Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 10
The Ring


Notas iniciais do capítulo

Olha a referência! hahah No meio desse reboliço de terror, consegui tomar um tempo para fazer uma homenagem a um dos filmes de terror mais marcantes da última década. Espero que gostem ♥



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Quanto mais tentava se arrastar, mais a corda o apertava. O Garoto ruivinho que mal cabia embaixo daquela cama se esforçava para avisar seu amigo Evan, Raspando o rosto no carpete sentindo uma ardência terrível, ele não desistia, lutando inutilmente para se soltar das ataduras em seus pulsos que haviam sido colocados em suas costas. Evan por sua vez, estava mesmo é morrendo de medo de abrir a porta do Closet. Empunhava o bastão em uma longa hesitação em finalmente abri-lo. Já não sentia mais frio mesmo estando molhado. Cada batida de seu coração acelerado transformavam aqueles pingos de água em seu cabelo em completo suor. A Mão direita, suada segurando o taco que poderia até escorregar por entre seus dedos, lutava para ficar firme. Já a outra, se esticava numa dúvida constante, pensando se iria tocar a maçaneta.. ou não.
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Claire corria numa maratona de terror no meio da tempestade, quase botando fogo no asfalto com seus passos velozes que não ousariam parar. Toda encharcada, com água atingindo os olhos e o vento forte bagunçando seus cabelos pesados já grudados no rosto por causa da chuva, a diaba travou uma breve luta contra a ventania que, quase parecia estar tentando atrasá-la. De repente, a chuvarada mudava de direção. Os pingos caiam em diagonal atingindo a Garota de frente como se uma mangueira estivesse posicionada frente a ela. Claire até chegava a inclinar o corpo um pouco para frente mostrando que resistiria ao vento forte. Se não estivesse no Estado de Ohio, juraria que um furacão estaria por perto. Seu guarda-chuvas, abriu-se para trás do nada com a força da rajada, quebrando-se. Era como se tivesse sido aberto ao contrário. Furiosa, soltou um grito de raiva recebendo ainda mais toda aquela água gelada no rosto, soltando o guarda-chuvas que saiu voando para trás levado pelo sopro gelado.

—Porra!!! Filha da puta!! -Berrou com aquele mundaréu de água entrando pela boca. Mas a demônia não parou. Ainda corria deixando sobrado por sobrado para trás na calçada daquela rua genérica, que capturava bem a vista dos subúrbios comuns. Mas de comum não havia nada, a casa da DKY já não estava mais tão distante. Um ou dois quarteirões e Claire conseguiria avistá-la. Era difícil dizer a distância exata com a falta de visibilidade que a tempestade causava. Até mesmo os postes de luz espalhados pelo quarteirão, piscavam de vez em quando ameaçando entrar em curto circuito.

—Ah!!!! Evan!!!!! -Berrou com os olhos ardendo tentando ver melhor o caminho pela frente, apressando ainda mais sua jornada, sendo atingida pela tempestade que caía contra ela em sopros congelantes da ventania.
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Exatamente igual a um momento tolo de câmera lenta, Gerard via a tragédia se aproximando. Abaixou a cabeça metendo a boca no carpete. Com a língua, fazia força para empurrar a mordaça. Assim, raspou a boca com vontade naquele chão áspero, e até acabou sem querer lambendo-o um pouco ao perceber que a mordaça havia já descido para seu queixo, raspando para baixo de sua mandíbula, ficando agora em volta de seu pescoço, assim como a corda. E assim, neste exato momento em que se dava conta de sua pequena liberdade, ouviu o que parecia ser um grunhido de madeira... era a porta do Closet sendo aberta. Lançou o olhar rapidamente ao pés de Evan, a única coisa que lhe estava visível. E assim o viu dar um passo atrás, notando as portas escancaradas do armário. E num desespero tremendo, exclamou:

—Evan, Corre!!!!!

