Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 38
Reencontros




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No dia seguinte, O Profeta Diário não falava em nada além da marca mortífera projetada no céu e na morte de todos os ministros trouxas. Conseguiram tirar uma foto nossa no lugar do ataque. Estávamos de costas, com as varinhas em punho, mas irreconhecíveis. Das diversas teorias que explicavam a motivação e autoria dos ataques, todas levavam a um nome: Voldemort, ele não poderia estar mais feliz e animado, e já planejava contactar nossos velhos amigos para continuarmos nossa missão de purificação que começamos na escola. Reunir todos significava rever todos e eu confesso que eu estava insegura.

Meus enjoos continuavam e Blink insistia na ideia de gravidez, mas isso era um completo absurdo.

Senti muita vontade de ir comer uns doces que vendiam no Beco Diagonal. Aproveitei pra ir naquele dia porque era época de volta às aulas em Hogwarts, e eu queria ver pais e crianças desesperados atrás de material escolar. Lembro-me que adorava ir comprar as minhas coisas. Eu sempre exigia vestes novas, tintas coloridas para eu enfeitar meus pergaminhos e sempre um novo estojo de poções.

Assim que terminei de tomar o meu café da manhã, Voldemort disse que pediria um emprego em Hogwarts, e eu decidi ir ao Beco Diagonal de uma vez.

Após vestir minhas habituais vestes negras e me arrumar a ponto de eu me sentir linda o suficiente, segui o meu caminho, e eu quase chorei ao perceber que tudo lá continuava exatamente como eu me lembrava. Comprei sorvete, livros, doces, penas novas, pergaminhos e envelopes para eu me corresponder com as pessoas que eu gosto. Tudo estaria maravilhosamente bem se eu não tivesse esbarrado em um homem que carregava um bebê no colo.

— Mil perdões, senhor, eu estava distraída... – eu me desculpei toda nervosa ao perceber que o bebê havia começado a chorar.

— Não, está tudo bem. Ela é assustada assim mesmo... Claire? – respondeu-me o homem com os olhos  arregalados ao invés de acalmar a bebê, provavelmente a filha dele. Mas aquela voz, o jeito de falar, os cabelos, o rosto e a expressão só podiam pertencer a uma pessoa. Quase cai pra trás quando percebi quem era.

— Lestrange! – eu exclamei assustada – Por Merlin! Nunca ia imaginar encontrá-lo hoje! Na verdade, eu nem sabia se você ainda morava aqui...

Lestrange estava muito mudado. Parecia mais alto, mais elegante, usava barba e parecia ter dado uma leve engordada, o que só o deixava melhor. Ele ainda era muito bonito, mas estava muito diferente do que eu me lembrava.

— Nossa, eu digo o mesmo! Mas que surpresa boa! – ele respondeu surpreso, quase se esquecendo da bebê que chorava – calma, meu anjinho, vai ficar tudo bem... – ele falou todo carinhoso para a neném que ele segurava.

— Como você está? Não vai me dizer que essa garotinha é sua filha... – eu perguntei e o sorriso que ele deu bastou para responder a minha pergunta.

— Essa é a Margot, é a minha mais nova... – ele respondeu enquanto tentava acalmar a menina que ainda chorava.

— Ela é uma princesinha, eu posso segurá-la? – eu perguntei e ele me passou a menina todo cauteloso. Para a minha surpresa, a menina se aninhou em meu ombro e fechou os olhos – Olha como ela é linda! Ela gostou de mim...

— Gostou mesmo. – ele retrucou com um sorriso bobo no rosto – Não é com qualquer um que ela vai. Não sabe como é difícil fazê-la dormir! Ela dá mais trabalho que Rodolphus e Rabastan já me deram...

— Olha, três filhos então? Então você se casou de novo? Não sabe como fico feliz em saber! – eu respondi, encarando-o surpresa.

— Sim, Rodolphus tem 11 anos, Rabastan tem 10 e Magot completou um ano há alguns dias... e me casei de novo sim, e você? – ele me respondeu com um tom de voz tranquilo até eufórico. Ele realmente parecia ter me esquecido e parecia amar os filhos de verdade... eu me sentia vazia.

