Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 39
Preocupações a vista é a primeira reunião




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Foi difícil convencer Voldemort de que as coisas estavam bem. Eu não queria que ele soubesse da minha possível gravidez ainda. Ele estava furioso por ter seu pedido de emprego negado por Dumbledore, então ele ficou extremamente grosso e impaciente comigo. Quando eu menti dizendo que estava tudo bem, ele tentou violar a minha mente de todas as formas através da legilimência e ele quase conseguiu se eu não tivesse gritado e beliscado ele. Então tivemos uma discussão calorosa, mas que acabou em sexo. Era sempre assim.

Após o nosso excelente fim de noite, dormimos com a promessa que eu iria contar a ele em breve o que se passava, mas eu fiz de tudo para que ele esquecesse aquele assunto, falando de algo altamente aleatório no café da manha.

— Meu amor, quero redecorar esta casa. Quer vir comigo escolher tudo? – eu perguntei sabendo que ele recusaria só pra eu poder ir ao St. Mungus em paz.

— É óbvio que eu não quero ir, mas não demore. Receberemos visita dos nossos amigos esta noite. Mandei uma coruja para cada um deles. – ele me respondeu. 

— Vou comprar um sofá novo então. Eu detesto esse que o seu pai tinha... – eu digo e ele revira os olhos. – volto em algumas horas.

Aparatei logo em seguida. Eu sentia certeza daquilo que eu lutava sempre que eu ia a lugares como St. Mungus: um hospital de bruxos escondido para que os trouxas não vissem. Eles é quem deveriam se esconder de nós.

Passei pelo maniquim maltrapilho que fingia enfeitar uma loja de roupas trouxa abandonada para ter acesso ao St. Mungus. Paguei a minha consulta à vista e mais uma comissão para que eu fosse atendida primeiro e sem hora marcada. Meus pais sempre fizeram isso e eu não seria diferente, além do que, toda a ajuda de custo para o hospital era bem vinda.

Para a minha sorte, o esquema ainda funcionava, então em menos de cinco minutos, eu já estava sendo atendida por uma medbruxa.

— E então, senhora Nott – a bruxa começou ao ler os meus dados em uma ficha – o que a traz aqui?

— Meu elfo doméstico. Cismou que eu estou grávida, e quando fui fazer o teste ontem, desse com poções, o líquido se tornou negro. – eu comecei a explicar a bruxa me olhou sério e com espanto – além disso tenho sentido muitos enjoos e tonturas, a comida mal para no meu estômago.

— Há quanto tempo está assim? – ela me perguntou nervosa.

— Há alguns dias... minha menstruação também está atrasada, mas ela sempre atrasa. Eu não sinto que eu esteja grávida, pra falar a verdade... – eu disse refletindo.

— A senhora, por gentileza, entre naquela porta, vista a camisola que está ali, esvazie a bexiga e volte, por favor. Vou chamar a medbruxa chefe. – a medbruxa respondeu e saiu a passos rápidos.

Fiquei intrigada com o fato de ela precisar chamar a medbruxa chefe, mas acatei o pedido dela.

Após me trocar, voltei para a salinha, sentei na cama que ali estava e esperei. O quarto era o lugar perfeito para se morrer em paz: todo pintado de branco, calmo e fresco. Pensei em todas as coisas que eu já havia feito e nas vidas que já havia tirado. Paz é o que eu nunca iria ter.

Não que eu esteja arrependida, mas isso não significava que eu não tivesse vergonha...

Minutos se passaram enquanto eu divagava, e logo escutei passos de pelo menos três pessoas entrando no quartinho em que eu estava.

— Boa tarde, sou Magda Weasley e sou a medbruxa chefe. Eu gostaria de examiná-la, o relatório que a senhora passou para Louwina foi alarmante. – disse a senhora gorda de cabelos ruivos. Eu a conhecia da vez que meu pai ficou entre a vida e a morte nesse mesmo hospital. 
Entao, ela pediu para que eu bebesse uma poção e me deitasse com os joelhos dobrados para que ela me examinasse. Ela se demorou alguns minutos enquanto murmurrava algumas coisas fazendo acenos com a varinha ao redor do meu corpo. Vi a expressão dela mudar para um misto de pena e de preocupação, ou talvez fosse só impressão minha.