O loiro gelou de medo com o susto repentino de ouvir a voz gritar seu nome, dando um tremelique assustado, deixando o taco de Baseball escapar de suas mãos, que foi atingindo o chão caindo bem ao seu lado, quicando dramaticamente. Ainda respirava fundo naquele segundo de susto que pareceu durar um ano inteiro, virando-se para trás procurando de onde diabos a voz tinha vindo. E não percebeu, já que ficou de costas para a escuridão do Closet, que o rosto branco gritante e fantasmagórico da Máscara do maníaco surgira lentamente por dentre uma fenda de camisetas penduradas.

Evan ainda estava tremendo até os ossos quando voltou a lançar o olhar para o Closet, apenas para berrar de pavor ao ver o rosto do fantasma pulando da escuridão e vindo para cima de si. Aquele traje escuro como um sombra e longo saiu de dentro do armário de braços abertos num salto extremo, envolvendo seu manto negro em Evan num abraço mortal onde num grito rouco que o rapaz deu, ambos foram ao chão numa queda brusca!

Mesmo batendo a nuca no chão, e aterrorizado como nunca, Evan mostrou os dentes num movimento de esforço onde levantou o joelho esquerdo, acertando a aberração mascarada que caíra sobre si, na altura do abdômen ao ver que seria esfaqueado por aquele braço erguido do assassino portando uma faca enorme. O Fantasma sentiu o golpe recuando imediatamente, A última coisa que Evan assistiu naquele momento foi a máscara indo para trás e aquele manto negro desaparecendo de sua frente, caindo pesadamente no chão dando com as costas na porta entre aberta do closet.

—Ah!!! Ah!!! -Gritou de modo feroz, revirando-se para o lado cravando as unhas no carpete, não poupando um segundo para começar a correr. Levantou-se num salto de uma espontaniedade horripilante tomada pelo instinto de sobrevivência, Apoiando-se no chão pelos cotovelos e subindo os joelhos intensamente para tomar impulso na fuga. Se ergueu tão rápido quanto um vulto, já esticando os braços esperando tocar no batente. Queria se ver fora daquele quarto a todo custo. Alcançar este seu primeiro destino foi até fácil, o difícil foi ouvir a barulheira atrás de si de algo se remexendo no chão. O Assassino já estava apostos para persegui-lo, e sem olhar para trás para ter aquela visão grotesca da Morte se levantando para pegá-lo, Evan desapareceu daquele quarto em uma fração de segundos. Correu tão rápido para fora do cômodo que acabou indo direto em direção a parede no corredor, batendo com força o ombro na mesma por não conseguir ver direito o caminho devido a duas combinações: Pressa e escuridão sendo atingido pela parede, que por um pequeno momento freou sua fuga. E apesar da dor da pancada, seu corpo não conseguia parar de se mover. Mirou sua visão no fim do corredor e após o rápido gemido de dor foi para lá que se lançou, deixando para trás aquele ponto de uma vez por todas no exato momento em que o disfarce de Ghostface surgiu como um jato saindo do quarto, dobrando o corredor, correndo quase tão intensamente quanto o garoto. As escadas nunca pareceram tão longe.

—Socorro!!!
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Claire não se importava com o desconforto de ter a roupa ensopada colada em seu corpo, nem da maquiagem que havia dito Adeus. Tinha um objetivo em mente e nada a impediria. Seus braços já estavam cansados com o impulso constante e as pernas doloridas de tanto correr. Sentia já uma certa pressão na altura da cintura congelada de frio e devido ao cansaço, e era difícil deixar o ar entrar. Mais alguns passos e foi quando percebeu o som de uma forte derrapada bem ao seu lado. Ainda desajeitada e de mãos trêmulas, parou de correr fitando o carro que havia freado ali bem próximo. Colocou a mão sobre a testa como se fosse a aba de um boné, para que a chuva parasse de tampar parte de sua visão, e assim viu o logotipo da Universidade estampado na lateral do veículo e as palavras "Pendleton Security". Suspirou de alívio:

—Meu Deus, Reese! -Se lançou para a rua abandonando a calçada, tascando as mãos na maçaneta da porta traseira do carro, abrindo-a com tudo se jogando para dentro caindo deitada de bruços no banco de trás aos suspiros e tosses. Empurrou com as mãos os guardanapos usados e a caixinha de lanche vazia que estavam sobre o banco, se esticando de volta fechando a porta com força sendo repreendida por Reese que resmungava no banco da frente, vendo-a pelo retrovisor:

