Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 34
Anos, aprendizado e um pedido inesperado.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720322/chapter/34

Minha aventura com Tom Riddle estava mais perigosa a cada dia. Da Albânia, partimos para a Polônia. Lá havia bastante bruxos das trevas, e eles organizavam duelos para medirem forças. Não havia lugar melhor para obter reconhecimento por suas habilidades e treinar as suas forças do que ali, com aquela escória da sociedade que matava por diversão.

Riddle se inscreveu para competir sob o nome de Voldemort, e apesar de ele ser bem mais jovem que todos ali, ele os derrotava facilmente. Derrotava bruxos experientes, usava magia das trevas que eu nunca tinha ouvido falar é que ele provavelmente havia inventado e matava aqueles que o aborreciam.

A parte boa naqueles torneios, era que davam galeões para os campeões, dinheiro esse que servia para alugarmos lugares mais luxuosos para ficarmos, porque Riddle não permitia que eu gastasse um centavo do meu dinheiro para o nosso bem estar. Isso era até cavalheiresco, mas eu não via problema em dividir meu dinheiro com ele, mas para evitar mais uma dúzia de brigas como as que tivemos sobre isso, eu acabei cedendo e aceitando viver do jeito que ele podia.

Foi assim na Polônia, o mesmo aconteceu na Eslováquia e arredores. Sempre estávamos nos expandindo, e Riddle ficava cada vez mais habilidoso e o nome Voldemort cada vez mais conhecido.

Durante o dia, ele era o bruxo brilhante que todos temiam, mas à noite, ele era meu. Eu cuidava dos ferimentos dele de batalha porque ele havia me ensinado a curar, eu dava amor a ele e o ajudava traçar os próximos passos rumo à conquista do poder. Talvez pela minha beleza ou pela minha facilidade de convencer as pessoas, eu conseguia persuadir bruxos para aderirem à nossa ideologia de combate aos sangues ruins, e apesar de eles não serem oficialmente seguidores de Voldemort, eu sabia que se juntariam a ele quando momento ele os recrutasse. Eu nunca revelei a minha identidade a ninguém, assim como Riddle, eu usava codinomes. Todos me conheciam como A Lady ou A Dama Vermelha por conta da cor dos meus cabelos, e eu achava esses apelidos fascinantes.

Vivemos durante três anos como nômades assim. Ele lutava, me ensinava a lutar e praticava magia negra comigo. Mas, nenhuma magia negra era pior que as horcruxes. Pensei que ele já havia se esquecido disso, mas então, quando estávamos na Rússia, Riddle disse que precisávamos ir até a montanha mais alta dos Montes Urais. Aprendi com o tempo que Riddle não pedia, mandava. E apesar de eu não gostar de receber ordens, tudo nele me despertava curiosidade e eu acabava me dobrando às vontade dele. Certa manhã, acordamos e partimos para os Montes Urais.

— Claire, eu sei que isso não te agrada e eu tentei adiar o inadiável para prepará-la, mas acho que falhei nessa missão. – ele suspirou enquanto abria um livro. – hora de fazer uma nova horcrux. Estou cada vez mais conhecido e quanto mais protegido eu estiver, melhor. Qual você quer que seja a próxima horcrux? O medalhão, a taça ou o diadema?

— O medalhão... – respondi assustada.

— Não importa o quanto eu agonize, não tente me salvar ou você pode interromper o feitiço. Preste bastante atenção porque você terá que fazer uma em breve também. – ele concluiu e eu me sentei em cima de uma pedra, abraçando os joelhos enquanto prestava atenção nele. – essa é pela morte da sua querida Hepzibá Smith.

Então Riddle começou a fazer o ritual para criar a próxima horcrux. Ele falava em uma língua antiga que me dava arrepios dos pés a cabeça. Então eu vi os olhos dele ficarem totalmente vermelhos e uma fumaça negra emanar dele e ir em direção ao medalhão. Parecia que havíamos sido atacados por dementadores porque eu me sentia muito mal. Pular do penhasco para me matar era uma ideia tentadora.