Então ela apontou a varinha para a minha há barriga e eu senti a minha pele esquentar a ponto de queimar. Quando olhei pra mim mesma vi a cor da minha barriga se tornar negra. Quase entrei em pânico, só fui me acalmar quando Louwina segurou a minha mão. Segundos depois, Magda Weasley cessou o feitiço.

— Pode se levantar, senhora. – ela disse mecanicamente – troque-se, volte aqui e eu lhe darei o diagnóstico.

Obedeci quase que imediatamente e fui me trocar o mais rápido que eu podia. Eu estava louca para saber o que estava acontecendo e o motivo da minha barriga ter mudado de cor. Eu estava muito assustada. 

Quando eu voltei, havia uma mesa com duas cadeiras, uma de frente pra outra. Magda estava sentada em uma, e eu me sentei de frente pra ela. Louwina segurou a minha mão assim que eu me sentei.

— E então? – eu perguntei ansiosa.

— Tenho duas notícias para lhe dar. – ela começou fazendo suspense, mas na intenção de me preparar – parabéns, você será mamãe em breve... de duas lindas crianças. – ela continuou e eu quase cai pra trás, e gêmeos era a última coisa que eu imaginava ter, mas logo me recompus quando a medbruxa tornou o semblante mais sério em seguida – Mas terá que tomar cuidado. Há uma magia muito forte envolvendo a sua gravidez. Como você pode ter visto e se assustou, há magia negra envolvida. Eu arriscaria dizer que você foi amaldiçoada, mas você está muito bem e com a saúde intacta. Seus bebês crescem saudáveis, mas temos que ficar atentas porque não sei com o que estamos lidando. Eu sugiro que mantenha uma alimentação saudável, repouse e venha aqui toda semana para acompanharmos a gravidez. Vou receitar umas poções de suplemento para garantir a saúde dos bebês. Se puder, gostaria de dividir o caso com a comunidade medbruxa.

 

Eu escutei cada palavra com atenção e apesar de eu estar completamente feliz com o fato de que seria mãe, eu estava muito preocupada. Não queria que nada de ruim acontecesse aos meus filhos, além do mais, não sei o que Voldemort diria já que eles não eram planejados, e eu que me cuidei tanto...
Levei um tempo para reagir, tanto que a medbruxa teve que me dar uma poção acalmante. Eu queria muito dividir o fato com a minha mãe ecom Dumbledore. Eu também queria que Voldemort estivesse ali, sem ele eu me sentia tão desprotegida...

Então eu chorei, chorei muito, tanto que Louwina ficou durante quase uma hora me acalmando para que eu pudesse ir embora. Ela queria chamar o meu noivo, mas como levar o Lord das Trevas para um hospital?

Tudo o que eu mais queria durante os últimos tempos, era um filho, por que justo quando eu consigo, surge essa dificuldade? Se algo desse errado, eu não perderia um filho, eu perderia dois. Que cuidados eu deveria tomar? O que eu poderia fazer?

Decidi ir até a Travessa do Tranco e procurar livros de Magia das Trevas que pudesse ter alguma explicação. Entrei em uma loja, ironicamente chamada Avada Kedavra. Era a Livraria mais macabra do mundo bruxo inteiro, segundo dados históricos.

O bruxo que foi me atender, fedia um cheiro azedo e tinha um hálito horrível. Eu quase vomitei, mas suportei cada segundo lá dentro pra obter o que eu queria.

— Boa tarde, senhora, posso ajudá-la? – ele me perguntou exibindo os dentes podres.

— Quero todos os livros que tiver sobre maldições que pode interferir uma gravidez. – eu falei e ele alargou o sorriso.

— Vai amaldiçoar uma grávida, é? Se for uma sangue ruim, posso lhe dar um desconto, e por um pouco de calor entre as suas pernas, você pode levar o que quiser de graça. – ele disse exibindo um sorriso malicioso e eu fiz uma careta enojada.