—Hey, Hey, Hey!! Cuidado!
—Cuidado o caralho!! -Claire se ergueu ficando sentada. -Reese, vai logo!
—Você é louca? Por que estava na chuva?
—Porque o Evan está em perigo, cala a boca e dirija!! -Berrou batendo repetidas vezes no assento de Reese, que sentia as pancadas conforme o banco se tremia com os tapas dados pela garota.
—Não vem dar uma de louca pra cima de mim não, Claire! Tá me ouvindo, porra?! -A Segurança praguejou um instante antes de ser agarrada pelo pescoço pela menina ensopada, que passou as mãos envolta do banco da frente apertando sua garganta.

Reese se debateu levemente de boca aberta, como se estivesse se engasgando ao ser asfixiada pela menina. De olhos arregalados, a segurança forçava uma tosse se jogando para frente e para trás sacudindo o acento tentando se livrar da Diaba, que com as duas mãos friamente molhadas, apertava com força seu pescoço, sacudindo-a feito um boneco dizendo desesperada:

—Você é quem não está me escutando!! Acelera essa merda agora, Reese!!
—Coff!! Coff! -A Moça tossia se engasgando com a própria saliva, já ficando roxa pondo a língua pra fora se debatendo, quando meteu o pé no acelerador com força. O Carro tomou impulso indo para frente imediatamente de forma brusca, fazendo Claire ser lançada para trás, soltando como resultado o pescoço gordinho da segurança, dando com as costas no banco sendo literalmente jogada.
—Aperte o cinto, maldita! -Reese conseguiu proferir ainda rouca e indignada, acelerando o carro.
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Evan iniciou uma descida rumo a insanidade naquela escada. Deslizando a mão no corrimão, seus pés não podiam ser mais rápidos que um foguete ao descer os degraus de forma robótica e ritmada, enquanto seu corpo dava pequenos pulos ao atingir firmemente cada um dos degraus em velocidade assustadora. Uma verdadeira montanha russa desgovernada indo de encontro ao andar térreo com pancadas repetitivas que gritavam por si só na pressa de deixar a casa. Não era só o medo de estar sendo perseguido, mas sim o de saber que a coisa de manto negro estava perto descendo aqueles degraus com ele, provavelmente pronto para golpeá-lo. O Sons dos passos que vinham por trás, tão velozes quanto os seus tornaram as batidas de seu coração tão inúteis ao ponto de pensar que já havia morrido e não tinha percebido.

A boca seca e a respiração ofegante em nada contribuíam para lhe dar esperança. O Gelo no estômago, tudo culminando num sentimento de que não escaparia. O último passo naquela descida foi brusco, pois ele demorou pouco mais de um segundo para se dar conta que os degraus haviam acabado. Ainda dando um leve tropeço ao chegar ao fim da escada, Evan pensou rápido usando isso ao seu favor. O inconveniente desequilíbrio na verdade o ajudou a correr mais rápido contra sua vontade, numa situação onde suas pernas se desesperadas para não deixá-lo levar um tombo, se apressaram ainda mais ao solavancos no piso frio, fazendo-o dar de frente com a porta que antes parecia tão inalcançável. Evan foi freado a força contra a madeira colocando agilmente os ante-braços na frente, que amorteceram sua pancada, porém, recebendo toda a dor da batida. Com esperança preenchendo os olhos, pegou com força a maçaneta girando-a tomado por tremedeiras tendo o semblante de esperança rapidamente substituído por tristeza e terror pois a mesma não se abria. Chacoalhou-a mais um pouco, insistindo para que ela se abrisse com mais força e violência ouvindo a droga do trinco balançar, mas a maldita porta não se abria de modo algum!

—Ah!! Não, não!! -Gritou em tom de quem implora, balançando aquele pedaço de madeira com um buraco de fechadura, que se recusava a lhe dar uma escapatória. -Merda! -Virou-se para trás abrindo a boca para gritar ao perceber a lâmina grande e reluzente na mão do Fantasma, que estava prestes a acertá-lo em cheio na altura do rosto vindo em sua direção a todo vapor.
—Ah!!!! -Se abaixou fechando os olhos num reflexo ágil, somente para ouvir a batida seca que se deu pouco acima de sua cabeça quando a faca foi direto de encontro a porta, ficando com a lâmina parcialmente emperrada atravessada na madeira.

