Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 13
Nemesis


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO, este episódio tem uma cena com trilha sonora para acrescentar o clima, Sabe como é neh. Bem, deixo aqui o link para vocês, - https://www.youtube.com/watch?v=ONsB0Boo7kM&spfreload=10 -Sugiro deixar o link aberto e pronto. Quando o texto indicar "Incluir trilha" aí podem dar o play. Thanks ♥ haha fiquei bem inspirado nesse capítulo.



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(Poc... Poc.. poc..) Era o som que os sapatos extravagantes de Claire faziam no asfalto. Até parece que os colocou por causa de algum evento, festa ou ocasião importante. A Diaba desfilava pelo simples fato de querer, e poder. Isso sem contar seu vestido rosa claro que ia até certa altura das coxas, quem olhasse, provavelmente acharia que era de seda. Mas não, é cetim. As pulseiras douradas que chacoalhavam em seus pulsos gritavam "Vagabunda exibida à caminho", e a Morena era atingida volta e meia por olhares contraditórios de Edward, isso quando o mesmo não pegava o celular, fitava a tela por uns instantes e tornava a abaixá-lo. Fazia isso o tempo todo ao ponto da própria Diaba se irritar com sua atitude desesperada:

—Caralho, ela não vai responder!
—Que horror.. precisa falar assim?
—E o que quer que eu diga?
—Sei lá.. que ela só precisa de um tempo..
—Edward... você sabe o que "Um tempo" significa?
—Sei..
—Não, não sabe. É quando por exemplo. Você está com um cara e uma garota, e você é uma pessoa possessiva, psicótica, sufocante que não sabe aceitar a diferença do outro mesmo amando o tal desgraçado e sabendo que o tal desgraçado te ama. Então, você quer mudar ele ou ela, fazer essa pessoa ser do jeito que você idealiza. Claro, porque você não tá nada com vontade de sair pra procurar outro, então ao invés de trocar, conserta. Basicamente, você faz cu doce, e começa a causar problemas mas faz a outra pessoa acreditar que é tudo culpa dela, deixa ela se sentir um lixo. Aí, o relacionamento começa a ameaçar o fim, e óbvio, a pessoa vai pensar que é culpa dela e fazer de tudo pra salvar a bosta. Aí, você faz o maior cu doce, se aproveita da situação e manda "Dar um tempo". Nesse tempo você só tem que sentar e esperar, porque logo, o, ou a infeliz vai se sentir totalmente arrependido. E detalhe, por algo que não fez. E então vai tentar viver a vida de solteiro de novo, talvez conhecer alguma bêbada numa balada que parece ser muito mais legal que você, afinal, se você fosse legal, estaria naquela balada. Então, a culpa vai começar a bater e o pobrezinho vai voltar correndo pra você pedindo desculpas prometendo que vai mudar, que vai ser do jeito que você quer. Mas ele vai acreditar que é isso o que ele tem que ser. Nisso, começa a dependência e qualquer coisinha que a pessoa faça de "Errado" vai ser motivo pra ela implorar e implorar pelo seu amor. E você, só precisa deitar e aproveitar porque esse idiota... nunca vai te largar. Vai se esquecer até da própria personalidade fazendo as coisas de acordo com sua doutrina e vai virar um bichinho de estimação. Isso é dar um tempo. Dito isso, Kirstin não está dando um tempo. Ela só está cagada de medo mesmo. E não a culpo, se eu tivesse no lugar dela já teria te bloqueado nos meus contatos. Tá louca que eu ia querer dar mole pra um Boy que é alvo de um assassino? Sai fora! Mas não liga não... vai atrás da "Bêbada na da balada", quem sabe ela tem mais a ver com você.
—Claire... você é louca?
—Pergunta pro Sanatório da onde eu fugi. A questão não é essa. A questão é que você merece coisa melhor.
—Você não foi mesmo com a cara da Kirstin.. não é?
—É tão óbvio assim?
—É.
—Tá, esquece o que eu disse. Continue olhando pro seu celular. Vamos ver se alguma mágica acontece.
—Você tem uma visão bem profana do mundo, amiga.
—Não... essa é a mais pura verdade.
—Duvido. Até parece que as mulheres fazem isso.
—Ah, mas fazem! Elas nem percebem.. mas fazem. É um ato Inconsciente. Elas não planejam, mas é assim que acaba acontecendo.
—Você diz "Elas".. por que não diz "Nós"?
—Já me viu lutando pra ficar com um macho?
—Não.
—Então pronto!

Os dois caminhavam por uma rua de subúrbio aos arredores de Pendleton. Isso após passarem o dia todo tentando achar uma forma boa de quem sabe, avisar as garotas da Lambda Kappa do possível perigo, ou até mesmo de estarem prontos para botar a mão na massa e enfrentar o assassino. A melhor alternativa que conseguiram bolar foi a que estão pondo em prática no momento. Indo até a casa da Lambda Kappa apenas para conferir se algo acontecerá ou não. Andavam lado a lado como há muito tempo não faziam. E estavam sós. Gigi se recusou a proposta de poder ficar cara a cara com aquela máscara de novo. Decisão compreensível, porém, covarde. Mas não era o caminho que deixava Claire aflita, e sim as perguntas em sua cabeça que saltavam por sua boca.