— Ah, eu não tenho filhos ainda... mas estou de casamento marcado... – eu retruquei e ele sorriu.

— Felicidades então! Caso você tenha filhos, você vai ver que todo o tipo de amor que você já imaginou sentir por alguém não é nada perto do que sentimos por nossos filhos... é realmente diferente. E meus parabéns pelo casamento. – ele disse sincero, com toda a atenção voltada para a filha dele que estava em meus braços.

— Obrigada. É, eu pretendo descobrir isso um dia... – eu respondi seca e entreguei a menina já dormindo para ele de volta. – foi muito bom te rever...

— Papai, papai, Rodolphus soltou a minha coruja! – disse um garotinho aos soluços que se aproximou de nós correndo. Ele era muito parecido com o Lestrange e só podia ser Rabastan já que Rodolphus fez a travessura.

— E por que ele fez isso? Cadê o seu irmão? – respondeu Lestrange com o ar grave. Tive que segurar minha vontade de rir. Eu sempre soube que ele seria um bom pai, mas vê-lo em ação era engraçado.

— Ele fez isso pra agradar a Bellatrix, ela que mandou! Agora eles estão juntos e rindo de mim. Rodolphus jogou meu sorvete no chão também. Eu odeio eles! – o garotinho continuou enquanto limpava as lágrimas. Lestrange suspirou e enfiou a mão no bolso, pegando alguns galeões e entregando ao menino.

— Compre outra coruja e outro sorvete pra você, e vê se cuida melhor do seu animalzinho agora, e não odeie o seu irmão! – Lestrange respondeu e o garotinho se afastou aos pulos – Rodolphus é um bom garoto, mas ele faz de tudo para a agradar a Bella, filha do Cygnus e da Druella. Ela é bem travessa, dá um baita trabalho a eles... Rodolphus só tem onze anos e já está apaixonado! Parece até nós dois quando éramos crianças... – ele diz essa última frase baixinho – Bom, vou procurar Cygnus e Druella, ainda não sou bom em trocar fraldas e Druella se ofereceu para me ajudar já que a mãe de Margot está trabalhando... até mais, Claire, espero te ver mais vezes.

— Até mais, Les... – eu respondo, ele sorri e me dá as costas.

Por Merlin, o que foi isso? Fiquei toda balançada quando ele disse que a filha do Cygnus e Rodolphus parece nós dois quando crianças...

Era óbvio que eu não sentia mais nada por ele, mas aquela nostalgia da nossa infância era mágica. Eu era tão inocente e agora até alma mutilada eu tinha!

Tentei afastar esses pensamentos e segui em direção à Travessa do Tranco. Eu queria comprar algum aperitivo para Nagini, mas no caminho tive que encontrar o inconfundível Charlus Potter com um garoto que deveria ser filho dele. Charlus olhou pra mim e deu um sorriso amigável, mas ignorei-o como sempre e segui.

Segurar a filha do Lestrange me trouxe uma sensação tão boa que eu voltaria a perturbar Voldemort com a ideia de filhos novamente.

Eu me sentia mal e humilhada, Voldemort me afastou de tudo. Era como se eu tivesse acordado de um coma: todos estavam sendo felizes e eu estava igual há doze anos atrás. Tudo o que eu queria era que Lestrange fosse feliz, mas saber que ele se casou e que teve filhos me incomodava, já que agora eu não significava mais nada pra ele. Eu era a única fracassada de todos nós...

Aparatei de volta para casa após comprar um lagarto de dois metros morto para Nagini.

Assim que cheguei em casa, encontrei Voldemort sentado na sala, mas imaculadamente vestido. Estava lindo naquelas vestes negras, mas antes que eu pudesse elogiá-lo, ele disse:

— Demorou muito, eu já estava ficando aborrecido. – ele diz e eu apenas suspiro com impaciência – Vamos ver seus pais agora.

— Mas nem avisamos, isso é falta de educação! – eu tentei questionar.

— Eu sou o Lord Voldemort, e não preciso pedir para ir a lugar nenhum. Pense bem, Claire, será pior se eu for sozinho... – ele me corta e eu acabo concordando porque era capaz de ele matar meus pais se o aborrecessem. Por incrível que pareça, eu conseguia deixá-lo mais calmo.