Sem parar para pensar ou respirar, O loiro já havia engatinhado por baixo do manto negro passando agilmente por entre as pernas do suposto assassino, emergindo por baixo daquela capa preta preparando-se para correr novamente. O Mascarado mal notou a fuga inconveniente do garoto, preocupado demais em recuperar sua arma, fazendo força máxima para puxá-la, sacudindo-se inteiramente no processo.

O Corredor térreo era a única coisa que lhe permitia correr sem bater contra alguma coisa ou móvel dada a velocidade que o Loiro alcançou, cruzando feito um vulto em linha reta a sala, e logo após, a cozinha. Ainda sem olhar pra trás, Evan passou direto pela porta da dispensa de onde vinham as batidas de Austin em estado de Pânico implorando para sair. Seus sentimentos de culpa mal tiveram tempo de se manifestar, pois as trovoadas lhe davam choques na alma aumentando sua adrenalina e terror. E foi neste ritmo frenético que Evan Baker correu direto em direção a porta de tela, se lançando de lado com o ombro abrindo a porta à força. Por ser de tela, era mais frágil, e aquela porta se desmantelou arrebentando-se num piscar de olhos sendo atingida pelo Rapaz que passou por ela de modo veloz e imprudente, recebendo a chuva que caía no quintal dos fundos quase que de imediato, tropeçando violentamente após o ato revoltado e selvagem. Desnorteado e imparável, Evan atravessou aquela porta de tela deixando para trás um rasgo imenso onde enfim perdeu o equilíbrio se debatendo no ar tentando ficar de pé, numa tarefa em vão onde meio que sem entender, se via rolando pelo gramado molhado.
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Se contorcendo para trás, Claire passou a mão pelas costas até alcançar o bolso traseiro da calça, até se entortando um pouco no banco para retirar o aparelho. Assim que o tinha em mãos, destravou a tela clicando com aqueles dedos molhados tremidos:

—Anda logo.. anda logo.. -Ela parecia dar bronca em seus próprios movimentos que não correspondiam corretamente seus comandos. Alguns cliques a mais, e ela já jogava o cabelo para trás deixando a orelha livre. Assim, colocando o celular no ouvido, escutando chamar... Aflita e prestes a ter um ataque: -Vamos! Alguém atende esse telefone!!

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(Prrriiiimmm.... Prriiiiimmmm) O Telefone tocou sobre uma mesinha ao lado do braço de um dos sofás na sala da DKY, onde o assassino estava a apoiar a bota na porta, segurando o cabo da faca com ambas as mãos, tomando um forte impulso para trás. De uma vez só, o mascarado se lançou de costas conseguindo em fim retirar a lâmina que ali estava cravada. Após isso, Torceu o pescoço para os lados procurando o tal toque de telefone que lhe chamou a atenção naquele instante, logo, desviando sua atenção. A máscara movimentou-se para os lados inquieta, provavelmente procurando por Evan.

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—Atende!!!
—Tem mesmo algo acontecendo, não é? -Reese mostrou milagrosamente sua crença no que Claire dizia, falando em tom sério vigiando-a pelo retrovisor, vendo em seu rosto como a menina estava prestes a ter um colapso.
—Claro, Reese!
—Está ligando pra quem?
—Para a casa! Ele não atende o celular!!
—É essa rua, não?! -Reese inclinou o rosto para frente tentando ter uma visão clara, que era um pouco interrompida pelos limpa-vidros que iam de um lado para o outro no para-brisas.
—É Sim!!

A Segurança girou o volante para a esquerda sem pisar no freio. Derrapando um pouco durante a curva devido ao asfalto molhado. A Velocidade do carro estava um pouco alta demais para esse tipo de manobra, e Reese travou o corpo no momento em que pendeu para o lado. Claire já não teve a mesma sorte, desavisada, a diaba acabou sendo arremessada até o outro lado do banco do passageiro, batendo contra a janela gritando ao deslizar pelo banco sem tempo de se segurar.