Então Riddle caiu no chão e gritou de dor, ficando em posição fetal. Eu nunca havia visto alguém agonizar daquele jeito.

Eu queria correr até ele, mas eu fiquei estática, porque assim ele mandou. Então a dor passou e ele só ofegava enquanto ficou deitado de barriga pra cima e com um aparente sorriso no rosto.

— Pronto. Dê-me só alguns segundos. – ele pediu e eu apenas assenti.

Continuei a observá-lo e notei uma diferença no belo rosto dele que agora parecia mais macilento do que o normal, quase desfigurado. A pele dele também havia ficado um pouco mais pálida e os olhos sutilmente  mais vermelhos vermelhos. Pra mim, ele havia ficado melhor. Eu adorava a cara de psicopata dele, mas ao mesmo tempo que eu gostava, a minha ficha estava caindo: eu estava com alguém perigoso e eu confesso que estava com medo, apesar de saber que ele não me faria mal. Não me faria mal porque confiava em mim, porque do contrário, não se permitiria estar vulnerável assim na minha frente.

Passados alguns minutos, ao invés de alguns segundos, ele se levantou e me deu um sorriso fraco enquanto se esforçava pra ficar de pé.

— Meu amor, você está bem? – eu perguntei preocupada, indo até ele e fazendo ele se apoiar em mim. – Vou levá-lo de volta pro hotel. – eu disse e ele não protestou.

Peguei o medalhão que parecia estar repleto de energias negativas e guardei na gaveta do criado mudo assim que voltamos. Riddle estava deitado na cama esgotado.

— Tem certeza que não há nada que eu possa fazer por você? – tornei a pergunta e ele fez um sinal de que não.

— Acabei de retirar um pedaço de minha alma, como queria que eu estivesse? Depois que eu dormir, acordarei melhor. É sempre assim. – ele respondeu – e vá se preparando. Você também fará uma.

— Voldemort, eu já disse que... – eu mesma me interrompi porque não queria discutir com ele assim. Sim, agora era oficial: decidi só chamá-lo de Voldemort.

Então, vencida fui me deitar ao lado dele, e fechei os olhos para dormir. Não preciso dizer que eu tive pesadelos. Sonhei que eu ficava com a alma mutilada e que depois me matavam e eu ficava presa em um limbo agonizando sem ninguém pra me salvar. Acordei apavaroda e Vodemort me olhava. Então ele me abraçou e dormimos assim, com eles acariciando de leve o meu rosto.

Voldemort estava longe de ser um príncipe encantado, eu já o vira matar dezenas de pessoas à sangue frio e a gargalhar sobre os cadáveres deles sem vida. Já o vi mutilar outras dezenas por diversão, até mesmo colocando fogo sobre o corpo de trouxas ainda vivos. Tudo aquilo me apertava a garganta, mas eu não me sentia mal, porque afinal, eram apenas trouxas imundos, e no fundo ele estava só fazendo aquilo que todos queriam mas não tinha vontade de fazer.

Mas, comigo ele era diferente. No início, eu ficava apavarada e tinha pesadelos diários. Eu chorava à noite com saudade dos meus pais e do quanto eu me sentia sozinha, mesmo estando com ele. Eu chorava, mais do que tudo, de arrependimento por ter feito Lesttange sofrer e que embora ele não saiba da minha traição, eu tinha a certeza de que ele sofreu muito. E, por fim, eu chorava porque sabia que todos seguiram as suas vidas sem nem se importarem com o que podia ter acontecido comigo. Só Voldemort se importava. Ele secava as minhas lágrimas, me abraçava e me protegia. Eu o amava mais do que tudo, mas isso não preenchia o vazio que eu sentia.

Então, dois anos depois ele fez mais uma horcrux. E a cada horcrux, ele se tornava mais frio, mais cruel, e sua pele ficava ainda mais palida, deixando à mostra o tom esverdeado das veias dele, o rosto mais desfigurado e os olhos mais vermelhos. O sorriso dele não era mais branco como eu adorava, mas ainda sim, era capaz de me encantar. Ele estava perdendo a humanidade dele, já não era belo como eu conhecia, e ainda sim eu o amava.