—Então... quem você acha que é, Edward?
—Não faço ideia. Levando em conta o que a Gigi contou, talvez a gente nem conheça esse assassino. Pode ser algum Nerd qualquer que veio pra Pendleton para matar. Quem vai saber?
—Não acho que seja isso.
—Por que não?
—Porque se fosse isso, se Gigi tivesse falado com algum estranho qualquer, e ele de fato viesse pra faculdade só pra fazer isso.. não acho que ele conheceria essa turma. Saberia seus nomes, ou até mesmo quais eram as casas que ele devia atacar.
—Faz sentido. Mas nem tanto.
—Então elabora, Sherlock.
—Ah, Claire. Redes sociais. Um estranho pode descobrir o nome de quem quiser por uma conta no Facebook, Twitter e tals. E os endereços das casas? A Coisa mais fácil do mundo de descobrir. Sempre tem festas, e o pessoal sempre marca eventos dando a localização no Facebook pra Deus e o mundo ficar sabendo. Então, não precisa ser alguém de dentro pra ter acesso a essas informações. Além do mais, um "Forasteiro" poderia circular tranquilamente no campus e observar seus alvos. Tem milhares de jovens estudando aqui e andando pra cima e pra baixo, ninguém is perceber que "Aquele cara" ou "Aquela garota" não são daqui.
—É.. Mas e o tal aplicativo?
—O "Spread"?
—É.. O Assassino mandou fotos do ataque à Gigi e Carl pelo aplicativo. Tem que ser alguém de dentro. Tanto que, nem todo mundo em Pendleton tem acesso a ele, e é um aplicativo criado por alguém aqui da faculdade. Como um estranho ia ter ele?
—Sei lá.. pode ter pego o celular do Carl..
—Como, besta? A Foto mostrava Carl sendo atacado dentro do carro, a pessoa que tirou a foto estava do lado de fora, vendo todo o ataque.
—Ué, a foto foi tirada por outra pessoa, e depois enviada pelo aplicativo. Não acha?
—Não sei... é tudo muito estranho. E se tinha mais alguém lá, por que não pediu socorro ao invés de tirar uma foto?
—Claire, ficou burra de repente? Cúmplice, querida.
—Dois assassinos? De novo? A faça me o favor.
—Acha que não é possível?
—É possível sim, só que seria uma tremenda sacanagem.
—Tá, tanto faz. Me diz, como se sente sendo uma heroína? -Edward disse sorrindo, claramente com intenções de atazanar a amiga.
—Vai se foder, não to salvando ninguém.
—Awnn... "Claire Ripley", a "Survivor salvadora".
—Para de graça! Já disse, não estou aqui para salvar a puta da Rachel.
—Então está aqui por quê?
—Pra provar que estou certa.
—E depois?
—Depois.. dar o fora desse lugar e ficar bem longe do radar desse maníaco.
—Então estamos aqui a toa? Pra que viemos até aqui se você não quer realmente se envolver?... To achando que você quer fazer parte disso, só não está admitindo.
—Podemos mudar de assunto?
—Tá bem...
—Estamos chegando? Diz que sim.
—Sim.. é aquela casa ali. -Edward apontou para um sobrado pouco mais à frente.

A Casa era de cor beje. Enorme. Mais ou menos umas 18 ou 20 garotas moravam ali. As letras "LK" de metal grudadas na fachada da residência ficaram mais visíveis conforme se aproximavam. Tampando o nariz e fazendo careta, Claire começou a abanar a mão na frente do rosto abrindo a boca, simulando uma ânsia de vômito.

—Que foi? -Perguntou Ed.
—Nossa, não tá sentindo? -Disse com a voz anasalada.
—Não... -Edward farejou o ar, ainda sem entender. -Sentindo o quê?
—O Cheiro de puta.
—Haha! Você é terrível.
—Obrigada. -Claire sorriu, deixando a interpretação de lado, continuando o caminho em frente.
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Olhavam através de um arbusto do outro lado da rua, abaixados. A Casa parecia normal. Quase todas as luzes acesas e garotas perambulando pra lá e pra cá. Era possível ver suas sombras através das cortinas.

—Ok.. cadê o Donnuts? -Questionou Claire, esboçando um leve tédio.
—E você, não trouxe o café? -Edward retrucou com um sarcasmo a altura.
—Boa.
—Valeu.
—Então.. esperamos os gritos começarem ou arrombamos a porta?
—Podíamos fazer como as pessoas normais e simplesmente tocar a campainha.
—Normal não faz meu estilo.
—Tô vendo. Toda produzida para ficar abaixada atrás das plantas.
—Nem vem com essa agora.
—Só você mesmo, Claire.
—Ai! -Reclamou a Diaba, se remexendo olhando para trás.
—O que foi?
—Senti uma picada na bunda.
—Aquieta aí.
—Olha como você fala comigo!
—Wow!! -Exclamou Edward num pulo. -Ficou louca?!!
—Hehe... -Ela ria sozinha abaixando o dedo do meio, que acabara de usar para "Espetar" o amigo na bunda. -Que é, gostou?
—Fala sério! -Deu um tapinha na mão dela, rindo envergonhado.
—Ah, queria alguma ação pelo amor de Deus... isso aqui tá muito parado.
—Acabamos de chegar. Acha que está onde? Num filme do Michael Bay?
—Bem, do jeito que está tudo meio mal iluminado, e quase não dá pra acompanhar o que se passa lá dentro.. eu não ficaria surpresa se o senhor Bay aparece agora gritando "Corta" num alto falante.
—Acho que não entendi a referência.
—Ele é um péssimo cineasta. Os cortes nas cenas são muito rápidos você mal consegue acompanhar o que está acontecendo nas cenas de ação. É um monte de barulhos e golpes que você nem sabe da onde vem. Quando a luta acaba você nem sabe quem morreu ali, quem viveu, é uma confusão visual só.
—Ah tá...
—Bom. E então? Qual o Plano?
—Saber quem é a garota que tá saindo.
—O quê?!
—Abaixa!