—Ahhhhhhh Reeese!!!!
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Sentia dor. Muita. Talvez se jogar contra a porta não fora uma ideia tão boa afinal. Evan se arrastava pelo gramado gemendo, seu ombro já havia sofrido duas pancadas, estava esgotado. Era dolorido mexer o braço, podia ouvir o estalo que seu osso deu ao tentar movê-lo. A única coisa que podia mantê-lo se movendo estava vindo feito uma bala atravessando a casa em fúria mórbida ecoando passos pesados que se aproximavam. Evan rolou ficando de barriga para cima, recebendo a chuva no rosto, e em seguida, levantando a cabeça o suficiente para poder ver o interior da casa, de onde a figura de fantasma vinha correndo com o capuz balançando ao vento tendo em mãos aquela faca.

Não desistindo de usar as forças que lhe sobraram, o loiro viu que precisaria enfrentá-lo caso quisesse de fato sair dali. O Quintal não era tão grande, e três cercas altas de madeira separavam a área das outras casas ao lado. Ele sabia que jamais conseguiria saltá-las por causa de sua dor e da altura das mesmas. Por isso, levantou-se com dificuldade, ficando de pé bem no instante em que o mascarado chegou à porta arrebentada de tela, em um movimento contínuo e frenético saltando direto por ela com o braço levantado pronto para esfaquear Evan onde desse, pousando no gramado de frente ao rapaz que se afastou indo para trás, a fim de manter uma certa distância para não ser atingido pelo braço do assassino que desceu de modo violento cortando o ar, tendo passado raspando pelo menino que levantou os braços em expressão de medo, recuando não sendo golpeado por muito pouco.

O Assassino continuava a avançar, tentando proferir outra facada, desta vez de lado em sentido horizontal. Ele era rápido como o inferno, Evan quase não conseguia ver o movimento de seu braço ou a faca passando, os movimentos do assassino eram velozes demais, o que dificultava ainda mais ver a faca. Evan se esquivou mais uma vez, desta vez dando um pequeno pulo para trás sentindo o ventinho na altura de sua barriga, causado pela velocidade da mão do maníaco que passou a centímetros de distância de sua camiseta.

Agora era a vez do loiro revidar, assim que o fantasma tomava impulso para tentar acertá-lo de novo, Evan partiu para cima em completo desespero. Não pensou, apenas fez. Lançou seu punho cerrado para frente lhe devolvendo um golpe em curva. Um soco e tanto de direita acertou a máscara em cheio, levando a forma fantasmagórica a rodopiar para o lado ao ser atingido, caindo de joelhos de costas à Evan, que não perdeu tempo. Retornou sua corrida dando a volta pelo maníaco derrubado, acelerando o passo quando de surpresa, sentiu uma espécie de arranhão extremamente ardido na panturrilha, se curvando para frente num grito de dor insano onde pulou num pé só devido a dor, pouco antes de cair atingindo a boca na batente da porta, indo ao chão em um baque tremendo bem ali naquela entrada dos fundos da casa. A Metade de cima de Evan estava agora dentro da residência, porém suas pernas ainda ficaram de fora. Caído aranhando o piso querendo se levantar, era atingido pela dor da pancada que acabara de levar, onde seu lábio já inchado começava a ser tingido pelo sangue que escorria de dentro de sua boca, descendo até o queixo.

—AAiii!! -Ah AH ai!! -Gemidos misturados com gritos saltaram para fora do Rapaz em agonia. A Calça jeans, rasgada na altura da panturrilha tinha sangue escorrendo por entre o tecido grosso. Evan havia sido atingido talvez de modo profundo na perna pela faca do psicopata enquanto este ainda estava de joelhos, num golpe covarde e desesperado para atrasar sua vítima. Ardia demais, e pequenas fisgadas na região acompanhavam o sofrimento do garoto que tentava se erguer fazendo careta de dor.