— Eu posso comprar essa loja inteira se eu quiser e eu mato você se repetir essa insolência. – eu respondi elevando o tom de voz e algo o fez recuar porque se desculpou em seguida e me mostrou rapidamente tudo o que eu queria.

Ao total, eram quinze livros que eu havia comprado, mas fiz um feitiço para deixá-los mais leves e assim eu poder carregá-los sem dificuldade porque ainda não iria pra casa. 

Em seguida, aparatei até uma loja bruxa de Londres para comprar um conjunto novo de sofás. A nostalgia bateu com força quando eu entrei naquela loja, porque anos atrás, eu havia entrado ali com Rachel em busca de um relógio para Lestrange... um relógio que me levou para onde eu estava agora.

Optei por um conjunto estofado negro como a noite, e comprei uma tapeçaria também negra para combinar com os sofás. Voldemort adoraria. Paguei tudo e voltei o mais rápido que eu conseguia para casa. Minha intenção era começar a leitura dos livros o mais rápido possível.

Aparatei até em casa e vi Nagini acuando Blink contra a parede. Blink tremia e eu quase ri.

— Nagini, eu já disse que não pode. – eu repreendi e a cobra saiu deslizando para longe. Blink suspirou – e Voldemort?

— Saiu faz tempo, senhora... – ele me respondeu.

— Ótimo. Comprei umas coisas. Logo eles vem entregar. Receba por mim e substitua pelos que temos na sala.

— Sim senhora. – ele respondeu e voltando para a cozinha, e eu fui em direção a biblioteca.

Assim que entrei, sentei em uma das poltronas reclináveis e peguei um exemplar de “Uma gravidez amaldiçoada” e comecei a ler avidamente. Eu prestava atenção em cada detalhe pra ver se algo ali se assemelhava ao meu caso, apesar de eu não fazer a mínima ideia do que eu estava procurando, mas se eu pudesse fazer qualquer coisa para proteger a mim e ao meu filho, eu com certeza faria.

A noite não demorou a cair quando eu já estava examinando o terceiro livro que eu havia comprado. Blink invadiu a biblioteca para dizer que Voldemort pediu para eu me arrumar para receber os nossos amigos que chegariam em instantes.

Escondi aqueles livros na biblioteca e corri para o quarto para escolher a minha roupa: elegantes vestes negras, como de costume, mas deixando meus braços nus. A intenção era deixar a marca negra visível.

Após um demorado banho, sequei os meus cabelos com um aceno na varinha e comecei a me maquiar. Eu não queria transparecer que havia chorado naquela tarde. Quando terminei de me "mascarar", deixando o batom escalarte para o final, Voldemort entrou no quarto já devidamente vestido com uma majestosa capa negra, como um Lord deve estar.

— Está muito belo, meu amor. – eu disse ao me virar para olhá-lo.

— Você também está. Hoje saberei o que Lestrange sentia quando você aparecia maravilhosa assim... à propósito, ele vem. Está preparada? – ele me perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— Por que não estaria? O passado ficou no passado. – eu respondi, acariciando a minha barriga com leveza por instinto. Voldemort percebeu.

— Ainda não se sente bem? Foi ao St. Mungus? – ele me perguntou me olhando profundamente.

— Já estou melhor. Fui sim, foi só algo que eu comi. – menti – e o ataque aos trouxas?

— Destrui a maior ponte que Londres já teve. Não deixei de projetar a marca negra, é claro. Amanhã conhecerei Greyback. Estive com o seu pai hoje, mas ainda não tenho certeza se gosto dele. Após esta noite, terei pena dos sangues ruins. – ele disse satisfeito e eu me esforcei para sorrir. – algo não vai bem e você vai me contar após todos irem embora. Vamos descer. – ele disse oferecendo o braço que eu aceitei em silêncio.

Assim que descemos para a sala de estar, vi que o conjunto de sofás que eu havia comprado e a tapeçaria já estavan na sala. Voldemort elogiou o meu bom gosto e Blink colocou uma mesa de centro relativamente grande para apoiarmos a bebida e os copos de todos que chegassem. Reparei que eu precisava comprar muito mais coisas urgentemente e eu faria isso assim que pudesse. Voldemort não dava indícios de nos mudarmos e no momento, eu não estava com cabeça pra brigar por esse motivo.