Então deixei o lagarto de Nagini no chão e aparatei com ele até a casa que eu passei a minha infância. Tudo estava igual como era antes, tanto que me senti eufórica e fui direto bater na porta. Fui atendido por Ben, um dos elfos doméstico dos meus pais. Ele ficou feliz ao me ver porque eu sempre tratei os elfos muito bem, mas assim que ele viu Voldemort, ele teve a mesma reação de Blink. Voldemort revirou os olhos, mas sorriu satisfeito.

— Ben, quem está aí? – Ouvi a voz ríspida de meu pai gritar. Então, entrei correndo em casa, deixando Voldemort pra trás.

— Pai, sou eu! – eu respondo e vejo ele dar um pulo na poltrona. Levou um tempo pra ele constatar que eu não era uma fantasma. Minha mãe que estava com ele veio às lágrimas me abraçar.

— Minha filha! Quanta saudade! Eu estava tão preocupada... – minha mãe disse – Porque não nos contatou? Pensamos que estava morta! E o nosso último encontro não acabou bem...

— Bobagem, eu estava muito bem protegida e já está tudo esquecido! – eu retruquei sorrindo calmamente.

— Bem protegida! Sabemos que fugiu com aquele empregadinho fracassado do Burke! Você envergonhou a nossa família! Ainda está com ele? Onde já se viu trocar um Lestrange por um pé rapado? Não há desonra maior! – disse o meu pai severamente. Ele iria me dar uma bronca e depois me abraçar, era sempre assim.

— O empregadinho fracassado e pé rapado em questão é Lord Voldemort. – disse Voldemort aparecendo na sala girando a varinha entre os dedos e encarando o meu pai intimidadoramente. Vi a cor do rosto dos meus pais desaparecer, inclusive eles tremiam levemente. - É muita desonra pra você que a sua filha esteja comigo?

— Mi-milord, quanta honra! – disse o meu pai se curvando em uma profunda reverência – Ouvi muito falar de sua grandeza! É um grande prazer tê-lo em nossa casa! Pelo contrário, não há alegria maior em saber que a minha filha anda em companhia de um Lord! Se me permite perguntar, a tal Dama Vermelha era a minha Claire?

— Sim, papai. – eu digo um tanto apreensiva, mostrando a marca negra, por medo do que Voldemort faria com o meu pai pela insolência.

— Deveria puni-lo pelo desrespeito, velho Nott, diga-me, como gostaria de morrer? – ele perguntou e o meu pai começou a tremer pra valer.

— Não vai matar o meu pai, meu amor. – Eu digo com a voz calma, enquanto me aproximo dele e toco os seus ombros pra aliviar a tensão.

— Tem sorte de sua filha estar aqui. – Voldemort soltou o ar e respondeu mais calmo. Dei um beijinho no rosto dele em agradecimento. – Você é velho e covarde demais para me servir e receber a marca negra, mas o seu filho...

— Teodore não, por favor. Não queremos mais nos envolver em guerras... – disse minha mãe suplicante, e Voldemort olhou-a com um olhar de desprezo. Ele odiava ser interrompido, mas bastou eu voltar a pousar a mão sobre o ombro dele pra ele voltar a relaxar.

— Se o patriarca não pode me servir, é de se esperar que os filhos o façam. Claire já me serve muito bem. – ele diz pegando a minha mão que esta em seu ombro para beijar levemente o dorso dela. Eu sorrio em resposta.

— Tenho alguém para nos substituir! – disse o meu pai desesperado – Fenrir Greyback! Ele nos deve alguns favores e tenho certeza de que ele vai ficar fascinado em conhecê-lo! Apesar de desprezível, ele tem muitos contatos e influência nas ruas! Eu posso arrumar tudo, milord... e tenho outros mais pra indicar!

— Estou querendo mesmo conhecer Greyback... tudo bem, o lobo pode substituí-lo, mas ainda quero Teodore. Aguardarei uma coruja com os detalhes do encontro. Eu deveria ensinar respeito a vocês, mas como eu disse, vocês tem sorte de Claire estar aqui. – ele finaliza e já se prepara para ir embora, pegando levemente em minha mão.

— Amor, vou ficar, não me espere tão cedo. – eu digo soltando a mão dele.