Claire fora puxada para baixo, forçada a se agachar por trás do arbusto.

—Credo, que violência Edward.
—Não é bom nos verem.
—Se você diz.. -A diaba abriu com os dedos uma pequena fresta entre os galhos finos e folhas, tornando ali um buraco por onde podia assistir o que se passava do outro lado da rua.

Pelo farfalhar ao seu lado, Edward fazia o mesmo. Ambos de olho na garota que saía de dentro da casa, fechando a porta e se pondo a caminhar lentamente pela varanda, descendo os degraus com os olhos grudados na tela do celular. Parecia completamente desatenta com o mundo ao redor. Devagar, a garota seguia em frente.

—Quem é aquela?...
—Hum... deixa eu ver... -Claire aproximou o rosto do buraquinho que abriu no arbusto, tentando identificá-la. -Acho que é aquela menina...
—Nossa, ótima missão de reconhecimento. Que menina, porra?
—Aquela louca que mostrou os peitos outro dia.. que tava protestando lá.
—Minnie?
—Você conhece ela?!
—É.. Conheço.
—Edward você me surpreende mais a cada dia. Vai falar que você conversa com a Rachel também?...
—Prefiro não comentar...
—Aff... -Revirou os olhos, voltando a prestar atenção em Minnie.

Estava bem arrumada até, de botas, jaqueta e jeans, a Loirinha ainda usava uma touca na tentativa falha de proteger os cabelos de uma possível chuva. Pouco a pouco, se afastava cada vez mais da Fachada da casa, seguindo o caminho de paralelepípedo no jardim da frente. Quem olhava até pensava que era uma boa filha de algum pai rígido do subúrbio. A louca estava embutida na cara de santa que fitava o celular. Minnie era, e estava totalmente distraída. Até que, botou os fones no ouvido, aproximando o celular da boca:

—To saindo. -Disse no auto-falante, tornando a fitar a tela esperando alguma resposta. Em poucos segundos, desistiu, olhando em volta naquela rua calma de asfalto ainda molhado. O Vento soprou fazendo-a desviar o rosto da direção em que o mesmo vinha, ficando de costas para a brisa.


—O Que ela tá fazendo? -Claire perguntou num tom desconfiado.
—Nossa, você tá levando essa coisa a sério hein.. -Brincou Edward. -Tá até usando aquele "Tom" dos programas policiais.
—Cala a boca, Scully. -Respondeu rindo de lado.

Sem nada interessante para olhar ou prestar atenção, Minnie permaneceu parada já na calçada, parecia entediada. Foi quando sua atenção voltou ao celular, e repetiu a falar aproximando-o novamente do rosto:

—Tá.. to indo então. Se eu descobrir alguma coisa, te aviso. Bjos.

Abaixava seu braço, pronta para guardar o aparelho no bolso quando um rangido rasteiro se deu. Minnie se virou de um lado para o outro, numa rápida curiosidade.

—Oi?.. -Perguntou para o nada. E assim se via naquela rua. Sozinha. -Eu hein... -(Rrrééh...) -O Ruído surgiu de novo, desta vez parecia ter vindo de cima. Uma calha ou algo assim. Seu olhar ligeiro se lançou em direção qualquer, para cima, para os lados.. o que fosse. Tudo o que via era a mesmíssima fachada da casa com as Letras "LK". As duas casas vizinhas pareciam quietas. Habitadas, porém nada fora do normal. Minnie não gostava de barulhos repentinos, do mesmo modo que não gostava não saber das coisas. Seu temor pelo desconhecido, sejam fofocas ou mistérios, a deixavam aflita. E no momento em que respirou fundo bufando ao dar seu primeiro passo que iniciaria sua jornada, parou. Congelou fitando discretamente o outro lado da rua pelo canto do olho, de onde ouvira um farfalhar. Sentiu-se observada. E sinceramente não gostou nadinha da sensação. Sem se mover, engoliu seco concentrando-se por um minuto para ter certeza que de mais um som de plantas chacoalhando se daria ou não.

—To fora... -Disse a si mesma baixinho, dando de ombros disfarçando um leve arrepio que lhe arrebatou. Assim, Minnie deixou tudo aquilo para trás, andando em passos largos pela calçada sem se atrever a olhar para trás. Caminhando, ela realmente era observada, por Claire, que despencou um tapa no ombro de Edward:

—Que merda foi aquela? Ela quase nos viu!
—Foi mal... eu fiquei em choque!
—Ai, garoto.. por favor!
—Desculpe!
—Tanto faz. Então.. bora?
—"Bora", o quê?
—Vamos tocar a campainha.
—Você pirou? E dizer o quê?