— Blink, não quero beber hoje. Há como fazer um jarro de limonada pra mim, por favor? Faz muito tempo que eu não tomo uma... – eu digo e logo percebo que aquilo podia ser um desejo de grávida. Blink deve ter pensado a mesma coisa porque os olhinhos dele brilharam antes de ele voltar correndo pra cozinha.

— Vai perder a oportunidade de beber junto aos nossos amigos? – ele perguntou - você realmente está muito estranha. Acho bom me contar quando a noite acabar.

Revirei os olhos com o último comentário dele e achei melhor não responder. Sentei-me em um lado no sofá e cruzei as pernas. Senti o olhar penetrante dele sobre mim, mas nada dissemos.

Não sei dizer por quanto tempo ficamos assim, mas enquanto encarávamos o nada, escutamos o barulho de alguém tocando a campanhia. Blink foi atender, voltando para a sala com Abraxas Malfoy e sua esposa Mandy Malfoy.

Abraxas parecia bem mais velho do que aparentava e trazia os cabelos platinados presos em um rabo de cavalo. Ele estava até muito charmoso, mas à primeira vista, era estranho. Já Mandy, parecia ter engordado, mas nada tirava a classe e o orgulho que ela possuía.

Voldemort foi o primeiro a cumprimentá-los.

— Meu caro, Abraxas, como vai? – ele perguntou falsamente animado indo dar um abraço no loiro que retribuiu o cumprimento – Vejo que não mudou nada com exceção dos cabelos. Como vai, minha senhora? – Voldemort perguntou se dirigindo a Mandy que deu uma leve recuada. A verdade é que o rosto desfigurado de Voldemort causava estranheza e repulsa naqueles que o contemplavam pela primeira vez. Esse era o preço do poder. Ainda bem que parei na primeira horcrux.

— Abrax, Mandy, olá. – eu disse me levantando e indo até eles. – quanta saudade de vocês! Doze anos não são doze dias, não é mesmo? – eu continuei dando um beijo e um abraço em casa um. – Vodemort e eu estamos felizes com o reencontro!

— É, muito tempo mesmo. – Abraxas Falou meio cauteloso. Ele estava tenso pela presença de Voldemort – vocês sumiram. Por onde andaram, à propósito, o tempo não passou pra você... com todo o respeito.

— Por todo o lugar! É claro que o tempo não passou, eu estava viajando pela Europa! Sentem-se, por favor. – eu disse. Voldemort me olhava com um sorriso torto porque eu sabia ser uma boa anfitriã.

Não demorou muito para eu começar uma conversa animada com Abrax e Mandy. Em pouco tempo de conversa, o casal ficou mais à vontade, tanto que nos contaram sobre o filho Lucius deles, sobre como as coisas andaram na nossa ausência, fofocas sobre os nossos outros amigos, entre outras coisas.

Aos poucos nossos outros amigos foram chegando com suas respectivas esposas. Avery, Mulciber, Flint e Cygnus com Druella que pareceu animada ao me ver. Consegui quebrar o clima que se formou quando todos contemplaram o rosto de Voldemort, mas quem ficou tensa foi eu quando Lestrange chegou. Ele se desculpou pelo atraso e Voldemort se adiantou para falar com ele.

— Lestrange, quanto tempo! Estávamos esperando por você. – ele disse dando um abraço no Les que retribuiu – Estamos todos em casais, por que não trouxe a sua esposa? Soube que se casou de novo.

— Não era a minha intenção, como eu disse, e minha mulher teve que ficar em casa por conta da minha filha. Ela está doente, então não podíamos trazê-la e minha mulher não quis deixá-la com ninguém. – ele explicou olhando pra baixo. Era óbvio que era mentira.

Voldemort não disse nada, e assim que ele terminou de se explicar, ele veio nos cumprimentar, me lançando um sorriso triste antes de me abraçar. Então Blink voltou trazendo uma garrafa de vinho requintado que havíamos comprado, minha jarra de limonada e copos para todos nós. Brindamos à nossa amizade, e logo Voldemort se adiantou para fazer um discurso para nós.

