imóvel de uma vez por todas.

 

—Por favor, Deus.. Por favor... -Cochichou implorando, abaixando a cabeça conforme se agachava. -Anda.. Anda, vai logo!! -Olhava fixamente para a lâmpada acesa sobre si, até que finalmente a mesma desapareceu. De volta às trevas, Minnie nunca esteve tão aliviada, ao menos, sua posição agora não estava tão óbvia.. ou será que sim?

 

Podia ouvir as botas pesadas firmando-se no piso, pareciam chegar mais perto. Não estava mais correndo, isso era claro. A Loirinha se deu conta de que estava sendo caçada vagarosamente, e seu perseguidor.. estava cauteloso. Não importa em qual direção olhasse, não via absolutamente nada. O que era ainda pior, a prateleira que usava como um "Esconderijo", era alta demais para enxergar se haviam luzes acompanhando o paradeiro do mascarado. Por isso, contava agora com sua audição para guiá-la sobre seu destino. Correr significaria entrega sua posição.. mas a ideia ficou mais tentadora ao escutar os passos à poucos metros.. ele provavelmente já estava a apenas algumas estantes de distância. Que inferno seria se estivesse bem ali... do outro lado...


Seus tornozelos e joelhos já começavam a sentir a pressão de ficar naquela posição abaixada, mas mantinha as pernas fortes. Vacilar agora não é uma opção. Tenebroso em como poucos segundos viraram sua vida e sua situação de cabeça para baixo. A agora pouco, estava tão calma... e agora.. numa encruzilhada no escuro com um assassino. Como pode acontecer tão rápido? Mas um nome lhe batia na mente: QUINN. Precisava pedir ajuda, avisar alguém... Sentindo o celular entre os dedos que apertavam o objeto com tamanha força, a garota tateou o aparelho procurando as cegas pelo botão central, e assim que o sentiu... apertou. A Tela se iluminou, o que a fez olhar com cuidado para os lados observando tudo com o canto dos olhos. Tensa, passou o dedo na tela desbloqueando-o, e assim, vendo que chegara mais uma mensagem da amiga da qual não tinha percebido. Dizia:

—"Onde vc tá?"

Lambeu os lábios secos passando a respirar pela boca de forma cautelosa, não queria ser encontrada nem pelo som que o ar fazia ao entrar e sair de seus pulmões. Digitando feito louca, porém, imóvel... mandou:

—"Tô na biblioteca, socorro! Tem alguém me perseguindo. Acho que tá tentando me matar!"


"Eu só quero sair daqui" -Pensava. A menina doidinha que sabia atuar, estava sempre de bom humor, se divertindo e fazendo piadas malucas.. havia desaparecido embaixo de todo aquele medo e preocupação. Incrível como as pessoas são diferentes quando ninguém está olhando. Sabe-se lá o que um colega sorridente esconde no sob o tapete enquanto sai para se divertir com os amigos. A imagem que passava todos os dias aos outros, não existia mais. Minnie era só mais uma garota comum, e hoje.. temendo pela vida.

 

—"Como assim??!" -A Mensagem de Quinn Chegou. Minnie a leu respondendo na mesma hora:

—"Eu não sei o que está acontecendo! Por favor, me ajuda!"
—(.... ..... ....) -Calma, tem como sair daí?
—Não dá, ele vai me achar!!
—(... ... ... ) -O Que você vê?!
—Nada, porra!
—(.. .... ...) -Alguma luz acesa?
—Não..
—(... .... .... ) -Então talvez não tenha ninguém perto.
—Ou.. está parado, neh idiota!
—(... ..... ...) -To indo pra aí! Vo chamar a segurança!
—Ok! O.O..

Assim que a mensagem de "Ok" foi enviada, Minnie pressionou o botão novamente para que a tela se apagasse, e assim ela se fez.


E naquele silêncio mórbido... a desgraça aconteceu. O Celular tocou repentinamente em sua mão, recebendo uma chamada com a música "Teenagers" de "My Chemical Romance, que era seu toque, ecoando a todo volume. Chamada esta, de "Número desconhecido".

"Merda, Merda, Merda!" -Pensava a ponto de derramar lágrimas gritando internamente tacando todos os dedos que possuía na tela do maldito telefone para silenciá-lo de uma vez! .... Rangia os dentes de nervoso quando finalmente conseguiu.

A música parou dando lugar a mais silêncio. Mas agora.. sabia como tudo iria acabar. Respirou fundo fechando os olhos com lábios trêmulos, dos quais ninguém estava ali para ver. Queria que tudo fosse uma brincadeira. Que a pessoa mascarada se revelaria sendo algum colega que riria da cara dela e ela o encheria de tapas por tê-la assustado daquele modo. Uma coisa ou outra, seu destino estava selado.. ou a brincadeira de mal gosto estava para terminar. E Talvez.. ambas as alternativas estivessem certas.

 

Hesitou, mas decidiu. Começou a se levantar, do modo mais silencioso que conseguira desdobrando os joelhos já doloridos de modo vagaroso, ficando em pé enfim porém, sem dar um passo ou fazer nenhum movimento brusco. A menina fingia que não estava lá.. que não existia naquele espaço de puro terror. A luz não se acendeu, o que lhe causou estranhamento. Talvez a maldita só se acenda caso a pessoa faça movimentos maiores ou dê passos significativos... quem sabe?