Enfim, Evan sentiu que fora agarrado na perna, bem na região do corte, o que o fez gritar e se sacudir:

—Ah!!!! Me larga! Me larga!! -Suas palavras saíam um tanto balbuciantes, desde que sua língua não se movia direito dentro da boca que enfestada de sangue, havia sido mordida sem querer por ele mesmo durante a pancada da queda. -Me solta!!! -Implorou tentando puxar a perna de volta, mas o assassino fazia questão de não largar, apertando os dedos na ferida fazendo o garoto se estremecer aos berros. Evan o fitava com ódio e pavor ao mesmo tempo em que via aquela mão coberta pela luva preta acoplada na fantasia, se levantando portando a lâmina que implorava para acertá-lo... mais uma vez.

—Não!!! -Exclamou, chutando a mão do inimigo com a outra perna, vendo a faca escapar dos dedos do psicopata, que naquele instante o soltou para recuperar sua arma, tirando sua atenção do Loiro por um único instante, Virando-se para trás. Foi rápido, mas houve tempo o suficiente para que Evan o despistasse pelo menos naquele ponto de onde estava caído, desaparecendo ao adentrar de novo na casa. Decidiu de uma vez por todas que não morreria hoje, e que sairia inteiro daquela perseguição, não importasse o que isso iria lhe custar.

Corria agora mancando, aflito de dor e não tão rápido quanto antes. Nem que tivesse que se atirar por uma janela, mas Evan estava disposto a tudo para sair daquela casa. Percebeu que o telefone fixo da residência tocava sem parar, e mesmo assim não tinha como dar atenção. Para se certificar de que o mascarado não estava tão perto dele, virava o pescoço toda hora para trás durante a fuga, e a cada vez que fazia isso, tinha um vislumbre diferente do Serial Killer. Numa hora ele estava pegando a faca, outrora estava se levantando... a cada vez que se virava em sua corrida mais lenta e desajeitada, uma nova visão de horror lhe era dada de presente. Mas nenhuma se comparou a aquela que deveria lhe dar esperança. Em meio a sua fuga em linha reta pelo corredor térreo, tendo a sala como foco principal em seu trajeto, Evan retornou a olhar para frente vendo não só a porta da entrada da casa, mas como também a tragédia que vinha dela.

 

Uma figura de fantasma, idêntica a aquela deixada para trás vinha em sua direção. Eram os mesmos olhos espremidos, a mesma bocarra longa e caída, o mesmo manto negro e a droga da faca empunhada pronta para golpeá-lo. Era Um segundo assassino, que surgira do nada correndo em disparada em sua direção, num momento em que ele só teve tempo de abrir a boca em sinal de puro espanto enquanto já era tarde demais para frear a sua corrida.

Tarde demais realmente, a máscara já estava diante de seu rosto resultado de tamanha velocidade em que o Loiro bateu de frente com a figura desgovernada que veio em sua direção. O Garoto sentiu um forte aperto na boca do estômago, o que o impediu de respirar ou de gritar. Parado, sendo freado pela faca de um assassino, que se encontrava enterrada até o cabo abaixo de seu peito, acertando-o em cheio no estômago.

Incrédulo, levou alguns segundos paralisado diante daquela máscara dos infernos até perceber que havia sido severamente atingido. Seus dedos das mãos tremeram, e não respondiam aos seus esforços. Uma gorfada forte de sangue escapou por sua boca já vermelha, onde uma lágrima escorreu por seu rosto e seus olhos ainda não tinham processado a ideia de que estava para morrer. A única coisa que o mantinha de pé, era a lâmina de 22 centímetros de uma Buck 120 com ponta curvada e a força tenebrosa daquele que a portava.

Num único movimento, a faca foi retirada dando uma sensação horrível de puxão nos nervos internos de Evan, que regurgitou mais sangue pelos lábios num refluxo involuntário. Pelo buraco em sua camiseta, acima do abdômen, via que o líquido vermelho espesso descia depressa se misturando com a água da chuva que ensopava sua camiseta. Cobrindo o ferimento levemente com a mão, Evan ainda não acreditava que havia corrido em direção a própria morte, entrando de bom grado na frente de uma faca. O medo, a decepção, a melancolia de uma vida que sabia que não teria... eram arremessados por seu olhar triste. Seus olhos ameaçavam se fechar.. e o telefone não parava de tocar...