Eu já havia decorado as palavras, eram sempre as mesmas, e sempre causavam o mesmo efeito em quem as ouvia pela primeira vez. Pude perceber muitas coisas no rosto dos que estavam presentes: medo, admiração e confiança. Lestrange, Mulciber e Flint tinham medo no olhar. Malfoy e Avery tinham admiração. Cygnus tinha confiança. Já eu tinha tédio porque não aguentava mais escutar aquele discurso toda vez, então eu me concentrava no olhar predador dele que era o que eu mais amava observar naquele homem que eu amava.

Ao final, todos, homens e mulheres, aplaudiram o meu futuro marido. Todos estavam dentro, exceto Lestrange.

— Bom, eu realmente estou fascinado, mas Voldemort, eu não quero mais fazer parte disso. – Lestrange começou confiante e Voldemort o olhou com aqueles olhos rubros – agora sou pai de família, tenho uma bebê para criar...

— Magot! Eu a conheço. A vi com a sua mulher em frente a casa de vocês essa manhã. É uma garotinha adorável! – Voldemort o interrompeu e eu vi a cor sumir do rosto de Lestrange – seria uma pena ela não poder viver muito mais por causa de suas escolhas, Lestrange.

— Co-como... minha filha, ela é só um be-bebê. Na-não pode fazer... mal a-a ela. – Lestrange disse apavorado.

— Mas é claro que eu não farei mal a ela, meu querido amigo, acha que eu sou cruel desse jeito? Mas Nagini... – Voldemort se interrompeu quando Nagini entrou pela primeira vez na sala, rastejando, sibilando e subindo no sofá para encostar a cabeça no ombro de Voldemort. Todos na sala se encolheram enquanto a cobra passava. – Nagini não entende. Ela tem instintos assassinos... infelizmente, ela me seguiu esta manhã e sabe onde você mora. – Voldemort faz uma cara de quem estava irritado com Nagini – acontece que se você não se juntar a nós, terei que fazer as suas terefas e ficarei sem tempo de vigiar Nagini. Ainda quer desertar, Lestrange?

— Não, milord. – Lestrange respondeu baixo, ainda pálido demais – me perdoe, eu não sabia o que eu estava falando.

— Acontece com todos nós... excesso de trabalho. Deveria tirar uma folga, meu amigo... não corra o risco de perder a família outra vez. – Voldemort disse provocando Lestrange, talvez pelo fato de eu ter deixado Lestrange e por ter reclamado do excesso de trabalho do meu ex marido.

Lestrange então mudou de postura. Ficou desconfortável e encarava o vazio. Respondia mecanicamente sobre o que era perguntado a ele e garantiu que iria fazer leis para dificultar a vida dos sangues ruins já que agora ele era o chefe do departamento de leis mágicas e advogado do ministério.

A noite seguiu e todos ficaram um pouco mais tensos após as ameaças de Voldemort. Eu recusei beber com eles, optando por refrescos junto com as outras mulheres. Nesse tempo, os maridos não eram muito a favor que as mulheres bebessem, mas eu não bebia por conta da gravidez.

— Só falta uma coisa para selarmos o nosso pacto. Precisamos de um símbolo para nos diferenciar e nos comunicarmos. Mostre a eles, Claire. – Voldemort pediu e eu levantei o braço esquerdo para mostrar a marca negra tatuada em meu braço.

— Mi-milord, é mesmo necessário? – Perguntou Avery assustado assim como todos estavam. Ele não queria ser marcado.

— Fique tranquilo, Avery, nem dói... – Eu disse sorrindo, tentando quebrar o clima tenso.

— Mas vai doer se tentar me questionar outra vez. – Voldemort respondeu com o tom de voz frio.

Aquilo foi o suficiente para todos ali não se oporem a receber a marca negra. Ele marcou somente os homens porque as mulheres não participariam do nosso exército. Tive que conter a vontade de rir da careta de dor que eles faziam, então após terminar de marcar todos eles, Voldemort propôs um brinde com champanhe, e Blink veio imediatamente trazer a garrafa com as taças.