Claire levantou os ombros fazendo cara de "Não sei".

—Ah, ótimo.. Essa vai ser uma linda conversa. -Edward pigarreou, em seguida tornou a falar, afinando a voz para fazê-la parecer de mulher, em poucas palavras, imitava Claire: "-Olá, sou Claire e esse é Edward, somos sobreviventes de um massacre, estávamos passando por aqui e por acaso achamos que vocês es~toa prestes a ser brutalmente assassinadas por um louco mascarado. Se quiserem vir comigo, ótimo. Se não quiserem, podem ficar aí e morrer eu nem ligo". É isso, Claire?

A Diaba o encarou cerrando os olhos:

—Nunca mais faça isso de novo. Eu não falo assim.
—Ah, é? E Como você fala?

Ela respondeu lhe mostrando o dedo do meio.

—É mesmo! Esqueci desse detalhe..
—Aff... -Bufou levantando-se. Claire deu as costas à Edward caminhando depressa.
—Espera! -Ele se pôs a alcançá-la, não que ela deu atenção, continuou andando prestes a atravessar a rua, sendo seguida pelo amigo que ainda dava a volta no arbusto, diferente dela, que havia passado por cima.

Esse era o momento. O momento em que Riple poderia se tornar uma heroína. Sentiu seu coração acelerar a cada passo que dava. Encarava a casa da Lambda Kappa com confiança. Era agora em que tiraria do assassino o sangue que tanto clamava. Sentia que estava para tirar doce de criança, embora não pensara nas consequências de atrapalhar o reinado de terror do psicopata. Não estava contente por ser a futura responsável em salvar um bando de "Putas" como assim julgava, mas o título vale mais que o feito. Isso segundo, claro.. Claire.

Deu uma jogada de cabelo ao vento, em sua rebolada emocionante. "Meu Deus, deviam filmar isso" -Pensava a Diaba que se imaginava desfilando em câmera lenta, rumo a um ato impensável que vinha dela. Com a adrenalina começando a bater ao imaginar-se dando entrevista em rede nacional contanto como poupou a vida de 18 garotas, teve seu momento interrompido, como um disco de vinil que que para de girar no melhor momento da música ao ter seu ombro agarrado pela mão de Edward, que parou sua caminhada no meio da rua.

—Pare!

Claire revirou os olhos, virando-se para ele:

—Caralho.. quebrou meu clima.
—Claire..
—Eu não tô nem aí, quer saber? Que se dane. Elas que se DANEM! Eu nem sei o que estou fazendo aqui...
—Claire!
—Devíamos estar num bar agora. Tá vendo como eu me arrumei?
—CLAIRE!!!! -Exclamou o garoto, abafando por completo a reclamação da Diaba que se calou furiosa.
—O quê?... -Questionou com raiva.

Edward não lhe deu olhares, muito menos fez gestos. Ficou parado ao lado dela enquanto a mesma o examinava com desdenho, cruzando os braços. O modo como ele deu um dramático passo à frente levantando o queixo, encarando algo no céu ou algo assim sem expressão alguma.. a preocuparam.

Ela então esticou seu braço lotado de pulseiras, tocando-lhe o queixo, virando seu rosto delicadamente de frente ao seu:

—O que foi?.. Isso é hora para parar e ver as estrelas?...

O olhar que Edward Graim carregava era como uma facada legítima na Diaba. Não havia raiva, nem nada do tipo. Apenas preocupação, e pior, nenhuma palavra.

Fitaram um ao outro numa longa pausa de silêncio, onde a expressão de Claire começou a mudar. Algo mais humano surgiu em seu semblante, parecendo aderir a expressão de Edward, como se o imitasse. A respiração ficou um pouco mais pesada. Ela sentia o cheiro do perigo de longe. Deste modo, Edward lhe retribuiu o gesto, tocando em seu queixo. Lentamente, girando o rosto da amiga e apontando-o numa alta direção forçando-a a contemplar acima de seu campo de visão. Assim que a vista de Claire perambulou entre as sombras do alto... sua boca se abriu, tendo seu pito enchendo-se de ar, embora sentisse que o mesmo havia sido tirado dela.

Lá em cima.. seu Nemesis os assistia. A Capa preta dançando ao vento, numa visão fantasmagórica como algo saído do submundo. Ghostface parado em toda sua glória, pendendo a cabeça para baixo reconhecendo a presença dos dois. Ereto, numa pose não propositalmente imponderada, lá estava ele... em pé no telhado da casa da Lambda Kappa.

(Inserir Trilha Sonora) -

Um embate. Um reencontro entre dois seres que já se sujaram de sangue. Claire ficou embasbacada. Deu um passo lento e leve seguindo em frente ainda com a cabeça levantada, não conseguindo desgrudar o olhar daquela visão do espectro da Morte. Aproximando-se da calçada, chegando ao outro lado da rua, ela o encarava como um parente raptado que finalmente voltara para casa. A figura não se movia, embora claramente parecia acompanhar cada movimento da Diaba que chegava mais perto... Protagonista e vilão.. finalmente, Frente à frente.