— Como quiser. – ele responde e aparata.

— Minha filha, o que está fazendo com esse homem perigoso? – Minha mãe perguntou assustada e preocupada, voltando a cair trêmula no sofá.

— Eu o amo, mamãe. Vamos nos casar no fim do mês. – respondo como se fosse algo simples e mostro a aliança de noivado em meu dedo.

— E ele me pediu permissão pra isso? É um abusado! Não é Lord de nada! Grindelwald era bem melhor que ele. Pelo menos, isso será vantajoso para o nome de nossa família... os Malfoy morrerão de inveja, os Black então... minha filha esposa do Lord das Trevas! Até que você é bem esperta, minha filha. – disse o meu pai pensativo e eu ri. Ficou claro que eu herdei o gênio dele, mas eu duvido que ele falaria essas coisas perto de Voldemort. Talvez nem eu pudesse salvá-lo de uma morte horrivel se o meu futuro marido escutasse meu pai falar assim.

Então meus pais decidiram fingir que Voldemort não esteve ali mais cedo e começamos a conversar sobre os anos que ficamos afastados. No fim, deitei sobre o colo da minha mãe enquanto ela afagava os meus cabelos e conversava comigo, um velho hábito que eu descobri não ter perdido, depois jantamos os três enquanto eu contava as minhas aventuras no exterior com Voldemort, deixando as mortes de fora, e eles me contavam sobre tudo o que eu perdi: o casamento de Teodore, o filho que ele perdeu e em como ele estava sendo brilhante no Ministério.

Quando eu já estava bastante cansada, decidi ir pra casa e assim que cheguei, logo corri para o banheiro.

Vomitei tudo o que eu havia comido naquele dia. Eu já estava à ponto de cair para trás quando Blink me segurou com suas mãozinhas pequenas.

— Minha senhora, não fique assim. Blink está aqui! – ele disse enquanto me segurava. – Os bebês da senhora são magicamente muito fortes.

— Não fale besteira, Blink, eu não estou grávida. – eu respondi convicta.

— Blink acha que minha senhora deve fazer o teste. – ele disse aparatando comigo no meu quarto – Blink pode ir comprar o teste.

— Tá, você venceu, mas nenhuma palavra a Vodemort. Onde ele está?

— Na biblioteca, senhora. – ele responde e aparata.

Mais um tempo se passou e Voldemort não veio me ver, em contrapartida, Blink voltou com um teste gravidez bem mais moderno do que o que eu fiz anos atrás na escola. O procedimento era o mesmo, com a diferença de que eu só tinha que esperar dez minutos para saber se eu estava grávida ou não.

Blink ficou ao meu lado durante o tempo inteiro e aqueles dez minutos eram intermináveis. Minha menstruação estava atrasada, mas isso já era um costume já que estava sempre a atrasar. Eu não me sentia nem um pouco grávida e achava aquele teste um perda de tempo, mas a expectativa de Blink me deixava nervosa.

Depois do que pareceu uma eternidade, eu pude ver o resultado. Se eu estivesse grávida, o líquido deveria ficar vermelho, se eu não estivesse, ele ficaria azul, mas para a minha surpresa, a tonalidade da substância tornou-se preta. Eu não sabia o que aquilo significava, mas Blink tapou a boca com as mãos.

— Minha senhora precisa procurar um medbruxo. Seus bebês podem correr perigo. – ele exclamou.

— Esse teste deve estar estragado. A magia não deve ser tão boa, você trouxe outro além desse, Blink? – eu perguntei e ele fez que não com a cabeça. – Bom, leve isso daqui. Não quero que o meu noivo veja isso.

— Blink não vai deixar bruxo mau ver, mas a minha senhora precisa de um medbruxo... – ele continuou e saiu em seguida.

Eu não entendi a reação das Blink, mas eu seguiria o conselho dele e procuraria um medbruxo no dia seguinte. Os Elfos domésticos eram poderosos e sábios demais, e eu não queria morrer agora que me casaria com o homem que eu amo, não queria mesmo.

Decidi ir ao St. Mungus no dia seguinte, mas tentei esquecer tudo no momento que Voldemort entrou no quarto e percebeu que alguma coisa estava errada.


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