— Claire, por que não vai beber conosco? – ele me perguntou após eu recusar uma taça quando ele estourou a rolha. Eu optei por mais um copo de limonada.

— Pela terceira e espero que última vez, eu não estou com vontade. – eu respondi ríspida e ele me lançou um olhar raivoso por eu ter respondido ele daquela maneira na frente de todo mundo. Todos me olharam com os olhos arregalados pela minha insolência. Eu apenas beberiquei a minha limonada. Brindamos assim mesmo.

A noite continuou, e uma música começou a tocar no ambiente. O clima era festivo e todos pareceram relaxar um pouco, com exceção de mim e Lestrange. Ironicamente, nós dois estávamos preocupados com os nossos filhos.

Ele estava sentado em um canto sozinho, bebendo whisky. Todos os outros ou dançavam ou sentavam-se ao redor de Voldemort em busca de atenção. Eu fui até onde Lestrange estava.

— Oi, posso me sentar? – perguntei e ele apenas fez que sim com a cabeça. – Não fique assim, Les, ele não vai fazer nada com a Magot. Se quiser, posso pedir pra ele te liberar. Ele costuma atender os meus pedidos. – eu disse com um sorriso convincente no rosto.

— Obrigado, Claire, mas por favor, não interceda por mim. Eu não quero que ele fique furioso e faça algo com a minha garotinha. – ele respondeu sem ao menos me olhar.

— Eu já disse que ele não vai fazer, mas tudo bem, eu não farei nada. – eu retruquei e ele deu um sorriso fraco em resposta – Onde a conheceu? A mãe dela, eu digo...

— Minha esposa? Ela estudou em nosso ano, em Hogwarts. Olívia Hornsby, lembra-se dela? Nós não nos falávamos, mas ela começou a trabalhar em uma sala ao lado da minha no Ministério. Nos encontrávamos sempre no elevador, então ela me chamou para sair. – ele respondeu dando um sorriso feliz pela primeira vez naquela noite – Eu não queria aceitar no início, porque... bom, você sabe, ainda estava muito recente e eu tinha esperanças de você voltar, mas então me convenci de que você não voltaria e aceitei o convite. Três meses depois eu estava me casando.

— Uau, sinto muito por tudo, mesmo. – eu respondi sentindo um leve desconforto – Fico feliz que tenha seguido em frente. Sua filha é linda, Rabastan também. Só não conheci Rodolphus...

— Obrigado, fico feliz que esteja feliz também. Olhe... – ele pediu enquanto tirava a carteira do bolso e tirava uma foto que estava dobrada dentro da mesma. Nela tinha dois garotos, e abraçados , o mais velho cutucava o mais novo para olhar para a câmera e ambos sorriam em seguida. O mais velho parecia ter no máximo cinco anos. Aquele deveria ser Rodolphus e era mais parecido ainda com Lestrange do que o irmão. – gosto dessa foto porque ela me lembra o quanto eles são inocentes. Costumávamos jogar quadribol juntos...

— São lindos. Iguaizinhos a Margot... – Eu respondi e ele sorriu, mas logo o sorriso dele desapareceu. O motivo? Voldemort nos olhava feio do outro lado do salão.

— Obrigado, mas Claire... Eu vou me juntar ao Avery. Não quero criar problemas nem pra você, nem pra minha família. Você continua sendo boa, eu fico feliz por isso. – ele responde e se levanta. Eu fico olhando ele se afastar.

Minha família, ele disse. A família que poderia ser a nossa. Mas se fosse nossa, eu não seria feliz. Amo Voldemort com todas as minhas forças, mas eu sabia que não teria uma família se fosse pela vontade dele. Decidi que contaria a ele sobre a minha gravidez quando todos fossem embora.

Quando todos estavam para ir embora, Voldemort os convidou para o nosso casamento no fim do mês. Seria nessa mansão mesmo, e após as felicitações, eles finalmente foram embora. Eu estava a ponto de subir as escadas para o quarto, mas quando coloquei um pé no primeiro degrau, eu senti ele segurar o meu braço.


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