Ela parou. Embaixo da luz do poste. A Sobrevivente embrulhada na luz, e o inimigo embrenhado nas trevas como se fizesse parte dela. Mal dava para vê-lo se não prestasse muita atenção no topo da casa, coisa que com certeza ninguém faria. E "ninguém", é o que havia naquela rua.

A expressão de encanto misturada com medo se dissipou em Claire, dando lugar a um olhar vingativo mortal de Ripley, que cruzou os braços jogando o peso do corpo numa perna só, em pose de uma menina mimada que espera ansiosamente e impacientemente por algo. Ghostface ainda não se moveu. Não reagiu ao gesto convencido de Claire, que levantou a sobrancelhas jogando levemente a cabeça para cima, num sinal de "E Aí?".

A resposta veio. Vagarosa e arrepiante, com o modo em que o fantasma abaixou a cabeça devagar curvando-se um pouco e logo, recobrando sua postura. Uma reverência. Como se o Serial Killer mostrasse reconhecimento a uma velha amiga, inimiga... ou tivesse mostrado um falso sinal de respeito contra aquela em que nasceu para lhe duelar. O Gesto, frio e assustador que vinham de brinde com aquela máscara que mesmo inexpressiva, disseram muita coisa à Claire. "Olá... eu vejo você". Com o soprar mais forte do vento, a figura se movimentou fazendo a máscara desaparecer. Provavelmente havia se virado de costas. Incrível o modo como se blindou por completo na escuridão. Esforçando-se para entender um verdadeiro movimento de sombras e ruídos baixos que se seguiram, Claire presumiu que o ser havia mudado de posição. Não estava mais lá. Desapareceu, como fantasma que personificava com seu disfarce. Não conseguia conter o arrepio que lhe percorreu o corpo.

—Edward...
—Ham... -Balbuciou ele, ainda besta com o que acabara de ver, não raciocinando direito respondendo em modo "Automático".
—Vamos nessa. -Disse num tom de firmeza descruzando os braços, seguindo em frente pelo jardim. Confiante, imparável. A vida daquelas garota não valia mais por serem meros seres humanos, mas sim, por serem uma possível vitória no jogo que agora fora imposto na mente de Ripley. "The Ghost Vs. The Devil".
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Diante da indecisão sobre o que fazer a seguir a seguir, Edward e Claire fitavam a casa em tremendo nervoso. Mas o garoto se mostrava mais descontrolado:

—Caralho, o que vamos fazer?!
—Não fica desesperado agora!
—"Não fica desesperado agora"? Você é o DEMÔNIO! Ele nos viu! Estamos ferrados! Nós vamos morrer!
—Edward, pelo amor de Deus não começa a fazer escândalo!
—Desculpe.. de verdade, me desculpe Claire. Eu achei que conseguia! Mesmo eu achei que conseguiria, mas isso foi a gota d'água! Eu não quero passar por tudo aquilo de novo!
—Eu não estou te reconhecendo!
—Escuta.. nós nos safamos. Eu fiz o que tive que fazer, meti uma pá na cabeça dela e uma bala na cara daquele desgraçado.. mas não.. Claire.. de novo não. Eu não quero chegar a esse ponto.
—Não vai chegar a esse ponto! Eu prometo!
—Isso é o que você diz. Mas nós dois sabemos como isso vai acabar.
—Ah, é? Como?
—Num banho de sangue! E Se bobear estaremos mortos até o fim da semana! O Plano era "Não deixar o assassino saber que estamos aqui" e agora... ele só faltou apertar a sua mão! Ele sabe de você, sabe quem nós somos! Fodeu!
—Se quer dizer alguma coisa mais específica, anda logo.
—Ele vai vir atrás de nós, e se não conseguir nos pegar. Vai começar a matar todos a nossa volta.
—Pera... não creio. Isso tem a ver com a Kirstin não é?!

Ed parou, sem reação.

—Eu sabia!.. Você não está temendo pela própria vida. Está temendo por ela!
—Claire...
—Claire, nada! Parou com a palhaçada. Olha se você quiser eu compro uma passagem pro Irã pra ela. Duvido que um assassino de colegiais vai perseguir essa vadia lá. Mas por enquanto eu preciso de você, focado!
—Eu.. eu não consigo.
—Ah, consegue sim!
—Por favor.. não me faça viver isso de novo, Claire. Não me faça viver isso de novo...
—Eu não quero. Eu não pedi isso. E não fazia a menor ideia que você ia ficar nesse estado. Sério, to mais chocada que quando descobri que Angelina e Brad se separaram. Mas Ed.. nós sabemos o que está prestes a acontecer. Essas garotas ali dentro, não fazem a menor ideia disso! Se formos embora.. seremos igualmente responsáveis. Eu.. eu não tenho escolha. Fiz decisões ruins demais na vida.. e olha só no que deu!.. Tudo o que aconteceu em Ashville foi culpa minha.. eu não tenho escolha. E não consigo fazer isso sem você.
—Agora você se importa com elas?
—Não se trata disso!
—Não? Então do que se trata? Do seu Ego? Da fama?
—Olha, não me provoca agora.
—Claire.. vamos embora. Para longe. Ou isso vai ficar ainda pior.
—Não posso. E Você também não pode, sabe disso!
—É. Mas não quero.
—E elas não querem morrer. Por favor, não começa uma briga agora.. você é o meu melhor amigo, caramba! Você.. é tudo o que eu tenho.