O Ar condicionado finalmente começou a pesar, com o ar frio se chocando com o calor de seu corpo um pouco suado e quente... Quando, mais uma vibração se deu em sua mão. Era o celular, de novo. Aflita, não querendo nem por um milhão de dólares ver o que havia recebido.. mas não contendo a ansiedade, acendeu a tela, desbloqueando-a para ler:

—"Não Grite.."

As palavras lhe gelaram a alma. Era isso... o fim. Sentiu-se tremendamente observada e um som áspero porém bem baixinho se deu ali próximo à sua esquerda, como um sopro que ameaçava tocar seus ouvidos. Uma respiração um tanto pesada e abafada por alguma coisa....

Minnie girou a cabeça na direção de onde vinha a respiração, apenas para ter todo o espaço em sua frente iluminado repentinamente revelando o psicopata encapuzado com sua máscara branca e preta surgindo em sua direção num passo largo e rápido onde, num pequeno instante de susto, ele já estava de cara com ela.

Foi tudo tão depressa.. o desgraçado estava bem ali parado, surgiu feito um demônio vindo de um filme de terror dobrando o corredor na direção de Minnie, onde ele provavelmente já estava ali discretamente Deus sabe por quanto tempo..

Assim que a boca da Loira se abriu para gritar e seus pulmões se encheram para liberar o grito de pavor numa sacudida arrepiante, ela já vinha descendo em sua direção.. aquela faca de caça enorme, comandada por um braço impiedoso e ágil que acertou a garota em cheio no pescoço calando aquele que seria seu mais alto grito num golpe forte, e em cheio que a jogou para o lado fazendo-a rodopiar dando as costas para a figura, derrubando inúmeros livros com suas mãos desesperadas que tentavam segurar em alguma coisa para se manter de pé após derrubar o aparelho celular no chão que se espatifou!

 

Sua boca aberta ao máximo, e a leve surdez que sentiu ao se dar conta que sim, isso tinha realmente acontecido... a fizeram perceber como estava muda, como o mundo ao redor parou de girar e sua existência se baseava apenas em dor, e vontade de respirar...

 

Curvou-se para frente caindo de joelhos, pronta para tossir mas nem isso acontecia. Suas tentativas em vão de por algo para fora a agonizavam. A Garganta parecia bloqueada, e se não fosse pela espessa baba que escorreu de seus lábios acompanhada de um líquido vermelho quente.. jamais saberia que estava sangrando e sua mão não teria encontrado a causa de tanta agonia. Seus olhos já ficavam vermelhos e o rosto se preparava para entrar num "Roxo" com bochechas já inchadas quando seus dedos lhe tocaram o pescoço, sentindo o cabo da faca que havia lhe penetrado por completo. A leve esbarrada no objeto cravado em eu pescoço fizeram a faca se mexer um pouquinho por debaixo de sua pele, causando uma fisgada que a fez abaixar-se ainda mais, quase perdendo as forças de manter ao menos de quatro, com a regurgitada enorme de sangue que se espalhou pelo chão vindo de sua boca, assim como os vômitos que sofria depois de 5 tequilas. A ponta da faca se encontrava do outro lado, saindo por debaixo da pele causando um formato pontiagudo, uma protuberância horrenda em seu pescoço com um furinho modesto, por onde pequenos jatos de sangue se colocavam para fora, como se uma seringa estivesse espirrando seu líquido pela ponta da agulha, manchando de sangue as capas dos livros na prateleira inferior.

 


Minnie não resistiu. Ter uma faca atravessada no pescoço lhe tiraram os mais básicos dos sentidos e a tontura com o começo de uma vista escurecida diziam "Olá" para a menina que se asfixiava no próprio sangue que se amontoava dentro de sua garganta. A blusa já se banhava quando ela desistiu, virando-se de barriga para cima dando de costas no chão de braços moles e desistentes. Ainda tinha espasmos severos de agonia e sofrimento enquanto a figura mascarada a assistia morrer, sem ousar acelerar o processo. Quem diria, que sua morte, iria parecer o momento mais longo de sua vida...

 

 

A poça de sangue já lhe rondava a cabeça, saindo pelo ferimento do pescoço, indo de encontro aos seus cabelos espalhados no piso e deslizando por sua nuca... e quando seu peito dava os últimos saltos de uma tentativa fútil de respirar, a luz se preparava para deixar os olhos mas não antes daquela máscara se debruçar perante seu rosto, parando imóvel observando a garota de perto enquanto a Morte vinha buscá-la silenciosamente.

 

E assim, por ter ficado tempo o suficiente imóvel, a luz se apagou naquela área. E a escuridão afirmou que ali, Minnie já não existia mais.. nem mesmo, o fantasma que a perseguia, retomando o vazio silêncio da biblioteca.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Adeus Minnie! ♥ Bem, confesso que esse capítulo foi bem dificil de escrever gente kkk tentar passar para vocês em palavras o que eu via em minha mente com imagens claras foi EXTREMAMENTE DIFÍCIL kkkk não nego, mas foi isso o que eu vi e tentei a todo custo passar pra vocês, espero sinceramente ter conseguido fazer com que a experiência fosse divertida, emersiva mesmo com os defeitos. E muito obrigado por acompanhar. Por favor, comente o que achou! Até a próxima galera!



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