Foi com a decepção preenchendo seu ser, que ele encheu o peito de ar diante da dor, para tentar gritar...

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Derrapando intensamente numa freada repentina que levantou a água de uma poça no asfalto, que a viatura de segurança de Pendleton College parou diante da casa da DKY Sob a tempestade recheada de clarões que deixavam visível a cor azul do veículo, que antes parecia ser preto por conta da pouca visibilidade. A porta traseira se abriu com tudo tendo a garota morena ensopada saltado de dentro, pisando numa poça próxima a guia da calçada, iniciando mais uma corrida frenética, largando a porta aberta enquanto Reese berrou em desaprovação:

—Heeey!!! Sua maluca!!!

Claire a deixou para trás ainda com o celular na orelha, ouvindo "Beep" após "Beep" da chamada para a casa que não era atendida. Cruzando o jardim da frente em alta velocidade, a fúria de mil demônios do inferno possuíam seu olhar, levando um banho gelado da mãe natureza que estava tão assustadora quanto a própria situação. Os cabelos balançavam para tudo o que era lado conforme Claire se estremecia na corrida infame onde chegou a varanda da frente em questão de segundos.

Fitou a porta à frente como se fosse algo grandioso, a passagem para sua salvação refletida em seus olhos temerosos. Erguendo a cabeça aos céus implorando por uma boa resposta que o destino estava lhe devendo desde a tragédia em Ashville. Parou perante a porta em sacudidas, ainda recebendo a descarga de energia vinda com a adrenalina apertando a campainha repetidas vezes, dando pulos de nervoso urrando de ódio e pavor. (Ding ding ding ding ding) -Os toques foram tão rápidos quanto um tiroteio. Ainda aos saltos de tensão, puxou o braço de volta afastando-se um pouco da porta, como se esperasse por uma resposta imediata, qualquer que fosse. Olhou para cima de modo impaciente ainda escutando a chamada com o celular grudado no ouvido. "Beep", "Beep".....

A pressa por algo não a segurava parada num canto, todos os membros de seu corpo tremiam feito um ataque epiléptico, onde a Diaba rangia os dentes.

—Qual é!! -Berrou de raiva dando um tapa forte na porta, mostrando que não aguentaria esperar nem mais uma fração de segundos. Seus cabelos já eram arremessados para o lado com o giro de sua cabeça que já estava em outra direção, junto ao seu corpo rápido que se lançou para a esquerda, disposta a contornar a varanda para dar a volta na casa, correndo coberta de medo deixando a fachada da casa para trás. A Coisa toda não durou nem 5 segundos direito embora o terror fazia tudo parecer mais lento.

Dando um pequeno toque nas paredes da casa a cada passo de sua corrida, a diaba acelerava sua jornada dobrando para a direita dando a volta na residência. Quem visse, acharia que o vulto de uma assombração percorria o lugar, dada a sua velocidade.

Uma, duas, três janelas passaram para trás e Claire se aproximava da última delas disponível no final daquele caminho estreito de madeira que servia como uma grande varanda que acompanhava a lateral da casa, tendo a sua esquerda a cerca que a separa do vizinho.


A Diaba nem havia percebido diante da sua agilidade, que já havia aberto aquela última janela que, por sina era a da cozinha. Se via caindo para dentro colocando os braços para frente ao se apoiar no chão enquanto deslizava com o corpo pendendo para frente adentrando a casa. Se estabacou no chão ralando os cotovelos, batendo o peito contra o piso e logo sentindo suas pernas irem quase para trás da cabeça ao dobrar os joelhos sem querer. O Celular é que não desgrudou de suas mãos nem por um segundo, nem mesmo tendo o rosto contra o piso gelado.


Já havia se levantado, passando depressa pela cozinha ouvindo as grotescas batidas que vinham de dentro de uma porta ali em frente, de onde gritos masculinos de socorro acompanhavam as pancadas. Sua mente nem teve tempo de raciocinar e nem para prestar atenção no som do telefone fixo que ainda tocava sem parar ecoando pelo local. Claire não desligou o celular, ao invés disso exclamou se atirando contra a tal porta:

—Evan!! Evan!!! Estou aqui!!