Nocauteado de sentimentos, ainda trêmulo e desesperado.. Edward Graim não acreditava em si mesmo. Como foi capaz de ter um pensamento tão egoísta, sendo derrubado pela "Moral" de Claire. Por um momento, os polos se inverteram, e ele percebeu porque os dois funcionavam tão bem como amigos. Um reerguia o outro da maneira mais impossível, substituindo as duas personalidades fortes tomando o posto contrário de cada um. Deste modo, sem perceberem que por toda vida havia sido assim, Claire e Edward sempre foram o guindaste um do outro. A Queda de um era impedida pelo outro. Em momentos onde ele estava em crise, ela agia como ele, e vice-versa. Em outros tipos de relacionamentos, dizem que "Os opostos se atraem". Mas neste caso em particular, os Opostos trabalham juntos.

—Você tem razão. -Disse ele respirando fundo. -Isso não tá certo. Você tem razão.
—Tá aí uma frase que eu só esperava ouvir na próxima vida. Está mais calmo?
—Sim... -Assoprou o ar aquiescendo. -Estou sim..
—Que pena... não devia.
—Por quê?... -Perguntou, um tanto tenso.
—Porque temos que dar um jeito de fazer essas piranhas saírem da casa. -Falou a Diaba, se abaixando tateando o gramado.
—Como assim? O que vai fazer? -Edward deu um passo atrás, espantado.
—"Sutil", é uma palavra que não existe no meu dicionário. -Levantou-se, portando na mão uma pedra. Em formato meio quadrado, era quase do tamanho da própria mão da garota.
—Oh, Merda. Não tem mais volta não é?
—Não.. -Claire sorriu cinicamente erguendo o braço.
—Não!
—Sim!.. -Lambeu os lábios mostrando prazer em pegar impulso.
—Não!
—Siiiimmm!!! -Exclamou com a insanidade estampada nos olhos, Lançando o pulso para frente num movimento feroz.

(Splatf!) -A pedra atravessou o vidro de uma das janelas na fachada da residência, fazendo surgir de dentro, gritos femininos assustados em alvoroço. O bando de vozes acompanhado dos estilhaços repentinos. O Som agudo e estrondoso do vidro que se quebrou deixando o vento balançar as cortinas do que provavelmente era a sala principal da casa, lotada de desocupadas maquiadas em completo escândalo:

—Ah!!!!
—O que foi isso?!!
—Ah!! Meu Deus!
—Quem fez isso?
—Você viu?!!
—O que tá acontecendo?!
—Alguém faz alguma coisa!
—Ah!!!!!

Claire ainda teve de apoiar a mão na barriga do modo em que se contorcia de tanto rir. Se entregou a uma gargalhada diabólica como há muito tempo não o fazia. Edward ainda estava estático de olhos arregalados não podendo se mexer. Ainda que chocado, devia admitir que adorou a coisa toda. As lembranças de sua não tão distante adolescência rebelde e cheia de risos como aquele espalhafatoso em que a amiga se exibia dando tapas na própria coxa, não aguentando a própria euforia que a deixava sem ar, o fizeram não resistir por mais em um segundo. O menino já estava rindo junto, talvez não na mesma intensidade, mas no mesmo nível de não pode conter a lembrança do que é realmente divertido... nada como uma "Prank".

—Hahahah!!!! Hahaha!! Haha HÁÁÁÁÁ!! - Tamanho foi o grito agudo no final da risada de Claire, que exibia os dentes loucamente Tentando se concentrar na tarefa, que já fora até esquecida por alguns segundos.

Mas sua indiscrição obviamente atraiu as garotas, e uma principalmente. Rachel já estava perante a janela quebrada, fitando Claire com o mais puro ódio nos olhos, e quem disse que a Diaba se importou?

—Você fez isso?!! -Berrou Rachel lhe apontando o dedo.
—Haha... Ai, calma, cretina! Tô salvando sua vida! Hahaha...
—Você me paga, safada!
—Oh, coitada!
—Eu tô indo aí!!
—Vem! -Claire fez sinal com as mãos, chamando-a. -E traz as suas imprestáveis também!

Rachel desapareceu da janela, enquanto Claire girou a cabeça fitando Ed. Mesmo que ainda portasse um sorriso, sua voz saiu desanimada e cínica:

—Ela vai vir pra cima de mim, não vai?
—Pode apostar.

A porta da frente se abriu, chamando atenção imediata da dupla, com a Morena de shortinho se lançando para fora a todo vapor numa caminhada feroz. Rachel, a goleira injustiçada desprendeu seu rabo de cavalo tacando o prendedor no chão, caminhando numa linha reta tomada por uma vontade de libertar seus sentimentos terríveis contra a Diaba. Como Freddy Krueger, ela parecia afiar suas garras enormes de unhas postiças:

—Você tá morta!! -Gritou ao chegar no gramado.
—Vem, maldita! -Claire a peitou.
—Rachel, espera! Não faz isso!! -Quinn veio correndo atrás em disparada, preocupada.
—Arrrghh!! -Rachel urrou ao se atirar contra Claire, jogando todo o peso de seu corpo contra a mesma. As duas caíram num baque violento.