Estávamos há cinco anos nessa cruzada e agora estávamos começando a experimentar magias mais complexas.  Voldemort era criativo e curioso, por isso estava sempre tentando criar algum feitiço letal novo e novas estratégias de dominação. Lembro que eu morri de medo quando li sobre os inferi, mas agora eu me divertia criando alguns com ele.

Não demorou muito para eu começar a matar também, e confesso que eu não me sentia mal em fazer isso do jeito que eu achava que me sentiria. Após o quinto trouxa que eu havia tirado a vida usando a maldição da morte, matar era algo tão normal quando acender uma luz quando estava escuro.

Ainda sobre os inferi, tecnicamente, matávamos trouxas e os transformávamos em mortos vivos com feitiços. Era legal recriar os meus pesadelos de menina. 

Voldemort também criou mais algumas maldições que usávamos em trouxas e sangues-ruins. Aos poucos essas maldições foram ficando populares entre bruxos que partilhavam a nossa ideologia. Diziam os jornais locais que nunca havia tido um massacre de trouxas tão intenso desde a queda de Grindewald. Todos diziam que as mortes ocorriam por ordens de um misterioso e perigoso bruxo das trevas e de sua cúmplice. Era verdade em partes, exceto pelo fato de Voldemort e eu arquitetarmos os ataques. Nós apenas plantávamos a ideia de que trouxas e sangues ruins não mereciam viver, mas os bruxos matavam porque queriam.

Estávamos ocupados demais para fazermos tais coisas por enquanto, e além do mais, não queríamos ser descobertos ainda.

Então mais três anos se passaram. Eram oito anos no exílio e oito anos de conquistas. Agora estávamos preocupados em conseguir aliados para nossa causa. Para a sorte de Vodemort, eu já havia rodado o mundo e sabia onde procurar apoio de cada criatura, de cada grupo bruxo. Então dividíamos a tarefa de arrumar aliados, e em alguns meses, todos os bruxos puro sangue de onde passávamos, pareciam fascinados em apoiar Voldemort. Os que se recusavam, eram mortos para servirem de exemplo para os outros.

Voldemort já era temido.

Então completamod dez anos juntos. Era quase um casamento. Um casamento feliz ao lado dele, um homem que se mostrava cruel, mas que sabia ser romântico à maneira dele. Ele fazia com que eu me sentisse feliz. Eu só sabia me apaixonar mais e mais por ele a cada dia que passava.

Decidi preparar uma surpresa, aliás eram dez anos vivendo como marido e mulher. Decidi preparar algo. Uma noite especial com muito sexo, porque sexo não podia faltar. Mas enquanto eu tentava surpreender, eu é quem fui surpreendida.

Fui acordada aos beijos por ele, uma maneira boa e ao mesmo tempo ruim de acordar porque eu me assustava com facilidade.

— Dez anos juntos e não se acostumou comigo ainda? – Ele perguntou enquanto beijava o meu pescoço.

— Estou surpresa por lembrar dessa data. Logo você que parece um Trasgo... – eu respondi e ele não conseguiu conter uma gargalhada – feliz dez anos!

— Feliz dez anos. – ele respondeu com aquela voz fria me olhando nos olhos e me beijando em seguida.

Foi impossível não fazer amor com ele de novo. Agora estávamos nos Estados Unidos, terra da Rachel, aquela vaca, o que será que havia acontecido com ela? Será que ela chegou a ficar com Antonin Dolohov? Eu preferia não pensar nisso agora.

Revivemos mais uma vez, por um dia, a nossa primeira semana juntos. Voldemort estava completamente carinhoso comigo. Não que ele não fosse, mas ele estava exageradamente carinhoso, mais romântico do que jamais estivera.

Voldemort me levou pra almoçar em um restaurante maravilhoso. Depois ele me levou a uma loja de lingerie e ele mesmo escolheu o que queria que eu usasse pra ele aquela noite. Ele nunca tinha se preocupado com essas coisas. Por fim, ele me convidou pra jantar.