Abriu a dispensa em assustadora velocidade, se deparando com um garoto magrelo em expressão agoniada e aos prantos, que viu a mocinha que abrira a porta da dispensa como um anjo que tinha vindo salvá-lo:

—Graças a Deus!! -Gritou Austin, já exausto de seu sofrimento.
—Você não é o Evan!! -Claire retrucou indignada balançando a cabeça para os lados em sinal de negação, já tascando a porta de volta no mesmo instante devolvendo a escuridão à Austin que implorou:
—Nãããõ!!!! -Ao ver a porta se fechar em sua cara novamente.

Claire chegava até sala como um maratonista que cruza a linha de chegada, parando ofegante e de repente. "Trrriiiiimmmm"... "Trriiiimmm"... Percebeu que o telefone tocava ali. Engolindo seco se deparando com aquela calmaria desesperadora, fitou seu celular erguendo-o de frente ao rosto, percebendo enfim que sua chamada ainda estava sendo feita. Se arrepiou ao não perceber nenhum movimento ou barulho, exceto pelo eco choroso e fraco que vinha da dispensa da cozinha. Com os lábios tremendo de frio, e a respiração alta, Claire deslizou o dedo na tela de seu celular, cancelando a chamada fazendo com que o telefone da DKY parasse de tocar no mesmo instante dando lugar ao som do silêncio, acompanhado pela chuva forte do lado de fora.

Ainda sentia a boca seca enquanto seus olhos nem precisaram procurar muito para encontrar o que procuravam.. ou o que talvez procuravam. Via marcas de pegadas descalças no piso, finalmente as percebeu. Elas pareciam ter sido acompanhadas por outras maiores, provavelmente uma bota. E ambas levavam ao mesmo destino: Uma cadeira giratória de couro preto, a uns 4 metros de distância, bem no meio da sala entre um sofá e outro, onde deveria haver uma mesinha de centro que por alguma razão não estava lá. O espaço era ocupado por uma presença ainda irreconhecível sentado de costas para Claire, com a cabeça bem encostada no couro. Ela reconheceu o topo daquela cabeça, a cabeleira Loira molhada. E ao olhar com atenção, via por baixo da cadeira o que pareciam ser pernas grossas envoltas de uma calça jeans molhada, e pés tortos. Um pouco de água ainda pingava do couro, formando uma pequena e sutil poça d'água embaixo dela.

Caminhou tensa até aquele ponto, passo após passo deixando seu próprio rastro molhado no chão. Seus tênis até pareciam espremer a água para fora espalhando-a pelo piso conforme andava. Chegou até uma superfície um tanto fofa, o tapete que cobria aquela região dividia pelos sofás. Olhou para baixo notando marcas vermelhas naquele pedaço felpudo de cor creme. Fitando a presença sentada na cadeira de costas a ela, engoliu seco novamente. Claire sabia o que iria encontrar, embora quisesse provar a si mesma pela primeira vez na vida, que podia estar errada.

Em passos lentos, esticou a mão se aproximando em fim daquele couro negro. Fechou os olhos por um instante ao tocá-lo, dando uma leve apertada nele cravando de leve suas unhas com seus dedos trêmulos. E assim, com uma mão só, girou a cadeira diante de si, arregalando os olhos puxando o braço de volta colocando-o frente a boca num tremendo susto ao soltar um grito de terror estridente, que a fez se sacudir em puro pânico ao se dar conta de que Evan estava morto. O Giro da cadeira havia feito com que os intestinos dele, que estavam de fora, pendessem para o lado deslizando pelo colo do rapaz já pálido de lábios azuis e olhos acinzentados. As tripas desceram umas por cima das outras daquela abertura horrenda na barriga do Loiro, e Claire ainda gritava em tremeliques, assim como a tempestade lá fora, que liberou seus trovões escandalosos e clarões de relâmpagos. Naquela noite, o céu gritou com a Diaba.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Haha pra compensar o atraso da semana passada, soltei dois capítulo nessa. E ainda vai vir mais no fim de semana, acredito. Por favor, comente o que achou!! Quais são suas teorias a este ponto? Obrigado meus amores!!!



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