Edward assistia a tudo sem tomar nenhuma atitude. Não poderia bater numa garota, e de forma alguma poderia sequer tirar de Claire a glória de enfrentar Rachel, senão, quem apanharia dela seria ele. Levantou as mãos em sinal de rendição se afastando.

—Meninas, parem!! -Quinn tentava inutilmente apaziguar, mas também sem encostar um dedo em nenhuma das duas que já estavam engalfinhadas, rolando entre tapas, gritos, e arranhões na grama ainda úmida. Era como uma bola confusa de braços, pernas e golpes que mal podiam ser distinguidos. Quem estava batendo? Quem estava apanhando? Impossível de deduzir.


—Briga! Briga! Briga! Briga! -Começou o coro de meninas da Lambda Kappa. De pijamas e roupinhas leves, um bando de garotas já se aglomeravam na varanda batendo palmas, rindo e cantando. Comemorando a luta numa coreografia bizarra e histérica.

—Sai de... cima.. de mim! -Claire resmungou com dificuldade, após o rolamento da Morte ter cessado. As duas pararam, com Rachel em cima dela tomando o controle.

—Você gosta disso? Hein?! Gosta disso, desgraçada?! -Rachel sorria com a boca inchada, logo pelo soco que tomara no meio de toda a confusão. Com as mãos envolta do pescoço de Claire, ela a segurava sem apertar demais. Estava mais interessada em ver a humilhação da Diaba, do que sufocá-la em si. Claire agarrou os pulsos da garota, tentando forçá-la a soltá-la, sem sucesso. Mostrando os dentes como um cão raivoso, Ripley se via presa pela garganta como numa coleira. Ficando já com as bochechas vermelhas, dizia entre os dentes com voz grossa e raivosa:

—Sai.... ou então...
—Então, o quê?.. Cachorra..?
—Ou... vo arrancar as suas tetas com os dentes!!! Arrgh!! -Claire retirou as mãos dos pulsos que a seguravam, deixando-se esganar pela goleira. Assim, mostrou os dentes de modo feroz, erguendo dois dedos da mão esquerda, levando-os para cima num golpe rápido que acertou Rachel nos dois olhos, arrancando um grito de dor e agonia da garota, que recuou soltando-a imediatamente caindo para trás raspando as costas na grama. -Ah!!!!! -Berrou Claire no instante em que a inimiga caiu mais à frente, lançando-se em cima dela ainda gritando com a bocarra escancarada: -Ah!!!!! VADIAAAAA!!! -E ainda nessa queda em que se permitiu por cima da garota, seu grito fora abafado ao ter a boca preenchida pelo tecido da blusa de Rachel ao cravar os dentes em seu seio esquerdo.
—Ah!!!!!!!!!!!!!! -O Grito desesperado da menina surgiu. A mesma se debatia, sacudindo-se de dor golpeando as costas da Diaba com tapas repetitivos que imploravam para que ela parasse.

A Diaba remexia cabeça feito um predador, afundando mais os dentes movimentando a mandíbula de um lado para o outro, como se fosse uma Hiena tentando arrancar um pedaço de carniça de um bicho morto.

—Sai!! Sai! Sai!! AH!!!!! -A Goleira implorava continuando a golpeá-la nas costas.
—Rrrraaahh!! -Claire retirou os dentes do seio da menina, levando consigo um pedaço de sua blusa, arrancado fora naquela fora preso entre seus lábios, fitando-a com ódio.
—Ai!! Ah... Ah.. -Rachel rolou para o lado tampando com a mão seu mamilo exposto um pouco do sangue que ali estava. Era bem pouco, Claire pelo jeito teve piedade, podia ter literalmente arrancado um pedaço de carne da garota, mas não o fez. Envergonhada, chocada, dolorida, e não com raiva.. mas triste.. Rachel se manteve em posição fetal estirada no chão. Parecia choramingar.

Claire cuspiu o pedaço da blusa que estava em sua boca, fitando a menina no chão. Embora estivesse satisfeita... vê-la daquele modo não era nada recompensador. Nunca gostou de Rachel mas nunca havia parado para pensar, quando ou porque motivo, uma começou a perturbar a outra de graça.

Ripley não carregou o sorriso de vitória no rosto no fim dessa briga. Estava arrependida. Por mais que seus instintos rebeldes e egoístas lhe dissessem que ela merecia uma surra.. sentia-se podre. Causar um mal a um ser humano daquele jeito, quando há alguém por aí tirando a vida de inocentes... como Evan... não pareceu certo.

Quinn quase carregava lágrimas nos olhos, fitando Claire com tremenda desaprovação, abaixando-se diante de Rachel, a ponto de deitar com elano gramado:

—Amiga.. você tá muito machucada? -Tirou os cabelos que lhe cobriam a testa, dando uma boa olhada naqueles olhos cheios de lágrimas da menina. Claire conseguiu vê-los também. Foi de partir o coração, se é que ela realmente tinha um.