Eu estava perfeita em um vestido negro como a noite. Apesar dos meus vinte e oito anos, eu aparentava ser bem mais nova, e ainda continuava linda. Voldemort também. Éramos perfeitos juntos. 

Ele também caprichou no visual. Usava um terno fino muito bonito. Ele havia enriquecido com o poder e a influência. Ganhou muito dinheiro fazendo um favor para o mundo. Agora éramos a realeza das trevas.

Saímos estonteantes do hotel que estávamos hospedados e fomos para um restaurante que servia comida francesa em Nova Iorque. Ele sabia da minha preferência pela França e eu fiquei emocionada por ele ter guardado essa informação.

Era bom estar ali com ele como uma bruxa normal. Sem mortes nas costas, sem o meu passado, sem nada. Só eu e ele. Era a melhor noite na minha vida e o melhor presente de dez anos de relacionamento com ele que até hoje eu não sabia o que era, só que tínhamos compromisso um com o outro.

Então ele decidiu dar um nome para o que tínhamos. Quando já estávamos na sobremesa, Voldemort tirou uma caixinha de veludo de dentro do paletó. Estava na cara que ele havia comprado uma joia pra mim, um anel talvez.

— Claire... há dez anos você tem me feito feliz e eu sei que tenho lhe dado muito pouco em troca. Estou sempre ocupado demais com as minhas ambições, com a minha busca por poder e por todas essas coisas que você sabe muito bem por estar sempre ao seu lado. Quando eu te chamei pra vir, eu pensei que você se cansaria logo e iria embora, me obrigando te matar. Eu jamais conseguiria viver pensando em você com outro homem,  preferia vê-la morta. Não sabe como me enlouquecia o fato de você ser casada com o Lestrange. Mas, você veio por vontade própria e ficou. Ficou, me ajudou e continua aqui me aceitando como eu sou. Quero que aceite esse anel como uma reafirmação do nosso compromisso. Nos casaremos em um momento oprtuno. – ele finalizou a sua fala e eu senti os meus nervos congelarem. Ele estava me pedindo em casamento?

— Não sei o que dizer além de que eu faria e viveria tudo de novo ao seu lado quantas vezes fosem possíveis. Eu nunca exigi nada de você, só ter você era o suficiente pra mim. Você me deu os melhores anos da minha vida, me ensinou milhares de coisas e eu lembro que certa vez você me disse que jamais se casaria comigo porque era uma convenção social patética, e agora você está aqui afirmando que iremos nos casar sem ao menos me pedir. – eu não podia deixar passar a oportunidade de alfinetá-lo. Ele riu e eu também – Iremos oficializar o que já temos, nossa vida construída durante esses dez anos. É claro que eu vou me casar com você. Eu amo você mais do que tudo. – eu respondi e ele abriu a caixinha com duas alianças. Ele pegou uma e colocou na minha mão direita, retirando o anel que ele havia me dado há dez anos atrás no Caldeirão Furado e que eu me recusava a tirar até para tomar banho.

— Não pretendo continuar viajando por aí por muito tempo. Em breve estaremos de volta a Londres para reunir os nossos amigos, e o nosso casamento só terá  a validade necessária se for feito lá. Só estou mudando de ideia porque casamento é algo que os outros apreciam e isso atrairá ainda mais a admiração de nossos futuros aliados. Essas alianças são para aguardarmos até lá. – ele terminou após eu colocar a aliança no dedo dele.

— Eu estou sem palavras pra descrever o que eu estou sentindo agora, mas Voldemort, e eu vou fingir que você me ama e que simplesmente quer passar a vida inteira comigo ao invés de só querer se casar para atrair a admiração dos seus seguidores. Nesse caso, vamos voltar pro hotel agora porque eu necessito transar com você. Seu falso romantismo me excitou. 

— Ah, a eu soubesse disso antes... – ele respondeu dando uma risada suave. Logo depois, ele pediu a conta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lady de Hogwarts (hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.