Sentiu seu braço ser segurado enquanto ajeitava os cabelos bagunçados, lutando para não mancar em cima do salto. Era Edward, que lhe puxou devagar sussurrando em seu ouvido:

—Chega, vamos embora...
—Ed...
—Vem.. já é o suficiente. -Dizia ele um tanto melancólico.
—Eu não queria machucar ela de verdade.. eu..
—Não.. deixa quieto. Vamos embora senão as coisas podem piorar..
—Ok.. -Estava chateada. Enquanto fora levada por Ed, deu uma última olha por cima dos ombros onde avistava Rachel ainda aos prantos. Nada comparado a durona que acabara de enfrentá-la. Como uma briga tão besta se tornou algo sério? Onde alguém saiu ferido? Não foi como suas brigas de colegial onde bastava rugir um pouco, e dar uns tapinhas e tudo estava acabado. Isso foi violência, e a Diaba não se orgulhava disso. Não conhecia aquele lado de Rachel ainda. Aquele lado derrotado, humilhado e com uma dor causada por ela. "Parece que todos temos muitas faces"... Queria voltar, queria se soltar de Edward e pedir desculpas. Mas sabia que isso não adiantaria, e seria patético dada a situação. E por outro lado, talvez nunca tivesse o perdão de Rachel. Gastaria tempo e saliva com algo que não vali a pena tentar. eu as costas atordoada decidindo seguir em frente. Toda emoção passara, substituída por arrependimento. A Lambda Kappa não foi atacada, graças a ela.. mas Claire não ganharia nenhum pingo desse reconhecimento. Seria lembrada naquela casa da forma errada. E isso a assombrava por dentro.

—Hey! -A Voz de Quinn lhes chamou.

Ed Parou, virando-se para trás, assim como Claire sem opção o fez também.

A menina se aproximava com o semblante triste:

—O que vocês vieram fazer aqui?... Eu não quero briga, só quero saber..
—Eu não vim pra brigar. -Respondeu Claire, assistindo a goleira sendo erguida por outras 2 colegas da casa, que aparentavam querer levá-la para dentro.
—Então.. o que foi?.. -Disse Quinn exigindo uma resposta, encarando os dois olho a olho.


Edward não teve coragem de responder, dando as costas a garota porém, sem se mover.

—Ed... -Claire lhe tocou a nuca. -Vamos contar?
—Eu quero saber porque você meteu uma pedra na janela. Poderia ter acertado alguém!
—Edward! -Exclamou a Diaba.
—Não precisamos contar, Claire.. ela pode ver por si mesma. -Disse olhando vagamente para a rua.
—Onde? -Quinn abanou as mãos, confusa.

A Diaba entendeu o recado, prestando atenção em seus olhos, acabou virando-se na direção em que ele espiava, apontando o dedo mostrando a direção à Quinn:

—Ali, queridinha...

A menina se colocou no meio dos dois, quase os separando abrindo caminho entre eles com os cotovelos sendo a última a ver. E por consequência, não entendendo absolutamente nada ao enxergar o aparelho celular deixado mais a frente no meio da rua, tocando.

Emitia um leve som de vibrar conforme tremia sobre o asfalto, se arrastando um pouco no chão meio molhado, se aproximando cada vez mais de uma pequena poça enquanto tocava, desesperado para ser atendido.

Os sapatos de Claire já faziam o tal som durante seus passos, agora um tanto tortos. (Vrrmm.... Vrrmmmm) O objeto vibrava. Respirou fundo, tomando coragem enquanto se curvava a fim de apanhar o celular. Retirou-o do chão com uma tremenda angústia. Era o de Evan. Reconheceu o aparelho na hora. Mordeu o lábio aflita, tornando a ficar de pé com a coisa nas mãos. Parada, ali no meio da Rua... deslizou o dedo na tela, atendendo... já sabendo o que estava prestes a escutar:

—Alô?...
—HELLO, CLAIRE.

Ela fechou os olhos como se mil navalhas a atingissem. Era A VOZ. Não podia acreditar que um dia ouvira aquela desgraça de novo.

—O que você quer?
—Ora, Ora, Ora,... olha só quem voltou para sequência.
—Vai se Foder!
—Fico feliz em ver o retorno desse elenco maravilhoso. Se não me engano.. alguns estão faltando não é mesmo?... Amelie.. Marty... Keaton?...

Um arrepio lhe percorreu a espinha ao escutar cada um daqueles nomes:

—Cala a boca.
—Haha... que doce. Bem, eu juro que não esperava por essa "Participação especial".
—Corta esse papo! Você sabe quem eu sou, agora me diz quem é você!
—Você não sabe quem eu sou, Claire. Você não sabe de nada. Seus instintos de sobrevivência só podem te levar até certo ponto. Não percebe? Esse é um filme diferente.
—E qual a sua jogada?
—Boas coisas vem para aqueles que esperam.
—Eu juro, desgraçado.. que vou..
—Não vai fazer nada. Meu filme. Minhas vítimas. Você pode ter sido a heroína em Ashville, mas aqui.. os clichês se aplicam. Aqui você não é nada mais do que a "Bitch" que morre no terceiro ato e deixa todo o público contente em vê-la sofrer após ser uma verdadeira vaca com todos a sua volta. Eu vou te matar, Claire Ripley.. pode contar com isso....

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comente o que achou! (PS: Foi difícil escrever aquela cena da briga kkk nem sei se ficou boa, perdão gente, não imaginava que era tão complicado dar uma visão de uma treta kkk) Mas é isso aí, "Boas coisas para aqueles que esperam", eu PROMETO, que esta história não será nada como você já viu antes! ♥ Até mais galera!



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